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segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Economia e as decisões


 Autora: Maria Cristina de Oliveira (*)


Aumento de impostos, inflação, distribuição de renda, pobreza, crescimento econômico, local em que vivemos, salário que recebemos, alimentos que ingerimos e tudo isso são assuntos que discutimos normalmente em casa, no trabalho, na conversar de barzinho, nas cúpulas governamentais, referindo-se a economia. Palavra que vem do greco OIKOS, que significa casa, e mais a palavra nomos, que significa norma ou lei. Portanto, a economia quer dizer administrar a casa e, por analogia, a empresa, o país. Por isso uma análise econômica pode nos ajudar a compreender nosso dia a dia.

O homem é um ser guloso, ele tenta satisfazer suas necessidades básicas, alimentação, vestuário, moradia, depois passa a desejar outras coisas, um carro, uma viagem de férias, uma casa maior e na prática ele nunca está satisfeito. Só tem um probleminha, apesar das pessoas quererem mais e mais não há recurso disponível para todo mundo. Aí que surge o objeto de estudo da economia: a escassez.

A escassez surge devido às necessidades humanas ilimitadas e da restrição de recursos disponíveis. Os recursos são limitados, nem todas as necessidades podem ser simultaneamente atendidas. Dessa maneira, a sociedade, os governos tem que fazer opções, as escolhas de o que produzir, como produzir, para quem produzir.

O que produzir refere-se a escolher quais desejos, quais necessidades serão satisfeitas e em que quantidade. Na questão de como produzir é pensar a técnica para se conseguir o máximo de produção, com a menor quantidade de recursos. Quanto para quem produzir é decidir quem será o beneficiário da produção, ou como o produto será distribuído. Tudo isso depende de como está a organização econômica vigente.

Em uma economia de mercado, o mecanismo de preços é o que resolve os problemas, porque na hora que sobram bens o preço cai, na hora que faltam bens o preço sobe. Em países com economia de planejamento central, como China, Cuba, Venezuela, o Estado é dono, proprietário de tudo e decide tudo. Já em países de economia mista, o governo e o mercado interagem juntos na solução dos problemas econômicos.

A todo momento temos que fazer escolhas. No Brasil, o Congresso Nacional votou um orçamento de 4 bilhões, para as eleições municipais de 2024, onde os candidatos a vereador e prefeito não têm que fazer grandes deslocamentos, diferente das eleições deputados estaduais e federais, governadores, senadores e presidente, em que os candidatos viajam muito. É uma decisão que sai muito caro para o brasileiro, que não vê essa quantia sendo usada na construção, por exemplo de moradias populares.

Nas grandes cidades temos prédios abandonados, sejam edifícios antigos ou inacabados, em que a população invade e começa habitá-lo. Com isso temos o fato, a imagem de uma criança na sacada de um edifício invadido, sem qualquer proteção, ou adulto por perto para protegê-la de uma possível queda.

De acordo com o relatório do IBGE de 2022, o custo médio para construir uma casa popular no Brasil é de $1.680,00 por metro quadrado, ficando em torno de $130.000,00 a construção. Supondo que o terreno custe em torno de $60.000,00, fica o questionamento de quantas casas poderiam ser feitas, se não tivéssemos campanhas tão caras em nosso país e a certeza de que precisamos de representantes políticos que trabalhem mais com menos recursos públicos.

* MARIA CRISTINA DE OLIVEIRA
























-Graduada em Letras pela PUC Campinas;

-MBA em Gestão Escolar na  USP ;

-Atualmente é funcionária pública

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

Um comentário:

  1. Gostaria de parabenizar a Sra. Maria Cristina que em seu artigo nos deu elementos para melhor entender a ciência econômica e nos deu exemplos de como as coisas funcionam. Além disso, nos propôs uma reflexão dentro das escolhas e decisões que a economia nos impõe sobre o dinheiro que é gasto (sim, gasto) com campanhas eleitorais, isto devido ao fato de que não se trata de investimento onde observaríamos o retorno, mas, sim, um ônus e encargo de um peso mastodôntico que todos teremos que arcar. Parabéns.

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