Visando fazer um paralelo ou até mesmo uma junção, do sistema políticos e educacionais no Estado de São Paulo, nos últimos 50 anos, serei ao mesmo tempo superficial em minha análise, mas elencando e evidenciando como andaram esses dois setores na nossa sociedade.
Politicamente, podemos verificar que o Governo do Estado de São Paulo nos últimos 50 anos, pertenceu apenas à três partidos, pois temos em sequencia, iniciando em 1966, a ARENA (16 anos), logo depois o PMDB (12 anos) e se perpetuando no poder o PSDB (22 anos), que chegará a 24 anos, até o final do mandato de Geraldo Alckmin, esse senhor que sozinho conseguirá atingir a marca de 10 anos no poder como Governador do Estado.
Vale a pena citar, como fator de curiosidade, espanto e reflexão alguns dos governadores nesses 50 anos: Paulo Maluf (rouba, mas faz), José Maria Marin (retirado da presidência da CBF e preso), Antonio Fleury (mandante do Massacre do Carandiru), José Serra (participante ativo da “privataria tucana”) e o já citado Alckmin (o da merenda).
Seguindo paralelamente essa linha cronológica, temos na área educacional, primeiramente um sistema regido pela Ditadura Militar, e aqui vem de mim uma forte indignação, quando ouço na sala dos professores,de alguns “companheiros” que a educação neste período citado era a verdadeira educação. Justificando minha indignação, me pergunto se realmente o sistema educacional na Ditadura Militar, era a verdadeira educação, como pode ela ter gerado uma sociedade atual e adulta tão “medíocre”?
Continuando, estamos agora nos anos 80, onde o sistema educacional é “transferido”, para as mãos do PMDB, que serviu apenas como transição da Ditadura até os anos 90, e mais uma vez o sistema educacional é “transferido” para as mãos do PSDB, e nesse momento me vem a mente e cito uma frase do genial Darcy Ribeiro: “O fracasso da educação é o projeto governamental mais bem sucedido”.
Chegando ao final de 2015, eu como parte efetiva da educação, e sendo um elemento vivo e participativo na Ocupação da Escola Estadual Diadema (onde leciono), venho aqui citar em poucas linhas, o quão positivo foi essa atitude dos Alunos, pois além de darem um freio em mais um dos absurdos “projetos governamentais”, chamado de “Reorganização Escolar”, gerou a queda mais do que justa do incompetente Secretário da Educação.
Agora já em 2016, posso finalmente redigir linhas recheadas de alegria, orgulho e esperança, pois vejo claramente que a luta dos Jovens Alunos Secundaristas não cessou (isso não se resume apenas as Ocupações). Sabe-se agora que essa luta é baseada na democracia, na prevenção de demandas arbitrárias por parte do governo, e na total consciência do conhecimento dos verdadeiros “inimigos”, (mídia vendida, professores reacionários e o próprio PSDB).
Finalizo, me sentindo realizado pois desde o início exercendo o papel de docente, sabia que era apenas com eles, (ALUNOS) que eu poderia contar.
Por GERALDO JOSÉ DE ALMEIDA JUNIOR
-Licenciatura plena em História pela Universidade do Grande ABC
-Professor na:
- Rede Estadual de ensino do Estado de São Paulo - História e Geografia;
- ETEC na área de humanas ( História, Filosofia, Sociologia e Ética);
-Organizador de projetos sociais no curso de Orientação Comunitária; e
-Educador de questões sociais na F.A.M.A (Faculdade Aberta da Maturidade Ativa)
Realmente, a educação sempre passando de mãos em mãos e nunca sendo valorizada, e agora os alunos tendo que lutar pelos direitos de estudar. Parabéns pelo artigo Geraldo.
ResponderExcluirOi Fernando, obrigado pela leitura.
ExcluirRealmente essa participaçâo dos alunos é altamente participativa.
Oi Fernando, obrigado pela leitura.
ExcluirRealmente essa participação dos alunos é altamente positiva e tem pra mim um significado real de mudanças.
Infelizmente vivemos num estado que é governado por um cara que não está nem aí pra educação, e pior que é o estado mais rico do país!
ExcluirÓtima reflexão Geraldo, realmente a educação no Estado de São Paulo nunca foi feita e pensada como algo que pudesse transformar a vida dos alunos e promover uma transformação social capaz de diminuir as desigualdades que dilaceram nossa juventude, essa que agora toma pra si a luta por dias melhores.
ResponderExcluirOi meu amigo (a), obrigado pela leitura. Acredito com essa postura dos alunos muitos professores possam começar a refletir sobre suas posturas, principalmente serem apenas transmissores das arbitrariedades do governo.
ExcluirParabéns pelo belo artigo...
ResponderExcluirDe fato, mostrou exatamente o que está acontecendo com a educação no Brasil. Infelizmente as coisas tendem a piorar.
E quando esse momento chegar (irei usar a sua frase) "É com os alunos que poderemis contar".
Temos muito que melhorar em termos de educação,principalmente,na minha opiniao, tudo começa com o fim da doutrinação ideológica nas escolas. Vejo a reorganização do Governo de SP um projeto sério, bem fundamentado e necessário. Lamento a atitude de ocupação como tem sido feita na maioria das escolas. Com todo respeito ao senhor. Na minha visão, na maioria das ocupacoes fica clara a atuação de sindicatos usando os alunos como massa de manobra.
ResponderExcluirÓtimo artigo consegue evidenciar a maneira a qual o governo do estado trata a educação é lindo ver que você conta com os alunos nessa luta diária, aonde eu escrevo como um ex aluno que graça aos seus ensinamentos tenho varias conquistas em minha vida. É bom ver o seu exmplo de vida dizendo que conta contigo.
ResponderExcluirFala moleque, você pra mim é a maior prova viva, que é com os alunos e somente com eles que eu posso contar.
ExcluirObrigado pelo carinho, pelo respeito...
Tamo junto!! Beijos
Oi Marilsa, obrigado pela leitura.
ResponderExcluirA "reorganização escolar" do Governo de São Paulo, que foi "barrado" pelas ocupações em 2015, está em total andamento em 2016, só que agora com o nome de "Reorganização Silenciosa" pois nesse ano ja foram fechadas mais de 1.200 salas de aula no Estado, e não consigo ver algo de positivo nessa atitude.