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quinta-feira, 25 de maio de 2017

História do Budismo,Vertentes e Símbolos

O Budismo nasceu na Índia, aproximadamente no período (500 a.C.), através de um jovem príncipe muito rico que vivia em palácios e que sentia em seu íntimo vontade de entender qual o propósito de sua existência na terra.Seu nome era Siddahartha Gautama.

Siddahartha vivia angustiado, por não conhecer a cidade além dos muros do palácio e sendo assim,seu pai mandou preparar a cidade para um passeio do príncipe, de tal forma que este só visse beleza e alegria em todo o seu percurso.

Conta-se que nesse passeio ele furou o bloqueio de segurança e conseguiu ver por trás dos enfeites colocados para sua passagem, algumas dores humanas como: uma pessoa idosa, outra pessoa doente, um cadáver que estava sendo velado e pessoa vivendo em pobreza absoluta.

Ao  voltar para o palácio depois desse passeio  ele entendeu que a vida era mais que toda a beleza, riqueza e luxo que ele poderia usufruir e percebeu que   precisava entender porque as pessoas passam por sofrimentos na vida.

Aos  29 anos  abandonou o castelo e foi se juntar aos monges ascetas    praticando jejum absoluto e penitências, no intuito de encontrar respostas às suas perguntas.

Passados 6 anos e já com 35 anos, decidiu abandonar os ascetas, uma vez que não encontrou respostas às suas perguntas e continuou sua busca de outras maneiras.

Sidarta decidiu fazer meditação e sentou-se sob a sombra de uma figueira determinado a não se levantar de lá enquanto não encontrasse a Verdade, mesmo que isso lhe custasse a vida. Depois de 49 dias e 49 noites em meditação, ele atingiu a iluminação espiritual, compreendendo as verdades e e esse fato se deu na cidade de Bodhgaya.

No budismo ele é conhecido como Buda Sakyamuni que significa que é o buda da família Shakya.
            
E quais foram as verdades que ele descobriu através da iluminação?

As verdades descobertas foram:

a) que o ser humano é consequência de seus atos e que devemos ser benevolentes uns com os outros;

b) que a vida é uma sequência de renascimentos: morte, vida, morte e vida e que é infinita;

c)que Buda não é um Deus e sim um estado de vida onde a pessoa tem a perfeita compreensão da verdade e onde é possível que possamos transformar nossas vidas num destino pré-estabelecido;

d)que todos somos iguais e que não há nada nesse mundo que uma pessoa esteja passando que não tenha relação com os atos praticados no passado e no presente nesta e em vidas passadas; e

e)que as dores desse mundo existem, pois a sociedade circula entre os estados de ira, avareza e estupidez.

Em relação à verdade referida na letra “e” o Buda Sakyamuni ainda esclareceu:

- que a partir do momento em que eu enxergar que no meu semelhante existe um estado imaculado de Buda, um estado puro;

- que eu devo ser benevolente com os meus semelhantes e deixar de me fechar apenas em meus problemas, e sim propagar uma sociedade de paz;

- que eu acendo uma lanterna para meu amigo e dessa forma estarei também iluminando o meu caminho e trazendo mais pessoas para essa consciência;

- que o outro não é meu inimigo;

- que nada que existe a minha volta é culpa de alguém e sim reflexo do que trago no meu coração, nas minhas intenções e- que eu não devo atribuir isso ao acaso e ao destino;

- que as pessoas não devem culpar os pais, os filhos, o vizinho, o cônjuge, e sim me responsabilizar por tudo à minha volta como resultado de meus pensamentos, palavras e ações. 

Após essas descobertas, o Buda volta ao palácio onde vivia e converte sua família à nessa nova consciência que o despertou, bem como também o Rei Asoka que compreendendo que não devia tratar seus súditos com uso de violência passou a reinar com benevolência.

Sakyamuni faleceu aos 80 anos na cidade de Kushinagar e a partir de seu falecimento o budismo passou a ser propagado por seus discípulos e seguindo da Índia, para a China e Japão, fez um caminho do Oeste para o Leste e depois para outras partes do mundo, do Leste para o Oeste.

É importante ressaltar que os ensinos de Sakyamuni, foram ensinos orais, e, portanto, foram absorvidos e propagados de acordo com o entendimento de seus discípulos após a sua morte.

Algumas vertentes do Budismo

Theravada

Essa vertente é considerada a mais conservadora do Budismo. Ela acredita que somente alguns indivíduos cujas mentes estejam livres de contaminação são capazes de atingir o Estado de Buda. É difundida, principalmente, no Sri Lanka, Myanmar, Camboja, Tailândia e Laos.

Mahayana

A escola Mahayana sentiu que havia necessidade de adaptar o budismo às novas necessidades do homem e ao contrário das escolas conservadoras, acredita que podem e que todos possam ser seres iluminados.São bastante populares em países como China, Coreia e demais países do mundo Oriental e Ocidental. 

Símbolos

O budismo é permeado por símbolos, no entanto vou tratar de dois que são muito famosos, a flor de lótus e a imagem do buda.

Flor de lótus 

É uma flor que nasce do pântano lamacento e tem suas pétalas limpas e claras.O simbolismo está no fato dessa flor enfrentar a escuridão e nascer límpida e bonita; significa que o ser humano e a sociedade podem, em meio as suas adversidades, alcançar mesmo assim, a iluminação. Não importa, portanto, sua origem e sim o que vai fazer de sua vida, a partir de então.

Imagem do Buda

As imagens do Buda fortinho surgiram na China no período 960 D.C e fez com que entendessem que o Budismo representa fortuna interior e prosperidade porque para a população, na época, a prosperidade estava atrelada a comida, pois passavam por diversas provações.

Na verdade, Sakyamuni, pelo histórico de vida de privações que sofreu após abandonar a vida palaciana não poderia ter essa aparência, que ainda hoje é usada por algumas escolas, para difundir que ao praticarmos o budismo teremos uma vida próspera e com fartura.

Referências Bibliográficas


POR CRISTINA BEATRIZ DE SOUSA ALMEIDA 
-Advogada, budista há 27 anos, associada da BSGI, constituída em 1960 por Daisaku Ikeda que é a entidade é a representante da organização não governamental Soka Gakkai Internacional – SGI, em terras brasileiras. Com base em sua missão vêm promovendo exposições, intercâmbios com universidades e museus entre outras atividades nas áreas da educação e cultura, cujo propósito e a paz mundial.
Nota do Editor:
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