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domingo, 7 de outubro de 2018

Envelheci. E Agora?




E o que fazer quando a aparência e os sinais da velhice começam a ser mais acentuados? 

O medo das perdas cognitivas, da funcionalidade produtiva e da disposição física talvez seja o fator que mais desencadeie o processo depressivo na terceira idade. Reestruturar o autoconceito é uma tarefa árdua e muito vital nesta fase da vida. 

Alguns se aposentam de suas atividades profissionais e passam a se sentir não tão úteis. Outros, acometidos por problemas de saúde, passam a se sentir um peso para a família. 

O envelhecimento pode estar relacionado à ideia de finitude. Todo ser humano se depara, em alguns momentos, com a verdade do fim. E a velhice traz muito forte essa sensação para algumas pessoas. 

E como reverter tanto os efeitos cognitivos e emocionais do envelhecimento, quanto garantir a preservação da autoestima? 

É fato que a percepção de envelhecimento é subjetiva, variando de pessoa para pessoa. Tal constatação determina quais atitudes farão parte da nova fase. Ao longo da vida, o indivíduo experimenta diferentes percepções de si mesmo, muda seus objetivos e reformula seus caminhos em busca da realização de seus desejos. Os nomes que damos a isso são adaptação ou amadurecimento. A importância que se dá às coisas sofre alterações com o passar dos anos. O que antes era relevante, pode tomar a conotação de supérfluo, e vem a crença de que simplesmente não é necessário brigar ou se destemperar por tudo e com todos. Esse é o princípio trazido pela teoria da seletividade socioemocional, que entende que as pessoas passam a investir no que é mais importante para elas quando o tempo se torna mais limitado.

O próprio tempo não é sentido da mesma forma. Têm-se muito tempo no dia e pouco tempo na vida. Paradoxo perturbador! Por isso é necessário refletir sobre o que se pode realizar e não somente no que não se pode mais.

Neste sentido, tarefas que antes eram realizadas não serão mais, contudo, outras de igual valor pessoal, familiar e social podem ser adquiridas e praticadas. A idade pesa muito mais se o sentimento de disfuncionalidade pessoal se instala. Há o novo. Há a possibilidade de inovar comportamentos e caminhos para a felicidade.

A noção de envelhecimento se torna também evidente sob o olhar do outro, ou seja, através das mensagens que são transmitidas ao idoso. O não acolhimento da pessoa que envelhece por parte da família e da sociedade, imprime marcas no emocional e corroboram a sensação de inutilidade. Por esta razão se faz necessária a busca pela autoestima, que garantirá se desviar de atitudes limitantes e constrangedoras. 

Imprescindível não parar de estimular o cognitivo com novos conhecimentos; viagens; grupos de voluntariado social; trabalhos comunitários, e outros que sejam prazerosos. 

Substituir tarefas que sobrecarregam fisicamente por aquelas que favorecem a socialização e trazem a inclusão em novos grupos, é necessário e muito bem vindo. 

Pense, a idade chegou, mas a vida continua.E só depende de você a qualidade que seus dias terão a partir de agora. 

Viver esperando o dia em que a morte chegará torna a vida tensa e triste. A desesperança é um sintoma que alimenta a depressão, e invalida a reconstrução do futuro. E sim, há futuro! 

E quem decide qual será o colorido desses dias vindouros é a própria pessoa. 

Citando Cora Coralina: "Não podemos acrescentar dias à nossa vida, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias". 

POR RITA K.ARAGAKI DA COSTA 











-Psicóloga Clínica - CRP 35831 
-Especializada em Terapia Cognitivo Comportamental 
-Master Practitioner em Programação Neurolinguística e 
-Coach pela Sociedade Latino Americana de Coaching 

Nota do Editor:


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