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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Mitos, Curiosidades, Dom Pedro I e o “7 de Setembro”




Desde o “Grito do Ipiranga” lutamos pela nossa liberdade carregada de mitos. E cá estamos novamente clamando pelo Grito de Independência através de mais manifestações populares. Juristas, estudiosos, cientistas políticos, jornalistas comprometidos com a verdade, blogueiros e seus colaboradores, profissionais liberais ou não, lideranças, segmentos de toda natureza tem se destacado na História atual, visando um norte para a Liberdade da Nação Brasileira. 

Outrora dizíamos que todos os caminhos levam a Roma, ainda hoje, averiguamos que continuam rumando para a Europa. Desta feita, como desde o seu Descobrimento, se assim podemos afirmar, o Brasil tem-se norteado a Portugal. 

Tal qual a História pregressa “santinhos do pau oco” continuam atravessando o mar com verdadeiras negociatas ondulosas envolvendo governantes brasileiros. Estes fatos não são mitos como abaixo narrados. Gritos estão acontecendo, o “quadro” pintado não são de encomenda, não estão expostos em nenhum museu, nem tão pouco estão longe do tempo e espaço como Pedro Américo. Mas, sim, de peito aberto lutamos por Independência. 

A tela “O Grito do Ipiranga", de Pedro Américo que eternizou a Independência do Brasil, carrega alguns mitos em seus traços coloridos. Pedro Américo era um pintor histórico, que foi autor de outras obras com o mesmo cunho. Américo não estava também presente no 7 de Setembro de 1822. O “Grito do Ipiranga” é um quadro simbólico. 

Sua originalidade glamorosa do "Independência ou Morte!", brado de Dom Pedro às margens do Rio Ipiranga (hoje um riacho) é outra questão polêmica. A "suspeita de que o quadro de Pedro Américo seja um plágio de outra obra famosa, de Napoleão em Friedland, de autoria do pintor francês Jean Louis Messonier. Segundo Laurentino, "os dois quadros são quase idênticos, mas o de Messonier é mais antigo que o de Pedro Américo". 

Curiosamente a tela ilustrativa da Independência do Brasil, data do final do Século XIX, cerca de 66 anos após o 7 de setembro que mudaria a História e transformaria a colônia em Nação Independente, foi uma encomenda do monarca Dom Pedro II "como forma a celebrar os feitos da monarquia brasileira, a esta altura bastante ameaçada pelos ideais republicanos", conta o jornalista Laurentino Gomes, autor de 1822. 

A Independência do Brasil também não foi proclamada como mostra a tela. "D. Pedro montava um animal de carga, provavelmente uma mula, estava vestido como um tropeiro e não em uniforme militar, e os dragões da Independência ainda não existiam. A guarda de honra era formada por fazendeiros, cavaleiros e pessoas comuns das cidades do Vale do Paraíba, por onde o príncipe passara alguns dias antes a caminho de São Paulo", descreve Laurentino. "Além disso, uma testemunha do Grito, o Coronel Marcondes (futuramente Barão de Pindamonhangaba-SP) registrou em suas memórias que D. Pedro I estava com dor de barriga devido a algum alimento estragado que havia comido no litoral paulista. A cena real é bucólica e prosaica, mais brasileira e menos épica do que a retratada no quadro de Pedro Américo." Os Dragões da Independência, a guarda fardada e imponente que aparece na tela não existia na época do grito original às margens do Ipiranga. 

Sabe-se por meio de outras fontes, por hora não disponíveis e acredite quem quiser: - “O trono em Portugal fora usurpado pelo tio de Dom Pedro I, motivo que o levou a permanecer no Brasil. Caso retornasse a Portugal, o mesmo não herdaria mais o trono, tampouco ficaria na História. Acuado preferiu ficar no Brasil, dando-lhe a Independência de Portugal, já que fora traído, de acordo com o Professor de História José Geraldo Godoy, da Universidade do Leste de Minas Gerais – UNILESTE.Segundo pesquisas de Godoy a situação política não era a melhor. 

Acerca das questionáveis dúvidas sobre a composição do Hino da Independência, se foi ou não composto em 7 de setembro (?): "D. Pedro era de fato um músico talentoso, capaz de fazer composição de qualidade bastante razoável para a época. Ainda assim, seria extraordinário que no intervalo de apenas cinco horas, entre o Grito do Ipiranga e as celebrações noturnas em São Paulo, tivesse composto e ensaiado um hino de estrutura bastante complexa como o da Independência. Isso jamais aconteceu", conta Laurentino. 

Segundo o escritor e pesquisador, a música executada naquela noite foi o Hino Constitucional Português, de Marcos Antônio Portugal, amigo e professor do príncipe regente. A música do atual Hino da Independência foi composta por D. Pedro I, mas numa data posterior. A letra é de um poema chamado “Brava Gente”, de autoria do jornalista Evaristo da Veiga."A história oficial se encarregou de propagar a versão de que a noite de “7 de setembro de 1822” em São Paulo teria sido épica, de celebrações, discursos e composições inspiradas", explica o jornalista.
A despeito do brado de Dom Pedro I “Independência ou Morte!”, o Brasil não deixou de ser colônia de Portugal em 7 de setembro de 1822. Naquela época, uma viagem de navio entre o Rio de Janeiro e Lisboa demorava cerca de dois meses, o que significa que as notícias só chegaram a Portugal em novembro, conta o autor de 1822. A reação, segundo ele, foi imediata. Os portugueses se mobilizaram para enviar mais tropas ao Brasil e tentar subjugar pela força os adeptos da Independência. A guerra só terminaria em novembro de 1823. 

A Independência não foi pacífica. Calcula-se que morreram cerca de 5 000 ‘soldados’ nos confrontos, o que desmente também um outro mito segundo o qual a Independência Brasileira teria sido um processo pacífico, resultado de uma negociação entre pai e filho, ou seja, D. João VI e D. Pedro. Isso não é verdade. Muita gente pegou em armas e morreu defendendo a autonomia do Brasil, especialmente na Bahia e outros Estados do Nordeste. 

Como figura central da Independência do Brasil, Dom Pedro I desperta paixões e dúvidas entre os historiadores. Mesmo a historiografia oficial o retrata de maneira controversa – um príncipe caprichoso, exímio músico, amante da equitação e um mulherengo inveterado. No entanto, era abstêmio. 

Laurentino Gomes, que lançou 1822 em que faz "uma grande reportagem" sobre o processo de independência do País descreve: "Dom Pedro foi um meteoro que cruzou os céus da história numa noite turbulenta. Deixou para trás um rastro de luz que ainda hoje os estudiosos se esforçam por decifrar. Viveu pouco, apenas 35 anos, mas seu enigma permanece nos livros e nas obras populares que inspirou". 

O príncipe Dom Pedro I "Nasceu e morreu no mesmo quarto no Palácio de Queluz. Um quarto simbolicamente chamado 'D. Quixote'. E não haveria local mais adequado para um personagem tão quixotesco quanto D. Pedro I", teoriza. 

"Além das duas mulheres oficiais – as imperatrizes Leopoldina e Amélia – teve mais de vinte amantes conhecidas, incluindo uma freira do Convento da Esperança da Ilha Terceira, no Arquipélago dos Açores", conta Laurentino, que pesquisou entre mais de 80 livros, além das 150 fontes que utilizou para escrever 1808, seu primeiro título. 

O grande amor da vida do primeiro Imperador Brasileiro foi a Marquesa de Santos, a paulista Domitila de Castro de Canto e Melo, o que não o impediu de também ter um caso com a irmã de Domitila, Maria Benedita, que depois ganharia o título de Baronesa de Sorocaba. 

Com suas mulheres oficiais e as amantes, sabe-se que Dom Pedro teve pelo menos uma dúzia e meia de filhos. "Mas, curiosamente, assumiu e reconheceu todos eles, incluindo os bastardos", diz o autor de 1822. "Dom Pedro era um pai amoroso e atento às necessidades dos filhos, como mostram as cartas e bilhetes que trocava com eles. Alguns eu reproduzo no meu livro." 

Liberal, Dom Pedro I admirava Napoleão. "Fechou a Constituinte em 1823 porque os deputados não se curvaram à sua vontade e, no ano seguinte, outorgou ao Brasil uma das constituições mais liberais e avançadas da época", exemplifica o autor que retrata Dom Pedro como "um homem de idéias próprias e bem diferentes daquelas defendidas pelo seu pai, D. João VI, e a mãe, Carlota Joaquina". 

Questionado sobre a importância de José Bonifácio, conhecido como o Patriarca da Independência, Laurentino diz: "Com a ajuda dele, o jovem príncipe de apenas 23 anos conseguiu manter o país unido naquele momento em que os riscos de uma guerra civil e de separação das diferentes províncias eram enormes". 

De certa forma a Independência do Brasil foi sim comprada. Portugal só reconheceu a Independência do Brasil em 1825, mediante uma indenização de dois milhões de libras. "Depois de ganhar a guerra caberia aos brasileiros ressarcir os prejuízos dos adversários derrotados", conta Laurentino explicando por que os adversários acusaram D. Pedro de “comprar a Independência”. No entanto, a assinatura desse tratado abriu caminho para o reconhecimento da Nação que surgia no Novo Mundo. 

Novo Mundo hoje com 515 anos, cambaleia carente de liberdade, de ética, moral, bons costumes, justiça e respostas ao coro de O GRITO

Dia “7 de setembro” comemoramos um desfile. A independência ainda não veio! 

Fonte: 
http://educacao.uol.com.br/noticias/2010/09/07/abstemio-d-pedro-1-era-grande-namorador-e-andava-com-amigos-de-reputacao-duvidosa.htm 

Por MARILENE MARQUES





-Contabilista aposentada;
-Mineira da Vila de Assaraí, Pocrane-MG; e
-Trabalhando com Voluntariado Social.
Mora na Região do Vale do Aço - Leste de Minas Gerais

Twitter:@mmarques57

20 comentários:

  1. Artigo interessante, porem, como monarquista, eu diria"há controvérsias!" kkkk Gostei! D. Pedro I do Brasil foi também D. Pedro IV de Portugal. Após renunciar aqui, foi para a "terrinha", e em rápida campanha militar, retomou seu trono.

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    1. Muito obrigada por acrescentar excelente informação ao texto. Como reporta o texto, D. Pedro I foi uma pessoa que instiga muitas curiosidades e pesquisas. Bom Final de Semana!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Prezada Marilene!
    Parabéns pelo belo artigo recheado de histórias da independência de nossa Terra que ainda clama por liberdade da falta de ética e moral política!!
    Paz e bem!!

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    1. Mônica, obrigada pela sua valiosa leitura e comentário. Muito se tem escondido sobre a História. O que foi, o que é, sempre farão de novo. 515 anos de clamores!

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  4. É muito bom saber o que realmente aconteceu, independente do que os livros didáticos publicam. Parabéns!

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    1. Rebecca obrigada pelo seu valioso comentário. Realmente há muitas coisas que ainda não sabemos e outras que jamais tomaremos conhecimento. Abraços

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  5. As histórias anteriores ao último século do milênio passado, sempre foram nebulosas e mal contadas.
    O mané do D Pedro foi expulso, e esconderam isso. Havia lambanças naquela época, exatamente como as de hoje. E o povo apagando. Não sei ainda se para agora. Estou com 73a acho q ñ vou ver.

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    1. Caro Bossoes, assim como os judeus subornaram soldados romanos a confirmarem de que "vieram seus discípulos a noite e levaram o corpo enquanto dormíamos" e que até hoje é corrente em Israel, logo, não é de se admirar tanta coisa acerca de Dom Pedro, ainda oculta. O pesquisador afirma que ainda tem muito a dizer sobre a pessoa. Assim é a trajetória da vida de cada um de nós. Obrigada pelo valioso comentário.

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  6. Parabéns Marilene Marques pela abordagem deste tema que ao meu parecer é muito interessante.
    Jane Di Lello.

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    1. Muito obrigada pela sua apreciação da leitura. Creio que existe mais curiosidades e mitos desconhecidos. Abraços Jane.

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  7. Marilene, você citou no inicio do texto, a corrida contrária dos dias atuais à Europa...e de fato a sensação que temos é que o GRITO agora é por socorro! Num mundo que construiu riquezas mal divididas...rsrs Parabéns!

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    1. Obrigada Oliveira pelo precioso comentário e observação. Estamos sim com o GRITO pedindo sim por socorro. Abçs

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  8. Muda-se o dominante, mas o dominado continua agindo letargicamente igual.

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    1. Frederico, tudo nos leva a crer que não há novidade debaixo do sol. Muito obrigada pelo seu precioso comentário. Abraços

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  9. Parabéns pelo excelente conteúdo do seu texto !Realmente, se esmiuçarmos mais, muitas outras coisas encontraremos sobre ele..
    Tanto no Brasil como D.Pedro I quanto em Portugal como D.Pedro IV ficou conhecido por : "O Libertador" , "O Liberal " , "O rei Soldado " e "O Rei Imperador" Faleceu em Queluz , aos 35 anos , de tuberculose .Foi sepultado no "Panteão dos Braganças ", em Lisboa , porém , seu coração , conforme testamento , foi doado à Cidade do Porto e , até hoje , está perfeitamente conservado na Igreja da Lapa , num mausoléu, como relíquia , no Porto..
    Desde 1972 ,seus despojos estão numa cripta do Monumento da Independência , no Museu do Ipiranga , em São Paulo.

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    1. Virgínia, excelente seu complemento. Veja só moçada temos mais curiosidades acerca do príncipe regente.
      Obrigada por esta valiosa contribuição ao texto acima citado.
      Abraços

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  10. Toda nação precisa ter seus heróis! Inegavelmente, Pedro de Alcântara ocupa esse lugar, com brilhantismo. Talvez, por isso, a história oficial tenha "esquecido" alguns detalhes que ofuscaria tal epopeia de fulgurante luz. Quem sabe a reencarnação de Pedro I em algum brasileiro simples ou não, mulherengo ou celibatário, intelectual ou analfabeto, mas honrado, digno e firme em seus propósitos seja, justamente, o que a nação está precisando? Continuo fã de seus textos, cara amiga!!!

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  11. Boa noite Jorge. Cada um de nós criamos nossos heróis, quanto mais uma Nação. Talvez ele tenha sido mesmo o melhor da família. Certos detalhes 'esquecidos' como uma diarreia, se faz necessário. Sim, pode ser que já tenha nascido um grande líder que ainda não despontou no horizonte do Brasil!!! Muito obrigada pelo incentivo de sempre. Como lhe sou grata. Eu também sou fã de suas obras e até mesmo de uma casual frase.

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  12. AS MARGENS DO IPIRANGA, D.PEDRO BRADOU O SEU GRITO QUE ATÉ HOJE É MEMORIZADO E RESPEITADO. É HISTÓRICO E FOI OUVIDO....HOJE, MORREMOS A CADA DIA COM UM GRITO PRESO NA GARGANTA. UM GRITO DE TODA UMA NAÇÃO QUE INFELIZMENTE NÃO CHEGA AOS OUVIDOS DOS NOSSOS GOVERNANTES. E HOJE GRITAMOS POR TUDO QUE POSSA FAZER UMA NAÇÃO MELHOR. PARABÉNS, MARILENE PELO SEU TEXTO. É MUITO GRATIFICANTE TER O PRIVILÉGIO DE PODER LER..

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