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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Brasil 2019

 Autor: Flávio Santos(*)




Dado que estamos nos aproximando do final do presente ano, cabe algumas reflexões acerca dos resultados obtidos pela nova administração do país. Em consonância com os artigos publicados anteriormente por este articulista, sempre é bom lembrar o estado de caos econômico, fiscal e moral que o atual governo encontrou ao assumir o país em 1º de janeiro p.p.

No que concerne a principal preocupação expressada pela sociedade brasileira durante as eleições que conduziram Bolsonaro ao principal cargo nacional, é inegável o avanço conseguido pelo Ministro Moro: redução de 30% no roubo de veículos, 23% no roubo seguido de morte, 12% nos homicídios dolosos e 11% nas tentativas de homicídio, além do importante Projeto denominado “Pacote Anti Crime”, boicotado no legislativo e desidratado para a proteção dos bandidos que infestam o Congresso.

Sob o aspecto moral, terminamos o ano sem nenhum escândalo de corrupção, desvio de verbas, etc., como ocorria nos tempos da cleptocracia petista.

Sobre a economia, iniciou-se uma tímida recuperação que está expressada na geração de 841,5 mil novos postos de trabalho até outubro deste ano, Taxa SELIC de 4,5% a.a. (a menor da série histórica), inflação sob total controle (abaixo da meta estabelecida pela autoridade monetária) e estancamento da queda na Formação Bruta de Capital Fixo que atingiu o menor patamar desde que a mesma é monitorada.

Segundo o Banco central, o crédito ampliado a empresas e famílias totalizou R$5,6 trilhões (78,6% do PIB), variações de -0,4% no mês e de 10,6% em doze meses. O saldo das operações de crédito do SFN totalizou R$3,4 trilhões em outubro (aumento de 0,3% no mês), acompanhando crescimento na carteira de pessoas físicas (1,1%, saldo de R$2 trilhões). Na carteira de empresas, ocorreu queda de 0,8% no mês (saldo de R$1,4 trilhão), considerados os efeitos de amortizações sazonais em modalidades com recursos livres e da apreciação cambial. Na comparação interanual, o crescimento da carteira total ampliou-se de 5,8% para 6,3%, mantendo a expansão de 11,3% no crédito às famílias, com o crédito às empresas atingindo a estabilidade. 


Os gráficos precedentes, importados do Banco Central, indicam aquele juízo de valor antes expressado como de "tímida recuperação". Verifica-se que o saldo de crédito dos últimos 12 meses (base outubro) apresenta recuperação persistente. Note-se que o crédito as empresas saí do negativo no rumo de um avanço que é indispensável para que o setor de produção retome o crescimento, embora ainda em patamares insuficientes para uma retomada positiva robusta.

Da mesma forma, as taxas de juros indicam um importante declínio para impulsionar um aumento mais expressivo no crescimento econômico.

No que tange aos agregados financeiros ainda com base em outubro, os meios de pagamento restritos (M1) atingiram R$377,2 bilhões em outubro, com redução de 1,4% no mês, decorrente da queda de 2,9% nos depósitos à vista. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 cresceu 0,5% em outubro. O M2 atingiu R$3 trilhões, com variação de 0,3% no mês, com acréscimos de 0,7% no saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras (R$1,8 trilhão) e de 0,3% nos depósitos de poupança (R$824,2 bilhões). No mês, ocorreram resgates líquidos de R$350 milhões nos depósitos a prazo e de R$247 milhões na poupança. O M3 elevou-se 0,4% no mês, situando-se em R$6,7 trilhões, acompanhando a expansão de 0,8% nas quotas de fundos do mercado monetário, saldo de R$3,5 trilhões. O M4 aumentou 0,3% no mês e 7,5% na comparação interanual, totalizando R$7,1 trilhões em outubro.


O crescimento do PIB indica algo em torno de 1,2% positivos em 2019, com clara tendência crescente já precificada pelos agentes econômicos em torno de 2,5% para 2020 o que já seria um bom resultado ante as mesmas previsões de crescimento mundial projetadas.


Os dados apresentados são indicadores que, apesar de tímida, a recuperação econômica é sustentável. Evidentemente que os resultados poderiam ser mais expressivos caso o ambiente político apresentasse um funcionamento mínimo das instituições de forma republicana o que não ocorre.

Durante os primeiros 11 meses da nova administração, verificou-se uma deletérea “aliança perversa” entre o Legislativo e os Tribunais Superiores, tendo como objetivo "boicotar"as ações do executivo, impedindo-o de implantar a sua agenda que, de resto, foi sancionada pela maioria do povo brasileiro nas últimas eleições.

Indo mais além, existe uma ação coordenada, hoje pública e notória, entre duas figuras nefastas ao interesse nacional, representadas pelos titulares do Senado e da Câmara, no sentido retirar reiteradamente o poder de ação do Executivo sob o beneplácito do STF que a tudo assiste e respalda. Diga-se sobre o STF, que o mesmo está a patrocinar a mais importante insegurança jurídica da história do Brasil.

Em face disso, o componente principal para impulsionar um crescimento mais robusto (FBCF – formação bruta de capital fixo) encontra-se estagnado pelo ambiente político hostil que afugenta os capitais produtivos, já que a atuação da máquina pública federal está cumprindo as suas obrigações com austeridade, responsabilidade e decência que não se via a mais de um quarto de século.

A todos os leitores desejo um abençoado Natal e um venturoso ano novo!

*FLÁVIO JOSÉ CARPES SANTOS


-Economista;
- Professor Universitário;
- Graduação em Economia; 
-Mestrado em:
Desenvolvimento Econômico e Doutorado em Economia Social;
- Economista da Carpes dos Santos Assessores Econômicos e Gestão de Crise.

Nota do Editor:

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