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sábado, 17 de outubro de 2015

Educação máxima




Há uma relação inequívoca entre pobre e falta de educação, podendo com isso gerar o fenômeno da violência. Os exemplos existem em nossos bolsões de atraso, infelizmente ainda bastante numerosos no Brasil.

A educação brasileira é um grande mosaico, formado por uma grande e dinâmica diversificação. Temos sistemas avançados, principalmente no Sul do país, convivendo com esquemas atrasados, sobretudo no Norte e Nordeste.

Os próprios governantes brasileiros reconhecem que, em virtude da incidência de muitos crimes, os governos são obrigados a dedicar grandes somas às polícia e ao sistema judiciário. Melhor fariam, é claro, se pudessem colocar esses recursos para melhorar o atendimento educacional, oferecendo uma solução de raiz, que falta ao Brasil.

Nos dias de hoje, há uma descrença generalizada. Os escândalos no Congresso, as falcatruas no governo, a falta de lisura em alguns membros do Judiciário, tudo isso faz crer que a ética está em pane, promovendo a prevalência da tristemente famosa “Lei de Gerson” (a vida é dos espertos). E se o Congresso não cumpre adequadamente as suas funções, o jeito é substitui-lo, por intermédio de eleições democráticas, como as que estão programadas para o mês de outubro deste ano.

Os assaltos são sucessivos, não se tem garantia de nada, mata-se por qualquer bobagem. A droga comanda as ações desses celerados. Vivemos num país com enormes desigualdades sociais, com altos índices de desemprego e não se espere que não tenhamos um preço a pagar por isso.

Não pode haver indiferença do Estado, enquanto cresce essa lamentável criminalidade. Se o cidadão fica responsável pela sua própria defesa, fazendo justiça por conta própria, com a privatização do poder de polícia, corremos o risco de uma guerra civil. Não é isso que se deseja – e certamente a solução passa por uma educação de boa qualidade estendida a todos.

Uma das realidades mais tristes do nosso país é a verificação de que se trata mesmo de uma nação de muitos contrastes. Cidades desenvolvidas e com um nível de vida apreciável convivem com outras, totalmente desassistidas, onde a pobreza, a ignorância, a violência e a miséria fazem parte de seu cotidiano.

Gostaria de voltar à prioridade de recursos para a atenuação dos graves problemas sociais que enfrentamos. Ninguém pode condenar a ideia de se ter penitenciárias com o rigor desejado, nesse eufemismo da “segurança máxima” – a fim de que não se tenha de chorar a impiedosa ação dos marginais, hoje os verdadeiros donos das ruas e favelas das nossas grandes metrópoles.

Está na hora de mudar isso. A educação é o caminho, antes que o país afunde de vez na ignorância, miséria e violência.

Por NELSON VALENTE



-Professor Universitário;
-Jornalista; e
-Escritor
@Escritor4

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Cenário pior, governo travado



Fica mais feio a cada semana, com inflação mais alta e recessão mais funda, o cenário traçado por economistas do setor financeiro e divulgado pelo Banco Central (BC) em seu boletim Focus. Expectativas sempre piores podem parecer muito naturais, quando a presidente se torna dia a dia mais fraca e todo ajuste permanece travado por impasses políticos. A corrupção, a crise política, a reprovação do balanço fiscal pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e as pressões contra a presidente foram temas constantes quando se falou do Brasil, na semana passada, em Lima, durante a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI). O agravamento da crise brasileira é hoje um assunto internacional, assim como foi, há alguns anos, a aparente decolagem do País para os céus da modernidade e da seriedade política.



Encerrada a reunião em Lima e passado o feriado de 12 de outubro, um novo boletim Focus foi distribuído pelo BC, desta vez na terça-feira, não na segunda, e novamente os números mostraram uma piora das expectativas. Para este ano, a mediana das projeções passou a indicar uma inflação de 9,70%, pouco superior à estimada uma semana antes (9,53%). O número esperado para 2016 passou de 5,94% para 6,05%. Foi a décima semana consecutiva da alta e a taxa projetada continuou a aproximar-se do limite de tolerância, de 6,50%, no caminho apontado no fim de setembro por alguns analistas.

A tendência de aceleração foi confirmada na última semana. Depois de um breve recuo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a subir com vigor e avançou 0,54% em setembro. Em agosto, a alta havia ficado em 0,22%, mas uma trajetória semelhante, com taxas mais baixas no meio do ano, já havia ocorrido em 2013 e 2014. O aumento acumulado em nove meses, de 7,64%, foi o maior observado entre janeiro e setembro depois de 2003, quando chegou a 8,05%. Mas em 2003 havia um esforço de arrumação das contas públicas e de combate à inflação e dados melhores logo apareceram.

O quadro brasileiro é muito diferente neste momento. Há promessas de correção das contas públicas, mas quase nenhum progresso real nessa direção. A presidente vetou atos legislativos desastrosos para as finanças federais, mas os congressistas ainda vão decidir se os vetos serão mantidos. Se os votos, nesse caso, forem favoráveis ao governo, ainda sobrarão muitas dúvidas quanto à execução orçamentária do próximo ano. Depois de mandar ao Congresso um projeto com déficit primário de R$ 32 bilhões, o Executivo mudou de ideia e recompôs a proposta.

Nessa versão está previsto um superávit primário (sem despesa de juros) equivalente a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas isso dependerá de algumas condições importantes e ainda incertas. Uma das principais é a recriação do imposto do cheque, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Não há perspectiva de cortes importantes de gastos. A presidente mostra pouca disposição de racionalizar a despesa, seu partido é defensor da gastança e o apoio da base governamental a uma política de austeridade é duvidoso. A execução orçamentária continuará, portanto, muito dependente da receita e, portanto, do ritmo da atividade econômica. Mas as perspectivas de reanimação dos negócios continuam piorando.

A contração econômica prevista para este ano passou de 2,85% para 2,97%. Uma nova redução do PIB é esperada para o próximo ano. Agora se projeta uma retração de 1,20%. Uma semana antes, o recuo projetado era de 1%. O pior desempenho continua e continuará sendo o da indústria, com taxas de -7% em 2015 e -1% em 2016. A nova redução do produto industrial afetará duplamente a base tributária, pelo menor volume de mercadorias e pela piora das condições de emprego e de renda.

Neste, como nos anos anteriores, as projeções da pesquisa Focus pioraram a cada mês. O roteiro se repete, mas com o governo travado e a presidente em risco de impeachment.

Editorial postado no dia 14.10.2015 EM
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,cenario-pior--governo-travado,10000000343

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Educação Realmente Deixa a Desejar



“Brasil, Pátria Educadora” este é o lema que o Governo Federal aderiu neste ano de 2015, mas pelo jeito não foi e nem está sendo levado a sério, mas também desde quando algo foi levado a sério no Brasil? Escolas estaduais, na grande maioria, em estados de puro abandono, professores a cada dia mais desvalorizados e estudantes sendo prejudicados todos os dias. No entanto, aqueles que deveriam dar exemplo, praticamente deixam a desejar. É o caso de alguns políticos brasileiros que até na hora de escrever um tweet cometem erros ortográficos que você pode ver abaixo.



Sabe-se que no Brasil, a educação já melhorou e muito, mas não o suficiente para que possamos dizer que está ótima. Feita recentemente uma pesquisa, a qual aponta que um terço da população brasileira frequenta diariamente a escola, entre professores e estudantes, no total são cerca de 2,5 milhões de professores e 53 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino, e são esses 53 milhões que serão o futuro do nosso país, portanto, se a questão educacional não for prioridade para o governo, o que será da nossa pátria? quais tipos de cidadãos o Brasil está formando para o futuro? já não basta vermos a situação atual de nossa nação, onde a maioria da população brasileira acha que "bandido bom é bandido morto" segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, que no entanto em minha opinião, "Bandido bom é Bandido preso", más não basta somente prender para que anos depois saia da prisão e volte para a sociedade pior do que quando entrou, "bandido bom é bandido recuperado", disposto a mudar pelo bem da sociedade, já que todos sabemos que nos tempos atuais estão ficando cada vez mais repentinos vermos notícias trazendo em pauta a violência, que praticamente atua em todas as cidades brasileiras. Durante a Copa do Mundo de 2014, o Brasil teve o que aprender com estrangeiros que trouxeram a educação obtida em seus países onde vivem, como no caso dos Japoneses que ao deixarem a Arena Pernambuco, no Recife ajudaram a ensacar e limpar o lixo da arquibancada. Exemplo como este, deveria servir para muitos brasileiros, até mesmo para estudantes de escolas públicas que reclamam quando precisam ajudar a varrer a sala de aula ao fim do turno, (ato muito praticado em escolas públicas do Rio Grande do Sul.)  Realmente todos sabemos que a educação vem de casa, mas é na escola que ela se concretiza e faz com que o cidadão torne-se alguém útil para a sociedade e não um estorvo como muitos o são. Eu mesmo não tendo grandes experiencias vivenciadas, aprendi desde cedo que a educação é a base de tudo e sem ela não chegamos a lugar nenhum.

Bom, durante esta semana, fiz a seguinte pergunta para algumas pessoas pelo Twitter: "Em sua opinião, como vê a Educação atual no Brasil"? Veja a baixo as seguintes opiniões:



  • @pmniemeyer - Nossa educação está totalmente "sucateada"! O ensino foi "moldado" para atender interesses eleitoreiros, e, por consequência, poderem, os governantes, dizer que somos uma "pátria educadora". Para garantir acesso ao ensino superior, criaram-se quotas, ENEM e outros artifícios, esquecendo-se do primordial, que é a qualidade do ensino!


  • @carlos_fdrs - Vejo da forma mais péssima possível. Sou favorável a uma reforma geral da educação: 1- muito do que está sendo ensinado é ultrapassado. O ensino tem que ser objetivo , prático e englobar atividades extra-curriculares.


  • @PanichiRaphael - Ruim, despreparo de alguns profissionais, com muitos bem preparados (por conhecer pessoalmente estes), porém o sistema e metodologia não deixa ser ensinado da melhor forma. Falta de cultura na família e educação desta também que no retorna da criança não dá o incentivo na continuidade do estudo. E em certas cidades e regiões total despreparo às vezes apesar de enorme boa vontade, e sem condições materiais para o ensino. 


  •  @Popmidia - Olha, na minha opinião, a Educação no Brasil está indo de mal a pior... O dinheiro dos nossos impostos estão sendo desviados cada vez mais, e a Educação, assim como a Saúde e a Segurança, vão sendo destruídas sistematicamente. .. Me desculpe pela visão pessimista, mas é assim mesmo que estou vendo a situação. Eu sou de uma época em que a Educação pública era exemplar! Os melhores profissionais vinham das escolas públicas! Mas isso foi (e está sendo) destruído sistematicamente por um grupo de psicopatas que planejaram isso por décadas! Desculpe. É o que eu vejo. 


  • @elianaosonho - De péssima qualidade... Conteúdo fraco... Professor mal remunerado sem qualificação ou reciclagem, não se esforçam para ensinar de verdade!!! Professores fingem que ensinam e alunos fingem que aprendem. 

Para finalizar minha primeira postagem, quero agradecer ao Raphael Werneck que gentilmente me convidou para fazer parte deste Blog, quero dizer que estou muito feliz e agradecido. E com isso quero deixar duas frases do nosso grande Paulo Freire:
  • "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda" 
  • "Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas mudam o mundo". 

Por FERNANDO  BERVIAN
- Administrador do Blog do Bervian;
- Gaúcho de Ivoti/RS;
- Ensino Médio Completo; e
- Futuro Jornalista ou Professor de Geografia. 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O Acordo dos Dois Grilos





Só como piada pode-se admitir a versão de que parlamentares andam tentando um acordo de mútua preservação entre a presidente Dilma e o deputado Eduardo Cunha. O presidente da Câmara impediria a abertura de processo de impeachment contra Madame, que por sua vez mobilizaria o Procurador Geral da República e as bancadas governistas para manter o mandato e a função do deputado. Entendimento tão execrável nem nos tempos de Al Capone poderia ser celebrado. Revelaria olímpico rebaixamento moral das duas partes, capaz de justificar a extinção da República e a dissolução das instituições.

Lembra, essa hipotética aliança, a piada do cidadão que prendeu dois grilos numa caixa de fósforos e apostou que no dia seguinte ela estaria vazia, “pois um comeria o outro e o outro devoraria o um”...

O pior nessa novela de horror é que andam buscando viabilizar o enredo. Quem? Deputados do PT, do PMDB e do PP, interessados em não perder sinecuras conquistadas tanto no governo quanto na Câmara. Ignora-se como Dilma e Cunha reagiram à proposta, mas, se nada acontecer com eles, ficará a impressão de algo de podre estar vicejando no reino de Brasília. Ambos poderão escapar da degola, se tiverem bons advogados e sólido apoio parlamentar. Do que se fala é da possibilidade de serem instaurados de brincadeirinha ou de nem serem instaurados processos de impeachment e de cassação. De ficar tudo como está.

Ao rejeitar as contas do governo Dilma referentes a 2014, o Tribunal de Contas da União abriu para o Congresso a obrigação de pronunciar-se, confirmando ou rejeitando o parecer. Não dá para fugir da responsabilidade. Da mesma forma a Câmara não poderá deixar de levar ao Conselho de Ética a documentação recebida da Procuradoria Geral da Suiça, comprovando a existência de contas secretas de Cunha em bancos daquele país.

Postado em http://www.diariodopoder.com.br/artigo.php?i=31715916346

Por CARLOS CHAGAS



-Colunista do Diário do Poder

Me engana que eu gosto





A nota em que a oposição defende o afastamento de Eduardo Cunha merece o prêmio "Me engana que eu gosto" de 2015. A aliança nunca esteve tão forte, apesar do surgimento de provas contundentes sobre o envolvimento do presidente da Câmara no petrolão.

O documento foi divulgado no sábado, para vender a ideia de que PSDB e DEM não sujariam as mãos em socorro ao correntista suíço. No mesmo dia, representantes dos dois partidos se reuniram com ele secretamente para tratar do que os une: o impeachment de Dilma Rousseff.

O encontro com Carlos Sampaio e Rodrigo Maia teve efeito tranquilizador para ambas as partes. Cunha garantiu apoio para ficar onde está, desde que continue a jogar contra o Planalto. Os oposicionistas também saíram felizes, porque temiam um acordão do peemedebista com o PT.

O resultado da conversa foi uma nota envergonhada, sem qualquer referência a desvios na Petrobras ou dinheiro na Suíça. O texto diz apenas que o deputado "deve afastar-se do cargo, até mesmo para que possa exercer, de forma adequada, seu direito constitucional à ampla defesa". Só faltou agradecer a amizade e pedir desculpas por qualquer coisa.

Como Cunha já avisou que prefere ficar na cadeira, o efeito prático da nota é nenhum. Mas os tucanos ganharam um pretexto para enrolar a imprensa e rebater as cobranças de que só pedem providência quando a denúncia atinge o governo.

O Planalto, por sinal, continua sem reação diante do presidente da Câmara. Na semana passada, dois ministros petistas, Jaques Wagner e Edinho Silva, foram visitá-lo em busca de um cessar-fogo. Só conseguiram valorizar seu cacife para negociar com a oposição.

No fim do feriado, o clima no governo era de pessimismo. Para auxiliares da presidente, as novas provas contra Cunha aceleraram a engrenagem do impeachment, e a comissão especial para debater o tema deve ser instalada já nesta terça.

Postado no dia 13.10.2015 em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/bernardomellofranco/2015/10/1693224-me-engana-que-eu-gosto.shtml


Por BERNARDO MELLO FRANCO



-Colunista da Folha de São Paulo

terça-feira, 13 de outubro de 2015

O UBER pode ser considerado inconstitucional?








O Uber é um aplicativo de smartphones que permite a contratação de serviço de motorista particular que esteja numa localidade próxima.

Este motorista deve seguir algumas regras, como possuir habilitação profissional e ter bons antecedentes criminais.

Entenda os motivos que tornam este serviço uma prática constitucional:
  • A lei 12.468/11 regulamenta o serviço de taxi e não o de motorista particular, como o do Uber. Portanto, o serviço ofertado pelo Uber não deve estar dentro dos parâmetros desta lei;
  • A Constituição Federal e a Lei 12.529/11 asseguram o direito à livre concorrência. Logo, o consumidor que optar em utilizar o Uber deve ser respeitado;
  • Além disto, o Código de Defesa do Consumidor concede ao consumidor liberdade de escolha na contratação de serviço ou aquisição de produto.
Assim, de acordo com a Ministra Nancy Andrighi, do STJ, é inconstitucional qualquer lei municipal, estadual ou distrital que proíbam a contratação de transporte individual entre consumidores e motoristas proprietários de veículos, o que torna o Uber um serviço permitido pela Constituição Federal.

Por MÁRCIA TRIVELLATO



-Advogada • Aracaju (SE)
-Bacharel pela Universidade Tiradentes em Aracaju/SE

-Pós Graduanda em Direito de Estado pela Faculdade de Guanambi/BA

As inovações e mudanças no Código de Defesa do Consumidor



Dois projetos aprovados pelo Senado alteram o Código de Defesa do Consumidor para tratar do comércio eletrônico e do superendividamento.

O Senado acaba de aprovar dois Projetos de Lei que trazem importantes alterações para o Código de Defesa do Consumidor (PLS 281/2012 e 283/2012). Os projetos recém-aprovados tratam do comércio eletrônico e do superendividamento, temas que não faziam parte da época em que o CDC foi promulgado, no início dos anos 1990.

Após 25 anos da concepção do Código Consumerista, o cenário mudou, as relações comerciais, sociais, políticas e econômicas transformaram-se ao longo das décadas e, por conta disso, a legislação, que regulamenta as relações de consumo, precisou adaptar-se à nova realidade.

O primeiro tema abordado pelo PLS 281/2012 trata do e-commerce, que, hoje, representa um faturamento anual superior a R$ 35 bilhões, estando em absoluta expansão e agregado aos hábitos dos consumidores. Em razão do acentuado crescimento do e-commerce, o Senado Federal entendeu pela necessidade de modernizar o CDC, incluindo uma seção específica, direcionada ao comércio eletrônico.

Adentrando o capítulo do e-commerce, as novas regras são direcionadas aos fornecedores de produtos e serviços, por meio eletrônico, e inova ao possibilitar, aos consumidores, a desistência de uma compra online, rescindindo, automaticamente, os contratos acessórios e repaginando o direito de arrependimento, que já está previsto no artigo 49 do CDC. A nova proposta também torna obrigatória a identificação do fornecedor, no plano digital, sendo necessária a indicação do nome empresarial, do número da inscrição no cadastro geral do Ministério da Fazenda e dos endereços geográficos e eletrônicos, que devem ser expostos em locais de fácil visualização. E não menos importante, o PLS 281/2012 ainda proíbe o envio dos indesejáveis spams — as mensagens eletrônicas não solicitadas pelos consumidores. Por fim, a alteração ainda prevê a tipificação penal do ato de veicular, hospedar, compartilhar dados ou informações sem a anuência prévia do titular.

Já o tema discutido pelo PLS 283/2012 trata do fenômeno do superendividamento, que passou a tornar-se uma verdadeira endemia nas relações econômicas, especialmente, diante da facilidade de crédito e do consumo desenfreado dos brasileiros, especialmente, a partir da última década.

Por superendividamento, entende-se, segundo previsto na própria legislação, o comprometimento de mais de 30% da renda líquida mensal do consumidor com o pagamento de suas dívidas não profissionais, exigíveis e vincendas, excluído o financiamento para a aquisição de casa para moradia, e desde que inexistentes bens livres e suficientes para a liquidação total do passivo. O Projeto agora aprovado dedica uma seção específica à prevenção ao superendividamento, estimulando o acesso ao crédito responsável e à educação financeira e estabelecendo normas que obriguem os fornecedores a prestar informações claras sobre o custo efetivo do crédito, a taxa real de juros, o montante de prestações e o prazo de validade da oferta.

Nas campanhas publicitárias de crédito, há forte censura ao chamado “assédio de consumo”. É vedado utilizar as referências “sem juros”, “gratuito”, “sem acréscimo” e com “taxa zero”, evitando confusão por parte dos consumidores e deixando claro todos os encargos financeiros oriundos do possível financiamento. Certamente, as empresas do nicho de crédito e financiamento deverão adequar suas campanhas e jargões publicitários às novas regras, sob pena de constituir infração.

O PLS 283/2012 ainda inovou ao implementar a conciliação no superendividamento, de modo que o juiz poderá instaurar um processo de repactuação de dívidas, designando uma audiência conciliatória, em que o consumidor apresente a proposta de plano de pagamento, com prazo máximo de cinco anos. Caso o fornecedor não compareça à audiência, sem prévia justificativa, a sansão será a suspensão da exigibilidade do débito e interrupção dos encargos de mora. Portanto, após a designação da conciliação no superendividamento, é obrigatória a presença de prepostos das empresas, munidos de poderes para transigir, sob pena de ser suspensa a exigibilidade do saldo devedor.

As alterações propostas visam adequar a atual realidade às normas que regulamentam as relações de consumo, que se tornaram ainda mais dinâmicas com o avanço tecnológico e com a fácil concessão de crédito, justificando, assim, a inclusão de temas específicos como o comércio eletrônico e o superendividamento.

JOÃO, Juliana Christovam; RAMOS, Luiz Gustavo de Oliveira. As inovações e mudanças no Código de Defesa do Consumidor. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 20n. 44829 out. 2015. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/43489>. Acesso em: 12 out. 2015.

Por JULIANA CHRISTOVAM JOÃO



-Sócia do Escritório Oliveira Ramos, Maia e Advogados Associados

Por LUIZ GUSTAVO DE OLIVEIRA RAMOS 



-Sócio do Escritório Oliveira Ramos, Maia e Advogados Associados

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

O Professor e os professores






Tenho uma animosidade latente contra a categoria dos professores. Não é ódio, muito pelo contrário.

Vejo no Professor e não na Educação DA PROPAGANDA POLÍTICA, a verdadeira saída para as nossas mazelas mais singelas.

O Professor professor e não a classe dos professores manipulados por SINDICATOS, alinhados com a ideologia esquerdopata do PT, tem um poder descomunal de atingir a formação moral e intelectual de uma nação não apenas de um aluno.

Nossa Educação sofre os efeitos maléficos da ideologia ora operante por estar envolvida na política.

Não sei se é ousadia, intolerância, ou mesmo ignorância de minha parte, mas ao vermos a história da Educação desde a antiguidade, teremos a impressão que com instrumentos, espaços e salas rudimentares, homens foram preparados com tamanha distinção e se tornaram ícones da história da humanidade.

Seria uma comparação absurda?

Vejamos:

Sócrates, que segundo Pítia Sacerdotisa do templo de Apolo, era o mais sábio dos sábios, ensinava de graça segundo Platão, seu discípulo.

Antes que algum Professor confunda o raciocínio e ache que estou a dizer que deva ensinar de graça não é este o intento.

Platão era tão moderno que, em sua concepção, a Educação escolar deveria ser universal, pública e destinada a formar o caráter do indivíduo.

E educar seria introduzir Ordem e Harmonia na conduta humana.

Para Platão, Conhecimento é a Razão da Crença Verdadeira justificada. 

Vendo na história o que fizeram Aristóteles, aluno de Platão e Tutor de Alexandre, o Grande ( que viria a criar um dos maiores impérios do mundo antigo) e o Rei Felipe (que reconstruiu sua cidade natal ) podemos entender o valor de suas contribuições na sua educação.

Carlos Magno, há muitos séculos a frente, promoveu reformas na Educação visando unificar e fortalecer seu império. Na idade média, foram criadas Universidades seculares, onde a igreja, através do Papado, era a fomentadora, influenciadora, instigadora e financiadora, e, tão quão o agora no mundo moderno, usava a Educação como meio para acelerar as conquistas de uma nação segundo seus preceitos (no caso, eclesiásticos) e, no caso do PT e seus aliados, apenas eleitoreiros.

Professor, na Idade Média, tinha Status de artista. As técnicas medievais passavam pelo ensino eclesiástico e escolástico, que o choque foi inevitável, pois era necessário ao Professor não apenas ensinar e também provar que o que ensinava era verdade.

Bem, voltemos a nossa infeliz realidade. Nossos atuais políticos, não importa em qual destes 34 partidos habitem, outorgaram para si o lema que :

    “A Educação é a solução para todo e 
      qualquer mal de nosso país”.

Em campanhas, convencem e usam as artimanhas de todos, baterem nas mesmas teclas desse uníssono e enganador lema.

Nas últimas três décadas e meia, o professor e, não o Professor, se arregimentou e se apoderou da arma da Greve, como único instrumento capaz de aumentar ou manter o padrão de compras de seus salários. Estratégia esta, que a olhos largos se vê, que pelo salário atual não funciona e que nunca funcionará.

A sociedade vê (erroneamente) o professor como um ser mesquinho apenas preocupado com seus salários.

Veja que o Professor, e, não o professor é o único capaz de alterar seu destino pois, em função de sua sabedoria e conhecimento pode mudar de emprego , trabalhar mais, ou qualquer coisa que o tire dessa equação maldita.

Não é raro, os governantes buscarem quem possa ensinar no mercado de trabalho. Quem atende ao chamado:

O Professor ou o professor?

Sim! Tem diferença entre o Professor e o professor.

O Professor com "P"  maiúsculo, o Mestre ciente de sua capacidade, irá ponderar todo o sistema inclusive o salário. 

O professor com "p" minúsculo atenderá o chamado e contará que, em um futuro próximo o seu sindicato, manipulado por ideologia barata, lhe consiga um aumento considerável.

É se aproveitando deste choque de interesses infernal: onde o professor quer o salário, os pais quem cuide da educação seus filhos, e seus filhos que nada querem que os políticos se elegem e reelegem, sempre na retórica, que :

“A EDUCAÇÃO É A SOLUÇÃO PARA TODAS AS NOSSAS MAZELAS.”

Cabe ao Professor de hoje se rebelar contra este sistema de cabresto eleitoral ao qual está exposto. 

Imaginem como a capacidade de um professor pode revolucionar um país. 

Vejam que no Brasil real temos mais de dois milhões de professores. 

O que aconteceria se o Professor fosse capaz de transmitir seu conhecimento para dez alunos? Vinte milhões de votos definiriam uma eleição.

Mas , na atual conjuntura, o professor manipulado tende a usar essa força descomunal não a favor de seu país, mas apenas na ilusão de seu contentamento individual.

O Professor é a chave para o nosso desenvolvimento intelectual e moral. O Professor pode provocar uma ruptura neste sistema falido, tanto educacional quanto político. 

Imaginem, que quando um Professor entra em uma sala de aula, ele esteja entrando em um ringue. Hipoteticamente seus alunos são seus adversários. Entrar mancando e se lamentando de seus baixos salários, não é entrar na luta perdendo?

Cabe ao Professor se reabilitar com a nação. Se fortalecer com seus alunos. Fomentar a disputa e o saber. Insistir na pesquisa individual e coletiva. Instigar o aluno ao raciocínio lógico. Mostrar a verdade do que ensina.

Aos pais cabe acabar com o desrespeito do Professor dentro de seus lares. 

Vejam como:

Um dia, minha filha chegou em casa e disse que uma professora a havia repreendido. Fiquei deveras revoltado e falei:

"- Filha, amanhã eu vou falar com essa    PROFESSORA."

Não sei, mas minha filha em seus delírios infantis deve ter imaginado coisa do tipo:

“- Amanhã esta PROFESSORA SE FERRA.”

Pois bem, cheguei a sala de aula e em um tom um tanto quanto eloquente e comovido disse:


"- PARABÉNS PROFESSORA POR SE    PREOCUPAR COM MINHA FILHA.
- E a partir de hoje, caso ela venha a ter    um   comportamento inadequado, a senhora está     autorizada por mim a repreende-la a altura.- E, quando isso acontecer, ela terá de minha   parte o corretivo necessário para que não         aconteça de novo", pois, tenho para mim que: 


- O PROFESSOR É A MAIOR E ÚNICA           AUTORIDADE EM SALA DE AULA."

Eleitores, esqueçam nossos políticos. 

Professores esqueçam suas promessas, uma vez que 35 anos e além das retóricas nada de concreto foi feito.

Professor , requeira a patente do ensinar.

Pais devolvam a tutela do ensino ao Professor.

Alunos, se nada querem, não vão à escola.

POLÍTICOS DE QUALQUER PARTIDO VÃO PARA O INFERNO COM SUAS PROMESSAS VÃS.

Aliás, não sou Professor...

Por ÁLVARO MARCOS ALVES



-Microempresário na área da prestação de serviços;
-Autodidata formado pela faculdade da vida