Muito se fala em distúrbios de aprendizagem e a quantidade deles surge de maneira espantosa a cada ano.
Se formos fazer uma pesquisa encontraremos como distúrbio de aprendizagem tudo aquilo que impede ou atrasa o aprendizado de uma pessoa.
A escola está sempre atenta em detectá-los, informar às famílias de sua existência e buscar alternativas de trabalho com os alunos, no entanto, às vezes me pergunto: De quem é mesmo o "distúrbio de aprendizagem?" É do aluno, da escola ou da família?
Não raras são as vezes em que, não sabendo como lidar com determinado aluno, se direciona a algo além, algo que não depende da escola e sim de funções cognitivas do aluno, como se quem está "portando" algum "defeito"é o aluno e não a escola.
Outras tantas percebo famílias pouco preparadas para a tarefa de educar buscando ,desesperadamente , um laudo para justificar a total falta de habilidade em lidar com o filho.
E ai? Onde será que entram os "DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM"???
Para se diagnosticar uma criança,adolescente ou jovem com algum distúrbio de aprendizagem, há a necessidade de uma equipe multidisciplinar trabalhando juntos, no mínimo por seis meses, para que algo seja apontado e as estratégias de ações determinadas.
Não é com atitudes isoladas que podemos dizer que um aluno possui um distúrbio de aprendizagem, a seriedade de um diagnóstico é fundamental para que, nem escola,nem família, busquem "problemas" onde não existem apenas pelo fato de "mascarar"suas incompetências.
Uma criança dispersa não é,por via de regra, uma criança com TDAH, a dispersão faz parte da infância, assim como a esperteza, muitas vezes confundida com hiperatividade, são características próprias dessa fase da vida.
Trocar letras no início da alfabetização,bem como confundir, inverte numerais, ler de maneira fragmentada, tudo isso é processo de alfabetização que depende de esquemas neurológicos para se firmarem, não é dislexia.
A pressa nos diagnósticos muitas vezes induz à falhas que podem comprometer a felicidade do aluno que, mal diagnosticado, perde anos de sua vida em terapias, aulas, e muitas vezes, sendo intoxicado com remédios.
Vamos ficar atentos quando o assunto for DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM e sempre nos perguntar: de quem realmente são os distúrbios? Se eles forem de uma escola com profissionais pouco preparados ou de uma família imatura para seu papel, quem for pagar o preço terá sua vida acadêmica como um fracasso que não é dele.
Não podemos e nem devemos fabricar fracassos onde não existem. A escola deve ser para o aluno, espaço de descobertas e experimentações, permitindo que convivam com seus pares, tão diferentes e tão iguais, com harmonia e felicidade. Todo cuidado é pouco,trabalhamos com vida, educação é transformar vidas e não condená-las à derrotas.
Com afeto
JACQUELINE CAIXETA
-Especialista em Educação
jacquecaf@hotmail.com
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