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domingo, 20 de janeiro de 2019

A Influência da Mente sobre a Saúde Física






Autora:Claudia Ribeiro Oliveira(*)

"Mantenha suas crenças positivas por que suas crenças se tornam seus pensamentos, seus pensamentos se tornam suas palavras, suas palavras se tornam suas ações, suas ações se tornam seus hábitos, seus hábitos se tornam seus valores e seus valores se tornam seu destino", já dizia Mahatma Gandhi.

No decorrer da vida, através de nossas experiências positivas e negativas vamos formando a colcha de retalhos de crenças que forma a lente que influencia nossa percepção sobre nós mesmos e sobre tudo à nossa volta. Essas crenças podem ser conscientes ou inconscientes. Ou seja, elas podem ser conhecidas ou desconhecidas por nós, mas ainda sim habitam nossa mente e influenciam a forma como lidamos com a vida.

De acordo com as principais correntes da Psicologia (Psicanálise, teoria Junguiana, teoria Fenomenológica, dentre outras) estima-se que 90 a 95% de nossa psique seja inconsciente. Isso significa que a maior parte dos nossos comportamentos e hábitos são regidos por informações que estão guardadas de forma “escondida” dentro de nós.

Ao refletir sobre esse dado, salienta-se a importância de nos dedicar a práticas que contribuam para o autoconhecimento, pois quanto mais nos conhecemos, mais desvendamos os conteúdos ocultos que vivem dentro de nós e assim, poderemos ter mais controle sobre nossos sentimentos, ações e atitudes, deixando de agir no piloto automático e efetivamente compreendendo o que motiva e controla nossos hábitos, comportamentos, pensamentos, crenças e tudo que envolve nosso âmbito psicológico e até nossa saúde física.

O processo de autoconhecimento é dinâmico, inerente à evolução pessoal e eterno, pois estamos em constante transformação.

Além de nossas crenças influenciarem nosso comportamento, existem teorias atuais que afirmam que essas crenças, aliadas a nossos pensamentos, aos sentimentos, ao próprio ambiente que estamos inseridos e aos nossos hábitos diários, têm maior influência na relação saúde/corpo do que a própria genética em si.

O biólogo Bruce Lipton, autor do livro "A biologia da crença"– editora Butterfly – se dedicou a estudar a influência ambiental e psicológica no comportamento celular e teve grandes contribuições para o campo da Epigenética (ciência que estuda as mudanças herdadas nas funções dos genes que não alteram a sequência do DNA, mas são responsáveis por ativar ou desativar fatores responsáveis por desenvolver ou inibir doenças e habilidades físicas).

Para Lipton, nossas crenças funcionarão como uma lente que irá influenciar nossa percepção do mundo e isso controlará nosso organismo como um todo, influenciando inclusive nosso sistema nervoso parassimpático, responsável pelo controle das principais funções do nosso organismo (parte endócrina, cardíaca, neurológica, etc) e que por ser controlado de forma autônoma (independente da nossa atenção ou vontade), é regido pelo nosso inconsciente. Sua pesquisa vai mais longe, comprovando que o DNA é controlado pela energia que emana dos pensamentos, o que significa que nossas projeções mentais influenciam diretamente em nossa saúde.

Ou seja, Lipton comprova a citação de Gandhi, reforçando a ideia de que um simples pensamento que você irradia, uma conversa que desenvolve com uma amiga, pode estar realizando processos mutacionais no seu corpo a também no corpo de quem convive com você.

Se direcionarmos melhor o que estamos pensando, poderemos mudar o estado do nosso corpo e assim contribuir para uma melhor qualidade de vida e para a longevidade. 

A força do pensamento ditará nosso bem-estar à medida que o inconsciente pode sabotar ou dinamizar nossos objetivos e nossos processos internos. 

Os estudos da Epigenética trazem à tona a importância  de controlar o clima e as palavras que preenchem nosso ambiente. 

É importante refletir também sobre a forma como educamos nossas crianças, quais as principais palavras que repetimos para elas diariamente, como as ensinamos a se enxergar e a se tratar, para que possamos contribuir positivamente para a formação psicológica delas e se tornem adultos mais fortes, positivos e consequentemente, mais saudáveis.

Vivemos em uma ditadura da doença, cercados de notícias diárias sobre novos vírus, novos medicamentos e sobre os perigos que nosso corpo está exposto diariamente. Diante disso, descobrir que o principal fator que influencia nossa saúde reside dentro de nós, é libertador!

Louise Hay, escritora americana com diversos livros publicados, dentre eles "Você pode curar sua vida" – editora Best Seller – salienta a importância do controle das emoções. Ela acredita que  se deseja obter uma saúde melhor, deve-se evitar ao máximo o efeito das emoções negativas em si e nutrir-se de sentimentos positivos.

Para ela, a raiva é uma afirmação poderosa que diz ao seu corpo que você o detesta ou detesta algumas partes dele.  O perigo reside no fato de as suas células estarem sempre atentas a cada um de nossos pensamentos e respondem automaticamente a eles.

Compreender a relação psique-corpo é assumir a responsabilidade pela nossa própria saúde física e mental.  O primeiro passo para isso é identificar quais crenças regem nossos comportamentos atuais, compreender como está nossa saúde mental e mergulhar nos processos de autoconhecimento. A partir disso, é possível transformar nossa forma de pensar e de viver.

"Não sou o que aconteceu comigo, mas o que escolhi me tornar", cita Carl G Jung, psiquiatra suíço e fundador da abordagem psicológica Junguiana. Essa frase resume o conceito de auto-responsabilidade, salientando o fato de que independentemente do que acontece em nossas vidas, é responsabilidade de cada um escolher como iremos lidar com isso e atuar para que os acontecimentos tenham o menor impacto negativo possível em nossa psique.

Assumir a responsabilidade sobre o efeito dos acontecimentos nas nossas vidas é parar de agir passivamente e viver ativamente, efetivamente contribuindo para a busca da felicidade e do bem-estar. Existem diversas maneiras de iniciar essa jornada:  Psicoterapia, meditação, leituras, auto-observação, terapias alternativas, etc.

Uma vez iniciado o processo de autoconhecimento, é necessário partir para a modificação dos fatores que estão influenciando negativamente nossa vida.

Atualmente existem diversas técnicas e teorias que contribuem para a transformação de crenças e dos conteúdos que residem no inconsciente, como a hipnose e técnicas de reprogramação mental, como a técnica PSYCH-K®, citada no próprio livro de Lipton, que tem como propósito acelerar a evolução individual e global pelo alinhamento  e transformação das crenças subconscientes negativas e bloqueadoras em positivas apoiadoras.

Diante da vida moderna, cercada de dinamismo, intolerância e negatividade, te convido a olhar para si e perguntar quais as principais crenças e pensamentos que habitam em você. Por fim, te convido a ter uma visão mais positiva sobre si e a ser agente ativo na sua saúde.

 *CLAUDIA RIBEIRO OLIVEIRA
  




-Psicóloga;
-Especialista em Psicologia Junguiana pela Paeeon/UNISAL;
-Facilitadora Pro do método PSYCH-K® de transformação de crenças;
-Experiência em atendimento psicológico na abordagem junguiana em consultório particular;
-Experiência como docente em Ensino Superior; e
-Experiência em palestras sobre temas na abordagem junguiana

Nota do Editor:


Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

2 comentários:

  1. Autoconhecimento! Necessário ter para não ficar um zumbi

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  2. Parabéns, psicóloga Claudia! Concordo com absolutamente tudo quanto escreveu neste seu artigo. De fato, os bons pensamentos são fonte de saúde e nosso bem estar é de nossa inteira responsabilidade. Aplausos!

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