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quarta-feira, 9 de março de 2022

0 quase pós pandemia...


 Autora: Maria Cristina Marcelino Bento(*)

Ainda há aqueles que estão a lamentar a partida de familiares e/ou amigos. Vivem aos quatro cantos e nas redes sociais a marcarem o tempo de partida do outro ou o seu tempo de perda...faltando marcar o renascimento para o novo. Efeitos da saudade, respeitemos.

As famílias já se reúnem para as festas. O que antes era saudade de todos por conta do isolamento social, agora volta aos bendizeres e maldizeres...coisas de família: abraços, risos e gargalhadas, choros, desafios, contas a pagar e perdões a se concretizarem.

E a máscara? Tem virado aparador de queixos, brincos, bolsinhas carregadas nas mãos com elegância. Algumas vezes ficam esquecidas por aí da praia a banca da feira. Tem máscara descartável, as laváveis e as que nunca são descartadas ou lavadas. Triste mesmo é quando encontramos uma destas máscaras esquecidas enroscada nos bichos. No pico ou asa de aves, no pescoço da tartaruga...e por aí vai...Dizem que elas estão com os dias contados. Tomara viu, afinal com esse calor de estalar mamonas não há ser humano que suporte essa coisa na cara. Mas, temos aquelas que não serão abandonadas no fundo da gaveta até serem eliminadas em uma próxima faxina. Seus donos a utilizarão mesmo que a lei determine o fim da máscara, não pelo valor aplicado na compra do pacote de máscara, mas pelo zelo... é melhor prevenir que remediar.

A praia, o bar, o estádio de futebol voltaram a funcionar e graças a Deus as escolas... pais e familiares das crianças e jovens estão aliviados novamente, com a ideia de que seus filhos estão bem na escola.

Nas redes sociais podemos constatar que os seres humanos fazem caras e bocas de felizes... pois é vai saber...Postam de tudo, o que antes era segredo sagrado guardado a 7 chaves, vai a público aguardando o maior número de curtidas. E, quando não há curtidas, há lamentos.

A economia volta a girar, as estradas estão lotadas de carretas que transportam os produtos. Nas ruas as pessoas se esbarram pelas sacolas que carregam. As vendas online seguem, aos que ainda preferem comprar desta forma.

Refletindo...não generalizando, mas já generalizando... A humanidade ainda não aprendeu a cuidar, a educar para paz... a inovar a vida, para fazer dela uma passagem mais suave com aprendizados menos dolorosos. Por um período perdemos entes queridos, ficamos distante das pessoas, adoecemos, tememos a doença, seguimos correndo atrás de vacinas ou de hábitos saudáveis para a vida.

E, eis que de repente não mais que de repente para os que acreditaram no ...de repente uma guerra se instaurou... O Papa convocou a todos a oração e ao jejum pela paz.

É meus amigos, ver e olhar, ouvir e escutar, ler e compreender são atos que precisamos refinar. 

* MARIA CRISTINA MARCELINO BENTO














-Graduada em Pedagogia; 

- Mestre em Educação pela UMESP-SBC; 

-Doutora em Tecnologias da Inteligência e Designer Digital; -  

-Atualmente é :

-Professora titular no UNIFATEA nos cursos de graduação e pós-graduação;

 Coordenadora Pedagógica no Núcleo de educação a distância no UNIFATEA e

 - Professora Coordenadora do Curso de Pedagogia – modalidade EAD na mesma instituição.

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

domingo, 6 de março de 2022

Pandemia e Educação: relação de consequências nefastas


 Autor: Rodrigo Augusto Prando (*) 


A pandemia, nos seus primórdios, já apontava para uma situação difícil em inúmeras dimensões da sociedade brasileira. A conjuntura pandêmica agudizou aquilo que, estruturalmente, já se apresentava como graves problemas. A educação, infelizmente, é uma das dimensões da vida social mais atingidas nestes dois últimos anos.

Segundo matéria assinada por Bárbara Muniz Vieira, no portal g1(Com pandemia, aluno do ensino médio de SP tem pior desempenho da história; estudante sai com defasagem de seis anos | Educação | G1 (globo.com)), em 02/03/2022, o cenário educacional é, para dizer o mínimo aterrador, pois piora o que já era ruim. Segundo os dados oriundos o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), 96,6% dos alunos da rede estadual terminam sua escolarização com desempenho abaixo do adequado em matemática; ou seja, um jovem ao final do 3º ano do Ensino Médio apresenta uma proficiência em matemática de um estudando do 7º do Ensino Fundamental, uma defasagem de, praticamente, seis anos. No que tange à Língua Portuguesa, o aluno do 3º do Ensino Médio tem uma proficiência comparada ao do estudante do 8º ano do Ensino Fundamental. Ainda na referida matéria, o Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou que "Aquilo que já era ruim ficou pior. Estou usando uma frase que já foi muito publicizada para dizer que o ensino médio já estava no fundo o poço e a pandemia mostrou que podia piorar".

No campo da medicina já se reconhece a chamada “Covid longa” cujas consequências para a saúde dos indivíduos que foram infectados pelo coronavírus deixam sequelas no sistema nervoso, coração, rins e outros tantos órgãos. Na educação teremos, também, uma longa e nefasta duração de problemas se nada for, urgentemente, feito. A vida do jovem egresso do Ensino Médio será afetada em sua seleção para as universidades e na sua trajetória no Ensino Superior; o mesmo no Ensino Técnico ou no mercado de trabalho. A defasagem em Matemática e Língua Portuguesa criará obstáculos ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades e o marcará indelevelmente.

A produtividade do trabalhador brasileiro já é baixa se comparada aos demais países, seja da América Latina ou aos países do Norte. A qualidade do chamado "capital humano" deixa – e muito – a desejar e isso implica em empregos com baixa remuneração. O mundo caminha para uma economia com intensa mobilização de conhecimentos, domínio de outros idiomas, tecnologia, internet das coisas, numa sociedade hiperconectada. O Brasil, assim, continuará como espectador no palco das nações e incapaz de vencer a "armadilha da renda média", ou seja, países que conseguiram evoluir a ponto de ultrapassar a pobreza, todavia, foram incapazes de manter um ritmo de crescimento sustentado capaz de chegar ao patamar de um país desenvolvido. A estrutura social brasileira apresenta temporalidade histórica distinta. Imprimiu velocidade no campo econômico, mas deixou para trás a cidadania, a cultura política e a educação, por exemplo.

Não há, como sabemos, saídas fáceis para problemas complexos. E a educação, no Brasil, é assaz complexo e multidimensional. Sociedade civil, governos, empresas e cidadãos individualmente podem escolher priorizar a educação ou nos manteremos presos no que há de pior de nossa passado colonial.

*RODRIGO AUGUSTO PRANDO

















-Graduação em Ciências Sociais pela Unesp - Araraquara (1999);
-Mestrado em Sociologia pela Unesp - Araraquara (2003);
-Doutorado em Sociologia pela Unesp-Araraquara (2009);
-Atualmente, é Professor Assistente Doutor da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas;

-Desenvolve pesquisas e orienta nas áreas de empreendedorismo, empreendedorismo social, gestão em Organizações do Terceiro Setor, Responsabilidade Social Empresarial, história e cultura brasileira, Pensamento Social Brasileiro e Intelectuais e poder político e cenários políticos brasileiros.

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.