A Nova Esquerda e o Prazer da Destruição

Autor: Mateus Machado(*)

Proibido Proibir 

O pensamento esquerdista vem mudando nas últimas décadas e com isso toda uma nova narrativa se faz presente, muitas vezes maquiada, usando para isso ferramentas linguísticas ou instrumentos de repressão social disfarçados de leis ou posturas pró-direitos humanos; exemplo é o caso do "Politicamente Correto", que neutraliza certos discursos, certas linguagens para se evitar as possíveis "formas de descriminação". 

Evita-se a piada em favor de uma postura mais "igualitária" e "humana", mas sempre com o pano da hipocrisia de fundo. 

De maneira geral, o modus operandi do pensamento esquerdista tenta sustentar uma argumentação evasiva, tosca e contraditória, usando para isso o duplipensar e a novilíngua para amarrar frouxamente as suas narrativas. 

Nas últimas décadas o Brasil foi o laboratório para a aplicação da cartilha de Antonio Gramsci, que não pertencia a Escola de Frankfurt, mas que corroborou indiretamente com o intento dos Frankfurtianos de destruir as bases da civilização ocidental: 

"A conquista do poder cultural é prévia à do poder político, e isto se consegue mediante a ação concertada dos intelectuais chamados orgânicos infiltrados em todos os meios de comunicação, expressão e universitários." 

A partir dessa fórmula gramsciana fica mais fácil adotar a filosofia da Escola de Frankfurt, em especial a Dialética Negativa de Theodore Adorno e Eros E Civilização de Herbert Marcuse. Aqui encontramos os ingredientes Prazer (Mercuse) + Destruição (Adorno). 

A Revolução da Esquerda Moderna vem na forma de diversão e prazer. Mas houve uma evolução quando esses ingredientes foram misturados em uma única fórmula; o Prazer pela Destruição. Destruição essa alimentada pela Teoria Crítica da Sociedade plantada pela Escola de Frankfurt. 

Não é à toa que nas últimas décadas as universidades, controladas pela esquerda, produziram em boa parte, idiotas úteis e alienados que se tornaram professores e "mestres". Isso aconteceu porque a Esquerda Moderna trocou os questionamentos fundamentais para uma revolução dos prazeres e da destruição; abarcando desde uma revolução sexual e todas as suas conseqüências à destruição da verdade e dos costumes através da comédia barata e da ridicularização blasfematória; um exemplo é o grupo de comediantes Porta dos Fundos que, através de piadas, ridicularizam a bíblia e a religião, principalmente de cunho judaico cristão. Outro grupo é a das feministas que usam de violência em seus protestos. 

O sucesso acadêmico é concretizado com o diploma da alienação, uma vez que a meta é fugir da realidade quando não se consegue resignificá-la. A raiz dessa nova "intelectualidade acadêmica" veio com a revolução dentro do campo estudantil, inaugurada na França em Maio de 68 e logo tomando proporções mundiais. Um dos líderes intelectuais desse movimento foi Michel Foucault, cuja obra As Palavras e as Coisas, se tornou uma das bíblias dos revolucionários de 68. 

Com essa liberdade total abraçada pelos jovens, que em 68 bradavam o seu lema "Il est interdit d’ Interdire" (É proibido Proibir), hoje os jovens provam da sensação de um poder ilimitado e sentem se como deuses. Já não é mais necessária nenhuma doutrinação, uma vez que os jovens podem ser atraídos pelos seus próprios instintos. Atualmente vemos que essa luta já não se faz mais no plano das ideias, mas a luta revolucionária desses estudantes se faz através da promiscuidade sexual regrada com o aditivo das drogas e do vandalismo. 

Incompatíveis 

Um dos desafios para o pensamento da Nova Esquerda é unir os dois extremos, em um mesmo discurso, Justiça Social e Liberdade Individual: 

• Fala-se em "Direitos Humanos" como bandeira de defesa da vida ao mesmo tempo em que patrocinam o aborto com gritos de "meu corpo, minhas regras". 
• Criminosos se tornam vítimas da sociedade ao mesmo tempo em que a Justiça se torna um instrumento de opressão. 
• Lutam pela liberação das drogas ao mesmo tempo em que se dizem arautos em prol da saúde pública. 
•  Pensadores como Michel Foucault e Ronald David Laing adotam a ideia do hospital psiquiátrico como prisão, sendo o esquizofrênico um bode expiatório da família burguesa. O médico que diagnostica a doença é o agressor. A família é a geradora de ódio que faz com que o doente mental se torne o bode expiatório. 
• Ao mesmo tempo em que pregam o materialismo científico, tentam invalidar provas científicas em prol de relativismos e teorias sociais: gênero como construção social, por exemplo. 

Tudo acaba sendo validado em nome de uma "justiça social". A "saidinha" da prisão do Alexandre Nardoni no dia dos pais, mesmo ele tendo assassinado a própria filha, Isabella, de cinco anos, é um exemplo. 

Justiça Social somada ao individualismo libertário pode acabar desembocando em um anarquismo coletivista. Para a esquerda a justiça social só é possível com o socialismo, que no final das contas nos leva ao "comunismo completo" quando, supostamente os homens serão iguais, prósperos e finalmente livres, ou seja, quando todas as promessas do Paraíso na Terra serão cumpridas. 

Como a Nova Esquerda já não pode redimir o seu passado, ela tenta justificá-lo argumentando que a "opressão comunista" não é causada pelo comunismo, mas pela retaliação capitalista. 

A segregação socialista é construída em cima da narrativa da luta em favor das minorias, separando as por grupos, categorizando-as e enfatizando as suas diferenças e que tais diferenças necessitam de direitos específicos. Dividindo a sociedade em guetos que tem por obrigação lutar contra tudo o que não faz parte de sua agenda ideológica.

Justiça Social requer compromisso e responsabilidade pelo outro, para com o outro, coisa que a esquerda desconhece, a não ser como moeda de troca para manutenção do seu poder. 

* MATEUS  MELO MACHADO

Poeta, escritor e crítico literário;
Vencedor de Prêmios Literários, entre eles Ocho Venado (México), e um dos finalistas do Mapa Cultural Paulista (edição 2002);
Autor dos livros: “Origami de Metal” – Poemas – 2005 (Editora Pontes);
A Mulher Vestida de Sol” – Poemas – 2007 (Editora Íbis Líbris);
“Pandora” – Romance em parceria com Nadia Greco – 2009 (Editora Íbis Líbris);
“As Hienas de Rimbaud” – Romance -2018 (Editora Desconcertos),“
Contatos: mateusmachadoescritor@gmail.com
Cel/whats app (11) 940560885

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.