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sábado, 17 de outubro de 2015

Educação máxima




Há uma relação inequívoca entre pobre e falta de educação, podendo com isso gerar o fenômeno da violência. Os exemplos existem em nossos bolsões de atraso, infelizmente ainda bastante numerosos no Brasil.

A educação brasileira é um grande mosaico, formado por uma grande e dinâmica diversificação. Temos sistemas avançados, principalmente no Sul do país, convivendo com esquemas atrasados, sobretudo no Norte e Nordeste.

Os próprios governantes brasileiros reconhecem que, em virtude da incidência de muitos crimes, os governos são obrigados a dedicar grandes somas às polícia e ao sistema judiciário. Melhor fariam, é claro, se pudessem colocar esses recursos para melhorar o atendimento educacional, oferecendo uma solução de raiz, que falta ao Brasil.

Nos dias de hoje, há uma descrença generalizada. Os escândalos no Congresso, as falcatruas no governo, a falta de lisura em alguns membros do Judiciário, tudo isso faz crer que a ética está em pane, promovendo a prevalência da tristemente famosa “Lei de Gerson” (a vida é dos espertos). E se o Congresso não cumpre adequadamente as suas funções, o jeito é substitui-lo, por intermédio de eleições democráticas, como as que estão programadas para o mês de outubro deste ano.

Os assaltos são sucessivos, não se tem garantia de nada, mata-se por qualquer bobagem. A droga comanda as ações desses celerados. Vivemos num país com enormes desigualdades sociais, com altos índices de desemprego e não se espere que não tenhamos um preço a pagar por isso.

Não pode haver indiferença do Estado, enquanto cresce essa lamentável criminalidade. Se o cidadão fica responsável pela sua própria defesa, fazendo justiça por conta própria, com a privatização do poder de polícia, corremos o risco de uma guerra civil. Não é isso que se deseja – e certamente a solução passa por uma educação de boa qualidade estendida a todos.

Uma das realidades mais tristes do nosso país é a verificação de que se trata mesmo de uma nação de muitos contrastes. Cidades desenvolvidas e com um nível de vida apreciável convivem com outras, totalmente desassistidas, onde a pobreza, a ignorância, a violência e a miséria fazem parte de seu cotidiano.

Gostaria de voltar à prioridade de recursos para a atenuação dos graves problemas sociais que enfrentamos. Ninguém pode condenar a ideia de se ter penitenciárias com o rigor desejado, nesse eufemismo da “segurança máxima” – a fim de que não se tenha de chorar a impiedosa ação dos marginais, hoje os verdadeiros donos das ruas e favelas das nossas grandes metrópoles.

Está na hora de mudar isso. A educação é o caminho, antes que o país afunde de vez na ignorância, miséria e violência.

Por NELSON VALENTE



-Professor Universitário;
-Jornalista; e
-Escritor
@Escritor4

Um comentário:

  1. Excelente prof. Nelson. Crianças de 11 anos do interior do Pará, não sabem que M + A é igual a MA. Triste realidade.E não há preocupação para que se mude a situação, nem pelos carteis, pelos pais, escolas e Estado. Parabéns Nelson Valente!

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