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domingo, 4 de setembro de 2016

O Medo da Maternidade


Crenças limitantes na gravidez e maternidade

Quando você entra em contato com essa palavra “maternidade”, que outras palavras vem à sua mente? Quais sentimentos? Quais imagens? Medo da gravidez, medo de não ser uma boa mãe, medo de algo errado acontecer com o filho, tudo isso são medos comuns e existem em todas as mulheres em algum grau maior ou menor. Não é nada vergonhoso, nem fraco, nem estranho, mas se impedem de conseguir ter filhos ou ter com eles um bom relacionamento, vale a pena ir mais fundo e reorganizar os pensamentos a respeito deste tema. De onde vem esse medo?

Do medo da vida, do medo de si mesmo, do medo do universo. Ficar grávida, por exemplo, implica em grandes mudanças físicas, emocionais e psicológicas. E mudança em geral gera medo.
Uma das coisas que me vêm à mente para desenvolver esse tema são as crenças limitantes. 

Você cresceu ouvindo e "vendo" o quanto o mundo é perigoso? O quanto você pode pegar doenças, se decepcionar com amigos, viver na pobreza, ser abandonada pelo seu homem, o quanto um filho dá trabalho, as pessoas são más? O quanto mães sofrem, o quanto é difícil criar um filho, o quanto é preciso ser perfeito e bem resolvido para tal "empreendimento”?

A nuvem negra das crenças limitantes, paralisam. Fazem com que a gente se conecte profundamente com uma qualidade ruim de pensamentos.

Conheci uma moça que não queria ter filhos, porque achava que a responsabilidade com eles seria algo enorme, assustador, totalmente fora de sua “pequena” capacidade. Mesmo ela sendo uma pessoa grande, amorosa, competente e super responsável com as suas tarefas da vida. Ela optou por não ter filhos. 

Outra mulher que conheci, cresceu sendo elogiada o tempo todo, tudo o que ela fazia, era recebida com aplausos. Quando adulta não os recebia, entrava num buraco de dor, como se fosse tivesse feito ao péssimo. Ela não aprendeu a lidar com "dias bons, dias maus", "faça o melhor e não espere nada". Os aplausos eram o seu combustível de vida, mas duravam apenas alguns minutos. Essa queria ter filhos, mas fazia uma lista de 1597 coisas que deveria ser para que o filho fosse feliz. E a felicidade do futuro filho, dependeria totalmente dela. Hoje ela se aceita muito mais e teve seu primeiro filho.

Outra mulher, foi tão maltratada pelos pais na vida, que aprendeu a se sentir um "verme". Mas quando adulta queria muito ser mãe. Tentou e não conseguiu de forma biológica, mas adotou dois filhos. Quando começou a construir sua autoestima, passou a se considerar uma mãe muito melhor. Passou a ver a sua história com certa distância e ficou consciente de que podia escolher fazer uma história bem diferente com seus filhos. Usou a sua dor para curar.

Algumas pessoas não deveriam mesmo ser mães. Quem sou eu para dizer isso, mas acredito que a escolha deva ser saudável, consciente, deva partir do amor e não do medo. O medo está junto, mas não deve dominar. Ser mãe não vai resolver nenhum problema de autoestima, só vai piorar. Então que a escolha seja feita por amor, para amar apesar de. 

Não existe mãe perfeita, não existe fórmula mágica, não existe a mãe ser dona do filho e ser 100% responsável por ele a vida inteira.
Existe a mãe humana, mãe que acerta e que erra, mas que pode aprender com cada erro e ser uma mãe cada vez melhor, mesmo imperfeita.

A mãe deve cuidar bem do filho, aprender a doar o máximo e deixar ele livre para escolher. A mãe deve definir limites firmes, claros, mas com respeito. Uma mãe sabe muito instintivamente e pode proteger um filho, mas não pode escolher por ele e nem pode protegê-lo da vida. A mãe precisa estar junto, mas deve saber que existe uma alma, uma história, uma forma única de existir, na qual ela não tem nenhum poder. Mães precisam ser fortes, amorosas e humildes. Precisam ensinar o voo seguro, se é que isso existe.

A vida está aí. A cada dia ela se apresenta dentro e fora da gente.

Cabe escolher a caverna fria do medo, ou o céu instável de chuva e de sol.

Desejo à todas nós mães hoje e futuras, que confiemos em nossa intuição, que respeitemos nossos filhos na sua singularidade, que sirvamos ao fluxo da vida e principalmente que façamos o exercício contínuo e diário de amar apesar de.

Por GRAZIELA BERGAMINI - (CRP 63276-7)








- Graduada pela Puc-Campinas; 
- Cursos de extensão em Harvard "Human Emotions" e em Lesley University "Family Counselling" nos Estados Unidos;
- Formação em Coordenação de Grupos pela SBDG;
- Facilitadora de grupos de Pathwork (Eva Pierrakos);
- Formada em Professional Coaching pela SLAC com certificado internacional;
- Autora do livro "Viagens de uma Psicóloga em Crise" e 
- Atende em consultório, dá consultoria sobre comportamento humano e ministra cursos e treinamentos sobre desenvolvimento pessoal em parceria com a Pulse Rh.
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