O indivíduo passará muitos anos de sua vida dentro do ambiente escolar e será nele que desenvolverá suas habilidades cognitivas. Embora a formação acadêmica seja a função principal da escola, ela não pode ser o único foco desse desenvolvimento. Considerando que a escola é o primeiro ambiente coletivo que a criança frequentará é certo que haverá o confronto com a diversidade cultural e ideológica ao conviver com os outros alunos.
Dentro de casa a criança vive em um ambiente conhecido no qual, em grande parte, as pessoas comungam dos mesmos valores e ideais. Obviamente, o indivíduo é fruto dessa convivência e repetirá os comportamentos e valores absorvidos no seio familiar.
A escola receberá seus alunos oriundos de diferentes âmbitos familiares com suas respectivas culturas e ideologias. Nasce o primeiro grande desafio da escola: promover a socialização entre os estudantes inserindo-os em uma esfera saudável garantindo que eles compreendam a importância dessa coexistência.
Nessa circunstância, o conflito será inevitável. Em geral, as crianças têm dificuldade para aceitar o diferente e não possuem recursos mais refinados e elaborados para entrar nesse embate. Então, muitas vezes, as divergências terminarão em agressão física e/ou verbal que serão prontamente corrigidas com uma repreensão e/ou punição, geralmente desacompanhadas de uma reflexão sobre a ocorrência.
Adotando simplesmente uma medida de punição, privaríamos o estudante de uma ponderação sobre suas atitudes e sobre o problema que teria desencadeado a situação. Abandonado às suas próprias conclusões, esse aluno acreditaria que agira certo em defesa de seu posicionamento.
Seria imprescindível a promoção de um momento de reflexão para que todos os envolvidos no assunto em questão tivessem a oportunidade de realizar uma autoavaliação para que pudessem compreender a motivação do desentendimento e quais teriam sido as atitudes erradas que conduziram a um desfecho desrespeitoso.
Os alunos elencariam as opções de solução para aquela situação determinando quais seriam os caminhos que eles poderiam ter trilhado sem a necessidade de anular a própria opinião.
Eles precisarão compreender que o debate de opiniões divergentes é possível e isso não acarretará em uma consequente anulação de posicionamento, pois todos terão a oportunidade de expor seus pontos de vista para que juntos busquem encontrar soluções pacíficas, positivas e duradouras.
Ao longo da vida escolar, o indivíduo precisará que as pessoas se preocupem em ajudá-lo no desenvolvimento da inteligência emocional.
Entretanto, nos dias atuais, é cada vez mais comum a constatação de que as pessoas desenvolvem sua inteligência emocional de forma muito precária.
A escola, de uma maneira geral, tem falhado nesse quesito e isso é facilmente comprovado, por exemplo, quando nos deparamos com a realidade atual na qual os cidadãos estão "fechados" dentro de suas próprias verdades e agregam aqueles que pensam exatamente igual repelindo repulsivamente os que pensam diferente.
Essa realidade não dá espaço para o debate divergente e, convenhamos, debate convergente não é debate é exposição de ideias.
O aluno passará por todo o processo escolar e sairá da escola para ingressar no mercado de trabalho sem ter desenvolvido plenamente a tão necessária inteligência emocional. Inserido no mundo corporativo, esse indivíduo precisará ter estrutura para conviver em um ambiente de diversidade no qual a conquista do espaço para expor suas próprias convicções será um fator de sobrevivência.
POR CHRISTIANE PEREIRA
-Formada em Artes Plásticas, Pedagogia e Magistério com especialização em Educação Infantil;
-Arte Educadora e Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental e
-Atuou como Orientadora Pedagógica e Educacional
Twitter: @Chris_PPereira
Facebook: https://www.facebook.com/christiane.paiva.16
LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/christiane-pereira
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