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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Machões, maricas, liras, votos, esquerda, direita, centro, vergonha na cara, etc..


 Autor: Alberto Schiesari(*)

1 – Fatos e problemas

Esquerda, direita, centro e afins são apenas rótulos de produtos absolutamente idênticos, cuja fórmula é altamente tóxica para a saúde social, moral, física, mental e financeira dos cidadãos que não têm como escapar dos efeitos nocivos de gestores inescrupulosos.

Há ditaduras de esquerda, de direita, de centro, norte, sul, leste, oeste, de cima e de baixo. Há ditadores que tomaram o poder à força, e há os que foram alçados ao posto máximo de uma nação de forma legítima e respeitando todos os procedimentos legais possíveis. Por incrível que pareça aos desinformados e desavisados, Hitler pertencia a esta última categoria. Como candidatos são anjos. Quando efetivados transformam-se em demônios.

Num país, os donos do poder que comandam com mão de ferro e sem alma, são seres desumanos, tresloucados, egocêntricos e insensíveis. Eles não discernem limites para transformar o lixo de seus próprios sonhos e desejos em realidade, à custa de pesadelos para os cidadãos de bem.

São hábeis e especialistas em moldar a Carta Magna de um país conforme sua ganância para perpetrar crimes e perversidades. As regras que querem ver seguidas são as que suas mentes engendram, e não as expressas na Constituição. Os fatos devem refletir o que seus egos ditatoriais concebem, e não o direito expresso no texto constitucional.

Em geral ateiam fogo à Constituição e observam o incêndio se espalhar por toda a sociedade e suas instituições. Assistem a essas cenas de violência em camarotes de conforto máximo, tocando liras para prover um fundo musical "adequado" à macabra realidade que causam. E ainda se reúnem em bandos para conseguir usar mais uma lira... Sentem prazer orgástico ao observar um país inteiro em chamas. Reencarnações de Nero?

Talvez imaginem "aproveitar" as chamas de sua insensibilidade para "se livrar” de centenas de milhares de cadáveres que uma "gripezinha" pode produzir. Essa estratégia deliberada de saúde pública talvez tenha inspiração em "lendas" nascidas no sul da Polônia.

O modus operandi dessa corja de dirigentes de nações é velho conhecido de todos. De início, usam a corrupção como moeda de troca para fazer autoridades venais se unirem ao bando de criminosos liderados por um megalomaníaco e criminoso-mor.

Daí em diante, vale tudo: dane-se a Constituição, os escrúpulos, o bom-senso, os compromissos assumidos. Acordos entre canalhas fazem com que todos reunidos hasteiem apenas a bandeira do poder-a-qualquer-custo e se desviem dos pudores que antes os faziam dizer-se defensores de alguma ideologia, de princípios ou dos menos privilegiados. Trocam de lado e mudam de ideia para que o preço que cobram seja cada dia maior.

Cooptam e agregam às suas hordas vendilhões de qualquer poder, instituição, origem, credo, cor política. Isso faz com que a malha do arcabouço operacional e jurídico de uma nação seja deturpada e corroída por canalhas infiltrados nos postos-chave de comando. A casta formada por tais inescrupulosos autoriza as benesses imorais das quais ela mesma usufrui, e adiciona à lista de beneficiados seus próprios descendentes e quem mais queiram de seu círculo íntimo.

Fazem com que a Justiça se torne cada dia menos cega, com olhos de fazer inveja às aves de rapina. Permitem liberdade total na interpretação das palavras da Carta Magna, e assim a balança da Justiça pende para o lado de poderosos e canalhas que envergam a lei, pois têm dinheiro suficiente e vergonha na cara insuficiente para tal.

Esse ciclo vicioso dura anos, ou, melhor dizendo: gerações. Transforma cidadãos de bem em escravos de senhores de engenho, barões de café ou arquiduques da sem-vergonhice. Os escravocratas atuais tratam com escárnio os que neles depositam o voto. Após se efetivarem no cargo, desnudam-se à frente da sociedade, passam a exibir intimidades que fazem corar qualquer um que tem vergonha na cara.

As modernas técnicas de comunicação são pródigas e liberais no que se refere ao uso de mentiras como método de propaganda para qualquer finalidade: tentar derrubar do poder gente honesta, fazer desonestos subir ao poder, fritar adversários honestos, inventar números e fatos, usar falsas estatísticas como argumentos. Duvidar da ciência. Enfim, e literalmente: mentir. Falar o que quiser sem absolutamente nenhum temor das consequências que leis existentes podem fazer supor, visto que os mecanismos que deveriam proibir e punir isso são totalmente desprezados, com autorização e permissão explícitas de quem deveria justamente fazê-los valer.

Os donos do poder, a cada dia que passa, perdem mais um naco da ínfima quantidade de pudor que ainda lhes resta. "Representantes do povo" condenados e presos decidem temas que deveriam ser conduzidos por quem tem vergonha na cara. "Representantes do povo que tomam posse de seus cargos de poder dentro de cadeias.

Provavelmente dão gargalhadas de prazer enquanto engendram ideias demoníacas, que depois expressam por meio de frases construídas especialmente para serem dúbias, para justificar maldades perpetradas. Falam e dizem que não falaram. Dizem que "não é bem isso" ou "não foi o que eu quis dizer". Os mais canalhas falam: "Eu disse sim. E daí?" 

Os canalhas brindam à sua alegria de viver com champanhe importado pago por nós. Eles festejam seus sucessos na vereda do crime, eufóricos com a estabilidade, a impunidade, e a força do sistema que lhes protege, enquanto dezenas de milhões de desempregados vivem à míngua, no limiar da fome, afogados num mar de indignidades. 

Enquanto o futuro precisaria estar sendo construído com passos sólidos e velozes, nada é feito nesse sentido, e assim nações inteiras ficam ao abandono durante várias gerações.

2 – Solução

Para evitar tudo isso, meu próximo voto vai para alguém que seja machão para lutar pelo que a população precisa, mas que seja maricas no que se refere a associar-se a canalhas criminosos. Alguém que seja machão no combate à corrupção, e maricas ao duvidar da Ciência. Alguém que seja machão para se afastar dos corruptos e venais, mas maricas em seu temor às garras da lei. Deve ser alguém "broxável" ao ser tentado a seguir caminhos do mal. 

O próximo candidato que vou escolher precisa ser alguém que não consinta que sua descendência seja profícua na consecução de crimes, para conseguir poder e assim enriquecer ilicitamente. 

Meu próximo escolhido será alguém que não dê a amigos passaportes diplomáticos e empregos no exterior com altíssimos salários e outros benefícios, para que possam escapar das garras da lei que com sabedoria os persegue. 

Meu próximo voto vai ser para alguém que acredite na ciência, e cujas ações e palavras não constituam prática ilegal da medicina. Precisa ser uma pessoa que cumpre o que diz e promete. Que não fale inverdades, que não prometa mentiras, que não seja mentiroso. 

O meu próximo escolhido vai ser alguém que não fale asneiras, não faça idiotices, não mude de ideia a cada minuto, não publique oficialmente ordens e decisões com data ou conteúdo falsos ou incompletos. Que não divulgue falsas notícias, não assine embaixo de inverdades e idiotices que a internet permite expressar. Ele (ou ela) não vai poder ter suporte, apoio, auxílio, e nem poderá se aliar a ninguém que lhe sirva de guarda-chuva para cometer ilicitudes. Com absoluta certeza não será alguém que participe de rachadinhas. 

Meu candidato não será alguém que prometa algo para conseguir votos, e depois não cumpra falsas promessas eleitoreiras. Não vou votar em quem é populista e afirme ser "o cara mais honesto do país" apesar das evidências e provas ululantes ao contrário, e de condenações que a Justiça lhe tenha imposto. Não escolherei ninguém que tenha a vã esperança de colocar a faixa "Mártir" no próprio peito, como prêmio de um concurso que irá eleger a "Miss Escárnio Brasil". Que queira ser o Tiradentes que não foi enforcado, que deu certo. E não aceitarei quem queira colocar no próprio peito uma faixa de "Herói". 

Obviamente também meu voto não vai ser dado para quem se permita ser um boneco de ventríloquo. Votar é algo muito sério, não se deve dar chance a clones, mal clonados de alguém mal formado. 

E não só não voto, como também condeno veementemente quem, não sendo candidato nem eleito, atua como marionete de um manipulador-mor. Não importa se ostente estrelas ou não. 

Bonecos de ventríloquo e seus respectivos ventríloquos, marionetes e seus manipuladores, todos são gente pequena cujas brincadeiras começam com uma frase assim: "Vamos brincar de f**** com o povo!". 

Lugar de marionete ou boneco de ventríloquo é no fundo do baú da infelicidade. 

Não vou votar em ninguém que tiver a ficha suja, ou a ficha semi-limpa. Não a ficha "oficial", um amontoado de asneiras. Mas a ficha que eu redigirei, analisando os atos do candidato sob meu conceito de idoneidade, muitíssimo mais rigoroso do que as frouxas normas eleitorais e sua auditoria. Não vou esperar a duvidosa palavra de duvidosas altas autoridades, numa sentença que sempre chega (se chegar...) quando o crime já prescreveu. A verdadeira justiça cada dia mais se assemelha ao Ponto G: todo mundo diz que existe, mas ninguém sabe onde está. 

Meu voto certamente não vai para quem sorrateiramente muda a Justiça, autorizando benesses impensáveis para canalhas, que se borram de medo da prisão. Isso só faz corroer a estrutura do Poder Judiciário, cuja sopa vai sendo tomada pelas bordas, abalando-o de modo a transformar seus braços em ferramentas infectadas com parcialidades, que mimam desde “simples” praticantes de caixa 2 até traficantes de droga com fama e alcance internacionais. 

Com certeza não vou votar em quem se diz crente, temente a Deus e seguidor de Cristo, mas que descaradamente faz coisas das quais até o diabo se envergonharia. Não votarei também em ninguém que, irresponsável e deliberadamente, faz política com a (falta de) saúde da população, não importa quantos cidadãos morram nem em que condições isso ocorre. 

Um dos objetivos de meu próximo voto será romper o ciclo comandado por mentirosos que enriquecem a si mesmos, seus familiares e seus partidários, e que têm como objetivo apenas interesses próprios. Tudo isso falsamente propagado como se o lastro fosse ideológico e voltado para favorecer os mais necessitados. 

Enfim: nenhum político merece uma segunda chance: errou, tem que ser defenestrado para sempre. O mais rápido possível. Isso serve também para os eleitores refletirem antes de dar uma primeira chance a algum canalha. Infelizmente há muitos casos em que as alternativas disponíveis são todas de canalhas: O correto é que isso fosse barrado por filtros rígidos quanto à probidade dos candidatos. Mas ao invés de restringir as alternativas só com os melhores, há sistemas eleitorais que beneficiam (cada dia mais) os piores. 

Político que faz o que não deveria fazer ou que não faz o que deveria fazer tem que cair, ser expulso, degredado, encarcerado. Tem que sentir o gosto amargo da derrota, do desterro. Conhecer o frio das grades de ferro, ou o inferno de um manicômio judiciário. Tem que ser depauperado até o último centavo. Tem que andar de ônibus catando moedas necessárias para pagar a passagem. Carregar o pão no sovaco por não ter os centavos suficientes para pagar um saquinho no supermercado. Agonizar até o último suspiro enquanto esperar atendimento numa fila de hospital público. Sofrer todo o sofrimento que ele causou aos necessitados. 

Tem que conformar por ser relegado ao esquecimento coletivo, e ao ter registrada nos livros de história, durante séculos, a eterna lembrança de quão perversos e hediondos para a população foram os crimes que cometeu. Tem que ser etiquetado como criminoso, pois para satisfazer seus delírios e se beneficiar, leva sofrimento aos cidadãos que ele prometeu defender. 

Qualquer coisa menos do que isso é muito pouco em comparação com as punições das quais eles são merecedores. 

Que tudo isso sirva de lição para seus seguidores e bajuladoras tresloucados, como reflexão para quem vota, de modo a não fazer bobagem. 

Crianças brincam de casinha imitando adultos que têm um lar de verdade para conduzir. Por incrível que pareça, a maioria dos políticos brinca de casinha, com desdém, usando com perversidade os milhões de lares de verdade que têm sob sua responsabilidade. São maioria, pois nas decisões a vontade da maioria deles prepondera, e assim vão alterando as leis conforme seus interesses escusos. 

Os deputados dos EUA tiveram vergonha na cara ao solicitar o impeachment de Trump e, principalmente, por terem votado – e aprovado – essa punição, que infelizmente não teve tempo de ir às últimas consequências. Há países nos quais os responsáveis pela deflagração do processo de impeachment de presidentes minúsculos – e tantos outros postos que merecem isso... – não têm a vergonha na cara suficiente para fazer o mesmo. 

Que o voto faça de cada cidadão um carrasco que aplica a fórmula letal a todos os canalhas, lobos em pele de cordeiro que não tem vergonha na cara.

*ALBERTO ROMANO SCHIESARI













-Economista;
-Pós-graduado em Docência do Ensino Superior;
-Especialista em Tecnologia da Informação, Exploração Espacial e Educação STEM; 
-Professor universitário por mais de 30 anos;
-Consultor e Palestrante.

 Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

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