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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Encantos e Desenganos

A ânsia de poder, inerente ao ser humano pelo seu atavismo ancestral no processo de evolução, se não for resolvida com equilíbrio, gerará inúmeros quão perturbadores conflitos que impedirão o motivo essencial da existência que visa o bem-estar, a harmonia, a felicidade.

Enganosamente se crê que o sentido do poder se encontra nos recursos materiais, financeiros, amoedados ou, na relevância que se alcança nas camadas sociais, políticas, religiosas ou ainda, nos destaques culturais, em seus relevos multifacetados. 

Todavia, uma observação atenciosa das experiências vividas cotidianamente, levará à compreensão de que o verdadeiro poder somente é encontrado na conquista interior da satisfação de auto realizar-se, especialmente, se se vive com amor e pelo amor como a mais alta gradação dos sentimentos. Destarte, foi este o grande ensinamento legado à Humanidade pelos maiores Mestres e Avatares do Ocidente e do Oriente, notadamente, Jesus Cristo, tão especial e grandioso na História da Humanidade que Sua Vida e Obra são as mais comentadas e discutidas dentre todas as que se podem encontrar na Cultura das Civilizações em todos os tempos, embora, ainda não completamente compreendido nem vivenciado, porém, jamais ultrapassado! 

Indubitavelmente, à vista das notícias nestas últimas décadas no cenário sociopolítico cultural, seja no Brasil ou alhures, o sentido do poder desvenda uma triste faceta, pois, mostra que, toda vez, quando a criatura se sente defraudada na sua ambição excessiva, ela se rebela, permitindo que o ego, o centro da consciência inferior, aquele mesmo que é acionado em seus mecanismos de defesa para lidar com as situações difíceis, como os estresses, as perdas e os obstáculos, seja atingido, acionado e subestimado, gerando então, os sentimentos menores de mágoas, rancores, ressentimentos e ódios. 

É esse ‘encanto’ ou fascínio pelo poder que tem acarretado por vias diretas, dores individuais e, direta ou indiretamente, atrozes sofrimentos coletivos. Haja vista, a guerra na Síria, cujo poderio de um ditador proveniente de uma família no poder há 46 anos, vem dizimando famílias inteiras de civis e obrigando os sobreviventes a refugiarem-se aonde não são bem-vindos, se, antes, não forem abatidos nos bombardeios ou, se não sucumbirem nas águas geladas e profundas do oceano. Por outra, os degradantes níveis de desemprego em toda parte, ocasionados pela corrupção sistêmica mundial que conforme dados da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico Mundial, é a grande responsável por dois terços da fome e da miséria disseminados pelo mundo.

O Sociólogo francês, Philippe Steiner, Professor e Pesquisador da Université Paris-Sorbonne, publicou em 2011 o estudo intitulado “Les Rémunerations Obscènes – As Remunerações Obscenas” - no qual ele analisa que os salários obscenos, as compensações lascivas, o enriquecimento extremo, constituem na modernidade, objetivo dominante não apenas do mundo financeiro e dos bancos, mas, também das grandes empresas e dos homens de negócios, das ideologias políticopartidárias, de governos autoritários e tiranos no mundo inteiro.


Para Steiner, a cobiça pelos ganhos ‘obscenos’, apodrecem as relações sociais, arruínam a ética e o valor do trabalho e prejudicam a política pela contaminação e degradação que poluem todos os meios considerados para o desenvolvimento sustentável de um Povo e sua Nação.



Estas considerações são perfeitamente cabíveis, também, no quadro da crise política brasileira que pôs a descoberto as práticas vergonhosas da velha política de compadrio, das relações promíscuas e ultrajantes entre o poder público e o privado, na insana corrupção desmascarada a cada dia, cujos fatos estarrecem e adoecem os cidadãos, abalando os alicerces do que deveria ser a solidariedade social e a responsabilidade no senso comum. 

A tremenda desproporcionalidade gerada pela cupidez, pela ambição desmedida por riqueza e poder, que desnuda a opulência no topo da pirâmide das camadas sociais em detrimento da situação adversa e penosa e do extremo infortúnio que atinge as classes mais sofridas das populações, acometidas pelo desemprego, pelos baixíssimos salários e pela falta de perspectivas de ascender nas condições decentes de vida às quais fazem jus pela garantia de seus direitos fundamentais, fomenta um doentio descrédito, uma descrença e uma desesperança.

Estes sentimentos negativos, são analisados por outro lídimo Pensador Social da contemporaneidade, o Sociólogo polonês , Zygmunt Bauman, que, na sabedoria de seus 91 anos de lucidez, descreve-os como reveladores da grande decepção que acomete as criaturas que observam de modo impotente e lastimoso, a justiça social comprometida, gerando o exacerbar da raiva e do ódio pela reprovação à rapacidade dos malfeitores, infames sicários, astutos e mal-intencionados cuja desfaçatez, diríamos nós, fariam ressurgir do túmulo o pensamento do Filósofo, também francês, Blaise Pascal (1623-1662) para reafirmar: “A verdadeira moral zomba da moral” – como a demonstrar que a criatura humana transformou a moral, derivada do juízo do senso moral insculpida na consciência, numa utopia ética ou num código social desarrazoado com o qual pretexta ou intenta manipular o comportamento de toda uma geração. 

Hodiernamente, a iniquidade, o péssimo caráter e a mordacidade presentes nas diversas formas de ganância e cobiça que adornam os atos de corrupção no poder e pelo poder, tornaram-se tão constantes e banais na vida cotidiana que os cidadãos se apresentam, de certa forma, feridos e calejados pela desumana perversidade, ainda que, não se tenham despertado para o fato de que o mal, aquilo que é nocivo e prejudicial, pois, se opõe à virtude, à probidade e a honra, esteja, como numa epidemia sistêmica e avassaladora, disseminando a insensibilidade ante o sofrimento alheio. 

Bauman define essa impassibilidade ou privação da sensibilidade, como a “cegueira moral” que caracteriza as sociedades neste “mundo moderno” que ele define como sendo “líquido” ou “fluido” e que, conforme suas conclusões, suplantou a “modernidade sólida”, vivida em outros tempos, sendo esta, bem mais lenta que aqueloutra. A transição para essa vivência fluida, intensamente dinâmica da modernidade líquida, carreou profundas transformações à vida humana sob todos os aspectos considerados.

Interessante notar que naquela “modernidade”, anteriormente “sólida”, reinava uma característica da qual se dizia tão importante ao ponto de ser considerada como constitutiva da própria sociedade, era a “confiança” embasada em três pilares indispensáveis: a confiança em si mesmo, a confiança nos outros e nas Instituições. 

Aquela ‘confiança’ garantidora do equilíbrio das instituições, de governos, e da sustentabilidade da vida material, social, familiar, religiosa e cultural no mundo sólido, vê-se agora ameaçada pelas incertezas quais, os crescentes compromissos e dívidas resultantes da avidez consumista; a pré-ocupação com o ‘ter’ e o ‘poder’; as escorchantes cobranças de impostos; a mesquinharia dos valores salariais para certas categorias em detrimento de outras; a fragilidade dos empregos disponíveis e a inacessibilidade a empregos mais sólidos em carreiras confiáveis, tanto quanto a nebulosidade do futuro quanto às aposentadorias, tendo-se em vista, a maior expectativa de vida do ser humano. Bem assim, a intolerância, a impaciência e o egoísmo que fazem ruir as relações interpessoais, causando insegurança de cunho emocional. Todo este espectro inquietante de superfluidade e degradação se traduz na denominada “incerteza existencial” que, nada mais é, senão, um pavoroso amálgama de ignorância (desconhecimento) e impotência (fragilidade). 

Sentindo-se engalfinhados nesta fonte inexaurível de sofrimentos e humilhações, as criaturas desagregam-se quando deveriam se unir. Os apelos à solidariedade parecem ridículos ante a ganância e sede de poder que leva ao maldito interesse “primeiro os meus”; “farinha pouca, meu pirão primeiro”; “se não sou respeitado, por que deveria respeitar”? Nesta balbúrdia, a inveja, o medo, a violência, encontram facilmente seu lugar, infortunadamente! E a sociedade humana sofre! Exatamente porque, a criatura que busca a sanidade e o equilíbrio, vê no outro, o reflexo projetivo das próprias experiências na evolução desafiadora. 

Um dos maiores contistas da Literatura mundial, o escritor e poeta francês, Guy de Maupassant, 1850-1893, tido e havido como o escritor mais lido nos últimos anos do Século XIX, concebeu uma história fascinante na qual fala-nos de um jovem casal que pertencera à antiga burguesia francesa e que sobrevivera, vivendo em rica mansão, no coração de Paris, naquele período difícil da Revolução Francesa, enfrentando enormes vicissitudes. 

O homem era modesto funcionário de um dos ministérios na época de renovação do Império de Napoleão III, o Imperador que resolvera oferecer um baile para ressuscitar o fastígio napoleônico. O evento seria presidido pelo próprio Imperador, no Palácio das Tulherias - Palais des Tuileries - para gáudio da aristocracia e da nobreza que a Revolução expulsara da França ou mandara aos calabouços na Conciergerie. 

Desta forma, foi feito o levantamento histórico das árvores genealógicas da nobreza e o jovem casal foi contemplado com um convite especial para a festa retumbante. A esposa, Marie Antoinette possuía a altivez e a beleza que caracterizava as tradições dos antigos Bourbons. Mas, eram pobres, “pobres de marré d’ici”. Porém, o marido que a amava sobremaneira, jurou envidar todos os esforços para contemplar a jovem senhora com a indumentária e os luxos que a ocasião exigia. 

À custa de altíssimo empréstimo realizado no Ministério ao qual servia, o esposo de Marie contratou famoso estilista que confeccionou os trajes dignos do brilho com que o casal desejava apresentar-se. Todavia, o vestido da madame tinha um decote para o qual, somente linda e ofuscante joia, poderia complementar. Eis que surge a questão! Onde encontrar um colar de diamantes que enfeitasse o pescoço nu da jovem Marie, à moda das deusas do Olimpo que embelezavam de prazer as criaturas inebriadas na Terra?! 

Foi então, que se lembraram de uma velha marquesa que vivia ociosamente cercada de jovens, os quais, mantinha a peso de ouro. Tratava-se de uma mulher muito rica e depravada, conhecida no “grand monde” de Paris. 

No afã de conseguir por empréstimo, o colar de diamantes que lhe adornasse os sonhos ao compor seu traje belíssimo, Marie visitou a marquesa que sorridente, recebeu-a, e orgulhosa por sentir que poderia ser útil, apresentou-lhe sua coleção de joias, abrindo os vários estojos de veludo propiciando que a jovem pudesse escolher. 

Os olhos de Marie brilhavam contemplando a beleza na profusão de adereços e colares e deslumbrada, escolheu uma das peças cujos diamantes pareciam-lhe gotas de luar! - “Escolheste esse? ” – Indagou a velha senhora ao que Marie redarguiu: - “sim, este é maravilhoso e me cairia muito bem! A senhora me emprestaria este?!” – “Claro, minha filha! Tenho tantos! Esse, eu o chamo de o colar das lágrimas perdidas”! Assim enfatizou, entregando-o à jovem em expectativa incontida. 

A noite do baile imperial foi deslumbrante! Anfitriões e convivas chegaram às raias da emotividade pelo prestígio, pela glória, pelo prazer, pelo luxo! Fartaram-se e bailaram até o raiar do outro dia! Desditosamente, como o que é bom dura pouco e tudo passa, ao chegar em casa, o casal percebeu que a joia havia desaparecido. Em desespero, procuraram em cada canto possível. Retornaram ao Palácio, interrogaram os serviçais e a todos que encontravam e, nada. Que fazer? Não poderiam confessar o sumiço da joia à marquesa, pois, ela não acreditaria, os denunciaria e eles seriam presos! Não haviam testemunhas... 

Angustiados, perdidos, desesperados e envergonhados, buscaram um joalheiro que pudesse criar uma peça que imitasse o colar com riqueza de detalhes e perfeição. Contudo, não tinham com o que pagar. O profissional, cobrou uma fortuna, afinal, tratava-se de uma joia incomparável! Era um “colar de diamantes”! 

Foi a ruína total! Venderam a mansão decadente, a velha tapeçaria, as cortinas desbotadas, as vestes, e tudo o que possuíam. Empenharam todos os haveres e contraíram mais empréstimos pesados. Ao fim de umas semanas, Marie compareceu à casa da marquesa para devolver o colar. Esta, recebeu-a fria e indiferentemente, nem mesmo conferiu a joia. Marie ficou desapontada! “Dei minha vida por este colar e ela não deu a mínima! ” - Pensou a jovem desoladamente. 

Passaram-se os anos e, daquele jovem casal, não restara quase nada. As dívidas contraídas, o desfazer-se dos parcos bens dos quais ainda dispunham para pouco conforto, tendo que ir habitar nas periferias da Cidade luz, e o trabalho exaustivo que tiveram que enfrentar, tudo isto, causou aos esposos duro baque moral. Marie envelhecera vertiginosamente, lavando roupas no rio Sena com as mãos calejadas e os dedos deformados pela artrite. Prematuramente, a cabeça encanecera e ela foi acometida por tuberculose pelas condições insalubres de vida. O marido, trabalhando à exaustão para pagar os juros das dívidas contraídas com os empréstimos adquiridos, padecendo de angústia e sofrimento, morrera pouco tempo depois, nos arredores de Paris onde foram morar no anonimato da pobreza. 

Muito tempo depois, Marie teve ensejo de encontrar a marquesa já bastante avançada em anos que não a reconhecera tal o estado degradante em que se encontrava. Triste, desconsolada, andrajosa e desgrenhada como uma mendicante. – “Sou Marie Antoinette, não me reconheces? ” – “Por suposto que não! Como poderia?! O que lhe aconteceu, minha filha? Por que estás neste estado? ” – “Meu marido morreu de desgosto. Vivemos na miséria por causa daquele seu maldito colar que nos desgraçou a existência”. – “Mas, o que dizes?! Qual é o seu drama? ” 

- “Naquela noite de paixões, sonhos e utopias, após o fausto, iniciou-se nosso degredo. Eu perdi o colar de diamantes. Desesperados, para não sermos denunciados como ladrões, eu e meu marido, empenhamos tudo o que tínhamos, vendemos a alma ao demônio para pagar outra joia como aquela que me emprestastes e devolvê-la a ti que não deu a menor atenção ao meu gesto, não se dignando ao menos em conferir a peça. Pois, ela foi a causa da nossa ruína, da morte de meu esposo e da minha morte em vida”. 

- “Mas, vocês devem ter enlouquecido!! O colar que lhe emprestei era falso. Comprei-o por apenas cem francos nas Galeries Lafayette! Não valia mais do que isto! Era uma fantasia ordinária! Você acreditou que era uma joia valiosa e, realmente, era o que parecia, mas, ... você... deslumbrou-se ... e eu, ... bem, eu fui conivente com seu encantamento! .... Pobre, mulher! Por que não me confiaste sua desdita?!” 

Assim como Marie e seu esposo, entre encantos e desenganos, seguem as criaturas vivendo como se a vida fosse coroada por um falso “colar de diamantes”, o “colar do rio das lágrimas perdidas”! 

Na Síria, o Presidente ditador, Bashar al Assad comparece em público raramente, apenas para as festividades religiosas, ocasião em que preside as orações junto aos representantes do Partido, do Estado, dos líderes religiosos e civis, sempre exaltando a coragem dos seus soldados que enfrentam na guerra, aqueles a quem denomina ‘terroristas’, mas, que são, na verdade, os insurgentes contra seu governo nos confrontos que já persistem por mais de 5 anos, tendo ceifado, até aqui, quase 300 mil vidas. 

Enquanto ele comanda a violenta repressão aos seus opositores, sua mulher, a primeira dama que não é síria, é britânica, vive o ‘baile’ da vida, glamourosamente, consumindo roupas de grife em Paris e vasos de cristal em Londres, completamente alheia ao sofrimento e ao futuro do Povo sírio. É tão escandalosa a vida luxuosa do casal que a União Europeia estabeleceu sanções congelando seus bens e proibindo, inclusive, as quatro mulheres mais próximas do ditador de viajarem ao continente europeu. 

Dançando nos ‘bailes’ da vida, vivendo na embriaguez dos sentidos, seguem as criaturas, corrompendo e se deixando corromper. Vivem disputando quinquilharias com tanta avareza, acumulando tralhas às quais se atribui enorme valor, empenhando-se até à saciedade por mentiras e ilusões. 

Seguem, infelicitando a si e aos outros pela ganância desenfreada do ‘ter’, enquanto se esquecem das lições do Mestre Divino, anotadas em Mateus, 6, 19-21: “Não acumuleis tesouros na Terra onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas, ajunteis tesouros nos Céus onde a traça e a ferrugem não consomem e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. 

Tudo na Terra é impermanente, assim ensinou Buda há quinhentos anos antes de Cristo. Os ditadores passarão, os impérios ruirão, os bens móveis e imóveis transferem-se de mãos, e as criaturas seguem infelizes, escravizando-se aos bens terrenos que perdem o valor, enquanto os tesouros verdadeiros, que não se compram, permanecem relegados. 

Sim, vivemos novos tempos! Tempos da “modernidade líquida” que o eminente Sociólogo, Bauman, explica em suas Obras notáveis, “medo líquido”, “amor líquido”, “vigilância líquida”, “vida líquida”, “vidas desperdiçadas”, “modernidade e ambivalência”, “globalização” da qual se pergunta – “A riqueza de poucos beneficia todos nós? ” - “Vida para consumo” sobre a qual se questiona - é possível viver-se a Ética num mundo consumista por excelência?! 

Sim, vivemos novos tempos nos quais a vida terrena não passa de ser um ‘baile’ como aquele de outro século, suntuoso e enganador para as criaturas que ainda não quiseram ou não lograram conhecer Jesus. Para todos os que se encantam pelo poder sem se darem conta da sua transitoriedade. 

Para os que se afligem, brigam e matam pela riqueza e pelas coisas temporais, a vida, nada mais é, além daquele baile que tem a duração de uma noite de delírio e arrebatamento para despertar no dia seguinte nas brumas da decepção, do desengano e do sofrimento. 

Henry René Albert Guy de Maupassant que nos legou este conto profundo de lições e mais outros 299, todos considerados Obras de grande valor literário, foi um homem rico e famoso. Teve muitos casos amorosos e foi vitimado pela sífilis que lhe causou grandes padecimentos por mais de uma década, atormentado por pesadelos, angústias e alucinações. Viajou por diversos países, mas, desenvolveu uma tremenda aversão à sociedade e paranoia de perseguição. Tentou o suicídio e faleceu no ano seguinte, em um manicômio, aos 43 anos de idade. 

Ele ouviu falar de Jesus, pois, foi seminarista, porém, não logrou vivenciar o Mestre. Se o tivesse feito, saberia que, não sendo deste mundo o Reino do Senhor, ainda assim, poderia trabalhar para alcançá-Lo, na medida do possível, a partir daqui, pois, se o Reino de Deus não é deste mundo, contudo, estando o Reino dos Céus dentro de nós, conforme asseverou o Mestre, este ‘Reino’ começa aqui mesmo, em decorrência da consciência do dever bem cumprido, pelo caráter probo e reto, graças ao coração pacificado.

POR MÔNICA MARIA VENTURA SANTIAGO











-Advogada especializada em Direito de Família e Sucessões, Direito Internacional Público e Direito Administrativo.

Nota do Editor:
Todos os artigos publicados no O blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

28 comentários:

  1. Maravilhoso e como é a infeliz realidade em que vivemos : uma ilusão alimentada pela ausência de Cristo em nossas vidas. Parabéns!!

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    1. Mônica, querida!
      Aproveitando a postagem dupla de seu comentário, gostaria de dizer que, mesmo com a incapacidade das criaturas humanas compreenderem e vivenciarem o Divino Mestre, graças ao imenso Amor que o Cristo de Deus tem por cada um de nós, Ele nos mantém e espera por nós!!
      Beijos com carinho e gratidão por sua doce presença!!

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    2. Texto impecável e arrebatador!! Parabéns, muito boa leitura e te digo tudo que está ai é a verdade que ninguém quer enxergar,
      Valeu.

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  2. Agradeço ao Dr. Raphael Werneck a oportunidade desta publicação!
    Paz e bem a todos os leitores que nos visitarem com a gentileza de sua atenciosa e paciente leitura!
    Obrigada!!

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  3. Maravilhoso e como é a infeliz realidade em que vivemos : uma ilusão alimentada pela ausência de Cristo em nossas vidas. Parabéns!!

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    1. Obrigada, querida!!
      Muito bacana que vc tenha apreciado a leitura!!
      Paz ao seu coração generoso!!

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  4. Adorei a história ilustrada sobre o colar e eu imaginava isto mesmo...
    Quão importante dizermos a verdade independente das circunstâncias. Como a confissão... Não devemos assumir nada que nao podemos carregar eternamente. Pena que ela demorou muito p ser sincera.
    E tbem que não devemos aparentar o que não somos e devemos aprender a assumir as nossas perdas independente das consequências. A verdade limpa qualquer alma.. e muito mais, o espírito. Nos leva ao céu...
    O que Jesus sempre deseja nos ensinar é: que precisamos ser sinceros com nós mesmos, reconhecer nossos erros e buscar o arrependimento. Assim alcançamos o paraíso. Parabéns!

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    1. Querida Mônica!
      Sua presença gentil muito me comove! Seu comentário generoso trouxe-nos luz e enriquecimento!
      Muito obrigada!
      Bjos com carinho e gratidão!!

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  5. Parabéns, Mônica! Conseguiu expressar muito bem o momento que vivemos, realçando de maneira didática os absurdos da materialidade que vivenciamos nos dias de hoje.
    Você foi muito feliz também na escolha de Guy de Malpassant, grande crítico social e poeta de mão cheia.

    Abraço,
    Gil Campos

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  6. Obrigada, Gil!
    Sua presença gentil e seu comentário generoso, são muito incentivadores de nosso trabalho!!
    Fraterno abraço! Paz!

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  7. Difícil pra mim comentar pois acho que essa necessidade de poder estava também em Cristo.Como não sou religioso pode parecer desrespeitoso.

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  8. Olá, amigo Norberto!
    Obrigada por sua presença e comentário!!
    Você tem toda razão, o 'poder' também foi aliado do Mestre para o BEM. O poder do Senhor Jesus está no Amor que Ele nos dedica! Na verdade, Jesus não criou nenhuma religião como todos nós sabemos. Por isto, eu não creio que Ele exija isto de nós! Seu comentário nada tem de desrespeitoso, ao contrário, trata-se de uma legítima constatação! O importante para cada um de nós é distinguir o certo do errado, o bom do ruim. O 'poder' é um gde aliado da criatura humana quando utilizado com retidão e coerência para o bem, o amor e a paz!!
    Muito Obrigada!

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  9. Um texto brilhante que nos leva a refletir sobre questionamentos que são atuais desde o início dos tempos. Achei muito interessante! !PARABÉNS! !

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    1. Olá, Edson!
      Obrigada por sua presença e pela gentileza de seu comentário!
      Estou feliz que meu texto tenha lhe causado uma boa leitura e impressão das idéias exaradas! Sempre muito bem vindo!
      Paz e bem!!

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  10. Excelente texto Mônica parabéns!
    A nossa vida é uma história escrita tanto por Deus quanto por nós mesmos e no percurso, somos obrigados a escolher entre o TER e o SER.
    É importante ter idéias verdadeiras, mas isso não é tudo. É preciso também viver no verdadeiro, isto é, não fingir saber o que não sabe, nem ignorar aquilo que sabe perfeitamente bem.
    Se não somos fiéis a essas duas exigências, nossas vidas serão uma mentira e o conteúdo pretensamente verdadeiro dos nossos pensamentos, apenas uma parte da farsa total ou seja: aquela parcela mínima de verdade de que a mentira necessita, para se tornar convincente e mais verossímil.
    Algumas pessoas hoje em dia, têm alguma dificuldade de compreender isso, porque se deixaram seduzir por ambições desmedidas por poder financeiro, social ou político e acabaram por perder todo sentido de humanidade!

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  11. Amiga Mônica incrível como os ensinamentos de Cristo nunca foram compreendidos pela humanidade. Nunca vamos saber porque o ter é mais importante do que ser pela grande maioria das pessoas. Vale matar e destruir para obter uma riqueza que é tão passageira. Parabéns.

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    1. Olá, Neide!
      Que bacana você comparecer gentilmente para corroborar nossas reflexões!
      Obrigada!
      As criaturas humanas estamos em processo perene de aprendizado e evolução, por isto mesmo, creio, um dia, que não está longe, mas, também não está assim tão perto, chegaremos à condição de viver pelo 'ser' e não pelo 'ter', pelo menos, não com a ganância e inconsequência que se vive nos dias atuais!
      Bem vinda sempre!!
      Beijo carinhoso!! Paz!!

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  12. Olá, Clovis!
    Estou muito agradecida por sua presença gentil e seu comentário profundo, reflexivo e atencioso! Seu pensamento trouxe riqueza ao contexto da narrativa de meu Artigo! És sempre bem vindo! Paz!
    Fraterno e terno abraço!

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  13. Parabéns, Mônica. Texto fino e requintado na espiritualidade, mas a "realidade" é que tudo o se explora hoje é a possibilidade da "gloria mundi" ...
    Talvez por isso todos os dias se criam Al Qaeda, ISIS e muitos outros movimentos para lembrar que esse será o fim se não houver mais "justiça" ...
    Quem não tem nada a perder, sempre aposta a própria vida ...

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    1. Olá!
      Obrigada por sua presença e pelos comentários!
      Realmente, quando se pensa que não se tem nada a perder, aí sim, é que mais se perde, afinal, a vida constitui-se de pequenos e sublimes 'nadas' que bem cumpridos, observados, trabalhados e cuidados, transformam-se nas grandes possibilidades para se evitar os desenganos, as frustrações e as desditas.
      Obrigada! Paz e bem!!

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  14. Olá Mônica!
    Parabéns pelo artigo. Você retratou com maestria importantes acontecimentos globais! Nos convida a boas reflexões. Abraços

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    1. Olá, Maria José!!
      Que alegria sua presença! Obrigada!
      Sempre bem vinda aos comentários de meus Artigos!
      Beijo com carinho e gratidão!!
      Paz!!

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  15. Olá, Clovis!
    Estou muito agradecida por sua presença gentil e seu comentário profundo, reflexivo e atencioso! Seu pensamento trouxe riqueza ao contexto da narrativa de meu Artigo! És sempre bem vindo! Paz!
    Fraterno e terno abraço!

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  16. Parabéns pelo artigo Mônica.
    A sociedade vive com suas máscaras e quando acontece algo inusitado como o desaparecimento do falso colar do rio das lágrimas perdidas, por falta de coragem em contar a verdadeira versão, normalmente escolhemos a "mais fácil versão" e depois nos escravizamos para o resto de nossas vidas, por falta de um pequeno diálogo. Muito interessante, que você possa escrever outros excelentes artigos como esse. José Antonio.

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    1. Olá, Professor José Antonio!
      Obrigada por sua presença e pela generosidade de seu comentário!!
      Sempre bem vindo!
      Paz e todo o bem!!

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  17. Olá, Adriana!
    Obrigada por sua presença e generoso comentário!
    És muito bem vinda!!
    Fraterno abraço!!

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  18. Que leitura agradável você nos proporcionou com esse excelente artigo, tão lúcido e atual. Jesus, de fato, deixou seu legado nos ensinando, entre outros ensinamentos, a seguirmos pela porta estreita, pois ao escolhermos a porta larga teremos que, no futuro, colhermos os amargos frutos da decisão imatura e impensada. Gostei muito de conhecer o conto do colar... triste fim. Fraterno abraço.

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  19. Olá, Rosiméri!
    Que bacana vc comparecer pra nos deixar seu comentário generoso!
    Obrigada!
    És sempre muito bem vinda!
    Fraterno e terno abraço!!
    Paz!!

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