Autora:Claudia Ribeiro Oliveira(*)
"Mantenha suas crenças positivas por que suas crenças
se tornam seus pensamentos, seus pensamentos se tornam suas palavras, suas
palavras se tornam suas ações, suas ações se tornam seus hábitos, seus hábitos
se tornam seus valores e seus valores se tornam seu destino", já dizia
Mahatma Gandhi.
No decorrer da vida, através de nossas experiências
positivas e negativas vamos formando a colcha de retalhos de crenças que forma
a lente que influencia nossa percepção sobre nós mesmos e sobre tudo à nossa
volta. Essas crenças podem ser conscientes ou inconscientes. Ou seja, elas
podem ser conhecidas ou desconhecidas por nós, mas ainda sim habitam nossa
mente e influenciam a forma como lidamos com a vida.
De acordo com as principais correntes da Psicologia
(Psicanálise, teoria Junguiana, teoria Fenomenológica, dentre outras) estima-se
que 90 a 95% de nossa psique seja inconsciente. Isso significa que a maior
parte dos nossos comportamentos e hábitos são regidos por informações que estão
guardadas de forma “escondida” dentro de nós.
Ao refletir sobre esse dado, salienta-se a importância de
nos dedicar a práticas que contribuam para o autoconhecimento, pois quanto mais
nos conhecemos, mais desvendamos os conteúdos ocultos que vivem dentro de nós e
assim, poderemos ter mais controle sobre nossos sentimentos, ações e atitudes,
deixando de agir no piloto automático e efetivamente compreendendo o que motiva
e controla nossos hábitos, comportamentos, pensamentos, crenças e tudo que
envolve nosso âmbito psicológico e até nossa saúde física.
O processo
de autoconhecimento é dinâmico, inerente à evolução pessoal e eterno, pois
estamos em constante transformação.
Além de nossas crenças influenciarem nosso comportamento,
existem teorias atuais que afirmam que essas crenças, aliadas a nossos
pensamentos, aos sentimentos, ao próprio ambiente que estamos inseridos e aos
nossos hábitos diários, têm maior influência na relação saúde/corpo do que a
própria genética em si.
O biólogo Bruce Lipton, autor do livro "A biologia da
crença"– editora Butterfly – se dedicou a estudar a influência ambiental e
psicológica no comportamento celular e teve grandes contribuições para o campo
da Epigenética (ciência que estuda as mudanças herdadas nas funções dos genes
que não alteram a sequência do DNA, mas são responsáveis por ativar ou
desativar fatores responsáveis por desenvolver ou inibir doenças e habilidades
físicas).
Para Lipton, nossas crenças funcionarão como uma lente que
irá influenciar nossa percepção do mundo e isso controlará nosso organismo como
um todo, influenciando inclusive nosso sistema nervoso parassimpático,
responsável pelo controle das principais funções do nosso organismo (parte
endócrina, cardíaca, neurológica, etc) e que por ser controlado de forma
autônoma (independente da nossa atenção ou vontade), é regido pelo nosso
inconsciente. Sua pesquisa vai mais longe, comprovando que o DNA é controlado
pela energia que emana dos pensamentos, o que significa que nossas projeções
mentais influenciam diretamente em nossa saúde.
Ou seja, Lipton comprova a citação de Gandhi, reforçando a
ideia de que um simples pensamento que você irradia, uma conversa que
desenvolve com uma amiga, pode estar realizando processos mutacionais no seu
corpo a também no corpo de quem convive com você.
Se direcionarmos
melhor o que estamos pensando, poderemos mudar o estado do nosso corpo e assim
contribuir para uma melhor qualidade de vida e para a longevidade.
A força do
pensamento ditará nosso bem-estar à medida que o inconsciente pode sabotar ou
dinamizar nossos objetivos e nossos processos internos.
Os estudos da
Epigenética trazem à tona a importância
de controlar o clima e as palavras que preenchem nosso ambiente.
É
importante refletir também sobre a forma como educamos nossas crianças, quais
as principais palavras que repetimos para elas diariamente, como as ensinamos a
se enxergar e a se tratar, para que possamos contribuir positivamente para a
formação psicológica delas e se tornem adultos mais fortes, positivos e
consequentemente, mais saudáveis.
Vivemos em uma ditadura da doença, cercados de notícias
diárias sobre novos vírus, novos medicamentos e sobre os perigos que nosso
corpo está exposto diariamente. Diante disso, descobrir que o principal fator
que influencia nossa saúde reside dentro de nós, é libertador!
Louise Hay, escritora americana com diversos livros
publicados, dentre eles "Você pode curar sua vida" – editora Best Seller –
salienta a importância do controle das emoções. Ela acredita que se deseja obter uma saúde melhor, deve-se
evitar ao máximo o efeito das emoções negativas em si e nutrir-se de
sentimentos positivos.
Para ela, a raiva é uma afirmação poderosa que diz ao seu
corpo que você o detesta ou detesta algumas partes dele. O perigo reside no fato de as suas células
estarem sempre atentas a cada um de nossos pensamentos e respondem
automaticamente a eles.
Compreender a relação psique-corpo é assumir a
responsabilidade pela nossa própria saúde física e mental. O primeiro passo para isso é identificar
quais crenças regem nossos comportamentos atuais, compreender como está nossa
saúde mental e mergulhar nos processos de autoconhecimento. A partir disso, é
possível transformar nossa forma de pensar e de viver.
"Não sou o que aconteceu comigo, mas o que escolhi me
tornar", cita Carl G Jung, psiquiatra suíço e fundador da abordagem psicológica
Junguiana. Essa frase resume o conceito de auto-responsabilidade, salientando o
fato de que independentemente do que acontece em nossas vidas, é
responsabilidade de cada um escolher como iremos lidar com isso e atuar para
que os acontecimentos tenham o menor impacto negativo possível em nossa psique.
Assumir a responsabilidade sobre o efeito dos acontecimentos
nas nossas vidas é parar de agir passivamente e viver ativamente, efetivamente
contribuindo para a busca da felicidade e do bem-estar. Existem diversas
maneiras de iniciar essa jornada:
Psicoterapia, meditação, leituras, auto-observação, terapias
alternativas, etc.
Uma vez iniciado o processo de autoconhecimento, é
necessário partir para a modificação dos fatores que estão influenciando
negativamente nossa vida.
Atualmente existem diversas técnicas e teorias que
contribuem para a transformação de crenças e dos conteúdos que residem no
inconsciente, como a hipnose e técnicas de reprogramação mental, como a técnica
PSYCH-K®, citada no próprio livro de Lipton, que tem como propósito acelerar a
evolução individual e global pelo alinhamento
e transformação das crenças subconscientes negativas e bloqueadoras em
positivas apoiadoras.
Diante da vida moderna, cercada de dinamismo, intolerância e
negatividade, te convido a olhar para si e perguntar quais as principais
crenças e pensamentos que habitam em você. Por fim, te convido a ter uma visão
mais positiva sobre si e a ser agente ativo na sua saúde.
*CLAUDIA RIBEIRO OLIVEIRA
-Psicóloga;
-Especialista
em Psicologia Junguiana pela Paeeon/UNISAL;
-Facilitadora
Pro do método PSYCH-K®
de transformação de crenças;
-Experiência
em atendimento psicológico na abordagem junguiana em consultório particular;
-Experiência
como docente em Ensino Superior; e
-Experiência
em palestras sobre temas na abordagem junguiana
Nota do Editor:
Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.
Autoconhecimento! Necessário ter para não ficar um zumbi
ResponderExcluirParabéns, psicóloga Claudia! Concordo com absolutamente tudo quanto escreveu neste seu artigo. De fato, os bons pensamentos são fonte de saúde e nosso bem estar é de nossa inteira responsabilidade. Aplausos!
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