O cutting é um comportamento conhecido como automutilação. Ele pode se apresentar de diversas formas, desde lesões leves como “arranhar a pele com as unhas ou se queimar com pontas de cigarro, passando por formas moderadas, no qual se faz cortes superficiais nos braços ou atingir formas mais graves como a autoenucleação dos olhos e a autocastração.” (p. 258, Vieira, Pires, Pires, 2016).
Há muitos fatores desencadeantes da automutilação, entre eles os traumas familiares, como a separação dos pais, abandono, angústia, tristeza, alegria, insônia, ansiedade, medo, frustração, sensação de culpa, confusão mental, alucinações, depressão, irritação.
O cutting funcionaria para amenizar a dor emocional, pois este comportamento traz tranquilidade psíquica para suportar a confusão mental ou sofrimento.
Em um estudo de Vieira, Pires e Pires (2016) com pessoas que se auto-mutilavam, a maior parte dos entrevistados relatou ficar aliviado e encontrar satisfação e prazer após a auto-mutilação.
Quanto ao momento do dia em que ocorre a mutilação, a maioria respondeu no período da noite (p. 258, Vieira, Pires, Pires, 2016).
A tristeza foi a principal motivadora da automutilação. A culpa e o desejo de punir a si próprio foram causas desencadeantes da automutilação. (p. 259, Vieira, Pires, Pires, 2016).
Castro (2002) citado por Duque e Neves (2004) ”foca ainda a tendência para evitar os contatos sociais e uma hipersensibilidade à rejeição, dando especial ênfase ao fator solidão”.
Quando recebo uma pessoa no consultório que relata a mutilação, penso em imediato o quanto essa pessoa sofre, ou seja, precisamos nos atentar ao que ela está querendo nos dizer quando se corta e o que ela nos pede. Como psicólogos, precisamos nos debruçar ao seu lado e entender que o sofrimento psíquico é tamanho que ela precisa de um sofrimento físico muito maior para que possa esquecer pelo menos por um momento a dor psíquica.
Os pais ou cuidadores precisam buscar a compreensão deste tipo de comportamento e não dar broncas, criticar ou fingir que não passa de um problema da adolescência. Precisam se atentar a esse comportamento do adolescente e procurar ajuda.
O mais importante é reconhecer que a automutilação precisa de atenção e cuidado já que trata-se de uma expressão de sofrimento. Nesse casos, a busca do tratamento psicológico é essencial.
Bibliografia
Duque, A. F.; Neves, P. G. (2004). Auto-mutilação em meio prisional: avaliação das perturbações da personalidade. São Paulo: Rev. Psicologia, v. 5, n.2 e
Vieira, M. G.; Pires, M.H.R.; Pires, O. C. (2016). Automutilação: intensidade dolorosa, fatores desencadeantes e gratificantes. São Paulo: Rev. Dor, v. 17, n.4.
POR CARINE FRANCESCHI SAITO
-Graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie;
-Especialização e aprimoramento em Psicologia Hospitalar com pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP;
-Especialização em Gestalt-Terapia pelo Instituto Sedes Sapientiae;
-Estuda o tema de Sexualidade desde 2010;
-Atende crianças, adolescentes e adultos em psicoterapia individual e de casais;e
-Atua em consultório particular na Zona Oeste e Sul de São Paulo.
Contatos:
Telefone: (11) 3862-2774
E-mail: cafsaito@gmail.com
-Especialização e aprimoramento em Psicologia Hospitalar com pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP;
-Especialização em Gestalt-Terapia pelo Instituto Sedes Sapientiae;
-Estuda o tema de Sexualidade desde 2010;
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