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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Seleção de Artigos Políticos

Bom dia amigos!!

Continuando a alternatividade das 4ªs. feiras postarei hoje a Seleção de Artigos Políticos!!

Para sua apreciação estes são os artigos selecionados:


NO BRASIL DE DOIS PRESIDENTES, TODO MUNDO MANDA E NINGUÉM OBEDECE. É O CAOS



Jorge Oliveira - Diário do Poder - Brasília

O Brasil passa por um problema sério de identidade. Ninguém sabe quem manda. A avacalhação é geral. De repente, o Lula saiu da toca e começou a juntar um monte de gente para administrar o país esquecendo que a Dilma ainda está no trono. Pretende com esses grupos políticos criar um governo paralelo e deixar a presidente falando sozinha, no vazio. Lula não admite – e já disse isso pessoalmente para Dilma – que ela mantenha sob seu guarda-chuva o ministro Aloizio Mercadante. Sabe que no cargo de chefe da Casa Civil é um pulo para o ministro disputar a presidência em 2018. Portanto, Lula não quer ninguém fazendo sombra às suas pretensões políticas.

Aos poucos, ele vai minando o poder da Dilma e do Mercadante. Exigiu que a presidente indicasse o vice Michel Temer para coordenação política do governo, uma forma de botar o Mercadante para escanteio. Ela, como sempre, obedeceu cegamente. Mas não demorou para dar o troco: não atende as demandas políticas e nenhum pedido do Michel, o que tem provocado um profundo mal estar no meio político, mas sobretudo dentro do PMDB, onde o vice já foi apelidado de chefe de departamento de pessoal.

Lula mexeu na Comunicação Social do governo. Botou de goela abaixo da Dilma seu amigo Edinho, tesoureiro da campanha, já enrolado na operação Lava Jato, para cuidar dos bilhões da publicidade, uma arma mortífera para enfrentar os donos dos jornais que pensam em fazer oposição ao seu nome em direção a 2018. Com o míssil apontado para o Mercadante, seu principal alvo no governo, ele agora juntou-se aos políticos de Brasília que também não veem o ministro com muita simpatia. Tudo de ruim no governo, Lula joga nas costas do Mercadante que resiste, não porque é um grande articulador político, mas porque a Dilma sabe que se ceder a mais essa pressão de Lula pode levá-la ao total esvaziamento do poder.

E no país de dois presidentes, tudo está indo para o fundo do poço. Eduardo Cunha, por exemplo, que até então não passava de um político de segunda linha, agora está dando as cartas. Quer, por exemplo, mudar o regimento para se reeleger na mesma legislatura; quer construir um anexo e um shopping na Câmara, mesmo com o país em crise; quer derrubar Rodrigo Janot e impedir a sua reeleição na Procuradoria Geral da República; e contratou sem licitação a empresa Kroll por 1 milhão de reais para ajudar na CPI da Lava Jato. Virou, de uma hora para outra, o popstar da política com um histórico que mal encheria uma merendeira.

Lula enxerga tudo isso e mantém-se firme no seu propósito de esvaziar a Dilma. Como a presidente está no mundo da lua com seu novo corpinho, o que pode se notar pelos seus últimos pronunciamentos quando trocou as bolas, nada melhor do que passar a imagem da sua fraqueza e da sua inércia para o país, numa bem orquestrada campanha com seus blogueiros chapas-brancas. O ex-presidente não se conforma com a limpeza que a Dilma fez no seu gabinete, expurgando os militantes mais próximos dele. Não se conforma, sobretudo, com a indicação de Fernando Levy, o Ministro da Fazenda, que não passou pelas suas mãos. Mas na disputa pelo poder, Lula não quer ficar à margem, por isso enfiou lá dentro do Planalto o Edinho que entende de comunicação como ele entende de fissão nuclear.

Nesse caos em que vive o país, cada um quer tirar uma casquinha. Até os delatores premiados já desdizem os seus depoimentos porque começam a entender que podem conviver com suas tornozeleiras de grife em casa com as contas bancárias abarrotadas de dólares lá fora. Eles sabem que no Brasil o crime compensa.

Enquanto isso, o país, sem projeto, vai se esfacelando nas mãos desse governo incompetente e corrupto.


Justiça cega

bernardo mello franco
Bernardo Mello Franco 20/05/2015 02h00 - Folha de São Paulo

Na Roma antiga, a Justiça era retratada como uma deusa de olhos cobertos, que não enxergava para ser imparcial ao decidir. No Brasil de hoje, a Justiça também se diz cega, mas parece usar a venda para não ver a crise no país.

Enquanto os trabalhadores comuns sofrem com demissões e cortes de direitos, o Judiciário quer aumentar o salário de seus servidores em 31,4% neste ano. O plano prevê reajustes até 2017. Em quatro anos, custará R$ 25,7 bilhões ao Tesouro, calcula o Ministério do Planejamento.

A bomba ameaça implodir o ajuste fiscal, mas ganhou o apoio militante do presidente do STF, Ricardo Lewandowski. "Nós precisamos sempre [de reajuste]. Quem é que não precisa pagar o supermercado, já que houve um aumento do preço dos produtos?", disse, nesta segunda.

Para azar do contribuinte, o ministro não está sozinho na cruzada corporativista. Em setembro passado, seu colega Luiz Fux determinou o pagamento de auxílio-moradia de R$ 4.300 a todos os juízes do país.

A benesse foi aplaudida pelo presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini. "Não dá para ir toda hora a Miami comprar terno", afirmou. "O auxílio foi um disfarce para aumentar um pouquinho. E até para fazer com que o juiz fique um pouquinho mais animado, não tenha tanta depressão, tanta síndrome de pânico, tanto AVC."

Nesta terça, a Assembleia Legislativa do Rio começou a discutir mais um benefício para os magistrados fluminenses: um "auxílio-educação" de até R$ 2.860 ao mês. Com o sinal verde de Lewandowski, está aberta uma nova corrida por privilégios.

Além das mordomias para os juízes, a única coisa que cresce no país é a coleção de gafes presidenciais. Nesta segunda, Dilma Rousseff chamou o ministro Edinho Araújo (Portos) de Edinho dos Santos. O prefeito de Niterói (RJ), Rodrigo Neves, foi rebatizado de Rodrigues.

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