Quando falamos de Mente e Comportamento, muitos acreditam que sejam assuntos distintos que não possuem relação porém contrária à essa informação, a ciência mostra o quanto nossa mente interfere em nosso comportamento. Como Psicóloga, posso afirmar também, baseada na experiência de consultório, que existe uma relação muito íntima entre esses dois aspectos e a importância de cuidar dessas duas vertentes para alcançar a saúde mental.
Quando recebo alguém na clínica com queixas de comportamento ou algum transtorno, realizo uma análise do funcionamento desta pessoa. Digamos que, os sintomas apresentados são a “ponta do iceberg “ e os pensamentos são a causa raiz da maioria dos transtornos que acomete a condição humana. São eles, os pensamentos que tiram as pessoas do eixo. Não se trata de um jargão de livros de auto ajuda que promove o "pensamento positivo" como o caminho da felicidade. Trata-se de uma análise minuciosa frente a forma que a pessoa interpreta e elabora sua realidade e o rumo traçado a partir de então.
Portanto, podemos dizer que o mundo muitas vezes nos reserva situações difíceis, obstáculos que precisamos enfrentar porém, a forma que esta pessoa enxerga esses problemas, as saídas e o enfrentamento, depende muito de como ela elaborou situações de vida ocorridas na infância/ adolescência, como ela aprendeu a lidar ou fugir dessas situações.
Sim, o comportamento é um aprendizado! Eu aprendo como devo enfrentar ou me defender das situações e este aprendizado me acompanha por toda a vida. Haja visto que, mesmo pessoas com uma genética voltada para transtornos mentais pode ou não desenvolver um quadro, depende muito do que acontece no ambiente e como ela foi enfrentando ou se esquivando das situações com que se deparou.
Quando o adulto chega no consultório, é importante fazer um mapeamento sobre seu funcionamento desde criança em situações complexas que exijam esforço para lidar. Já ficou comprovado inclusive que crianças em situações de bullying pode desenvolver quadros psiquiátricos na vida adulta, dada a forma que ela lida com esses acontecimentos na infância e que possíveis situações de perseguição no futuro pode fazer com que desencadeie um quadro paranóide por exemplo.
Desta forma, enfatizo a importância de vigiarmos nossos pensamentos. Devemos nos perguntar: minhas interpretações das situações são reais? Quais evidências me provam que meu pensamento deve me convencer? Quais alternativas tenho para lidar com tal situação? Essa situação me remete a algo parecido ou já vivenciado anteriormente?
O pensamento tem força! Pode mudar nosso humor, nosso comportamento e desencadear emoções positivas e negativas.
Prova disto é a frase de Aron T. Beck que não podemos esquecer: o que perturba o ser humano não são os fatos, mas a interpretação que ele faz desses fatos!
- Graduação em Psicologia – UMESP (2000);
- Pós-graduação em :-Administração de RH – UNIP (2002)
- Gestão de Processos de Negócios – UFRJ (2007);
- Trabalhou em :
- Atendimento psicológico de nível ambulatorial a crianças, adolescentes, adultos, idosos e casais; e
- Atendimento psicológico a pacientes no ambulatório, hospital dia e internos na ala psiquiátrica (feminina e masculina) abrangendo acompanhamento grupal e individual;
-Atualmente trabalha na GAPI – Escola de Educação Especial fazendo:
- Intervenções comportamentais no ambiente escolar, com o objetivo de compreender a dinâmica do aluno em sala de aula e orientar os professores no manejo de comportamentos disfuncionais;
- Atendimento em grupo para alunos com faixa etária superior a 18 anos; e
- Orientação para pais referente o desenvolvimento psicológico do aluno.
Nota do Editor:
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