"A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele" (Hannah Arendt)
Num momento em que a palavra “Educar” adquire significado exponencial a nível global, vemos a Educação Brasileira caminhando como uma senhora cansada por seus muitos anos de lutas, embates e desafios.
Ver governos assumirem ociosidade, nos mostra que eles desconhecem o sentido da palavra educação, e não raro chamam para a mesa de debates, onde são tomadas as grandes decisões futuras, pessoas sem conhecimento do "chão de fábrica" onde atuam os educadores, onde os pais lançam suas expectativas e onde alunos são vítimas constantes de modismos, achismos e reformas.
Quando, após a derrota do Japão na II Grande Guerra, o Imperador Hirohito instituiu que naquele país, acima dos professores estaria apenas a figura do Imperador, a educação foi destacada como o processo que permite o crescimento e desenvolvimento dos seres humanos estejam eles no estágio que estiverem, e, sem dúvida o sucesso foi alcançado. Infelizmente não é este o tratamento que atualmente vem sendo dado aos nossos professores!
A Educação é a busca de excelência, qualidade, disseminação, corrente, espaço, movimento, atividade diária, e requer total eficiência e envolvimento do poder público, de leis que sejam cumpridas, ao melhor modelo da polis.
A educação vive no continente latino-americano um momento especialmente paradoxal e contraditório. Não se pode negar a enorme expansão do sistema educacional nas últimas décadas, especialmente no que diz respeito à educação básica.
O discurso oficial hoje apresenta a educação como a grande responsável pela modernização de nossas sociedades, por suas maiores ou menores possibilidades de integrar-se no mundo globalizado e na sociedade do conhecimento, que exigem altos níveis de competência e domínio de habilidades.
A educadora Vera Maria Candau diz que "A educação é encarada como esperança de futuro". É claro o sentido linear dado à educação, e deixá-la como apenas uma relação escola/comunidade, de fácil manipulação, uma faixa conhecida e de fácil acesso ao domínio imposto há décadas, onde as propostas inócuas tem sempre as mesmas respostas conhecidas.
Esperança que vemos nascer a cada mudança de governo, a cada nova proposta; a necessidade urgente de desenvolver a cultura em todas as suas formas, instalar centros de excelência de novas tecnologias, laboratórios diversos em parcerias com a iniciativa privada, áreas de lazer, centros poliesportivos, incentivo à leitura, música, teatro...
Quando raras ações nessa direção são implantadas não há continuidade, pois ao não se tornarem Políticas Públicas de Estado, se perdem no vazio e nas mudanças de governos, assim como se colocam como não prioritárias e dispensáveis.
A educação não pode ser enquadrada numa lógica unidimensional, aprisionada numa institucionalização específica. EDUCAÇÃO é energia de vida, de crescimento e de construção social. O importante é seu horizonte de sentido: formar pessoas capazes de serem sujeitos de suas vidas, conscientes de suas opções, valores, projetos de referência e atores sociais comprometidos com um projeto de sociedade e humanidade.
O local está disponível. Campo fértil. Resta a nós todos a luta constante, a exigência pelo fazer e a responsabilidade com a construção do presente.
POR VÂNIA PÁSCHOA PRADO
- Profa. Esp. Vânia Páschoa Prado;
- Doutoranda em Ciências da Educação;
-Esp. MBA em Recursos Humanos; e
-Consultora Educacional.
Nota do Editor:
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