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sábado, 23 de julho de 2016

A Volta da Teoria das Inteligências Múltiplas

Na metodologia de ensino-aprendizado voltado para a educação   infantil vai tomando novos rumos. Ainda que sejam teorias do século passado, várias delas já estão sendo adaptadas ao sistema escolar. Uma delas é a Teoria das Inteligências Múltiplas desenvolvida pelo professor da Universidade de Harvard, Howard Gardner, em 1983.

Na realidade, a teoria aborda que são oito inteligências existentes e cada uma deve ser estimulada de diferentes maneiras. Gardner ainda afirma que estas inteligências apresentam-se de duas formas: Algumas pessoas já nascem com determinadas inteligências, ou seja, a genética contribui; Ou as experiências vividas também contribuem para o desenvolvimento de determinadas inteligências. Por isso explica-se que cada criança é diferente no aprendizado e o porquê algumas apresentam facilidade em assimilar certas disciplinas e para outras não. 

O estímulo, quando aplicado cedo, é uma chave fundamental para o desenvolvimento da criança, pois os seis (6) primeiros anos de vida de um ser humano, é definido como o melhor momento para assimilar e desenvolver o maior número de estímulos informativos possíveis. Dessa forma, ao trabalhar as inteligências com os estímulos correspondentes, cada criança poderá potencializar e desenvolvê-las de modo unificado. Segundo Gardner descreve em sua teoria oito inteligências: a Linguística-Verbal, a Corporal-Sinestésica, a Visual-Espacial, a Lógico-Matemática, a Intrapessoal e Interpessoal, a Musical e a Naturalista, que para cada uma delas, é recomendável seguir conselhos para estimulá-las e conseguir alcançar uma educação mais completa e eficaz.

A inteligência Linguística-verbal, é possível ser estimulada (além de aprender a ler e escrever) através da escrita criativa, junto com a leitura grupal e interativa. Sendo assim, é possível organizar discussões, debates e inclusive que cada aluno prepare seu trabalho em forma de aula e a exponha diante seus companheiros. 

Por sua parte, para estimular a inteligência Corporal-Sinestésica (que compreende as habilidades para mover-se e aprender a utilizar o corpo como forma de expressão) é importante que se fomente através de obras de teatro o dramatizações, como também os jogos e exercícios físicos. Além de que também se pode utilizar a dança para desenvolver este tipo de inteligência.

Assim como as crianças aprendem cálculos como somar e restar, para o desenvolvimento da inteligência Lógico-Matemática, professores e pais também devem estimular essa inteligência através de adivinhações, enigmas ou jogos de cartas. 

Em cambio, para dar estímulo à inteligência Musical, é possível incentivá-los para que aprendam a tocar um instrumento, a cantar ou a provar jogos musicais.

A inteligência Naturista é correspondente ao talento para observar e explorar o meio ambiente. E importante que se realizem atividades ao ar livre, ou também levar a natureza pra sala de aula através das plantas (germinadores) animais (mascotes pequenas). 

Por sua parte, a inteligência Visual-Espacial (que é a capacidade para entender o espaço físico junto às formas de orientar-se) é potencializada com desenhos, e fotografias. Pode-se organizar brincadeiras de armar maquetas e quebra-cabeças neste caso.

Por último, a Inteligência Intrapessoal e Interpessoal, implica tanto no autoconhecimento, como no conhecimento de outras crianças. Esse momento é importante para que a criança explore tanto a si mesma como ao outro, e crie vínculos ao seu redor. É importante desenvolver as duas inteligências juntas dando lugar aos sentimentos e pensamentos próprios, como também as relações sociais, e a empatia. Como professores, devemos saber que os interesses dos alunos e habilidades são diferentes em cada indivíduo, sem rotular alunos em determinadas áreas. Em sala de aula devemos perceber que os alunos aprendem de forma diferente e em momentos diferentes, constroem seu aprendizado, obtendo maior ou menor afinidade com as áreas do saber, de acordo com seu tipo de inteligência. Cabe ao professor dar suporte ao aluno, para que o mesmo alcance o desenvolvimento intelectual, tranquilizando-o para que esse aluno não se desanime diante determinada falha na área desse conhecimento. 

Por ADRIANA RAMIREZ MEIRA









-Nasceu em Belém do Pará, Brasil, filha de venezuelano e mãe brasileira, cresceu no Rio de Janeiro e na adolescência foi morar com o pai na Venezuela;
-Retornou ao Brasil e graduou-se em Letras-Português/Espanhol e Literatura;
-Ainda na faculdade, dedicou-se na elaboração de projetos culturais e dedicou-se a docência;
-Concluiu pós-graduação em Cultura Afro-Brasileira, e foi nomeada Tradutora Juramentada e Intérprete Comercial pela Meritíssima Junta Comercial do Pará (JUCEPA);
-Autora de 2 livros: 
 -“A Influência Africana na Formação Cultural do Pará: Análise das Principais Manifestações Folclóricas Paraenses” e
 -“La Femme - O Feminino Em Sade”.;
- Concluiu em 2015 Mestrado Profissional de Enseñanza de Español como Lengua Extranjera e está cursando Mestrado em Educação;
-Em Março de 2014, foi contemplada com a Comenda de MELHORES DO ANO, pela Categoria: “PROFISSIONAL DO ANO”. Atualmente, trabalha como tradutora e professora em instituições de ensino e aventura-se no mundo da escrita.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Dinheiro e Ideologia




Enquanto os números da Operação Lava-jato surpreendem pelo ineditismo do volume de bilhões de reais em recursos recuperados, novas informações e levantamentos conduzem a um prejuízo total que beira a casa dos três trilhões. Isso tudo no curto espaço de treze anos de execução efetiva de implementação do projeto criminoso de poder.

Como temos eleições à vista, desde o ano passado as organizações criminosas vêm arrecadando recursos visando bancar seus candidatos, e os partidos signatários do Foro de São Paulo contam com muitos bilhões roubados do erário, informação já destacada oportunamente por um ministro do STF em vídeo gravado e divulgado nas redes sociais. 

Não bastasse isso, o fundo partidário por si só já tem o poder de estruturar financeiramente as campanhas eleitorais de seus candidatos a prefeito e vereador. Vem daí um resultado que é velho conhecido dos que militam na política: as sobras de campanha que são abocanhadas pelos tesoureiros, pois é comum o aporte de muito mais dinheiro do que se pode gastar no curto espaço de tempo disponível. 

Para os que sonham com a extinção dos partidos de esquerda, ou a proscrição do comunismo, que supostamente seria iniciada com uma baixa votação agora em outubro de 2016, o que acarretaria no insucesso de seus candidatos, há que se alertar que, se depender de dinheiro, apoios da imprensa, da Igreja, movimentos sociais, militância de ativismo virtual, e mundo acadêmico universitário, a guerra será sangrenta. 

Não há como desmantelar uma estrutura de doutrinação marxista cultural que vem sendo construída há mais de 60 anos, efetivada há 30, e executada em larga escala há 13, em pouco tempo. Talvez levemos uma década inteira para arrefecer o espectro dessa tragédia social.

Demoramos muito tempo para reagir, agora urge que se corra atrás reversão total da tendência vermelha. Uns começaram a lutar contra essa dominação há pouco mais de 10 anos, outros menos ainda, mas o importante é resistir, insistir e não desistir até se alcançar uma posição confortável, em que se tenha atingido um grau de civilidade que nos dê orgulho de pertencer a esta nação.

Por UBIRATAN MACHADO DE OLIVEIRA


Seu Mini-Currículo de acordo com suas palavras:
-Advogado, Engenheiro Civil, Encanador, Eletricista, Cozinheiro, Faxineiro, cadista , violeiro e cantor indignado com a situação atual de nosso Pais;
-AntiPTista e base aliada e apoiador da volta da democracia ao nosso País;
-Sou auditor de Controle Externo
Conheço bem a roubalheira pois o PT aparelhou tudo nesse País!!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Pilares da Formação da Personalidade

Autora:Daniela Costa Queiroz Medeiros(*)

Edilson Mougenot Bonfim, em sua obra "Direito Penal da Sociedade", ressalta que três são os pilares da formação da personalidade de um indivíduo: família, igreja e escola.

Estes três agentes socializadores devem interagir de forma satisfatória na interação dos múltiplos fatores protetores que podem desencadear. Do contrário, serão responsáveis por propiciar condutas e atitudes determinadoras de uma maior vulnerabilidade das crianças e/ou adolescentes aos acontecimentos adversos. 

A família é o primeiro agente socializador da criança e adolescente em nossa sociedade, figurando como peça fundamental na formação da personalidade do indivíduo.

Através de prescrição de comportamentos e imposição de limites, a família é a responsável por incutir na sua prole sentimentos de responsabilidade social, tudo, com a finalidade de que haja pleno desenvolvimento da criança e formação de sua personalidade.

É na fase evolutiva da adolescência que o pré-adolescente busca uma nova visão de si e do mundo. Até então tivera, quando na fase infantil, seu caráter e personalidade amoldada pelos pais, agora, em contato com a escola e com os meios de comunicação, ingressa em uma fase de desenvolvimento baseado no "aglobamento" de vários fatores.

Em outras palavras, o adolescente não sendo mais criança e nem sendo um adulto, tem dificuldades em se definir nas diversas situações de sua cultura. No caminho para sua independência, sentindo-se inseguro, busca o apoio do grupo em que convive. Quando o adolescente não possui bom relacionamento com os pais o grupo facilita o rompimento dos laços fragilizados, permitindo novas identificações. Do contrário, receberá a carga de influências para formação de personalidade dos dois lados. Para atingir a fase adulta o adolescente deverá fazer uma síntese de todas estas identificações desde a infância. 

A adolescência é uma reedição de todo o desenvolvimento infantil, visando definir o caráter social, sexual, ideológico e vocacional. Esse período pode ser caracterizado como “turbulento” e é variável em cada adolescente, dependendo do ecossistema sócio-familiar em que se encontra inserido.

A criança, quando inserida em um contexto de abandono, prostituição, dependência química e falta de estrutura familiar e/ou psíquica por parte de seus genitores ou responsáveis, provavelmente, ao quedar-se na fase da adolescência, passará por ampla e profunda desestruturação no nível de sua personalidade, o qual já era fragilizado, por estar em fase de formação.

Aliada a isso, o modelo de sociedade atual, apegada ao consumismo exacerbado, incita, principalmente os adolescentes, a esposarem uma forma de vida que é a ditada pela mídia, levando estas a quererem aquilo que não precisam e a trilharem pelo caminho da imoralidade e ilegalidade para conseguir o que lhes foi feito desejar. 

Portanto, para que a criança e ou adolescente encontrem a base de estruturação da sua personalidade firme, faz-se necessário que a família entenda seu importante papel na criação de sua prole, "restabelecendo" a postura de orientadora e auxiliadora de sua prole e o controle sócio – cultural e ético – religioso dos filhos, e não os perdendo para a mídia, tecnologia e condições socioeconômicas. 

Com relação às escolas, estas devem implantar regime de ensino integral, priorizando não só o ensino das matérias letivas anuais, como incluindo atividades profissionalizantes, aulas de arte, cultura, dança, seminários expositivos sobre temas atuais, iniciação científica. 

Destaque-se, nesse ponto, a amplitude do termo educação, preconizado pelo artigo 205[1] da Constituição Federal, a fim de ter consciência de que “educar” é muito mais do que "ensinar", ou seja, importa em um processo de construção da cidadania. (DIGIÁCOMO, p. 7).

Com relação às igrejas, seu papel não deve se restringir a teologias da prosperidade, mas sim apregoando o real Evangelho, sem distorções na Palavra. 

Ainda, faz-se necessária mobilização midiática a fim de que a sociedade entenda o papel de cada agente socializador na formação das crianças e adolescentes e as soluções que seriam mais adequadas, ao invés de preconizar o sensacionalista rigor punitivo (apregoando redução da maioridade penal e afins).

Resumindo, a sociedade deve entrelaçar as mãos e caminhar na busca da efetivação da doutrina de proteção integral da criança e adolescente, com a retomada por cada agente socializador de seu papel de forma cooperativa, ao invés do desvirtuamento do caminho escorreito a ser trilhado.

Referência:

[1] Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Bibliografia:

BAPTISTA, Carlos Alberto. Crescimento da criminalidade e a atuação estatal. Curitiba: Juruá, 2007. 

CALS, Carlos Roberto; GIRÃO, Ivna; MOREIRA; Márcio Alan. Direitos de Crianças e Adolescentes: Guia de Atendimento. Fortaleza, 2007.

CENTRO DE REFERÊNCIAS EM EDUCAÇÃO INTEGRAL. Sistema de Garantia de Direitos.Disponível em: <http://educacaointegral.org.br/glossario/sistema-de-garantia-de-direitos/>. 

MOUGENOT BONFIM, Edilson. Direito penal da sociedade. 2. ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 1998.

SANTOS, Felipe Augusto Rocha, O papel da mídiana edificação de um Estado Penal seletivo e policialesco.Disponívelem: <http://jus.com.br/artigos/14202/o-papel-da-midia-na-edificacao-de-um-estado-penal-seletivo-e-policialesco#

* DANIELA COSTA QUEIROZ MEDEIROS
















- Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa;
-  Especialista em Direito e Processo Contemporâneo pela Faculdade de Telêmaco Borba;
Advogada OAB/PR 60.401
Telefone para contato:(42) 9917.2697
E-Mail: danielacostaqueiroz@hotmail.com

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

A responsabilidade das empresas de telefonia pela má prestação dos serviços



Em que pese toda sistemática de proteção ao consumidor. este ainda encontra incontáveis barreiras para efetivar seus direitos, face à algumas em­­presas, as quais, ao arrepio de tudo que se prega, no tocante aos princípios básicos que devem pautar as tratativas entre consumidor e fornecedor, que são flagrantemente violadas. Prova disso, são as empresas de telefonia, que recorrentemente são acionadas judicialmente para prestar o serviço adequado ao cliente.

Nesse âmbito, recentemente a Empresa de Telefonia OI anunciou que iria pedir sua recuperação judicial em decorrência, entre outros fatores, de inúmeras ações movidas contra ela na justiça, ações essas, em sua maioria pela má prestação de serviços. Não raras vezes, é possível conversar com alguém vítima desses problemas; em uns casos, são serviços que são cobrados e não foram solicitados; em outros, a empresa cobra por serviços não disponibilizados aos clientes, ou mesmo, não fornece à velocidade contratada em relação à internet.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Concurso público,Demora na convocação /perda do prazo... E AGORA?



“O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” (Albert Einstein)

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Brasil 2016 – Mais complicado que a crise de 1929?



Olá,

Grande responsabilidade inaugurar esta seção neste blog tão qualificado. Vamos explicar (tentar) descomplicadamente assuntos de economia. Começando com uma definição aparentemente incompreensível, mas que ilustra bem o conceito:

Numa cidade, muito frio, a cidade parece deserta…

Os habitantes, endividados e vivendo à custa de crédito. Por sorte chega um viajante rico e entra num pequeno hotel. 

O mesmo saca uma nota de R$ 100,00, põe no balcão e pede para ver as instalações. Enquanto isso, o gerente do hotel sai correndo com a nota de R$ 100,00 e vai até o açougue pagar suas dívidas com o açougueiro.

Este, pega a nota e vai até um criador de suínos a quem deve e paga tudo.

O criador, por sua vez, pega também a nota e corre ao veterinário para liquidar sua dívida.

O veterinário, com a nota em mãos, vai até a zona pagar o que devia a uma prostituta (em tempos de crise essa classe também trabalha a crédito).

A prostituta sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde, às vezes, levava seus clientes e que ultimamente não havia pago pelas acomodações, e paga a conta.

Nesse momento, o gringo chega novamente ao balcão, pede a nota de volta, agradece, mas diz não ser o que esperava e sai do hotel e da cidade.

Ninguém ganhou nenhum vintém, porém agora toda a cidade vive em PAZ!

Moral da história: Economia é fácil de entender, mas difícil de aceitar... 

Uma definição simplista de Economia é a ciência que estuda (e tenta concatenar) a escassez de recursos tanto para consumir quanto para produzir. Consumo que atenda as necessidades humanas (ilimitadas) versus produção de bens e serviços. Sempre que se pensa em dinheiro, no que compra, sempre, por mais que seja rica uma pessoa, sempre haverá insatisfação. O céu é o limite para as necessidades do ser humano.

Depois dessas definições (que sempre geram reflexão e dialética) vamos ao tema de hoje: 

Brasil 2016 – Mais complicado que a crise de 1929?

A declaração foi do Ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Quando em maio último em entrevistas foi feita essa declaração, muitos se debruçaram a ver semelhanças e diferenças nos dois momentos históricos econômicos.

Comparativo entre a crise de 1929 e 2016:



1929
2016

Cenário comparativo
Economia em pleno desenvolvimento nos EUA e Europa se recuperando da 1ª Guerra mundial
Mundo patinando, saindo da crise de 2008
Excesso de produção sem ter para quem vender
Exportações prejudicadas por crise na Europa e China

Alta do dólar
Desemprego
Desemprego
Queda brusca no preço das ações
Queda brusca nos preços de ações de estatais que movem o Mercado: Petrobrás, Eletrobrás, entre outras


No quadro acima vemos o que basicamente semelhante aconteceu e acontece. Nos EUA havia superprodução, mas não tinha para quem vender, pois a Europa estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial e voltou a produzir industrialmente, enquanto que no Brasil a produção que era escoada para Europa, em crise, deixou de ser exportada, junto com a alta do dólar que prejudicou todo um setor que dependia de importações pra produzir no país. Nos dois períodos gerou forte desemprego, e o setor de investimentos a longo prazo retraiu-se (Mercado Financeiro). 

Comparativo New Deal (1929) e Plano Temer


1929
2016

Cenário comparativo
Medidas corretivas
Investimento em Infraestrutura, incentivos ao agronegócio,
PEC que limita gastos do governo
Modificação nos sistemas Financeiro e bancário
Extinção do Fundo Soberano;
Realocação de recursos do BNDES para o Tesouro;

Controle de preços

Instituição de benefícios sociais
Subsídios
Continuação dos Programas Sociais

Ponto divergente entre 1929 e 2016 é que num cenário onde a economia está em retração, os gastos do governo devem aumentar, investimentos em infraestrutura como hospitais, malha viária, isso gera empregos e melhora a atividade econômica. Os EUA aumentaram os gastos enquanto que o governo brasileiro, sem reservas, é praticamente obrigado a estancar gastos provocando um efeito perigoso. O risco no Brasil pensa-se diminuído ao cortar gastos quando realoca recursos do Fundo Soberano e do BNDES para o Tesouro, assim possibilitando pelo menos manter os benefícios sociais, que nesse período de crise se faz mais que necessário.

No Brasil, o Sistema Financeiro Nacional é um dos mais seguros do mundo contra fraudes, pois quando foi instituído, já foi feito pós crise de 1929. Por essa razão que muitos investidores internacionais colocam suas divisas em títulos do Mercado brasileiro.

Em 1929 os preços estavam acima do mercado. Como nas bolhas imobiliárias que vimos no Brasil por exemplo. Lá era carvão, petróleo, entre outros. Naquele momento deu certo o governo intervir no controle de preços. Mas no Brasil na década de 1990 mostrou que aqui pode ser desatroso, aumentou mais ainda a inflação. Um detalhe: com menos atividade econômica, a inflação até cresce, mas fracamente. É o que temos como ponto positivo para o momento delicado que estamos passando.

Concluindo: as medidas tomadas são suficientes? No caso da Crise de 1929 os efeitos dessas medidas só foram realmente sentidos em 10 anos. Pergunto: temos a paciência de esperar? Já se fala na volta da famigerada CPMF para o próximo ano, pois agora os efeitos da crise serão mais aparentes. No imaginário do eleitor médio, Temer e equipe tem 90 dias para fazer um “milagre”. O que tirou os EUA da crise foi muito trabalho, confiança nas Instituições e visão de médio e longo prazo dos governantes (planejamento estratégico).  Que o brasileiro continue trabalhando e não desistindo nunca.

Por ANA PAULA STUCCHI















-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana

domingo, 17 de julho de 2016

A pergunta que nunca cala: A mulher existe?


Contrariando a clínica de Freud, que começou com as mulheres e se debruçou em seus estudos sobre a histeria, no início da minha atividade clínica como analista, deparei-me com uma surpresa. Meus primeiros analisantes eram homens e neuróticos obsessivos.

Enfim....passaram-se mais de 10 anos em minha atividade clínica como psicanalista, os quatro, são fiéis analisantes até hoje. Porém meses depois da chegada deles há mais de 10 anos atrás, chegaram as histéricas!!!!!

E quando estas chegaram.... aí sim...na função analista, descobri o que era Psicanálise, a linguisteria, a voz pulsante e vibrante de uma histérica, os choros desesperados, os risos, as gargalhadas soltas e o sofrimento estruturado no desejo insatisfeito. 

Naquele momento, acabei por me deparar com o livro de Maud Mannoni (1999): “Elas não sabem o que dizem”.

Hoje, sabemos, a clínica é diversa: há lugar para todos os tipos de sujeitos e suas respectivas estruturas e demandas. E com isso todas as mulheres. 

Na verdade é para elas a quem dedico esta escrita, não muito preocupada em saber se são histéricas, obsessivas, psicóticas, psicóticas ordinárias. Enfim... são mulheres, e com isso afirmo que estou recortando a minha atividade de escrita, a posição feminina que cabe a uma mulher. 

Sem dúvida, não é muito simples ser uma mulher. Simone de Beauvior, já nos afirmou “Ninguém nasce mulher, torna-se”. E é essa questão que norteará a minha escrita.

A questão do tornar-se mulher era enigmática para Freud: “Como a mulher se desenvolve a partir da criança com disposições bissexuais?” Sabemos que Freud achava a Psicologia das mulheres mais complicada que a dos homens. Segundo Mannoni (1999), Freud um dia confessou a Marie Bonaparte. “A grande pergunta que ficou sem resposta, e à qual eu mesmo nunca pude responder, apesar dos meus trinta anos de estudo da alma feminina, é a seguinte: o que quer a mulher?” 

A esta pergunta Freudiana, Lacan responde: ela deseja, muito “simplesmente” (sabemos que não é tão simples assim), acrescento Lacan e afirmo: ela deseja, ardentemente deseja. Nessa perspectiva o falo se situa como faltoso do desejo, no nível da divisão sexual. 

Para Mannoni (1999), Freud está à procura do que falta à mulher, observando que a “tensão sexual” desta deve ser mantida em nível relativamente baixo. O destino feminino se situaria, assim, entre o déficit de excitação e a superexcitação. Se a mulher não pode encontrar no homem um sedutor, só lhe resta identificar-se com ele, seduzindo outra mulher – eventualidade que Freud não entendeu nos tratamentos de adolescentes. 

Mas hoje, na clinica, nós analistas, estamos atentos às adolescentes que chegam aos nossos consultórios e se declaram homossexuais; escute-as direito. Ainda são adolescentes, falta-lhes um bom caminho a percorrer nesse endereçamento ao ser uma mulher. 

Jamais nos esqueçamos de Dora e Sra. K, revisitado por Lacan a nos esclarecer, que Dora, apenas queria saber com Sra. K, o que era ser uma mulher. 

Mannoni (1999) retoma a pergunta feita por Freud: As mulheres podem amar? Para Freud essa pergunta é entendida da seguinte forma: é a si mesma que a mulher ama. Seu primeiro objeto de amor foi sua mãe. Somente trabalhando o luto é que o “desvio” desse amor para o pai, e depois para o homem amado, torna-se possível. O primeiro amor (a mãe) sempre deixa uma cicatriz indelével, constituindo o leito dos amores impossíveis. 

O que quer a mulher? A pergunta nunca deixou de perseguir Freud. No início, ele sabia: elas desejam o que lhes falta, o pênis; essa teoria falocêntrica persegue Freud até 1923, quando ele nos afirmou, não saber mais. 

Se Freud perguntou o quer A mulher, Lacan em 1956 retomou essa pergunta Freudiana, retirando o artigo definido A e então nos perguntou: O que é uma mulher. 

Lacan (1956) nos disse: 
"Para a mulher, a realização do seu sexo não se faz no complexo de Édipo de uma forma simétrica à do homem, não pela identificação com a mãe, mas ao contrário pela identificação com o objeto paterno, o que lhe destina um desvio suplementar. Freud jamais largou essa concepção, o que quer que se tenha feito desde então, especialmente das mulheres, para estabelecer a simetria. Mas a desvantagem em que se acha a mulher quanto ao acesso a sua identidade seu próprio sexo quanto à sexualização como tal, na histeria transforma-se numa vantagem, graças à sua identificação imaginária com o pai, que lhe é perfeitamente acessível, em virtude especialmente de sua posição na composição do Édipo. (LACAN, 1956, p.202)"
Por isso a histérica, sempre é fiel ao pai e se identifica com ele. Ela fica cheia de si, quando lhe dizem: “é a cara do pai”, “é outra vez o pai”, “possui o temperamento idêntico ao do pai”. A histérica fiel ao pai segue seus passos, e não adianta a mãe tentar impedir. Ela será fiel, é ela quem estará ao lado dele em seu leito de morte. E se um dia, esse pai, vier a falecer, ela se sentirá uma viuvinha.

Pais  que estão a ler esse texto, penso ser válido pontuar a vocês: Se algum dia vocês tiverem de se separar,: por mais que vocês tentem esclarecer as suas filhas que vocês estão se separando da mãe e não delas, só lamento antecipar a vocês e lhes revelar uma péssima notícia: as meninas jamais entenderão. Inconscientemente, vocês estão se separando delas também. 

O recado que se permite posso também pontuar às mães: não joguem jamais suas filhas contra os pais, nem muito menos tentem afastá-las dele, pois pai é insubstituível. Não tentem ser pai e mãe ao mesmo tempo, por mais que vocês se esforcem não conseguirão. 

Observem o Caso Dora, Lacan (1956) nos perguntou: "Que diz Dora através da sua neurose? Que diz a histérica – mulher? Sua questão é a seguinte: O que é ser uma mulher? "

Quando Dora se vê interrogar a si mesma sobre o que é uma mulher? Ela tenta simbolizar o órgão feminino como tal. Sua identificação com o homem, portador de pênis, é para ela, nessa ocasião, um meio de aproximar-se dessa definição que lhe escapa. O pênis lhe serve literalmente de instrumento imaginário para apreender o que ela não consegue simbolizar. 

Tornar-se mulher e interrogar-se sobre o que é uma mulher para Lacan (1956) são duas coisas essencialmente diferentes e nos afirmou: 
"é porque não nos tornamos assim que nos interrogamos, e até certo ponto, interrogar-se é o contrário de tornar-se. A metafísica de sua posição é o subterfúgio imposto à realização subjetiva na mulher. Sua posição é essencialmente problemática, e até um certo ponto inassimilável. Mas, uma vez que a mulher é introduzida na histeria, é preciso dizer também que sua posição apresenta uma estabilidade particular, em virtude de sua simplicidade estrutural – quanto mais simples é uma estrutura, menos ela revela pontos de ruptura. Quando sua questão adquire forma sob o aspecto da histeria, é facílimo para a mulher colocá-la pela via mais curta, a saber: a da identificação com o pai. (LACAN, 1956, p.209)"

As afirmativas polêmicas de Lacan da década de setenta: A mulher não existe e não há relação sexual, Melman (2004) muito claramente nos afirmou: "Para um homem, a imagem de uma mulher é o suporte desse objeto pequeno a, quer dizer, objeto de sua fantasia." 

Ou seja, mais uma vez é a parte do corpo da mulher, aqui parte imaginária, que vai ser o suporte do desejo. O que significa portanto, dizer que a relação sexual se estabelece não entre dois parceiros, que vão reciprocamente gozar de seus corpos, mas entre dois objetos que não são os mesmos nem para um e muito menos para o outro. 

Não há relação sexual, pois não é o corpo da mulher enquanto tal que interessa a um homem, mas esse objeto pequeno a, objeto de sua fantasia que lhe empresta. E para uma mulher, da mesma maneira, é um objeto preciso do corpo do homem que lhe interessa e é exatamente por isso que, na relação sexual, cada um dos dois parceiros tem o sentimento de que sua existência enquanto tal, enquanto sujeito, não é reconhecida, que não é isso que interessa ao outro.

Acrescento Melman (2004), na verdade, apenas o re- afirmando: é a fantasia que sustenta uma relação sexual. Caso essa fantasia seja inexistente, serão apenas dois corpos estirados em cima de uma cama. Acredito: na verdade não transamos com corpos.... são simples corpos. Transamos com as idéias e é por elas que somos loucamente apaixonadas e é com essas ideias que fazemos amor. 

Talvez nessa perspectiva, as mulheres do século XXI acabaram por se perder em alguns aspectos, como nos afirma Medeiros (2008), penso que talvez o leitor deste texto, já deve ter escutado falar na Mulher Melancia, e a Mulher Jaca. São duas dançarinas do funck que ganharam notoriedade por possuírem quadris avantajados. Essa é toda história do começo ao fim. 

Há também aquelas que se intitulam de Mulher – Rodízio, e para elas, é assim que a sua feminilidade se expressa. 

No século XXI, existem mulheres que acreditam fielmente que é sendo melancia, jaca ou rodízio conquistaram sua liberdade sexual. E acreditam gozar disso perfeitamente. Porém, com toda essa liberdade, acabam por esquecer a premissa básica para ser uma mulher: é justamente nesse não ser não toda. É não toda fálica que uma mulher se constitui. 

A partir desse exemplo do século XXI, podemos entender quando Lacan (1970) nos afirmou em sua premissa: A mulher não existe. Mulheres existem, isso pode ser mais ou menos verificado, mas “A” mulher, ou seja, aquela que seria definida por um signo específico, como o homem que é especificado na castração, esse signo específico não existe para uma mulher e essa é a razão pela qual as mulheres se queixam de não serem fundadas em sua feminilidade. 

Rocha (2004) acrescentou que a mulher está se situando numa posição histérica em que ela se crê toda fálica, e, portanto, ela exige que seu parceiro creia nela como A mulher. Nesse caso, evidentemente, isso só pode remetê-la, a ela e remetê-los, ela e a seu parceiro, a uma posição de insuficiência, uma posição sintomática, portanto uma posição sacrificial ao pai. 

Por outro lado, ainda Rocha (2004) afirmou que, se numa outra posição, uma mulher pode suportar essa relativa insatisfação fálica que lhe é inerente, porque ela é não – toda – fálica, sustentar, então, isso, não faz disso uma queixa, um ressentimento, mas ao contrário, ela pode ir mais além e suportar isso como uma abertura para um gozo Outro, é isso o que lhe daria, o que podemos chamar um estilo próprio. 

Lacan (1970) nos afirmou que o estilo é o próprio objeto. É assim que uma mulher se tornaria, então, esse objeto que captura o homem de um modo diferente. Não mais para completá-la, vir a preencher a sua incompletude, mas para mantê-lo numa certa sideração em torno de algo que lhe escapa – e que escapa também a ela – e que decididamente é o que põe, a ambos no caminho do desejo. 

Jamais seremos iguais aos homens, existe uma mulher para um homem, porque então a insistência dessas mulheres no século XXI agirem como homens? 

Sim, elas se dizem mulheres, heterossexuais, com vida sexual ativa. Mas a posição sexual que essas mulheres ocupam na dinâmica dos sexos, é muitas vezes masculina.

Gostaria muito de acreditar que elas não sofrem, mas, já nos diz a Psicanálise, o sofrimento é inevitável.

Quando Medeiros (2008) em seu texto jornalístico, também aponta que nesse hortifruti há espaço para todas, a autora critica a si mesmo, se rotulando de A Mulher Banana. Esta é tolinha, insossa, que não tem corpão, é cultural e intelectualmente sofisticada sendo assim, não inveja as top models. 

Confesso, que não acredito ser essa mulher tão banana assim, talvez justamente essa, que mesmo sem saber....sabe, o que é ser uma mulher. 

Colette Soler (2005) nos assinalou: "Uma mulher não se faz reconhecer como mulher pelo número de seus orgasmos ou pela intensidade de seus êxtases, salvo algumas exceções, é verdade. E, muito longe de exibir-se, sucede a esse gozo esconder-se. Daí a necessidade de um outro recurso e os esforços para se identificar pelo amor. Em outras palavras, na impossibilidade de ser A mulher, resta apenas ser “uma” mulher, a eleita de um homem. Ela toma emprestado do “um” do Outro, para se certificar de que não apenas um sujeito qualquer - o que ela é, a partir do momento em que é um ser falante, sujeito ao falicismo – mas ser, além disso, identificada como uma mulher escolhida. Assim é compreensível que as mulheres, histéricas ou não, mais que os homens, amem o amor". 

Assim sendo, Melman (2004) nos faz pensar com o título do seu seminário: Será que podemos dizer, com Lacan, que a mulher é sintoma do homem? 

Referências:

André, Serge. O que quer uma mulher? – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1999.

Freud, Sigmund. Sexualidade Feminina (1931) in: Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: - Rio de Janeiro: Imago, 1996, vol. XXI.

Freud, Sigmund. Conferência XXXIII: Feminilidade (1933 [1932]) in: Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: - Rio de Janeiro: Imago, 1996, vol. XXII.

Lacan, Jacques. O seminário livro 3: as psicoses 1955 – 1956. 2ªed. Revista – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2008.

Lacan, Jacques. Seminário livro 18: de um discurso que não fosse semblante(1971). – Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Ed. 2009.

Lacan, Jacques. Seminário livro 20: mais, ainda. (1972 – 1973) 3ª ed. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2008.

Lacan, Jacques. O seminário, livro 23: o sinthoma, 1975 – 1976. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2007.

Mannoni, Maud. Elas não sabem o que dizem: Virgínia Wolf, as mulheres e a psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Ed. 1999.

Medeiros, Marta. Doidas e Santas. – Porto Alegre, RS: L& PM, 2009.

Melman, Charles. Será que podemos dizer, com Lacan, que a mulher é sintoma do homem? Ed. Tempo Freudiano, Rio de Janeiro, RJ. 2004.

Soler, Collet. O que Lacan dizia das mulheres. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2005.

Por CLARISSA LAGO


-Psicóloga graduada(Formação Clínica e Bacharelado) - Primeira Turma(1999) pela UNIFACS (Universidade de Salvador);
-Mestre em Educação pela UFBA (Universidade Federal da Bahia);
-Especialista em Psicopedagogia pela UCSAL (Universidade Católica do Salvador);
-Pedagoga com habilitação em Orientação Educacional pela UCSAL;
-Psicanalista praticante;
-Articulista e Ensaísta;
-Escritora:Autora do livro Paranóias(Editora JUSPODIVM-2012);
- Autora do Blog da Psicanálise (www.blogdapsicanalise.com.br).
-Atua como psicanalista e supervisora em consultório particularCONTATOS:
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