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sábado, 11 de julho de 2015

O Conceito de Ética Racional





"A ética kantiana está centrada na noção de dever.

Parte das idéias da vontade e do dever, conclui então pela liberdade do homem, cujo conceito não pode ser definido cientificamente, mas que tem de ser postulado sempre, sob pena de o homem se rebaixar a um simples ser da natureza.

Kant também reflete, é claro, sobre a felicidade e sobre a virtude, mas sempre em função do conceito de dever. É famosa, na obra de Kant, sua formulação do chamado “imperativo categórico”, nas palavras: “Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal”. - Kant reconhece que esta é apenas uma fórmula, porém ele, que gostava tanto das ciências e que não tinha a intenção de criar uma nova moral, estava apenas preocupado em fornecer-nos uma forma segura de agir.

Sua ética é, pois, formal, - alguns até dirão formalista. Ora, o nosso pensador alemão, com seu imperativo categórico, nos forneceu, na prática, um critério para o agir moral. Se queres agir moralmente, (isto é, para Kant, racionalmente,) - o que aliás tu tens de fazer - age então de uma maneira realmente universalizável. Pois aqui está o segredo da ética kantiana: A universalização das nossas máximas (em si subjetivas) é o critério.

A moral kantiana, de certo modo, também pressupõe um conceito de homem, como um ser racional que não é simplesmente racional.

Portanto, um ser livre, mas ao mesmo tempo atrapalhado por inclinações sensíveis, que ocasionam que o agir bom se apresente a ele como uma obrigação, como uma certa coação, que a sua parte racional terá de exercer sobre sua parte sensível.

O dever obriga, força-nos a fazer o que talvez não quiséssemos ou que pelo menos não nos agradaria, porque o homem não é perfeito, e sim dual.

Mas o dever, quando nos força, obriga a fazer aquilo que favorece a liberdade do homem, porque o homem é um ser autônomo, isto é, sua liberdade, no sentido positivo, consiste em poder realizar o que ele vê que é o melhor, o mais racional.

Poder realizar significa: causar por vontade própria um efeito no mundo, ao lado das causas naturais que pertencem, como diz Kant, (à maneira newtoniana,) ao mecanismo da natureza.

O homem, neste sentido, é legislador e membro de uma sociedade ética: é legislador porque é ele que vê o que deve ser feito, e é membro ou súdito porque obedece aos deveres que a sua própria razão lhe formula.

Neste sentido, ele não tem um preço, mas uma dignidade, e é por isso que a segunda fórmula do imperativo categórico diz para agirmos de modo a não tratar jamais a humanidade, em nós ou nos outros, tão-somente como um meio, mas sempre pelo menos também como um fim em si.

É o que Tugendhat cha
maria uma ética do respeito à pessoa."

Por  ALVARO L.M. VALLS 



-Prof titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS

Uma transvaloração dos valores




Desde a filosofia de Sócrates até os nossos dias, percebemos que muito se fala de moral. Segundo Nietzsche, porém, as pessoas não sabem muito bem o que é verdadeiramente “moral” e chegam a confundi-la com o bem e mal. Para buscar compreender a questão, colocamos também nós a pergunta: qual a origem da moral? O que é a moral? Ela é mutável? Ela é única ou existem várias “morais”? Qual a sua história? O ressentimento seria criador de uma moral? Qual a sua importância para a vida do ser humano?

Nietzsche constata que tudo que recebera de conceito sobre a moral advinha de leis, tradições e instituições que não podiam garantir a veracidade do conceito de moral. Portanto, o filósofo alemão constrói sua filosofia baseada numa crítica à moral, aos valores que foram impostos pela sociedade. A obra “Genealogia da Moral: Uma Polêmica” realiza uma crítica radical ao conceito que recebera de moral[1]. O filosofo diz: “não vejo ninguém que tenha ousado fazer uma crítica dos juízos de valores morais […]. Até o momento ninguém examinou o valor da mais famosa das medicinas chamada moral: […]. Esse é justamente nosso projeto” [2].

Nietzsche critica em primeiro lugar a pessoa de Sócrates juntamente com toda a tradição filosófica que não se preocupou em questionar o conceito de moral. Pelo contrário, acreditam cegamente nessa moral. “Na qualidade de toda tradição filosófica, Sócrates é ao mesmo tempo repugnante e fascinante”. [3] Como se não bastasse uma crítica a toda a tradição filosófica, estende-a também à metafísica que transporta suas respostas para um plano que está para além da realidade. “O fim da fábula, anunciando o zênite da humanidade sem “ídolo”, ensinada por “Zaratustra”. Este ídolo de um “mundo verdadeiro” é o protótipo da metafísica, necessariamente dualista, venerando um além imaginário, batizado de “o ser”, “Deus” ou “a coisa em si””. [4] Com essa crítica à metafísica propõe ao ser humano que ele seja o seu criador, seja responsável por criar um mundo mais autêntico e sem fábulas, sem projetar sua vida para algo que esteja fora dessa realidade.

O filósofo chega à conclusão de que a moral é uma interpretação que busca atender às necessidades e interesses pessoais.

A moral surge como um aglomerado de normas para controlar o comportamento do grupo humano em que está inserida por intermédio de valores que foram construídos pelo que, muitas vezes, conhecemos como costumes e tradição (de geração a geração, os valores são passados de pais a filhos sem maiores questionamentos e, quando tais valores não correspondem mais aos valores impostos pela sociedade, aí então certos “costumes” são colocados abaixo) (SOUSA, 2009, p.14).

Ao analisarmos a história do cristianismo podemos perceber que, muitas vezes, a moral “esteve a serviço do grupo dos que, também em grupo ou como ditadores, manipulam esse grupo maior que é a humanidade”. [5] Nietzsche constata que a moral é relativa, mutável levando em conta o meio no qual esteja inserida, com seus fortes e fracos. Por isso deseja que os homens não se submetam aos valores morais que são tidos como bem e mal. [6]

Segundo Sousa (2009), a história da moral não passou de formas de controle do pensamento e das ações humanas através das instituições. Ao perceber que as instituições são as principais responsáveis por transmitir a moral, Nietzsche afirma que essa moral está muito distante de ser aquilo que deveria ser. E propõe que se viva de uma forma diferente: com mais intensidade, autenticidade e sem projeções para uma vida futura. Isto seria viver de forma mesquinha esperando que essa força de viver viesse das classes dominantes ou das instituições. [7]

A grande proposta do nosso autor é que aconteça uma transvaloração de todos os valores que foram recebidos e negados, proibidos. A moral consiste na “transvaloração de todos os valores, em um desprender-se de todos os valores morais, e um confiar e dizer Sim a tudo o que até aqui foi proibido,desprezado, maldito”[8]. Visto que não se pode confiar nos conceitos recebidos de moral, pois são impostos, transvaloração é questionamento dos valores transmitidos como absolutos. É fazer uma releitura mais aprofundada, tirar a visão sagrada do ser humano. “Suspeitando do valor da moral, a genealogia pretende desvalorizar os valores prevalentes até então” [9]. Transvaloração é rompimento com o homem ideal pela tradição para que se tenha o homem real, este que não segue e sofre as consequências de não aderir aos valores impostos, isto é, não ter medo de ser tachado como imoral por não segui-los, visto que o conceito que se tem de “bem e mal” varia de pessoa para outra.

Num segundo momento, o autor preocupa-se em fazer uma crítica ao cristianismo, à igreja, aos padres que, em seu ponto de vista, se valeram de argumentos e outras coisas mais para se criar um pensamento fraco, limitado e coercitivo. “Os sacerdotes querem exatamente a degeneração do todo, da humanidade: por isso conservam o que degenera. A este preço eles a dominam… Que sentido têm aqueles conceitos mentirosos, os conceitos auxiliares de moral, “alma”, “espírito”, “livre-arbítrio”, “Deus” se não o de arruinar fisiologicamente a humanidade?…”. [10] Segundo Nietzsche, quando se retira o olhar do corpo e se preocupa com a “salvação da alma” , isso é uma ruína do ser humano, pois o tira do cento de sua vida, inibe-o na realização de si como pessoa, o que Nietzsche chama de “ausência de si” [11]·. Não nos resta dúvida de que as diversas aplicações e exigências da moral são na realidade uma forma de não deixar surgir a verdade sobre o lamentável oposto disso, isto é, que a humanidade esteve nas mãos dos sacerdotes.[12] A proposta do filósofo é que se faça um retorno no tempo e de apresentar que jamais houve “A Moral”, uma moral objetiva, absoluta. O que existem são “pequenas morais”, particulares, a partir de interesses. Destas, o cristianismo representa o seu apogeu[13]. A moral não tem Deus como origem ou espírito, mas os homens e, mais profundamente ainda, suas vontades e instintos[14].

Segundo Machado (1999), Nietzsche testifica que a sociedade, enquanto poderosos e instituições, é a principal responsável por criar os valores para toda a humanidade, mas sempre julgando se são ou não nocivos a si mesma[15]. Os valores de morais, segundo Nietzsche, são criados, em um primeiro momento, pelos nobres, poderosos, superiores em posição e pensamento em oposto a tudo que se tem como baixo, vulgar plebeu, e sempre tendo como base seus próprios interesses. [16] Devido aos nobres se considerarem os superiores e por causa da distância de posição e pensamento, “tomaram para si o direito de criar valores, cunhar nomes para os valores: que lhes importava a utilidade.” [17] Mas o cristianismo, em segundo momento, inverte isso, fazendo nascer de si o espírito do ressentimento, e não, como se crê, do espírito, a grande revolta contra a dominação dos valores nobres[18]. Não são mais os nobres que criam a moral, mas os pobres, os fracos. Na obra “Genealogia da Moral”, são apresentados três argumentos para esse tipo de niilismo: o ressentimento, a má consciência e o ideal ascético.[19]

A respeito do ressentimento podemos dizer que é um termo técnico para designar a força dos fracos contra os fortes. Contribui para a criação de uma nova moral, moral do ressentimento, esta que se volta, pensa, favorece os fracos, e não os fortes, os poderosos. Este termo serve de crítica genealógica[20]. Por ele, propõe-se ao ser humano um voltar-se para si e se servir de forças para combater o poder dos melhores que se impõem. O fracassado tem consciência do que é, porém não possui força suficiente para se alegrar, o que incorre um desprezo de si, cansa, desgosta, despreza a si mesmo[21]. Por isso, o cristianismo é acusado, por Nietzsche, de alimentar uma ideia fraca no ser humano e consequentemente um ressentimento contra os valores aristocratas[22]. Visto que todos os seres humanos sempre desejam, querem e que os sacerdotes os alimentam com uma ideia fraca, isso acaba gerando seu aniquilamento, faze-nos pequenos, impede-nos de pensar, induze-nos a querer o nada[23].

Vimos, pois, em primeiro lugar, que a obra “Genealogia da Moral” é uma crítica feita a toda a tradição filosófica, à metafísica e ao cristianismo. Estes teriam forjado um conceito de moral que atendesse aos interesses e desejos das maiorias. E em segundo lugar, que a moral, para Nietzsche, não advém de leis ou instituições. Mas de um questionar o conceito de moral que fora recebido até então pela tradição filosófica, pala metafísica e pelo cristianismo, fazer uma releitura no que fora passado de geração para geração como indubitável, isso engendraria uma moral que proporcionará ao ser humano viver de forma mais autêntica, intensa, espontânea.

Referências

CAMUS, Sébastien et al. 100 obras-chave de filosofia. Trad. Lúcia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis: Vozes, 2010.

LEFRANC, Jean. Compreender Nietzsche. Trad.Lucia M. Endlich Orth. Petrópolis: vozes, 2005.

MACHADO, Roberto Cabral de Melo. Nietzsche e a verdade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Ecce Homo: como alguém se torna o que é. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

______. Genealogia da moral: uma polêmica. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: companhia das letras, 1998.

SOUSA, Mauro Araujo de. Nietzsche: viver intensamente tornar-se o que se é. São Paulo: Paulus, 2009. (Coleção Filosofia em questão).

[1] NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia de moral. prefácio, § 2.

[2] MACHADO, Roberto. Nietzsche e a verdade. p. 59.

[3] CAMUS, Sébastien et al. 100 obras-chave de filosofia. p. 20.

[4] CAMUS, Sébastien et al. 100 obras-chave de filosofia. p. 21.
[5] SOUSA, Mauro. Nietzsche. p. 14.

[6] SOUSA, Mauro. Nietzsche. p. 15.

[7] SOUSA, Mauro. Nietzsche. p. 16.

[8] NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. “Aurora”, § 1.

[9] MACHADO, Roberto. Nietzsche e a verdade. p. 69.

[10] NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. “Aurora”, § 2.

[11] NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. “Aurora”, § 2.

[12] NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. “Aurora”, § 2.

[13] NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia de moral. I § 6.

[14] CAMUS, Sébastien… [et al]. 100 obras-chave de filosofia. p. 106.

[15] MACHADO, Roberto. Nietzsche e a verdade. p. 63

[16] NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia de moral. I, § 2.

[17] NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia de moral. I, § 2.

[18] NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. “Genealogia da moral”, § 1.

[19] NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. “Genealogia da moral”, § 1.

[20] LEFRANC, Jean. Compreender Nietzsche. p. 155

[21] LEFRANC, Jean. Compreender Nietzsche. p. 155

[22] LEFRANC, Jean. Compreender Nietzsche. p. 146

[23] LEFRANC, Jean. Compreender

Postado em 02.11.2011 emhttp://pensamentoextemporaneo.com.br/
Por ALESSANDRO FERREIRA DE ANDRADE  BLANK

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A "Cortina de Fumaça" de Lula

                                            Editorial do Werneck

Philippe Brito de Andrade em artigo postado no dia 17.05.2012 no site "Pensarolando"  esclarece que:

"A expressão “Cortina de Fumaça” tem suas origens em um passado muito remoto. 

Em muitas batalhas e guerras da antiguidade cortinas de fumaça eram utilizadas; na maior parte das vezes para se ocultar dos inimigos, principalmente em batalhas marítimas barcos se escondiam em fumaça; uma névoa natural ou criada; para ficarem protegidos dos tiros inimigos. 

Com o tempo e o aprimoramento de técnicas, cortinas de fumaça também foram utilizadas para o ataque, quando se incorporava a ela elementos tóxicos transformando-a numa arma. 

Hoje em dia essas técnicas não são mais utilizadas, mas a expressão permaneceu presente em nosso cotidiano como sinônimo de dissimulação, ilusão ou ocultamento."

Essa "Cortina de Fumaça" ou dissimulação foi utilizada pelo Sr. Luiz Inácio Lula da Silva na última 4ª feira(08.07) quando por meio de seus advogados protocolou queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) na qual pede que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) responda por injúria, calúnia e difamação por acusações feitas em redes sociais.


De acordo com a notícia de http://g1.globo.com/ "Conforme o processo, Caiado afirmou em sua página do Facebook, no dia 25 de fevereiro, que "Lula tem postura de bandido" e que "Lula e sua turma foram pegos roubando a Petrobras e agora ameaça com a tropa MST do Stédile e do Rainha para promover a baderna".



Vocês podem me perguntar:  

Raphael porque você diz que isso foi uma "Cortina de Fumaça" ?

Ele não teria o direito de ingressar em juízo como o fez?

E eu lhes respondo: Sim, teria esse direito.

Mas eu faço uma pergunta a todos vocês:

Porque só ingressar com a queixa-crime quase 5 meses após a alegada ofensa?

Novamente lhes repondo:


Esse Sr. não me parece ser o "Seu Obturado" personagem interpretado pelo comediante Walter D'Ávila para o programa Praça da Alegria comandado por Manuel de Nóbrega na TV Record que só conseguia entender as anedotas que lhe contavam muito tempo depois (normalmente no final do quadro humorístico).

Não,o Sr. Lula não é de maneira nenhuma esse personagem.

Assim, só posso concluir que essa queixa-crime parece ser mais uma "cortina de fumaça" lançada pelo Sr. Luiz Inácio Lula da Silva como mais uma tentativa de desviar o foco das acusações que estão sendo feitas pelo Sr. Ricardo Pessoa da UTC "ligando doações eleitorais ao PT a contratos com a Petrobras".

Digo mais uma "cortina de fumaça" porque ainda não consegui digerir aquele episódio do "Habeas Corpus Preventivo" impetrado recentemente por um consultor de Campinas a favor de Lula para que este não fosse preso e, que justamente foi indeferido.

Como o PT não quer largar o "osso" nos preparemos para outras "Cortinas de Fumaça".

Preciso desenhar?

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Dilma não governa, mas é governada pela crise; Senado aprova regra para aposentados que abre rombo nas contas



Escrevo o que penso — e apenas o que penso — de olho no que considero ser o interesse dos meus leitores e, sim, acreditem, no bem do meu país e, se pudesse interferir (atentem para o tempo do verbo), até do mundo. Quando aciono a primeira tecla, ignoro o que pensam adversários, inimigos, arrivistas, palpiteiros que têm de arrogantes o que têm de ignorantes, pessoas com interesses contrariados ou ambições insatisfeitas e congêneres. Não dou bola. Não os leio, e não me interessa saber o que pensam. Se tenho alguma folga, meu divertimento é ler textos sobre medicina e direito. Por que perder tempo com gente mais burra do que eu, não é mesmo? Adiante.

Escrevi há pouco um post sugerindo que Dilma renuncie — o que não a livraria de responder por eventuais malfeitos, é bom que fique claro. Só um quadrúpede do direito poderia inferir tal coisa. A presidente perderia o foro especial por prerrogativa de função. Há quem ache isso hoje um problema porque acaba havendo apenas um grau de jurisdição. Mas não entro agora nessas minudências. Vou ao ponto.

Sugeri a renúncia de Dilma porque, afirmei, ela perdeu a capacidade de governar. Vejam o que aconteceu há pouco no Senado. A casa endossou a emenda a uma MP aprovada na Câmara que estende a todos os aposentados as regras de reajuste do salário mínimo. É mais uma paulada no esforço fiscal — que os peemedebistas, muito realistas, já querem baixar para 0,4% do PIB, ou um terço do que foi definido há pouco mais de três meses.

O governo bem que tentou. Mas falar com quem? Um dos entusiastas da proposta foi o petista Paulo Paim (PT-RS). Segundo ele mesmo, foi Lula quem lhe disse que lhe cabe votar “segundo os interesses dos trabalhadores”, não do esforço fiscal.

Se não quiser mais essa bomba contra as contas públicas, Dilma terá de vetar a medida — sempre restando a chance de o veto ser derrubado no Congresso, o que pode ser feito por maioria simples.

Quando proponho que Dilma renuncie ou encaminhe uma emenda parlamentarista que já inclua o seu mandato, não estou tentando atuar como bombeiro, não. Isso nada tem a ver com o Poder Judiciário, que segue com a sua independência. Eu estou apenas pensando no bem do país. Se alguém propuser hoje que todo brasileiro tome compulsoriamente uma injeção no olho, e se a presidente se mobilizar contra a proposta, estejam certos de que será aprovada.

Dilma não governa mais, mas é governada pela crise.

Postado no dia 08/07/2015 às 21:12 no Blog do Reinaldo Azevedo - Revista Veja

Por REINALDO AZEVEDO

-Jornalista político brasileiro, de orientação política conservadora ou, segundo ele próprio declara, inserido no campo da direita liberal e democrática.

Luta de Mulher e Todo Dia É Luta de Mulher Sobre Pretas e Pardas





Há alguns dias fiz uma pequena reflexão sobre a luta diária da mulher. Não tinha conotação feminista, mas, falava da luta do universo feminino e seu cotidiano. Ao final do texto disse que não havia falado das negras, apesar do texto falando do universo feminino certamente falada de nós. Mas, quero fazer alguns destaques sobre a luta diária da mulher negra no Brasil a partir de algumas leituras que tenho feito.

Como por exemplo o mapa da violência contra mulheres, a morte materno-infantil, população carcerária, pobreza e miséria, a crescente famílias chefiadas por mulheres, aumento da participação na criminalidade, hipersexualização e toda sorte de desrespeito.


Segundo dados recentes sobre a população carcerária no Brasil estima-se que hoje tenhamos por volta de 500 mil presos (outros falam de 700 mil), destes, 14 mil são mulheres, houve um aumento de 74% de encarcerados no Brasil, entre as mulheres houve um aumento de 146% de encarceramento, o perfil das encarceradas é: possuem baixa escolaridade e "Dados do Ministério da Justiça mostram que o perfil das mulheres presas no Brasil é formado por jovens, dois terços do total têm entre 18 e 34 anos; são negras e das mulheres encarceradas hoje 45% são pretas ou pardas. "

Sobre a saúde feminina mulheres negras tem 6 vezes mais chances de vir a óbito no parto. "(...) As taxas de mortalidade materno infantil entre a população negra são superiores às registradas entre mulheres e crianças brancas. Os números mostram que 60% das mortes maternas ocorrem entre mulheres negras e 34% entre mulheres brancas. Já na primeira semana de vida, a maioria das mortes é registrada entre crianças negras (47%) entre as brancas, o índice é 36%." Um dos fatores apontados para esse alto índice de mortalidade entre as mulheres e crianças negras, seria o racismo institucional, que levou a SEPPIR a elaborar uma campanha sobre o tema, além de um curso de sensibilização pelo SUS.

Dados da saúde apontam que mulheres negras fazem metade das consultas de pré-natal que as mulheres brancas, além de receberem um atendimento precarizado no momento do parto, os dois fatos tem levado a um índice de mortalidade alarmante. Há relatos de mulheres negras de que durante o pré-natal são tratadas com descaso, “as vezes nem tocadas” e durante o parto são alvo de maior violência obstetrícia e negligencia.

A alta mortalidade dos homens negros tem levado as mulheres negras a serem chefes de família, a baixa escolaridade as levam a uma menor participação do Mercado de Trabalho: "Dessa forma, a taxa de atividade varia entre 72,7% entre amarelos e indígenas, 74,1% entre as pessoas negras e 75,8% entre as pessoas brancas.", principalmente o de carteira assinada: "Na análise por cor/raça, verificou-se que a proporção de pessoas pretas ou pardas em trabalhos formais é consideravelmente menor que a da população de cor branca. No caso das mulheres negras essa proporção é ainda menor. Somente 47,3% das mulheres pretas ou pardas ocupadas estão em trabalhos formais, percentual que se reduz para 34,6% na Região Nordeste."

Desta maneira as mulheres negras e pardas engrossam as filas das trabalhadoras informais: diaristas, domesticas sem carteira assinadas, camelos, ambulantes, entre outras atividades. Um lado perverso desta situação é que tendo a mulher que assumir a provisão da casa, a filha mulher assume o trabalho doméstico infantil, mesmo sendo mais nova que os irmãos homens. O trabalho doméstico infantil, leva a evasão escolar e também a gravidez e a união precoce como forma de “escapar” da responsabilidade de ser dona de casa e mãe dos irmãos.

A baixa escolaridade, o subemprego ou emprego informal leva a miséria e pobreza: "A análise da pobreza com base em desigualdades de gênero e cor/raça demonstra níveis de pobreza muito elevados entre a população negra em geral, com piores níveis entre as mulheres negras. As pessoas negras com rendimentos familiares per capita de até ½ salário mínimo são 38,9%, uma concentração de pessoas muito acima da média nacional. Em números absolutos, há, aproximadamente, 37 milhões de pessoas negras entre os 55 milhões de pobres. Entre as mulheres negras, 39,8% delas estão em situação de pobreza." Ou seja, no Brasil a pobreza tem cor e gênero bem definidos.

A situação de miséria e pobreza que leva ao subemprego ou ao emprego informal gera um alto índice de negras e pardas analfabetas, analfabetas funcionais ou de baixa escolaridade, a maioria não passando das primeiras series do ensino fundamental. "Na educação, por exemplo, as disparidades nas taxas de alfabetização e escolaridade entre mulheres negras e brancas é preocupante: 90e 83% para as brancas e 78% e 76% para as negras, respectivamente."

A condicionalidade de educação do Programa Bolsa Família e a política de cotas para negros e pobres tem lentamente mudado esta situação, aumentando a escolaridade das meninas e jovens negras e também proporcionando sua entrada no Ensino Superior, até mesmo em profissões onde eram totalmente banidos: medicina, engenharia, odontologia, arquitetura, entre outras que se destinavam a estudantes de classes mais abastadas.

Quanto a Violência de Gênero as mulheres negras são as maiores vítimas da violência doméstica. Segundo os dados apresentados no Mapa da Violência, em 2010, morreram 48% mais mulheres negras do que brancas vítimas de femicídio, diferença que vem se mantendo ao longo dos anos".

O quadro não é nada bom. Para além dessas constatações que podem ser verificadas nos sites abaixo, temos ainda os estereótipos que permanecem na sociedade, como da negra e da mulata hipersexualizadas, objeto de fetiche de homens brancos e do turismo sexual e nesse caso, a exploração sexual de meninas negras e brancas também é alto.
A televisão e outros meios de comunicação ainda persistem em manter estereótipos da mulher negra como favelada, inculta, barraqueira, hipersexualizadas, domestica, mulher ou mãe de bandido, desleixada, negligente com os filhos.

Haja visto que no Brasil negros em geral e a mulata só aparecem durante o carnaval, para depois aparecerem apenas nas páginas policiais, na sua maioria como bandidos/as ou cadáveres, engrossando as estatísticas da violência contra a comunidade negra.
Há muito que ser debatido no movimento negro e de mulheres sobre a situação especifica da mulher negra e como poderemos reverter essa situação de miséria, pobreza, violência, morte e desesperança.

Pra saber mais:
http://www.progresso.com.br/policia/populacao-carceraria-feminina-cresce-256-em-2012-divulga-diretor-do-depen
http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/11/saude-lanca-campanha-contra-racismo-no-sus
http://www.compromissoeatitude.org.br/wpcontent/uploads/2014/01/RASEAM_interativo.pdf0http://www.institutobuzios.org.br/documentos/MULHER%20NEGRA%20DADOS%20ESTATISTICOS.pdf

Postado em  http://blogueirasfeministas.com/2012/11/a-violencia-contra-as-mulheres-negras/

Por CÂNDIDA MARIA FERREIRA DA SILVA




Mozart – Sinfonia Nº 35 – Último Movimento – Presto







Postado no Blog do Miranda Sá no dia 07.07.2015

Edição de MARJORIE SALU

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terça-feira, 7 de julho de 2015

A polêmica sobre a redução da maioridade penal



Poucos sabem, mas a verdadeira origem da polêmica sobre a redução da maioridade penal está na confusa redação conferida, propositalmente, à PEC 171/93, vazada nos seguintes termos:

“Art. 1º. O art. 228 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido de parágrafo único e com a seguinte redação:

Art. 228 – São penalmente inimputáveis os menores de 16 anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Art. 2º Esta Emenda entra em vigor na data de sua publicação”.

Essa confusa redação deve ser entendida como alteração parcial do art. 228 da CF para ler “16 anos” onde está escrito “18 anos”.

Não faz o menor sentido manter o caput em sua redação original (18 anos) para acrescentar o parágrafo único com a redução da maioridade para 16 anos, a menos que queira induzir o Constituinte Derivado a promover a redução da maioridade seletiva.

Temos razões para crer que essa PEC veio à luz para dar satisfação à opinião pública, mas de forma a prejudicar a sua regular tramitação por conta da esperada confusão a ser lançada na Câmara Federal onde atuam 513 deputados de diversos partidos e com posicionamentos diferentes.

Iniciada a discussão dessa PEC na Câmara, favorecida pela sua dúbia redação original, houve proposta de reduzir a maioridade penal para 16 anos apenas em relação a crimes cometidos com violência ou grave ameaça, crimes hediondos (como estupro), homicídio doloso, lesão corporal grave ou lesão corporal seguida de morte, tráfico de drogas e roubo qualificado.

Essa proposta foi rejeitada no dia 1º de julho de 2015. No dia seguinte, o Presidente da Câmara colocou em votação um outro substitutivo que reduz a maioridade penal apenas para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte, eliminando a alusão a outros crimes como tráfico de drogas e roubo qualificado. Esse substitutivo foi aprovado na madrugada do dia 2 de julho por 323 votos contra 155 votos contrários e duas abstenções.

Inúmeros deputados, bem como, vários setores da sociedade, inclusive, juristas respeitáveis, condenaram a manobra regimental do Presidente da Câmara ameaçando impetrar mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal por violação do processo legislativo previsto no § 5º, do art. 60 da CF, in verbis:
“A matéria constante da proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”.

Esse dispositivo constitucional, sem embargo das respeitosas opiniões em contrário, não se aplica ao caso sob exame, pois a proposta de emenda, tal como prevista na PEC 171/93, ainda não foi apreciada pela Câmara que discutiu e rejeitou um substitutivo, seguida de discussão e aprovação de um outro substitutivo. A proposta original de redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos não foi objeto de discussão e deliberação pela Câmara dos Deputados. O que foi aprovado é o último substitutivo que estabelece uma redução seletiva da maioridade penal contrariando o fundamento básico da inimputabilidade do menor. A inimputabilidade não está ligada exclusivamente a pessoa de menor idade.

Penalmente inimputável é a pessoa doente mentalmente ou aquela pessoa que tem desenvolvimento retardado ou incompleto que a impede de entender o caráter ilícito do ato que está praticando.

Tanto a emenda rejeitada, como a emenda aprovada contrariam esse princípio lógico à medida que o menor de 18 anos teria plena consciência do que está fazendo em se tratando da prática de crimes graves, mas esse mesmo menor não teria menor ideia do que está fazendo em se tratando da prática de crime menos graves.

Impõe-se, pois, a apreciação da proposta original para desfazer esse equívoco em que incorreram os substitutivos apreciados pela Câmara dos Deputados. A proposta consiste em decidir se o menor de 16 anos é ou não inimputável penalmente.

Não pode a pessoa de 16 anos ser inimputável e ao mesmo tempo imputável. Seria o mesmo que conferir ao menor de 18 anos o direito de eleger vereadores, deputados estaduais, prefeitos e governadores, mas proibi-lo de eleger deputados federais, senadores e Presidente da República sob o argumento de que para esses últimos cargos se requer um voto maduro.

Voltando à questão da tumultuada votação na madrugada do dia 2 de julho, entendo que a proposta aprovada não feriu o § 5º, do art. 60 da CF. Segundo a jurisprudência do STF o que não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a Emenda rejeitada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo que é espécie do projeto originalmente proposto (MS nº 22.503, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 6-6-1997).(grifo nosso).

Elaborado e Publicado em 03/07/2015 15:38 em http://jus.com.br/artigos/40609/a-polemica-sobre-a-reducao-da-maioridade-penal

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Como vemos pelo trecho que grifei o que o Governo está tentando fazer é "pressão", tumultuar. Não terá sucesso!!! 
#PelaReducaodaMaioridadePenal

Justiça Federal nega pedido de habeas corpus contra prisão de José Dirceu




A Justiça Federal negou nesta sexta-feira (3/7) pedido de habeas corpus contra eventual prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Na decisão, o desembargador Nivaldo Brunoni entendeu que o receio de ser preso não comporta decisão preventiva do Judiciário.

Ao protocolar o pedido no Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, o advogado de Dirceu, Roberto Podval, argumentou que, devido à dinâmica das investigações, “tudo leva a crer” que Dirceu está prestes a ser preso.

Ao rejeitar o pedido, o desembargador disse que o fato de o ex-ministro ter sido citado pelo empresário Milton Pascowitch, em depoimento de delação premiada, não significa que ele será preso. “No âmbito da Operação Lava Jato há investigados presos preventivamente e outros foram soltos mediante a fixação de condições pela autoridade ora apontada como coatora. Além destes, muitos foram conduzidos para prestar depoimento, mas sequer chegaram a ser presos”, disse Brunoni.

O ex-ministro cumpre prisão em regime aberto por ter sido condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.


Notícia da Agência Brasil - 06/07/2015 - 16h54

Reproduzida em http://ultimainstancia.uol.com.br/

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Esse Sr. com este ato demonstrou  como diz o provérbio português"ter culpa no cartório". O que fez foi uma verdadeira confissão, pois, como dizem, "quem não deve não teme".

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Da Psicologia Humanista à Psicologia Transpessoal - A Dignidade do Ser como Virtude d’Alma


Algumas Escolas do Pensamento Psicológico defendem a tese que o indivíduo, como pessoa humana, considerada quanto às suas características particulares, físicas e psíquicas, será, fatalmente, o resultado da sua programação hereditária, uma vez que nasceu modelado pelos fatores genéticos que lhe são peculiares.

Esta é a nosso ver, uma tese limitadora das possibilidades do Ser, pois, dela também deriva a ideia que, em assim sendo, nem mesmo a educação conseguiria contribuir eficazmente na transformação moral da criatura, quando as suas, forem tendências perturbadoras e responsáveis pelo comportamento dócil ou afetivo, alienado ou desastrado, pacífico ou violento que cada indivíduo apresenta.

Certamente é inegável que a genética se impõe na formação da aparelhagem fisiológica. Porém, é preciso observar que o indivíduo não é apenas um ser físico e orgânico, ele é, antes de tudo, o ‘Self’, o “Eu” profundo, responsável pelos seus conteúdos psíquicos. Este ‘Eu’ que algumas vezes é denominado de ‘Mente’, ou de ‘Alma’, ou de ‘Espírito’, ou simplesmente de ‘Energia’, ou de ‘Psique’, palavra grega que significa alma e que vem nos dizer algo que para alguns, pode até soar estranho, mas, que nos leva a olhar para além dos conceitos materialistas para nos permitir entender que, a criação e a vida da psique preexistem ao momento da concepção fetal e que a morte biológica não representa o término das suas funções.

Entre os grandes decifradores da alma humana, o genial Guimarães Rosa, anotou: - “As pessoas ainda não estão terminadas, elas estão sempre mudando... afinam ou desafinam. Verdade maior!”.

Carl Gustav Jung, decifrando o próprio ser, escreveu: - “Minha vida é a quintessência do que escrevi e não o contrário. O que sou e o que escrevo é uma só coisa. Todas as minhas ideias e todos os meus esforços, eis o que sou”.

Ainda nas pegadas do Mestre Jung, é importante lembrar que ele constatou que “a onda de materialismo que dominou as mentes no final do século XIX”, deixou marcas profundas no campo da Psicologia que àquela época iniciava sua autonomia científica. Não obstante, no campo das Ciências do Comportamento humano, homens e mulheres notáveis, trouxeram suas importantes contribuições que não se limitaram à observação puramente materialista. Foi assim que, William James (1842–1910) externou seu pensamento considerando não existir “outra causa para o fracasso humano senão a falta de fé do homem em seu verdadeiro ser”.

Os complexos mecanismos da psique foram se tornando melhormente compreendidos através dos estudos, das teorias e conceitos surgidos até mesmo daqueles estudiosos considerados ‘materialistas’. Deve-se destacar o Pai da Psicanálise, Sigmund Freud, que, ao aprofundar seu olhar sobre os estudos do inconsciente fez com que a Psicologia avançasse significativamente.

Mas, como exarado no pensamento de Heráclito: -“Não se pode chegar aos limites da alma caminhando; mesmo que se percorram às pressas todas as ruas, seu sentido é por demais, profundo”.

Desta forma, é perceptível que os caminhos trilhados pelo pensamento psicológico renderam avanços nos estudos das suas variadas correntes e abriu-se o leque para a compreensão dos transtornos, das neuroses e das diversas manifestações do inconsciente, o que foi grandioso para o conhecimento da psique. Entretanto, também se percebeu que importantes questões em torno do ser permaneciam inexploradas, isto incentivou outros estudiosos a iniciarem suas pesquisas buscando os valores profundos da alma e os caminhos para a autorrealização do ser.

É certo que a Psicologia humanista agregou importantes conquistas para o conhecimento em torno do ser, mas, como ainda faltava integrar a dimensão espiritual para obter-se uma análise mais completa, surgiu uma Quarta Força, a Psicologia Transpessoal ou, a Psicologia como ‘estudo da alma’, que avançou a passos largos, depois que foram apresentados valiosos estudos em torno dos estados alterados de consciência que lhe engendraram o advento e que se propagou a partir de 1966 nos EUA. Foi muito importante esta corrente de pensamento por ter facultado que ensinos e experiências orientais, fossem introduzidos abrindo espaços para uma visão espiritualista do ser humano em maior profundidade.

Foi o próprio precursor das duas correntes, o psicólogo americano Abraham Maslow que assim considerou:

“Devo também dizer que considero a Psicologia humanista, ou Terceira Força da Psicologia, apenas transitória, uma preparação para uma Quarta Psicologia ainda ‘mais elevada’, transpessoal, transumana, centrada mais no cosmo do que nas necessidades e interesses humanos, indo além do humanismo, da identidade, da individuação...”.
Fato é que foi apoiando-se na contribuição valiosa da ancestralidade oriental que revelava os conhecimentos em torno do ser espiritual, que a Quarta Força estruturou-se oficialmente a partir de 1968 lá mesmo, nos Estados Unidos. É bem verdade que predominou certo preconceito acadêmico a respeito dos seus postulados. Mas, isto não intimidou seus aguerridos fundadores: Abraham Maslow, Viktor Frankl, Stanislav Grof, Antony Sutick, James Fadiman. Anteriormente, outros teóricos renomados já haviam lançado as bases para a constituição da Psicologia transpessoal, foram eles: Fritjof Capra, Carl Gustav Jung, Pierre Weil e Roberto Assagiogli, dentre outros.

Pierre Weil, assim define a Quarta Força:

“(...) trata do estudo de consciência em que se dissolve a aparente fronteira entre o “eu” e o mundo exterior, em que desaparece o que chamamos de pessoa e surge uma vivência que está além. Daí a designação “transpessoal”, já utilizada por C.G.Jung em sua Obra, tendo o termo “Psicologia transpessoal” sido oficialmente adotado nos Estados Americanos, em meados de 1969”.

A integração da dimensão espiritual possibilita um enorme avanço da Psicologia em direção ao conhecimento da essência do ser, o ‘Eu profundo’ ou ‘Self’, a totalidade da psique consciente e inconsciente, o arquétipo primordial, o Espírito, ser eterno enquanto imortal, pois que teve princípio tendo sido criado por Deus, mas, não terá fim porque seu destino é a evolução para a eternidade. Portanto, é o Espírito, o Ser inteligente da Criação Divina que preexiste e sobrevive à morte, o objeto das análises aprofundadas da Psicologia transpessoal.

Com este campo ampliado de visão, não somente a carga genética e os traumas de uma existência seriam os responsáveis pelos conflitos da personalidade, mas também, toda a vivência do Ser que somos, em toda a sua variada gama de experiências existenciais.

Poderemos considerar, sem medo de errar, que não são os caprichos dos genes que formam o ser, as suas características físicas, emocionais e psíquicas, embora haja a prevalência deles, mas sim o Espírito que neles imprime as necessidades de desenvolvimento intelecto-moral.

Desta forma, é de alta relevância o desempenho da educação no desenvolvimento emocional, comportamental e cultural dos indivíduos, trabalhando-lhes os valores internos e impulsionando-os à conquista do infinito.

Hábitos saudáveis e edificantes produzem harmonia emocional no indivíduo bem como no grupo social onde ele atua. Os processos educativos, especialmente aqueles de natureza moral, constituem-se nos responsáveis pela transformação das tendências agressivas e dos sentimentos de baixa estima para melhor. Os exemplos bons, nos esforços para quaisquer realizações benéficas, fazem parte dos processos educativos pensados e trabalhados para o bem moral das criaturas, ao mesmo tempo em que, mediante o estudo, a instrução e a aquisição do conhecimento, concorrem para o desenvolvimento cultural e intelectual, num somatório de valores que enobrecem o ser humano.

À educação, no sentido lato do termo, está reservada, a magnífica tarefa de formar homens e mulheres melhores e mais sociáveis. Sujeitos que desenvolvam as sementes do amor e da dignidade para progredirem espiritualmente, transcendendo os limites do egoísmo, tornando-se úteis à comunidade, quando lhes será possível adquirir a consciência de paz e dos valores éticos que constituem a vida do ser pensante.

O significado do progresso desapareceria caso houvesse o fatalismo genético sem chance de transformação, o que ensejaria a permanência da brutalidade ancestral, o primitivismo arbitrário, sem as claridades do saber e do comportar-se, enfim, da auto-iluminação.

Triste seria para a humanidade, se a fatalidade genética realmente moldasse o caráter e o comportamento dos indivíduos, posto que nenhuma das doutrinas científicas e filosóficas teria razão de existir, porque a psique estaria incapacitada para assimilá-las, na sua condição de dependência dos fenômenos fisiológicos automatistas.

Todas as criaturas são livres para exercitar as condutas mentais, emocionais e morais que lhes aprouver, mas, são também responsáveis pelos resultados que serão colhidos desta liberdade de agir. Como reza a sabedoria do dito popular, “a sementeira é livre, mas, a colheita é obrigatória”. É a esta condição de vivenciar a virtude da dignidade perante a sua existência e a existência alheia que a Psicologia transpessoal pode e deve conduzir seu cliente.

Indispensável, portanto, para terapeutas e pacientes, o conhecimento e a vivência da Lei Moral de justiça, amor e caridade que induzirá as criaturas à conduta psicológica saudável.

Por MÔNICA MARIA VENTURA SANTIAGO

Monicaventura

-Advogada especializada em Direito de Família e Sucessões, Direito Internacional Público e Direto Administrativo.

Conhecendo o Seu Temperamento


A partir de hoje,postarei uma nova Seção que dividirá o mês com a seção "Momento Cultural".



Esta Seção que denominarei de "Tribuna Livre" do  está sendo criada com o objetivo de proporcionar que todos tenham a liberdade de escrever  artigos completamente diferentes daqueles que normalmente escrevem.



Pode ser ousadia de minha parte abordar este assunto, sem formação acadêmica. Esmero em ser o mais didática possível, para melhor compreensão.

Nenhum Temperamento é mal ou bom em si mesmo. Todos os temperamentos foram criados por Deus, desde antes do nosso nascimento. Todo Temperamento possui fraquezas e virtudes. As fraquezas do Temperamento podem ser vencidas pelo controle, transformação e conhecimento. As virtudes do temperamento podem ser lapidadas, melhoradas e bem aplicadas. O estudo dos Temperamentos tem aspectos médicos/científicos e não místicos. Podemos ser mais felizes quando compreendemos nosso Temperamento e o polimos.

Vale lembrar que devemos ser sinceros para conosco. Nada de continuar lendo e pensando em outra pessoa, achando que ela retrata a informação, discernindo o Temperamento de outro. Portanto, não caiamos em tentação de escondermos do Temperamento que possuímos falhas que podem ser reparadas. Assim como não considerar um temperamento melhor que o outro e nem entristecermos com o que temos, desejando ter nascido com outro. Lembrando que, a pessoa mais difícil de relacionar é aquela que vemos no espelho. E o domínio próprio nos ensina a ser comedidos nas palavras e sensatos nas atitudes.

O Temperamento é a combinação de características congênitas que subconscientemente afetam o procedimento do indivíduo. Isto envolve genes recebidos de nossos avós e pais. Uma imprevisibilidade.Em palavras diferentes, Temperamento é a natureza do homem, que é formada por fatores hereditários que se encontram profundamente enraizados na pessoa e desenvolvido pelo meio que fomos criados, cultura, família e outros.

Enfim, Temperamento é o que nascemos com ele. O CARÁTER é o nosso Temperamento trabalhado pela formação.A PERSONALIDADE é a parte externa de nós mesmos.Gênio tem significado diferente de Temperamento. Não se deve dizer que se possui um gênio. Alguém diz: "aquela pessoa possui um gênio bom; ou um gênio ruim, ou ainda, um gênio difícil". Gênio é sinônimo de espírito, de demônio, não de temperamento.Diz-se GÊNIO quando a pessoa tem extraordinária capacidade intelectual, notadamente a que se manifesta em atividades criativas.

O grau de um temperamento é variável. Desejando, com muita sinceridade e vá marcando as incidências, descobrindo assim seu principalmente Temperamento. Alguém pode ser 40% sanguíneo e 60% melancólico. Ou alguém pode ser 40% sangüíneo, 20% colérico, 25% melancólico e 15% fleumático. Sigamos descrevendo as Características Gerais; as Virtudes e as Fraquezas de cada um dos Quatro Temperamentos: 1) Colérico; 2) Fleumático; 3) Melancólico; 4) Sanguíneo.

1.a) As Características Gerais do Colérico são: É vivaz e ativo; É prático e voluntarioso; É muitas vezes auto suficiente e muito independente: É tendente a ser decidido e teimoso; Tem facilidade em tomar decisões para si mesmo e para os outros; Floresce na atividade. Ama as atividades e não precisa ser estimulado, ao contrário ele se estimula; Possui muitos planos e idéias, e invariavelmente ambições infindáveis; Não vacila sob a pressão do que os outros possam pensar; Não se amedronta diante das adversidades, ao contrário, elas parecem encorajá-lo; Possui uma firmeza inabalável; Freqüentemente obtém sucesso onde outros fracassam; É insistente; A natureza emocional do colérico, freqüentemente é área menos desenvolvida; Não se compadece com facilidade dos outros; Geralmente não demonstra compaixão com espontaneidade; Não se sente à vontade com as lágrimas dos outros; Pouco aprecia coisas ligadas a artes, seu valor das coisas está mais no prático; É habilidoso em perceber oportunidades e sabe fazer, em geral, uso delas; Se tem uma meta pode esmagar indivíduos que lhe estejam bloqueando; Muitas vezes é considerado um oportunista; Invariavelmente se utiliza das pessoas para atingir seus fins; Por causa da sua auto suficiência se sente muito capaz; Geralmente é extrovertido, porém menos que o sanguíneo.

1.b) As Virtudes (forças) do Colérico são: É autodisciplinado; É auto determinado; É muito confiante em sua própria capacidade - não acha que não vai conseguir; É geralmente ousado (corajoso para empreender esforços); É ativo, ama a atividade, porém dá significado a atividade em que está envolvido; Força de vontade firme; Possui capacidade de seguir em um projeto acirradamente, determinantemente; Possui firme propósito de conclusão das tarefas iniciadas; Ele acha que seus planos são os melhores, mas seu êxito se deve a determinação; Se sente extremamente feliz quando trabalha num projeto; Só pensa em termos práticos. Tudo para ele tem que ter valor utilitário; Possui forte tendência para liderança; Aceitará prontamente a liderança como também se apresentará para liderar; É otimista, pois confia em sua própria capacidade o que não o faz desanimar com facilidade; Tem gosto pelo que é desafiante; Não tem medo de situações difíceis nem de grandes desafios, estes o estimulam ainda mais; Possui sentimento pioneiro; Não vê como outros temperamentos, problemas, se concentra no objetivo final; Tem confiança que vencerá qualquer dificuldade sejam quais forem; A adversidade não o esmorece; É alguém de objetivos.

1.c) As Fraquezas do Colérico se resumem em: Insensibilidade com os outros - Não se importa de verdade com as pessoas; Ira; Impetuosidade; Auto suficiência; Seus sonhos são muito mais importantes do que tudo; Tem uma disposição violenta - muito de sua energia é gerada por esta disposição; Explode com facilidade em ira e guarda rancor; Sabe-se que é muito vingativo; É tendente a ter úlcera (antes dos 40 anos); Entristece o Espírito Santo com sua amargura, ira e rancor; Existe uma estranha crueldade no Colérico que o faz passar por cima de todos para atingir seu objetivo; Tende a infligir regras para atingir seus objetivos; Sua vontade forte o faz lançar-se em muitas iniciativas e se arrepende posteriormente; Mas é obstinado e será capaz de continuar até o fim; Dificilmente pedirá desculpas e ter que pedir perdão é algo que definitivamente não lhe agrada; Muitas vezes falará coisas cruéis, sarcásticas e mordazes (ofensas grosseiras e refinadas); Sua ira nem sempre se manifesta em explosão mais de modo elaborado; Por ser autoconfiante pequenas vitórias lhe são verdadeiros castelos de orgulho; É arrogante e prepotente e os outros tendem a detestá-lo por isso; Embora seja de fato capaz, sua arrogância tende causar antipatia nos outros; O colérico vendo a antipatia dos demais tende a concluir que nada do que faz está satisfazendo os outros; Sua disposição auto-suficiente faz com que ele não necessite de ninguém, nem mesmo de Deus; Tende a considerar que suas realizações compensem seus erros na trajetória na conquista de seus objetivos.

2.a) As Características Gerais do Fleumático são: É calmo; É frio; É bem equilibrado; A vida para ele é feliz e descompromissada; Jamais parece perturbar-se com nada; Raramente explode em risos e também em raiva; É o único temperamento coerente; Debaixo de sua personalidade fria e calma há grande gama de habilidade; É eficiente; Sente muito mais emoção do que demonstra; Aprecia as belas artes; Não lhe falta amigos, pois gosta do convívio social; Consegue fazer os outros rirem, mas ele mesmo não solta um sorriso; Possui uma incrível capacidade de achar algo engraçado nos outros; Possui ótima memória e sua mente é organizada; Não gosta muito do jeito desorganizado do sanguíneo; Sente uma enorme alegria em jogar um balde de água fria nos planos; Tende a ser um espectador da vida e não se envolve em projetos com facilidade; Sempre diz: "alguém devia fazer alguma coisa", mas ele mesmo não faz; Quando se envolve, o que é raro, o faz com eficiência; É geralmente simpático e de bom coração; É também habilidoso para promover paz e conciliação.

2.b) As Virtudes (forças) do Fleumático são: Imperturbável bom humor; Uma incrível capacidade de não deixar o infortúnio prevalecer; Sabe como ninguém como achar graça em alguma coisa, temperando o ambiente com descontração; É altamente qualificado para ser um bom conselheiro; Para ele é fácil ouvir os outros em seus problemas, o que é difícil para o sangüíneo e colérico; É digno de confiança; Cumpre suas obrigações e gosta de cumprir horários; É prático e eficiente; Trabalha bem sob pressão; É analítico e procura um meio fácil de resolver uma situação; Trabalha bem e produz em situações apertadas e difíceis que aos outros levariam ao fracasso; Também preza a perfeição das coisas. Alegra-se com as coisas bem feitas; É zeloso e possui um elevado padrão de qualidade; É metódico. Ele vê na organização uma maneira de ganha tempo na vida.

2.c) As Fraquezas do Fleumático são: É moroso; É indolente; Parecem quase sempre "arrastando o pé", pois se sente ressentido em ser forçado à ação; Faz o mínimo necessário, pois sua falta de motivação é notória; Não tem iniciativa. Não porque não seja capaz, mas porque considera trabalho excessivo; É capaz de provocar à ira de quem o quer incentivá-lo; Para um sanguíneo entusiasmado, se mostra indiferente e gélido. Para um melancólico pessimista se mostra otimista e enerva melancólico. Para o colérico cheio de projetos derrama um balde de água fria; É egoísta, mas com o passar dos tempos aprende a disfarçar seu egoísmo; É obstinado. Rejeita mudanças ao seu redor, pois o forçará a sair do lugar e mexer-se; É indeciso. Não por falta de inteligência, mas por considerar que seu plano é mais adequado; Sua indecisão se deve também ao fato que ele não deseja pagar o preço em se envolver em algo que pode dar errado ou que lhe exigirá muito de si; É tendente a crítica, mas se reserva a fazê-la publicamente, mas sim em ambiente fechado.

3.a) As Características Gerais do Melancólico são: É geralmente classificado como "hostil e sombrio; É um dos mais ricos temperamentos; É bem dotado de percepção; É analítico; É abnegado; É perfeccionista; É inclinado a ser introvertido; Sua disposição de espírito é muito variável; Ora pode estar muito alegre, nas nuvens; Ora pode estar muito abatido, nas profundezas de seus pensamentos; Durante estes períodos ele se retrai definitivamente e pode ser muito hostil; É um amigo fiel, mas não faz amizades com facilidade; Ele não toma iniciativa de se aproximar dos outros, mas espera que os outros o procurem; Por causa de ser perfeccionista não gosta de desapontar ninguém, por isto é leal; Tende a ser desconfiado com as pessoas que lhe oferecem apreço; Possui grande capacidade analítica; Vê com antecedência os perigos de qualquer projeto, por isso não se envolve facilmente em projetos; Seu humor oscila muito. Ora está muito feliz, ora está muito triste; Quando aceita fazer algo o faz com perfeição, porém este trabalho é seguido de grande depressão; Encontra grande significado nas tarefas mais difíceis e sacrificiais; É inclinado a ser muito correto em tudo, especialmente no que faz.

3.b) As Virtudes (forças) do Melancólico se resumem em: É tendente a grande inteligência; Possui uma grande sensibilidade para as artes e valores da vida; É sensível emocionalmente e por meio de seus sentimentos produz grandiosas análises da vida; É adepto entusiasmado do pensamento criativo; Possui grande gosto por invenções, descobertas e produção criativa; Possui fortes tendências perfeccionistas; Possui elevado padrão de qualidade; Não aceita uma tarefa que outros fizeram ou ele próprio sem elevado padrão de perfeição; Possui grande capacidade de analisar o passado e tirar lições para si; Prevê como nenhum outro temperamento os problemas existentes em um projeto; É analítico por natureza; Parece ser contra todos e tudo, mas em verdade está vendo problemas com antecedência; Possui um gosto por detalhes. Para ele os detalhes são um banquete; Possui excelente capacidade para matemática, engenharia, eletrônica, artes e profissões minuciosas; São amigos fiéis. Não fazem muitos amigos, mas aos que tem, é fiel a toda prova; Cumpre tarefas e prazo com grande precisão e são fiéis ao que prometem fazer como tarefa; Não aprecia a evidência. Trabalha mais e melhor quando está só. Não é dado a reconhecimento publico; Encontra nas tarefas mais difíceis grande realização e significado; Não é desperdiçador de palavras; Raramente expões suas idéias e opiniões e quando o faz, será sempre preciso e resumido; Por ser profundamente analítico merece ser ouvido.

3.c) As Fraquezas do Melancólico: É egocêntrico em extremo; É extremamente inclinado à auto-análise; Preocupam-se excessivamente pela sua condição física; Tudo que atinge o melancólico é de importância capital para ele. Tudo mesmo; Tende a ser hipocondríaco; Sua característica egocêntrica pode lhe arruinar a vida; Sua natureza sensível leva-o a se ofender com grande facilidade; É inclinado a ser desconfiado e dado a "suposições desfavoráveis"; Em casos agudos desenvolve um complexo de perseguição; Por ser analítico e perfeccionista tende com facilidade a ser pessimista; Se concentra muito mais nos problemas do que na vitória; Um problema para ele pesa muito mais do que o bem conquistado; Ele acha que o resultado final de um projeto não corresponderá o esperado; Analisa quase tudo com base nas decepções do passado e tende a concluir que irá se decepcionar de novo; Esta visão pessimista o torna inseguro e temeroso porque não deseja se decepcionar; Tende a ser crítico como nenhum outro temperamento; Espera sempre a perfeição dos outros e se zanga quando não é correspondido nisto; Faz tempestades num copinho d'água, pois um detalhe se torna para ele um gigante; Tende a considerar os outros que não estão nos seus elevados padrões de perfeição como seres inferiores de mente, e por isso tende ao desprezo dos seus semelhantes; Ele é muito crítico com os outros, mas mais ainda consigo mesmo; Escolhe muito no namoro, pois analisa o (a) pretendente por meio dos seus elevados padrões de perfeição; Muda de humor como ninguém. Ora feliz, ora depremidíssimo; Em períodos difíceis fica sombrio e infeliz, o que lhe é muito perigoso; Pelo seu desalento, aparentemente sem razão, causa irritação nos outros; Ele será evitado por outros nestes momentos e sua natureza sensível o abaterá mais ainda; Esta disposição sombria está relacionada com seu egocentrismo. O melancólico deveria dar mais atenção ao louvor à pessoa de Deus. Ele terá no louvor a cura para seu egocentrismo; Ele foge da realidade pela prática do devaneio; Se prende ao passado para se aliviar do presente, e isto lhe leva a mais perigos da alma; A fuga lhe é constante e tal atitude lhe paralisa toda a vontade; Tem forte inclinação a ser vingativo; Dentro de si mesmo julga muito difícil perdoar a ofensa recebida; Exteriormente parece calmo e sossegado, mas interiormente é turbulento e uma animosidade às vezes insana reside nele; Pode alimentar este desejo de vingança por muito tempo, mesmo não colocando em prática; Ele pode destruir um projeto lindo que ele concorde só porque alguém do grupo ou líder o ofendeu alguma vez no passado; Se não controlado pelo Espírito, o que resulta num dos mais habilidosos e produtivos temperamentos, tenderá a desenvolver um comportamento neurótico, desanimado que nem se diverte, nem é tolerado pelos outros.

4.a) As Características Gerais do Sanguíneo são: É exuberante; É cordial; É eufórico e vigoroso; É receptivo por natureza; É impressionável; Toma decisões na maior parte pelos sentimentos; É divertido e contagia os outros; É eletrizante e eletriza os outros; Sempre tem amigos; Sabe sentir as alegrias e dores dos outros com facilidade; Possui capacidade de fazer os outros sentir-se importante para ele, e de fato o é; Gosta de estar rodeado de pessoas das quais ele é a vida do grupo; Geralmente fala antes de pensar; É franco e sua franqueza costuma desarmar aqueles com quem fala; Sua vida parece excitante e extremamente feliz podendo causar "inveja" em temperamentos mais tímidos; Seus modos amistoso e falante fazem parecer mais confiante em si do que na realidade o é; Sua amabilidade, sua energia o ajudam a vencer os momentos difíceis da vida; Geralmente são bons oradores, conferencistas, vendedores e se saem bem lidando com o público.


4.b) As Virtudes (forças) do Sanguíneo são: Ele é apreciador da vida, interessa-se por tudo a sua volta; É otimista e crê em meio às maiores adversidades; É cordial com todos; Vive no presente; Esquece com facilidade o passado e não pensa muito no futuro; Se entusiasma com as pequenas coisas e também com as grandes; Se o projeto em que está fracassou estará pronto para começas outro; Tem afeição genuína para com as pessoas, é amistoso por natureza; Aprecia muito fazer novas amizades e gosta de estar perto das pessoas; Sente-se inquieto quando alguém não está feliz e quer fazê-lo sentir-se feliz; Possui um coração terno e compassivo; É o mais sensível as necessidades dos outros; É sincero na exposição dos seus sentimentos; Ele ama e esquece alguém mais depressa do que qualquer outro temperamento; A alegria do sanguíneo tem enriquecido o mundo com um sabor especial.

4.c) As Fraquezas do Sanguíneo são: Frequentemente ele é pouco prático e desorganizado; É agitado e turbulento; É geralmente indisciplinado; É pusilânime; Está pronto a correr em toda direção sem analisar o quadro todo; Tem uma incrível dificuldade de dizer não; Adora agradar; Não conhece suas limitações; É perito em começar as coisas e não terminá-las; Não é um observador de horários; Tende a se esquecer com certa facilidade de compromissos e decisões que tomou; É fraco em sua vontade. Decide rápido, mas nem sempre mantém a decisão; Não é homem leal e resoluto; É egoísta e cada vez mais tende a falar muito de si mesmo e de suas qualidades e feitos; Possui uma instabilidade emocional; Desanima com facilidade, mesmo sendo um temperamento alegre. Isto se deve a emotividade; Tende a desculpar-se sempre de suas fraquezas; Sente pena de si mesmo – Autocomiseração; Sua natureza ardente pode levá-lo a explodir em ira, mas depois de tê-lo feito esquecerá-se de tudo; Se arrepende com facilidade e prontamente pedirá perdão; No campo espiritual o Sangüíneo se arrepende inúmeras vezes pelo mesmo pecado; É o temperamento mais tendente a lascívia devido a sua instabilidade emocional; É de vontade fraca.

Cientificamente cada Temperamento tem suas necessidades básicas que veremos abaixo, encerrando este pequeno comentário, desejando ainda que seja útil a cada leitor.

De todos os Temperamentos, o Colérico é o que provavelmente tenha o maior número de necessidades de cultivar e exercitar basicamente o amor; a paz; a bondade, a paciência, a humildade e a benevolência.

Já as necessidades do Sr. Fleumático consiste em amor; bondade; docilidade; temperança; fé. 

O Melancólico deve se lembrar que muitos dos mais importantes dos melhores escritores, poetas foram notoriamente melancólicos, tendo como necessidades básicas o amor; a alegria; a paz; a bondade; a Fé; o autocontrole (chora com facilidade).

As maiores necessidades básicas do Sr. Sanguíneo são:
abstinência ou autocontrole; paciência; fé; paz; bondade.


Assim terminamos, considerando que um Temperamento completa o outro e podemos nos corrigir, aprimorar, lapidar nossas facilidades/virtudes, evitando situações fatídicas. E caso tenha se interessado pelo assunto, pesquise mais, leia livros, assista palestras, vídeos. É uma boa pedida para vivermos dias melhores!

Algumas fontes: Obras dos autores LaHaye, Beverly; LaHaye, Tim; Antônio Roberto Soares, Consultor do Comportamento Humano; QUEM AMA NAO ADOECE, SILVA, MARCO AURELIO DIAS DA BEST SELLER Assunto: Desenvolvimento Pessoal; Inteligência Emocional, Inteligência Emocional no Trabalho, Goleman, Daniel; Andréia Batista de Castro (psicóloga da Dor), José Ibrahim ZeghZeghi (sexo e sexologia), Isac de Souza, http://br.share.geocities.com/pedraviva2001/temperamentos.htm, outros

Por MARILENE MARQUES




- Mineira, aposentada, nascida na Vila de Assaraí, Município de Pocrane – MG, Região Vale do Rio Doce.Trabalha atualmente com voluntariado social.