Autora: Cristina Motta (*)
Essa é uma pergunta muito frequente nos primeiros atendimentos. Muitas pessoas que recebo no consultório já foram atendidas por outros psicólogos e percebem que cada profissional tem um jeito diferente de trabalhar. Sim, as pessoas são únicas e seu jeito de fazer o que fazem também é único, porém esse não é o único motivo para os atendimentos serem tão diferentes de um profissional para outro.
A ciência Psicologia tem sua origem na filosofia e dessa forma as abordagens psicoterapêuticas estão ligadas a esse pensamento que tem uma visão característica de homem. Desde que a psicologia se tornou ciência ela vem estudando os fenômenos psicológicos e o comportamento e possui uma multiplicidade de enfoques nas suas teorias apresentando profundas divergências entre si.
A psicologia pode ser dividida em quatro grandes linhas de pensamentos denominadas forças:
1ª força Behaviorismo ou Psicologia Comportamental
Seu criador rejeitou tudo o que não pudesse ser mensurável. Jhon B. Watson rejeitou tudo o que não pudesse ser replicado em laboratório negando assim o valor da introspecção. Os estudos que seguiram demonstraram que essa postura não era correta em alguns aspectos. Ele foi importante e determinante para a expansão da psicologia;
2ª força Psicanálise
O foco está na patologia e no extremo sofrimento humano diante da impotência e limitação humana. Sigmund Freud evidenciou aspectos importantes sobre a psique humana que continuam válidos e dão suporte para outras escolas que se desenvolveram a partir da psicanálise;
3ª força Psicologia Humanista
No humanismo a visão de Ser Humano é de um ser criativo com capacidade de auto-reflexão, de tomada de decisão, de escolhas e que tem valores. Abraham Maslow é considerado o fundador desse movimento que considera os aspectos saudáveis, que dão sentido, riqueza e valor a vida. Ele afirma que o homem seria um ser com poderes e capacidades inibidas que pode adoecer por bloquear elementos saudáveis; e
4ª força Psicologia Transpessoal
Pensar de forma holística transcendendo a dualidade é fundamental. Sem o transcendente ficaríamos doentes. Esta força está para além dos interesses personalizados, é mais elevada e centrada no cosmos, Algo Maior, no qual nos entregamos num sentido não materialista. Um exemplo de teórico desta força é Viktor Frankl com a Logoterapia que inclui o ser espiritual (não no sentido religioso, mas que faz relação a este Algo Maior) em ressonância com esta força que estuda o reconhecimento dos significados das dimensões espirituais da psique. Sua visão de mundo é de um todo integrado, em harmonia, onde tudo é energia, formando uma rede de inter-relações de todos os sistemas existentes no universo.
Sabendo que existem as forças, dentro de cada pensamento diversos estudiosos e muitas abordagens. Para cada abordagem o uso de técnicas e jeitos diferente de lidar com as demandas dos clientes e nesta mistura se acresenta o ser individual que é a psicóloga. Acredito que agora ficou mais claro para compreender o motivo de tantas diferenças no atendimento. Tudo isso ocorre com um único objetivo: facilitar o cliente a encontrar em si novos meios, formas, caminhos para viver de forma mais coerente e saudável com ele mesmo.
* CRISTINA MARQUES MOTTA
-Psicóloga clínica; CRP-PR 08-33015
-Graduação em Psicologia pela PUCPR – 2021 e
-Em andamento MBA em Constelações Sistêmicas pela Faculdade de Ampere – FAMPER
Nota do Editor:
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