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sexta-feira, 26 de julho de 2019

O Passat, o Frio, o que Tiram de Nós e o Futuro que o Pais Busca!


Autor: Eli dos Reis

Hoje, uma coisa não muito comum em Ribeirão Preto, uma manhã ensolarada e fria, que para nós ribeirão-pretanos, apesar de ensolarada é demasiado fria, vou fazer também, uma coisa não muito comum. Vou escrever uma crônica do cotidiano, já que normalmente faço comentários de assuntos políticos e econômicos da atualidade do nosso País. 

Ainda tenho na lembrança um fato desagradável que me ocorreu em 09 de março de 2.011, numa manhã ensolarada e quente de Ribeirão Preto, quando roubaram meu carro de estimação, um automóvel de época, que sempre procurei ter, busquei até conseguir um. 

Naquele dia a frustração foi muito grande, pois, semanas antes, ele também tinha sido levado, mas o encontramos no dia seguinte. Duas surpresas seguidas. 

É o preço que pagamos por ter um carro antigo, muito bonito e extremamente conservado sem seguro, já que entendia não ser necessário, pois, afinal era um carro velho, apesar de extremamente atraente e que não tinha valor elevado. 

Toda minha insatisfação eu escrevi, naquele dia, em meu blog, e dizia o seguinte: 

"Somente agora pela manhã nesta quarta feira de cinzas, 09 de março de 2011, sete dias após meu aniversário, recebi meu grande presente, talvez o maior de todos: Furtaram meu Passatão, nome carinhoso pelo qual aqui em casa chamávamos meu VW Passat 1.980, mantido na cor Cinza original, que já há vários tempos eu vinha cuidando e arrumando. 

Eu o conheci durante o tempo em que residi na cidade de Jaú, cujo anterior dono era um amigo que lá ainda reside e que o manteve durante quase quinze anos até a data em que o comprei, trazendo-o aqui para Ribeirão Preto, o que fez de mim o terceiro dono. 

Parece uma coisa pequena, sem importância, mas esse furto acaba de fazer o carnaval que para mim nunca serviu de nada, além de uns dias de descanso, passar a ser um Carnaval Inesquecível... 

Levaram meu amigão, que além do prazer de possuir um carro antigo, bem conservado, e que a todos se fazia notado, me dava o transporte a todos os pontos da cidade e região com constância, pois, o usava para trabalhar. 

Para o policial que me atendeu nas providencias de praxe nos casos como esse, será usado para tirarem dele o que tiver de valor, as rodas de liga leve, os quatro pneus novos e mais alguma coisa de valor que, na visão dos que o levaram, sirva para ser usado na compra de coisas que os satisfaçam. 

Você que está lendo este desabafo deve estar pensando na possibilidade de eu ter segurado ele. Minha resposta imediata: Não. 

E não que não tivesse pensado nisso, é que o preço seria tão grande, talvez até mais caro que ele. 

O mais desagradável desta estória toda, é saber que no momento, além da perda material, não terei condição de comprar outro para meus deslocamentos constantes a trabalho. 

Ainda segundo o mesmo policial, talvez seja abandonado em algum canavial da nossa região, depois de o depenarem. Triste fim para meu sonho de ter um carro antigo, original, bem cuidado...

Um feriadão que acaba ficando inesquecível por ter um sonho despedaçado jogado e abandonado no meio de uma plantação não se sabe onde. 

Coisas deste mundo que samba feito doido, aloprado, numa festa desordenada, tresloucada, para depois de uns dias dizerem que foi uma coisa incrível, inesquecível. 

Muitos passaram vários dias andando pela avenida. Eu, sem meu Passat 80, começo a andar agora. 

É a vida..." 

Alguém pode até pensar, o que leva uma pessoa a escrever sobre seu carro roubado? Um carro antigo, sem muito valor comercial. Bem, nada além da frustração de terem tirado de você um brinquedo de gente grande, algo que era importante. 

Mas todos nos chateamos quando perdemos algo. 

É do ser humano. Afeiçoamo-nos às coisas, nos acostumamos a gostar e não nos conformamos quando as perdemos. Isso vale para tudo, para um carro usado, para uma amizade, para sentimento de nacionalidade, de amor à Pátria, de brasilidade, e por aí vai. 

Mas no Brasil, tem sido muito esquisito, todo dia tiram de você alguma coisa importante, algo que para determinada pessoa tem grande valor, ainda que para outros possa não tem a valoração que cada um dá àquilo que tem. 

Quantas coisas nós fomos perdendo ao longo de tantos anos de governos petistas? Nos últimos tempos queriam tirar até o nosso verde e amarelo, cor do coração de todos nós que nascemos em solo brasileiro. 

A insatisfação cresceu mais e mais. 

Chega! Gritamos todos! 

Reagimos e não deixamos as coisas continuarem da forma como vinha ocorrendo. Fomos às ruas, esbravejamos, gritamos mais, e, principalmente, votamos. Virou o ano. Pensamos que as coisas começariam a mudar, até porque votamos e escolhemos algo diferente do que tínhamos até então. 

E o ano começou, com ele, os problemas. 

Já antes da posse começamos ver problemas com as falas e problemas dos filhos do presidente. Ainda que tenhamos que entender e aceitar certas incoerências destas relações de pai e filhos levadas para dentro do Planalto, temos que ser conscientes que elas mais atrapalham que ajudam no dia a dia dos negócios da vida palaciana. Outro problema foram os embates contra o vice-presidente, que também foi eleito. 

Estes problemas, perpetrados em sua maioria por um dos filhos, se mantidos, poderiam levar o país a uma crise muito mais séria.

Outro grande entrave, no momento, ao nosso crescimento, é a mentalidade ortodoxa dos nossos políticos. Perdemos muito tempo discutindo o sexo dos anjos, demora-se demasiadamente para decidir-se o que aprovar e isso desgasta muito o governo, que acaba recebendo a culpa como se fosse inábil em suas ações. 

Eu até acho que muita coisa poderia ser feita, negociar com o Congresso, criar uma agenda positiva e o presidente ser menos contundente nos ataques. Não adianta ser grosseiro com todos e ríspido nos comentários. Isso só complica toda a situação. O país acredita no presidente, mas o Brasil precisa andar. 

Bem pior que a falta de base de apoio efetivo no Congresso Nacional, é o mau-caratismo dos presidentes da Câmara e do Senado, que levam seus comandados às posturas pendulares que estamos vendo. Ora apoiam, ora desapoiam. Agora assinam em baixo, amanhã retiram a assinatura. E o navio Brasil fica conosco dentro sem saber para onde vai. 

Um acordo sério pode representar muito para o país recomeçar a andar. Esse acordo, mais as reformas que já estão propostas no Congresso são excelentes medidas, talvez as mais substanciais dos últimos anos, que já vimos no Brasil. 

A equipe toda do presidente vem tentando, estamos vendo, mudar as coisas, mas o Congresso não ajuda, aliás, estão contra a maioria dos atos e projetos. Somente a partir deste início de julho, com a aprovação do texto da Reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados, parece que as coisas devem começar a andar da forma adequada ao futuro que o País necessita e busca.

*ELI DOS REIS

-Graduado em Economia pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de Mogi das Cruzes UMC – SP;
-Especialista em :
   -Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense UFF – RJ; e
-Gestão Empresarial pela Universidade Paulista UNIP – SP; e
--Realiza cursos e seminários, e é Consultor Empresarial e de Vendas.


Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

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