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Autora: Ana Stucchi(*)
A
Economia funciona com expectativa (como já explicamos em artigos anteriores), e
quando há uma previsão de um cenário favorável e relativamente estável, quem
tem o capital investe onde vê oportunidade de retorno.
Em 2017
mesmo com índices meio maquiados, a China investiu fortemente em infraestrutura
no Brasil e Africa. Estradas, ferrovias, saneamento básico, o que para o Brasil
é sinônimo de alívio, pois sem grande margem para investimentos o Governo
Federal fica sem ter o que fazer. Em 2017 investiram por volta de 9 bilhões,
mas com a incerteza política diminuíram em 2/3 (um patamar de 3 bilhões) e
agora a expectativa é de 7 bilhões em 2020. Mesmo com cautela comemora-se a
volta do capital chinês ao Brasil.
Vamos ver
se o Nordeste será contemplado, pois um dos principais alvos dos chineses é a
Sabesp - Companhia de Saneamento do Governo do Estado de São Paulo, no caso uma
empresa que já é lucrativa.
2019 foi
um ano conturbado por transição de governo, incertezas, redes sociais e mídia
golpista em polvorosa mas colheu-se boa expectativa para 2020, e o apetite dos
chineses por investimentos no Brasil demonstra que há grandes chances de
retorno de investimentos que se façam no nosso país. Na onda da China vêm
investidores atrás de bons rendimentos em hedge e fundos de investimento em
várias áreas. Com a B3 em 2019 operando acima dos 100mil pontos e com a mesma
tendência para 2020, há grandes chances de crescimento, ainda mais depois de aprovada
a Reforma da Previdência, que tirou boa parte da incerteza do Mercado.
Com a
taxa básica de juros da Economia, a Selic no menor patamar dos últimos tempos
(4,5%) faz com que seja atrativo aos investidores, pois a dívida pública fica
mais "pagável" com juros menores, com isso a estabilidade econômica é
mais robusta. Agências de classificação de risco, como J.P. Morgan, Standard
& Poors, tendem ainda nesse primeiro semestre melhorar a classificação de
risco, assim dando um aval para mais investidores inserir capitais na economia
brasileira.
E na
contramão das expectativas dos economistas, o fato de 2020 ser um ano
complicado no cenário internacional facilita nosso mercado interno, que tem
chances de crescimento. O governo está fazendo esforços para o brasileiro sair
da inadimplência/SPC-SERASA. Já há um caminhão na Praça Patriarca, no Centro de
São Paulo - capital, há uma semana e as filas enormes todos os dias (40% da
população está endividada/inadimplente). Isso a médio prazo, para o segundo
semestre de 2020 gera um consumo maior, ajudado pelo reajuste do salário mínimo
acima da inflação (que foi um tapa na cara da oposição), o fato da
desaceleração externa será relativamente compensada. Estamos iniciando ciclo
benéfico, difícil recomeço mas olhando para o longo prazo, o que no Brasil há
décadas não se fazia.
Então que
venham os capitais externos. Mas que saibamos segurá-los com um desenvolvimento
econômico baseado em produção e consumo.
#vamosemfrente
*ANA PAULA STUCCHI
-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana
Twitter:@stucchiana
Nota do Editor:
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