Autor: Edson Domingues(*)
Fomos morar em uma cidade no interior de São Paulo, onde nos radicamos, cujo objetivo era o de criar nossos filhos de maneira mais salutar, conosco presentes, a fim de acompanhar e curtir o crescimento delas.
Como os familiares permaneceram em São Paulo, de tempos em tempos reservávamos um tempo para visitá-los, bem como os amigos que deixamos, para mitigar a saudade desses entes queridos.
Telefonávamos, então e avisávamos de nossa ida, e o horário que chegaríamos. Infalivelmente, em cada uma dessas viagens, éramos recebidos no portão pelos avós das crianças, ansiosos pela nossa chegada, e tudo virava uma festa. Beijos, abraços, sempre havia uma comida e muitas guloseimas, doces e paparicos, como a festejar esses acontecimentos.
Após alguns dias de estada, era hora de partir, e a saudade já começava a rondar ali mesmo, antes da saída. E mais uma vez, a festa agora se transferia para o portão e a calçada, e saíamos, acompanhando pelo retrovisor do carro, os acenos efusivos, agradecendo as horas que estivemos juntos.
O tempo passou, ainda moramos fora de São Paulo, e agora as nossas filhas moram na capital, e periodicamente vêm nos visitar. Hoje, tem um programa no Google, que acompanhamos minuto a minuto a viagem delas, que nos mostram a região em que estão, e ao apontarem no trajeto a aproximação, lá estamos nós na porta do prédio a esperar ansiosamente a chegada dos nossos entes queridos, que recepcionamos com carinho e efusão, entre beijos e abraços, comidinhas e guloseimas.
E na hora do regresso, estamos nós na calçada, para as despedidas, para diminuir a saudade que fica, até o próximo encontro, e então, voltamos a seguir o itinerário pelo Google, até a sua chegada à casa, sempre acompanhada de nossas preces, e alívio pela bênção recebida.
Quarenta anos depois, estamos repetindo o gesto que vivemos intensamente, e a cena é a mesma, com personagens diferentes, mas não menos amados, só que agora, temos a tecnologia a nosso favor, mas as preces são as mesmas, e nosso amor tão intenso quanto o que vivemos àquela época, afinal, não inventamos nada, só vivemos da mesma forma o que aprendemos a amar, e passamos adiante esse carinho, que esperamos se perpetue no coração de cada um de nós.
Que bom!
* EDSON ALVES DOMINGUES
-Psicólogo formado pela Universidade de Guarulhos – 1977;
-Especializado em Psicodrama, com titulação em Terapeuta, Terapeuta de Alunos, Professor e Supervisor pela Federação Brasileira de Psicodrama;
-Especializado em Terapia de Casais e Família pelo Instituto Bauruense de Psicodrama e
-Psicólogo Clínico, por 20 anos.
Nota do Editor:
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