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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Incerteza Política e sua Contaminação na Conjuntura Econômica





A economia brasileira encontra-se estagnada em função, basicamente, do ambiente de total incerteza que atravessa o país, derivado da indefinição política que contamina todos os segmentos da nação.

Em rápido retrospecto de curto prazo, verifica-se que o descalabro econômico causado pela “Nova Matriz Econômica” (seja lá o que isto possa ser), patrocinado pelo último período petista, resultou na maior recessão da história econômica do país. Os acontecimentos políticos que acompanharam este período, resultaram no impedimento da Presidente de então, não só pelo resultado econômico mas também por uma disputa de poder entre as facções que haviam sido aliadas para a disputa eleitoral. O referido impedimento deu posse ao então Vice-Presidente que assume o poder com um projeto eminentemente financeiro, o que resultou em desempenho fraco sob o aspecto econômico. Além do mais, tanto a facção derrotada como a facção “vencedora” não apresentavam condições morais para “animar” os agentes econômicos, no sentido de que os mesmos emprestassem alguma credibilidade que pudesse impulsionar a economia nacional.

É evidente que a falta total de credibilidade é a mola mestra da incerteza, que redundou na situação de estagnação em que se encontra a economia do país. O capitalismo, ao menor sinal de incerteza, recolhe os seus “flaps” e, no máximo, mantém a economia real em ponto de espera, aguardando um ambiente mais favorável, principalmente para realizar os investimentos necessários à recuperação de uma economia.

Por outro lado, analisando a principal causa da incerteza, os agentes econômicos constatam (e já precificaram) o ambiente caótico político/institucional que vive o país. Existe um vácuo institucional em função de um Poder Executivo fraco e impotente, um Legislativo inoperante e preocupado apenas com a perpetuação dos seus membros e um Judiciário ativista e com profunda divisão entre as suas bases (juízes singulares) e os Tribunais Superiores aparelhados e contaminados pelo poder político. Junte-se a isso, nenhum dos 3 Poderes possuí credibilidade mínima junto a sociedade.

Em face desta realidade, aquilo que seria uma eleição normal mesmo numa democracia jovem como a brasileira, passou a ser um pleito histórico, por todas as mazelas já mencionadas e revestido claramente de um confronto.

De um lado, aqueles que buscam a manutenção do estamento político atual, representadas pelas forças ditas de “esquerda” (em seus diversos matizes) que apresentam Haddad, Ciro, Marina e Alkmin (apenas para citar os principais) como opções eleitorais. De outro, forças que representam o que seria um pensamento “de direita”, consubstanciada na candidatura de Bolsonaro.

Em pequena síntese das duas forças que se digladiam no próximo pleito, temos que: 

Pelo lado da esquerda, a Candidatura de Haddad está bem colocada num projeto Gamscista/Blolivariano que seus representantes não escondem mais, eis que são fartas as demonstrações de apoio aos modelos hoje vigentes, principalmente na América Latina.

A candidatura de Ciro, embora difusa e tergiversante, não apresenta uma característica muito diferente da anterior, dado que está colocada, claramente, como oportunista, mas cujo “sonho” era estar no lugar daquela, dado que o "chefão" máximo (impedido que está por cumprir pena privativa de liberdade) não o ungiu eleitoralmente.

A Marina é uma esquerda "com clorofila", seja lá o que isto possa ser que, nos parece, nem mesmo a candidata sabe o significado.

O Alkmin é o legítimo representante da esquerda fabiana, aliada do capital financeiro estéril e ao movimento globalista, amparada num leque de alianças que representa o que de pior existe no cenário político brasileiro.

Pelo lado da direita, a candidatura de Jair Bolsonaro ampara-se no espectro liberal conservador, que tem em Eugênio Gudin o seu expoente maior no pensamento do Brasil e que influiu fortemente na formação de Roberto Campos e Octávio Bulhões.

Isto posto, verifica-se que, em 07 de outubro próximo, estaremos escolhendo o novo Presidente da República em um claro confronto de duas forças antagônicas. As ditas de "esquerda", representando a atual conjuntura existente no país, no aspecto econômico, moral e social.

Pelo lado da “direita”, existe a proposta de rompimento com realidade atual, principalmente no aspecto moral e de concertação social e, pelo lado econômico com o estabelecimento de um programa que visa incentivar os agentes econômicos no sentido de que os mesmos empreendam e busquem o desenvolvimento nacional com o Estado se resguardando para as suas funções precípuas de regulamentação e promoção do bem comum, tendo como protagonista o cidadão.

Portanto, não se trata de uma eleição em que se analisam propostas de projetos, etc. Trata-se de uma eleição onde se vai definir princípios que nortearão a vida do país. Se o leitor entende que a forma de como se está educando as nossas crianças é correta ou não! Se a forma como se dirige a segurança está bem colocada ou não! Se a forma como se orienta as relações sociais está correta ou não!

A partir da definição dos princípios, poderemos buscar os projetos necessários a retomada do desenvolvimento. Uma vez que se definam os princípios, a incerteza cessa e o país poderá buscar o crescimento econômico via elaboração de projetos específicos para cada área.

Vale dizer: se quisermos que os rumos do país permaneçam como estão, a opção é sufragarmos a dita "esquerda", caso contrário deveremos destinar os nossos votos ao candidato de "direita"!

"BRASIL ACIMA DE TUDO E DEUS ACIMA DE TODOS" 

 POR FLÁVIO JOSÉ CARPES SANTOS




















-Economista e Professor Universitário;
- Graduação em Economia, Mestrado em Desenvolvimento Econômico e Doutorado em Economia Social;
- Economista da Carpes dos Santos Assessores Econômicos e Gestão de Crise.

Nota do Editor:
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