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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Eduardo Cunha, delator?


Eduardo Cunha foi uma figura obscura na política brasileira até o ano de 2015 quando submergiu, sendo eleito para o cargo de Presidente da Câmara dos Deputados, o terceiro na linha sucessória que comandaria o Brasil na ausência de seu Presidente e Vice respectivamente.

Na sua breve passagem pela Câmara dos Deputados, pautou-se pelo protagonismo na casa, e ganhou uma musculatura invejável fazia e acontecia dentro da Câmara Federal, teve um poder que poucos na recente história da política brasileira puderam ter. 

Com o avanço das investigações da operação lava-jato seu nome, no entanto, não poderia passar incólume. Não poderia porque no tempo em que andou submergido, ou digamos, no tempo em que era desconhecido do grande público, tornou-se um ótimo arrecadador para o PMDB, principalmente na campanha de 2014 e adquiriu enorme conhecimento do funcionamento da engrenagem política dentro da Câmara. Enfim tornou-se um político hábil e frio quando necessário, aliás essa frieza se tornou sua marca registrada.


Em março de 2015, em depoimento espontâneo na CPI da Petrobras, informou na época que não tinha nenhuma conta no exterior.Dias depois em reportagem o Jornal Nacional descobriu a mentira descarada do Deputado e ele passou a ser investigado por quebra de decoro parlamentar, no processo que mais tempo tramitou no Conselho de Ética.

Por conta desse processo, durante alguns meses em que paralelamente se descobria que Dilma andava pedalando adoidado pelas contas públicas, e com vários e vários pedidos de abertura do processo de impeachment foi como Presidente da Câmara o responsável pelo recebimento da denúncia.

Após esse recebimento o  que se viu foi uma longa negociação de bastidores entre CUNHA e DILMA, para que ambos naquele momento se safassem de seus problemas. Mas apesar dos esforços de ambos o que se viu foi o contrário e ele não obtendo êxito na negociação com o PT para se livrar do processo de cassação como forma de retaliação acabou aceitando a denúncia do impeachment e o resultado todos sabemos.

Em 2016, após capitanear o afastamento da Dilma, o STF decidiu por unanimidade afastá-lo da Presidência da Câmara. Mais  farpas com o PT foram trocadas e ele viu o Senado demitir a Dilma sumariamente antes de , e finalmente ser  cassado com acachapantes 450 votos. 

Sem o famigerado foro privilegiado, seus processos que até então tramitavam no STF desceram para Curitiba e ele teve brevíssimas férias,pois na semana passada foi preso pela operação lava-jato. 

Eduardo Cunha é um grande corrupto, peixe grande que caiu pela sua truculência e pelo pouco trejeito nos bastidores do poder com relação ao seu temperamento explosivo.Longe da mídia Cunha cometeu pecados e não soube se utilizar de uma célebre frase do maior filme de todos os tempos: O Poderoso Chefão, onde Don Corleone dizia: MANTENHA SEUS AMIGOS PRÓXIMOS E SEUS INIMIGOS MAIS PRÓXIMOS AINDA. É ...não soube fazer isso.

Preso, Cunha pode levar para a cadeia algumas dezenas, quem sabe derrubar até o Presidente da República.

Cunha deveria mofar na cadeia  onde como corrupto deveria ficar para sempre.. Mas tem a oportunidade de delatar. Cunha tem muito material? Tem muitas provas? Isso nem se fala. Mas para essa denúncia ser aceita pelo Ministério Público Federal terá que suar sangue, pois, não será qualquer delação, será a DELAÇÃO. 

Aguardemos então o desenrolar dos fatos com a expectativa de vermos um Brasil passado a limpo de verdade. Um Brasil aonde  políticos como Cunha não devem aparecer nunca mais e onde o sistema político atual já velho e sepultado parece uma múmia que aterroriza quando aparece. 

Precisamos de reformas urgentes com o endurecimento das leis contra a famigerada corrupção.Precisamos ser a nação que deveríamos ser: fortes, com protagonismo mundial.Enfim, há um longo caminho para se percorrer.

Cunha, Dilma, Lula, Aécio e outros NUNCA MAIS.

POR MARCELO AUGUSTO DOS SANTOS PINHEIRO










– Advogado – OAB/AM nº 9.365 
- Especialista em Direito Civil e Processo Civil;
- Área de atuação: cível, ambiental, eleitoral e constitucional; e

- Fundador da Marcelo Pinheiro - Advocacia



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