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segunda-feira, 16 de março de 2020

Impacto do Coronavírus na Economia





Autora: Maria Cristina de Oliveira(*)

A Bolsa de Valores sofreu grande impacto na semana que terminou e devem vir novas interrupções na semana que se inicia.

Desde 2008 que não acontecia expressivamente o Circuit Breaker, que é um mecanismo de interromper as negociações na Bolsa. Na época houve o fechamento por 5 vezes.

Agora já aconteceram 4 Circuit Breaker, sendo que ocorreu por duas vezes em um só dia. A queda na Bolsa brasileira chegou a quase 15%.

Nesta segunda a expectativa é das piores. Isso sinaliza mais desemprego e aumento de preços nos produtos.

O álcool gel é um exemplo. Por conta do coronavírus, ele já começa a faltar nas prateleiras dos mercados.

Algumas pessoas comentam de que o Governo deve intervir e tabelar o preço do álcool gel, para que os comerciantes não pratiquem os preços abusivos.

Não é esta ideia do Ministro da Economia, ele que quer dar liberdade aos comerciantes de promoverem seus preços, que façam seus acertos, contratos, negócios sem intervenção do Estado.

O Procon de Pernambuco quer multar as farmácias que aumentarem o valor do álcool gel. Será que esse é o melhor caminho?

É fato que o álcool gel começa a faltar nas prateleiras, pois teve uma significativa demanda e a oferta continua a mesma.

A lógica é que havendo mais demanda, para a mesma oferta, o valor sobe. Essa é a lei da oferta x demanda, que é uma lei natural. Ela simplesmente existe.

Se tem mais gente querendo comprar sem o aumento da oferta, o valor já subiu. Se o preço não acompanhar é até pior, porque se o valor do produto sobe e o preço não, então terá gente indo à farmácia para comprar por preço barato e vender no mercado paralelo pelo valor real que resultou da procura.

A ideia de tabelar o preço tem ar que coisa boa, mas na real não é, porque se obrigar o comerciante a manter o preço da época de baixa procura, para justificar que assim qualquer pessoa terá condições de comprar e proteger-se, quando o estoque das farmácias acabar não haverá esforço do comerciante em repor essa mercadoria e surgirão os mercados paralelos que fixarão novos preços.

Se as farmácias tiverem liberdade para negociar e venderem todo o estoque, elas terão incentivo para ampliar a quantidade de aquisição de novas mercadorias.

Por outro lado, o comprador, o consumidor fará sua tarefa de comprar onde lhe convém e isso gerar automaticamente a regulação dos preços, sem a intervenção direta do Governo.Haverá uma acomodação da situação, porque as pessoas irão resolver esse problema.

As farmácias irão comprar mais álcool gel, porque gerou renda e ela vai cobrar mais produto do fabricante, que vai aumentar sua produção, que precisará contratar mais gente para isso.

Quando o preço sobe o consumidor também compra somente o que lhe é necessário, será para quem realmente precisa.

Com mercado livre há uma rápida adequação da situação, logo haverá novamente mais produtos e rapidamente o preço cai, volta ao normal, porque a oferta atende a demanda.

Com a interferência do Governo para manter o preço, haverá pouco incentivo na fabricação e conseqüentemente pouco incentivo na venda do produto, logo irá demorar mais para voltar ao normal o mercado.

No meio dessa pandemia, o jeito é ficar em casa o máximo possível, aproveitar o tempo para separar as roupas que não está mais usando e prepará-las para doação. Sempre é tempo da solidariedade!

* MARIA CRISTINA DE OLIVEIRA
















- Professora, formada em Letras na PUCCAMP;
-Pós-Graduação em Ciência Política;
-Atualmente é funcionária pública federal.


Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

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