Autora: Luciana Miranda(*)
"Quer parar o
tempo?
Natural que seja assim
Ainda não te sei de cor
Tem tanto que eu não aprendi
Quer parar o tempo?
Pra eu ver daqui
Teu mundo vir assanhar meu rio
Eu posso até te olhar sem ir
Tudo no seu tempo
Tão veloz por dentro
Em mim passa devagar
A me acertar"
A música acima é a mais famosa, quando se fala do casal Sandy e Lucas, pois era um dueto que os dois compartilhavam, sempre com trocas de olhares e gestos de carinho, após o anúncio da separação dos dois, os dois que continuam amigos, continuaram a cantar o dueto, mas agora sem a mesma cumplicidade e isso bombardeou de comentários na internet sobre a nova performance do agora ex casal.
Não sei se todos sabem, mas outra música, que apesar do dueto ter sido com Tiago Iorc, foi uma composição que falava sobre um momento de crise do casal, que é a música Me espera, que diz "Estou aqui por trás de todo o caos, em que a vida se fez, tenta me reconhecer no temporal, me espera, tenta não se acostumar eu volto já, me espera."
Embalados em crises, trabalho, filhos, família, eu vi vários assuntos repercutirem sobre a separação e até reconciliação do casal, mas eu não vi ninguém olhando para todo o aspecto emocional e não eu não estou falando da dor da separação, do luto do fim de um relacionamento, estou falando de como nossas atitudes são diferentes quando temos auxílio da terapia. Já me adianto, que não escrevo, para defender a Sandy e nem para tomar partido de nenhum dos lados do casal, pois como psicóloga sei que só se sabe o que vive em "quatro paredes", quem vive nas "quatro paredes", eu brinco que quando fazemos terapia passamos ter um olhar clínico para as atitudes e situações e é com esse olhar clínico que vou descrever o que observei sobre a separação do casal referência. Ah e vou dividir o conteúdo de forma didática para que elucidem os exemplos comigo e sim você não é obrigado a concordar comigo, mas isso é o papel da psicologia, fazer você olhar para uma situação de vários ângulos e vou fazer isso com vocês através desse conteúdo.
Vamos lá?
Primeiro ponto, gostando ou não o que temos de referência é o ambiente em que convivemos e a família que estamos inserindo, desde criança aprendemos por repetição. Então, vamos observar , Sandy foi criada em uma família, que é o que é o considerado como "tradicional" e mesmo com conflitos em anos de carreira, nunca vimos notícias de seus pais envolvidos em escândalos, brigas, etc, então mesmo em um casamento diferente do dos seus pais que não envolve rompimento, é totalmente compreensível o fato de ter sido algo tão maduro e amigável. Novamente, não estou comparando, nem menosprezando ninguém, mas mostrando através de fatos, o que a psicologia nos ensina sobre a referência do que aprendemos de acordo com o ambiente, sempre comparada com Sandy, Wanessa que tem um novo relacionamento com Dado Dolabella, vive em meio de brigas e intrigas, procure notícias sobre os pais da mesma, entenderam? Então, essa é a primeira lição que aprendemos com a separação de Sandy e Lucas, o ambiente em que vivemos, a família que estamos inseridos interfere em nossos comportamentos.
Segundo ponto, eu sempre falo que temos papel a zelar, em nossa rotina, somos esposas, maridos, filhas, filhos, mães, pais, profissionais e não dá para exercer o mesmo papel em todas, sim, a essência permanece a mesma, mas você não pode se comportar com o diretor da empresa, da mesma maneira que se comporta com seu filho, até porque no último você tem o papel de desenvolver e por isso devemos cuidar do papel que exercemos e eu sempre reafirmo que as figuras públicas têm que ter muito cuidado com isso, pois acabam sendo referências para algumas pessoas, inclusive criança, e agora esse cuidado ainda deve ser redobrado com as redes sociais, onde as pessoas ficam mais expostas e mais pessoas tem acesso aos comportamentos dela. E o que isso tem a ver com a separação do casal? O Lucas estava participando de um musical e fez uma amiga, a qual ele sempre comentava e curtia as publicações, até aqui, tudo bem, porém o Lucas comentava com coração, com muitos elogios, beijos, entre outros, acredito que tudo bem, você ter um carinho e admiração por seus colegas de trabalho, mas aí que entra a questão dos papéis, como esposo e ainda mais de uma figura pública e em um lugar de exposição, psicologicamente acredito que ele não cuidou do papel de esposo e de estar em redes sociais, afinal pense comigo, como você reagiria se se seu parceiro (a) comentasse todas as publicações de uma amiga de trabalho com coração?
Então vamos para o nosso terceiro ponto, a Sandy também comentava nas fotos da menina, amiga do Lucas, também elogiava, então, não é nada demais. Bom, acima, eu não disse, que era algo, disse que no papel de esposo e de figura pública, talvez não seja bem visto e o terceiro ponto, é o seguinte, a Sandy, pode não ser uma pessoa fácil, como dizem, mas ela faz terapia há anos, até para ela conseguir lidar com toda exposição e críticas que teve na infância e adolescência e ela mesma já falou do quanto a terapia é importante para ela e sim quando fazemos terapia, conseguimos ter inteligência emocional, não ser reativa e temos outras maneiras de abordar algumas questões, então todo esse comportamento da Sandy é reflexo de quando fazemos terapia e conseguimos ter mais inteligência emocional.
Enfim chegamos ao quarto e último ponto, quando olhamos de uma maneira mais clínica e de acordo com o citado acima, percebemos que talvez o fato da Sandy até comentar nas fotos, é a maneira discreta dela de dizer que está observando o que está acontecendo, até porque recapitulando, ela sempre aprendeu a ter discrição com a família, ela faz terapia há anos, então diante de uma situação de exposição, a qual, se olharmos para o papel dela, como esposa, devia se sentir incomodada, será que realmente ela seria tão simpática e estou falando isso para gente perceber que ao nosso ver a gente é tão acostumado é ser reativo e acharmos que o nosso jeito que está certo que ao olharmos a atitude da Sandy de elogiar a amiga que o marido comenta com coraçãozinho, achamos que ela é "bobinha", que não devia admitir, ou que ela é "madura" demais em conseguir lidar com isso, mas não paramos para pensar que talvez, nem bobinha, nem madura, mas seja a maneira dela de lidar com isso, de acordo com o que ela aprendeu.
É isso, pessoal, perceberam que podemos sim olhar para várias situações de outras óticas e compreendermos melhor o outro e inclusive compreendermos melhor a nós mesmos.
* LUCIANA MIRANDA
- Graduada pela Universidade Paulista (2016);
- Pós graduada em Psicologia Infantil pela Facudade Futura (2022);
-Pós graduanda em Psicologia Positiva pela PUC PR;
- Psicóloga clínica e institucional, abordagem na Terapia Cognitiva Comportamental;
- Experiência com Treinamentio e Desenvolvimento , Mentoria de carreira, atendimentos clínicos de crianças, adolescentes, adultos e idosos,terapia de casal, entre outros.
Contatos
11-97860-3766
@lucianamirandapsicologa
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