A crise da educação no Brasil é antiga e conhecida por especialistas e leigos. Por mais que a propaganda petista diga o contrário os avanços neste setor tem sido tímidos e incapazes de reverter um quadro que se mostra endêmico.
Os componentes da crise são também conhecidos e exaustivamente debatidos . Principalmente em anos eleitorais , onde pequenos avanços são expostos como troféus políticos desta ou daquela sigla.
Uma parte dos especialistas , de orientação marxista, costuma atribuir a fatores econômicos a situação de penúria secular do setor. É claro que o componente econômico deve ser considerado, mas não responsabilizado por todas as mazelas do sistema.
Altos investimentos no setor não garantem o retorno em termos de qualidade, exceto se vierem acompanhados por reformas tanto na estrutura quanto no gerenciamento educacional.
O assunto é complexo e não me atrevo a fazer um diagnóstico completo e, principalmente, prescrever o conjunto de medidas capazes de reverter a crise. Meu artigo pretende apenas fazer uma reflexão sobre determinados aspectos da questão.
A crise do sistema educacional é uma crise de gestão e de orientação. Ela passa pelos gabinetes políticos e chega até as salas de aula. Atinge a base e o topo da pirâmide educacional.
É mais perversa no setor público do que no privado, mas seus efeitos contaminam ambos os setores.
Os aspectos externos da crise são visíveis. Baixa qualificação da mão de obra, remuneração insuficiente , baixa qualidade do ensino (em todos os níveis), evasão escolar no nível básico e intermediário, ensino técnico divorciado do mercado de trabalho, precarização da estrutura física (escolas, laboratórios, bibliotecas etc), repetência, insuficiência de vagas, grade curricular deficiente, pedagogias populistas e aparelhamento dos órgãos formuladores e gestores da política educacional, entre outros aspectos.
Uma mudança de mentalidade no enfrentamento da crise, priorizando a qualidade do que é ensinado e a qualificação de quem ensina pode ser a primeira pedra na construção de um novo projeto educacional.
Um aspecto mais recente desta crise, que merece uma atenção especial, diz respeito a degradação da autoridade , tanto do agente educador quanto da família do educando.
A visão pedagógica atual minimiza o papel disciplinador do professor e da família , outorgando ao Estado uma tutela impositiva. A existência de leis e estatutos não podem cercear o sagrado direito da família e da escola de "impor" modelos morais , aceitos socialmente. A autoridade é o leme que guia qualquer tipo de organização. E não devemos confundir autoridade com autoritarismo.
Problemas disciplinares, dentro e fora da escola, não refletem o grau de liberdade, defendido pelos teóricos da "pedagogia do oprimido" mas tão somente a ausência de responsabilidade e punibilidade que acabam fomentando a anarquia.
Parece um problema menor dentro do organograma , porém tem um poder de viralizar ainda mais os demais componentes da crise educacional.
Como acredito que esta crise serve aos interesses dos atuais detentores do poder, a solução passa, necessariamente, pela substituição da ideologia atual por outra, que sirva a nação e não a um determinado partido.
-Licenciado e bacharel em História;
-Graduado pela Universidade Gama Filho; e
-Atuou como Professor da Rede Privada e Pública da cidade do Rio de Janeiro.
Twitter:@omarbrasilrj
É a nossa triste realidade, que como mencionado muito bem, envolve vários fatores, desde a precariedade das instituições até às discrepâncias familiares, onde a família atribui à escola a função de educar e ao mesmo tempo lhe tira a autonomia.
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