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sábado, 15 de outubro de 2022

Tome um café com o tempo


 Autora: Jacqueline Caixeta (*)

Ah, houve um tempo em que eu acreditava que o meu palco sala de aula fosse espaço apenas para encenação de momentos nobres de superação, alegria, afeto, conhecimento, sonhos partilhados como num ato de comunhão.

Ah, houve um tempo em que eu sabia que a cada pisada neste palco, tudo se transformava e se harmonizava com a vida cor de rosa que sonhei enquanto esperava me formar em professora.

Ah, houve um tempo em que eu reinava absoluta, dona de meus saberes e doutora de meus conhecimentos, e nada, exatamente nada, calava meu falar.

Ah, existiu um tempo em que meu ego de professora não me permitia duvidar do amor de meus alunos por mim. Os alunos idolatravam seus professores e tinham por eles uma admiração profunda, quase romântica, beirando a uma paixão avassaladora.

Ah, houve um tempo em que pais sabiam seus lugares de leigos e não se metiam em assuntos pedagógicos, faziam apenas o que lhes cabia fazer em casa: educar bem seus filhos.

Ah, houve um tempo...

E o tempo, tão dono de si, atrevido, desobediente, foi tirando as coisas do lugar e eu, tão dona de mim, me perdi nesse tempo, sem saber pra onde caminhar. Resolvi então, bater um papo com meu amigo tempo e, junto com ele, numa relação dialética, fui revendo cada momento da minha vida profissional.

O tempo, com sua sabedoria, me ensinou que meu palco de atuação, poderia mudar, se transformar e, o que era pra ser exato, poderia ser incógnita, e tudo bem. Se a sala de aula não é mais só minha, nela cabe, por exemplo, o conhecimento que chega na palma da mão do meu aluno, que mal há nisso? Que eu deveria fazer as pazes com as outras maneiras que aquelas lindas criaturas estavam tendo de adquirir o saber, que saber não ocupa espaço e tá tudo bem se nem sempre ele sair dos meus lindos discursos com as minhas maravilhosas aulas dissertativas.

O doutor tempo me levou a refletir sobre os sonhos cor de rosa que eu nutria desde os meus sonhos em lecionar. Que ninguém precisa me amar só porque eu tenho um diploma, que afeto não se pede, nem tampouco exige, conquista-se. Me ensinou umas dicas boas de lidar com minhas carências afetivas e não transferir para os outros expectativas que são minhas. Que amor é vivência e construção, mas levados pelo respeito, esse sim, meu aluno precisa ter por mim.

Meu mestre, o tempo, sussurrou bem baixinho em meu ouvido, que os pais  leigos em pedagogia, que quando chegam na escola pra questionar o que não lhes diz respeito, que é para eu aproveitar a presença deles e lhes falar sobre o filho, suas conquistas, suas lutas, sua vida de estudante, porque muitos deles nem conhecem bem os filhos, buscam a escola como um pedido é de socorro mesmo.

E nesse bate papo com o tempo, tomamos um café, espreguiçamos na rede e, em meio a devaneios, o tempo me fez lembrar do quanto eu quis ser professora, do quanto eu guardava em meu peito todo o atrevimento do mundo, quando eu sonhava e acreditava que poderia transformar a sociedade ocupando apenas um lugar e com duas ferramentas somente. O lugar de professora, com um giz e um quadro como ferramentas, eram tudo o que eu queria. Eram tudo o que eu precisava pra mudar o mundo.

O sábio tempo, me fez ver que tudo se transformou muito, que os sonhos com o alunos ideal, a família ideal, a escola ideal, o sistema ideal, tudo isso mudou e vai mudar muito mais e que isso é que vale a pena na vida.

Cochichando com o tempo, e, sem que ninguém aqui me escute, concordei com ele. Para a profissão que escolhi, as coisas não mudarem é que seria a verdadeira tragédia. Se na educação nada se transformasse, me obrigando a me transformar, a rever minha prática, minhas ideias e convicções sobre as coisas, certamente eu estaria condenada a morrer em vida.

A sala de aula, espaço privilegiado de construir cidadania, saber, valores e afetos, não pode ser algo estático e as mudanças precisam acontecer porque estamos, a todo momento, falando com vidas , para vidas e em construção de vidas. Vidas que passam por nossas mãos e levam um pouco de nós em suas histórias. Vidas que podem e devem ser transformadas por nossa ousadia em querer um mundo melhor. Vidas que são nossa voz fora do espaço escolar. Vidas que continuarão a existir em outros tempos pelo simples fato de termos marcado seus corações.

Meu bate papo com o senhor tempo, com aquele cafezinho bem quentinho, acordou em mim a professora que se formou certa de que ia mudar o mundo. Ele despertou em mim a fúria de quem um dia se atreveu a brigar por seus alunos, de defendê-los com unhas e garras quando percebesse que o mundo queria lhes dar pouco demais. A jovem professora que se lançou nas ruas, entre tantas causas para defender a educação e o direito dela para todos, que brigou por melhores salários e tomou  muito banho de mangueira, com água fria, foi pisada, empurrada, apanhou de cassetete em passeatas em defesa da educação.  Renasceu em mim aquela menina; filha de mãe com "quarto ano de grupo" e pai que abandonou a escola pra ajudar a mãe a cuidar dos irmãos menores, que sonhava em ser professora, essa menina ressurgiu na minha conversa com tempo e me fez lembrar do quanto ela ainda precisa lutar pela educação que, como disse seu amigo tempo, muita coisa ainda vai mudar.

Da menina que sonhava em ser professora à professora que sou, ainda tem muito sonho pela estrada, nada se perdeu no tempo. Às vezes, com o tempo, alguns sonhos adormecem  com o desânimo  de ver tanta desvalorização do professor por parte de alguns pais e alunos, governantes e um sistema que ainda insiste em ser arcaico, do século passado, mas, basta tomar um café com o tempo, que ele vai te fazer ter saudades do tempo em que você era mais coragem e sonho do que lamento e decepção.

Parabéns companheiras e companheiros de sonhos por um mundo melhor.

Com afeto

(*)JACQUELINE CAIXETA













-Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafi-BH) - 1996;
- Autora do capítulo do livro Educação Semeadora: "A Escola é a mesma, o aluno não! "- Editora Conhecimento;
-Especialista em Educação. São suas palavras:
"Sou Educadora, militar para mim é verbo e não substantivo e arma para mim é livro e não revólver."

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Que País é este?


 Autor: Michel Reis (*)

Vivemos num País de incoerências e contrastes que fariam qualquer enredo de filme de Plot twist e de terror ficar pequeno diante da realidade que se nos mostra diariamente. Num país sério e que preza pelo senso de justiça e civilidade, todos esperam, confiam e se submetem à justiça por saberem que ela busca a igualdade e condecora os atos nobres ou, pelo menos, não premia os maus como se bons fossem. Mas por que dizemos isso?

Todos sabem dos descalabros cometidos pela “justiça” brasileira, que vive dando o "jeitinho brasileiro" em tudo. Vivemos num país em que criminosos tem direito às "saidinhas", como se bom comportamento fosse um favor e não a obrigação dos presos. E, como se não bastasse, vemos assassinos dos pais e dos filhos tendo direito a "saídinha" no dia dos pais e das mães; pedófilos saindo no dia das crianças, por ser também feriado religioso; assassinos de famílias saindo no natal e réveillon. Enquanto isso suas vítimas que perderam a vida ou a inocência e os seus familiares das  não podem comemorar como outrora e a sociedade vive um clima de terror, sabendo que nestas datas aumentarão os índices de criminalidade, conforme matérias de portais de notícias, na internet, e que presenciamos no cotidiano. E isso porque a Constituição Federal garante os direitos básicos de todo e qualquer cidadão brasileiro, mas parasse, aos leigos como eu, que a justiça privilegia com as garantias constitucionais àqueles que deveriam ser tirados do convívio social.

Certamente que alguns defendem que precisamos ressocializar os criminosos e quanto a isto não há divergência. Mas a pergunta é: todos são possíveis de socializar? E podem fazê-lo sem cumprir com suas penas e pagarem as dívidas com a sociedade? E até quando as boas ações, que deveriam ser comuns, serão presenteadas naqueles que já desfizeram-se de sua civilidade em algum momento?

Como sociedade, precisamos pensar nessas questões e estar dispostos a buscar as respostas para que, como constatamos, o país de incoerência e de contrastes em que vivemos seja uma triste lembrança do passado, e não uma amarga realidade, como agora o é. Por enquanto, fazemos coro com Renato Russo, fundador da banda Legião Urbana, esperando uma resposta satisfatória para a pergunta que, intimamente, todos fazemos: Nas favelas, no senado, Sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a constituição, Mas todos acreditam no futuro da nação. Que País é esse?

* MICHEL DOS SANTOS REIS

 
















 -Graduado no Curso de Pesquisa e Extensão sobre combate ao Bullying pela Universidade Estadual Sudoeste da Bahia (2015);
-Graduado no  curso livre de "Política Contemporânea , da plataforma SABERES, oferecido pelo Instituto Legislativo Brasileiro(ILB), do Senado Federal (2018) ; 
-Graduando em HISTÓRIA pela UNOPAR EAD;
 e
-Palestrante e escritor amador


Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O triste fim de Josefina e de seu testamento


 Autor: Antoin Abou Khalil (*)

- Distinções entre indignidade e deserdação -



Foram 90 anos de vida. Josefina faleceu viúva. Deixou dois filhos, João e Maria, e algum patrimônio. João e Maria não se davam bem. Rastros públicos de suas desavenças foram deixados no momento de dividir o patrimônio deixado pelo pai. Foram anos de disputa judicial. Não que fossem muitos bens. Pelo contrário: era coisa pouca. Dois pequenos imóveis e algum dinheiro. O que abundava eram os ressentimentos.

Josefina não ficava alheia ao cenário de conflito dos filhos. Pessoa pouco esclarecida e bastante fragilizada por problemas de saúde, passou a ser facilmente manipulada por eles. Assim, alternava os períodos em que parecia estar do lado do filho com aqueles em que pendia mais para a filha.

Com a morte da mãe, João e Maria teriam de dividir a outra metade dos bens: a que ficara com Josefina, por ocasião do falecimento de seu marido.

Providenciados os documentos necessários ao inventário, qual não foi a surpresa de Maria ao se deparar com um testamento deixado por Josefina, por força do qual ela deixava para João toda a parte disponível de seu patrimônio. Feito em cartório, o documento já possuía mais de dez anos e fora produzido numa fase em que a velhinha estava sob os cuidados do filho – e rompida com Maria.

Ocorre que, desde a produção do testamento, muitos incidentes ilustraram a vida desta pequena família, fazendo que, no momento de sua morte, Josefina estivesse na posição oposta: agora, brigada com João e sob os cuidados exclusivos de Maria!... Mas o fato é que Maria desconhecia a existência do testamento, e Josefina – ah, Josefina –, quem é que disse que tinha cabeça para lembrar de uma coisa dessas? E agora? O que poderia ser feito? Para responder a essa pergunta, vale analisar os fatos transcorridos entre a feitura do testamento e o falecimento de Josefina.

Nos últimos anos de vida desta senhora, não dando conta de lhe dedicar todos os cuidados e atenção de que ela necessitava, João a convidou para "passear". Na verdade, em vez de um passeio, tratava-se de manobra para, contra a vontade de Josefina, interná-la numa casa de repouso para idosos. Na época, isso foi facilitado pelo distanciamento entre Josefina e a filha.

Para evitar que Josefina pudesse ter pleno exercício de sua liberdade, João tentou obter laudo psiquiátrico que atestasse a incapacidade civil da mãe e, com isso, tornar-se seu representante legal. Seria uma forma de evitar qualquer alteração no testamento previamente feito.

Contudo, não tardou para que a filha percebesse que algo não ia bem e passasse a questionar o irmão a respeito do paradeiro da mãe. Graças à intervenção policial e judiciária, Josefina pode retornar à sua residência e João se tornou alvo de procedimento criminal.

Voltemos ao inventário de Josefina.

Após descobrir a existência do referido testamento, Maria quis saber que medidas poderiam ser tomadas para invalidá-lo. A resposta está no Código Civil (CC).

A indignidade como causa de exclusão da sucessão

O Código Civil brasileiro traz o conceito de "indignidade". O que seria o "indigno"? É todo aquele que tenha apresentado alguma das condutas descritas pelo artigo 1.814 do CC. Em decorrência disso, poderá ser excluído da sucessão ou, em outras palavras, poderá perder o direito a receber herança.

Por que uso uma linguagem hipotética, dizendo "poderá perder" em vez de "perderá" o direito a herança? É que o reconhecimento da "indignidade" é algo a ser declarado por sentença judicial. No caso narrado acima, não basta que João tenha se portado mal em face de sua mãe: é preciso que isso seja reconhecido e declarado por um juiz, em processo judicial a ser aberto por Maria. E nem poderia ser diferente! Afinal, é preciso garantir a João o direito de se defender dos argumentos trazidos por Maria. Esse é um princípio básico de qualquer sistema jurídico moderno.

Vale destacar que a declaração de indignidade não é medida a ser tomada pela pessoa a quem pertenciam os bens (ora, essa já estará falecida). Quem poderá se valer do procedimento é qualquer herdeiro a quem a medida possa beneficiar e, para isso, há um prazo, que é de quatro anos a contar da data de abertura da sucessão (óbito).

Na hipótese em que a conduta causadora de indignidade consista no homicídio ou tentativa dele, tendo por vítima a pessoa de cuja sucessão se tratar, ou ainda seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente, a ação judicial também poderá ser movida pelo Ministério Público.

Alguém poderia perguntar: Josefina não poderia, por iniciativa própria, deserdar algum dos filhos? A resposta é afirmativa. O tema também é tratado pelo Código Civil e traz o nome de "deserdação".

A deserdação como causa de exclusão da sucessão

Diferentemente da indignidade, a deserdação é ato decorrente de iniciativa direta da pessoa a quem pertenciam os bens. Evidentemente, se preciso tomar a iniciativa de deserdar alguém, é porque estamos tratando dos chamados "herdeiros necessários", que são os descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiro. Na ausência de "herdeiros necessários", poderei deixar a totalidade de meus bens a quem eu quiser, bastando, para isso, fazer testamento.

Mas, assim como a declaração de indignidade, o ato de deserdação não é simples. Ele também implica algumas formalidades, que servem para impedir que seja utilizado de forma leviana.

A deserdação deve ser formalizada por testamento, no qual o testador está obrigado a declarar expressamente suas razões. Mais do que isto: estas razões são as elencadas pela lei e o herdeiro a quem ela aproveite terá o prazo de quatro anos, a contar da data de abertura do testamento, para comprovar sua veracidade. Exemplo de condutas autorizadoras de deserdação são a ofensa física ou injúria grave do herdeiro contra o proprietário dos bens transmitidos.

É importante destacar que o ato de deserdação ocorre não apenas de ascendentes em relação a descendentes, podendo ser feito por descendentes em relação a seus ascendentes.

Da reabilitação expressa ou tácita

No caso de Josefina, vimos que João passou a apresentar uma conduta reprovável após a existência de testamento que o beneficiava. Josefina poderia ter revogado o ato, mas não o fez; tampouco produziu outro testamento visando a deserdar o filho. Portanto, apenas restou a Maria a ação declaratória de indignidade.

Mas existem outras hipóteses. Vamos supor que, diante do procedimento criminal em que foi arrolado, João se desse conta do risco de ver anuladas as disposições testamentárias feitas em seu favor. O que poderia fazer? Se as circunstâncias o favorecessem, poderia buscar, junto à sua mãe, a feitura de um segundo testamento, no qual ela confirmasse o primeiro e declarasse expressamente seu perdão pelas ofensas de seu filho.

Hipótese diversa seria a da testadora que, após uma ofensa por ela conhecida, tomasse a iniciativa de produzir testamento e nele beneficiasse o ofensor, embora não o reabilitasse expressamente. Neste caso, eventual sentença declaratória de indignidade não poderia afastar a disposição testamentária, embora produzisse efeitos sobre o restante da herança.

Como vemos, o assunto é complexo e recomenda o acompanhamento de um especialista, preferencialmente no momento em que ainda se possa fazer valer a vontade da pessoa detentora dos bens cuja transmissão se fará.

* ANTOIN ABOU KHALIL
















-Bacharel em Direito, pela USP (1993), instituição junto à qual conquistou seu mestrado (2010) e doutorado(2014);

-Mediador cadastrado junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo;

- Bacharel em administração de Empresas, pela FGV (1990);

- Sócio do Fleitlich, Rocha e Khalil Advogados Associados

- Atua na área do direito de família e das sucessões; e

- Autor dos livros A personalidade do juiz e a condução do processo (LTr), e Crítica da ética na advocacia (Amazon), além de artigos, vídeos e podcasts, com conteúdo jurídico produzido em linguagem acessível.



Nota do Editor:

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terça-feira, 11 de outubro de 2022

O Projeto de Lei nº 3.293/2021 e as vantagens da Arbitragem


Autor: Rodolfo Real Amadeo (*)

Desde sua promulgação em 1996, passando pelo reconhecimento de sua constitucionalidade em 2001 e por sua reforma em 2015, a Lei de Arbitragem (Lei n.º 9.307/1996) tem fornecido base sólida para o desenvolvimento da arbitragem como o principal meio de solução de conflitos em diversos segmentos do mercado brasileiro, além de reiteradamente colocar o país entre os maiores usuários das grandes câmaras arbitrais internacionais do mundo. Atualmente, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei n.º 3.293/2021, que tem por objetivo reformar novamente a Lei de Arbitragem. O tema que nos propomos, portanto, é, ainda que brevemente, revisitar as vantagens da arbitragem frente aos possíveis impactos previstos neste Projeto de Lei.

Diferentemente da reforma de 2015, que apenas positivou o entendimento da jurisprudência que veio se formando ao longo dos primeiros quase 20 anos de vigência da Lei de Arbitragem no sentido de favorecer a ampliação desse meio de solução de conflitos, o Projeto de Lei n.º 3.293/2021 se apresenta como uma contrarreforma, impondo restrições à liberdade que permitiu o desenvolvimento do instituto no Brasil.

São três as principais vantagens que normalmente levam as partes a elegerem a arbitragem como método de solução de conflitos: sua celeridade, a qualidade técnica de suas decisões e a confidencialidade do processo arbitral.

A celeridade da arbitragem decorre tanto da liberdade que as partes têm na escolha dos árbitros que irão resolver o litígio, quanto da liberdade destes para, em conjunto com as partes, adaptarem os atos processuais à solução daquele litígio específico.

Já a qualidade técnica das decisões arbitrais decorre do conhecimento especializado na matéria objeto do litígio e na capacidade de o árbitro ou o tribunal arbitral apurar os fatos envolvidos no litígio para sobre eles aplicar a norma eleita pelas partes ou imposta pela ordem jurídica.

Diz-se, com razão, que uma arbitragem vale tanto quanto o árbitro ou o tribunal arbitral que a preside. Árbitros mais experientes e com conhecimento mais especializado do tipo de litígio objeto daquele processo arbitral têm mais facilidade na resolução da disputa, levando, em tese, menos tempo para proferir a sentença arbitral.

Nesse ponto, o Projeto de Lei n.º 3.293/2021 coloca em confronto essas duas vantagens, pois restringe a liberdade de escolha das partes, impedindo que elas elejam um profissional que já esteja atuando, como árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal arbitral em dez processos arbitrais (cf. § 8º que o Projeto de Lei pretende incluir no art. 13 da Lei de Arbitragem).

A alteração parte de uma premissa aparentemente lógica, qual seja, que um árbitro com menos processos arbitrais poderá dedicar mais tempo a eles, resolvendo-os com maior celeridade. Trata-se, no entanto, de premissa generalizante que não leva em consideração a realidade de cada árbitro ou cada litígio, sendo perfeitamente possível que um árbitro com número maior de arbitragens do que a dezena projetada resolva cada caso em tempo significativamente menor do que outro árbitro que só tenha um ou dois processos arbitrais em tramitação. Seria como se se quisesse limitar o número de pacientes para cada médico, sem considerar sua especialidade e as características de cada moléstia.

Da mesma forma, a alteração proposta não se leva em consideração que as próprias partes podem estar dispostas a enfrentar um tempo maior para ter seu litígio resolvido por um árbitro ou por um tribunal de árbitros especializados, mas com mais processos arbitrais em curso. Lembremos de que, em regra, não se prevê a possibilidade de interposição de recurso contra a sentença arbitral, o que leva as partes a, geralmente, prezarem mais pela qualidade técnica da decisão do que pela celeridade em obtê-la.

A confidencialidade é outra vantagem apontada como grande atrativo da arbitragem. Embora a confidencialidade não esteja prevista na Lei n.º 9.307/96, os regulamentos das câmaras arbitrais consagraram essa característica aos processos arbitrais.

Em relação a este aspecto, o Projeto de Lei n.º 3.293/2021 prevê a inclusão dos arts. 5º-A e 5º-B na Lei de Arbitragem, determinando, em síntese, que as câmaras de arbitragem divulguem: (I) a pendência do processo arbitral, com a composição do tribunal arbitral e o valor atribuído à controvérsia; e, após, (II) a íntegra da sentença arbitral proferida, com eventual supressão de informações confidenciais.

Não há dúvida quanto ao interesse na busca de um necessário equilíbrio entre a confidencialidade e a publicidade do processo arbitral, em especial quando consideramos alguns segmentos da economia como o mercado livre de energia elétrica e o mercado de capitais. No entanto, a solução prevista no Projeto de Lei n.º 3.293/2021 é, novamente, generalizante e dificilmente atenderá as necessidades específicas de cada segmento. Trata-se, portanto, de matéria que deve ser, com maior êxito, discutida e disciplinada setorialmente.

Assim, ao menos numa primeira visão e em sua configuração atual, o Projeto de Lei n.º 3.293/2021 coloca-se na contramão do desenvolvimento das vantagens da arbitragem.

* RODOLFO DA COSTA MANSO REAL AMADEO

















Graduado  em Direito  pela Universidade de São Paulo (1998);
Mestrado em Direito Processual Civil pela Universidade de São Paulo( 2005);
Doutorado em Direito Processual Civil pela Universidade de São Paulo (2010);
Professor dos Programas de Pós-Graduação da Fundação Getúlio Vargas e da Universidade de São Paulo;e
Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP), do Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBAR), da Dispute Resolution Board Foundation (DRBF), do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), do Centro de Estudos Avançados de Processo (CEAPRO) e do Instituto Brasileiro de Estudos do Direito da Energia (IBDE).

Nota do Editor:

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segunda-feira, 10 de outubro de 2022

O beabá e o femeapá do duelo Bolso-Lula (ou Lula-Bolso?)

Autor: Alberto Schiesari (*)


O que aqui segue é para tentar mostrar ao leitor e à leitora que os dois candidatos à Presidência, que irão disputar o segundo turno, estão mais preocupados com o poder decorrente da vitória, e não com vitória propriamente dita.

E lembremos que o poder só pode ser obtido e mantido se houver um círculo seleto e restrito de pessoas associadas a quem é o dono do poder. Pessoas que de alguma forma se beneficiam, têm privilégios, tratamento diferenciado, deixando o "todos são iguais perante a lei" a ver navios. Não é só na Rússia que há oligarcas, nosso país está infestado deles.

Daqui a pouco eu vou a esse assunto, mas antes quero falar umas palavras sobre o título meio esquisito deste artigo.

A primeira questão: é Bolso-Lula ou é Lula-Bolso? O nome de quem deve ser o primeiro? O segundo referenciado é menos importante do que o primeiro? O primeiro é mais importante do que o segundo?

Há casos na História que mostram esse tipo de preocupação, ao menos entre dois personagens de uma disputa. Houve a guerra da Argentina contra a Inglaterra, ou da Inglaterra contra a Argentina? Cada lado tem sua versão e sua denominação.

Houve a missão espacial Apollo-Soyuz ou a Soyuz-Apollo? Basta ver na Wikipedia que há duas identidades para o mesmo evento.

Não vale falar da guerra entre Rússia e Ucrânia (ou seria Ucrânia e Rússia?) pois a Rússia nem diz que há uma guerra. Aliás, coloca (detesto a expressão "bota") na cadeia quem disser que há uma guerra.

Dúvidas similares fizeram com que muitos séculos atrás se inventasse a távola redonda... Enfim, cabe ao leitor ou leitora usar a combinação de oponentes do jeito que lhes for mais simpático.

Beabá todos sabem o que é: cartilha básica de alguma coisa. É a porta de entrada para conhecimentos, comportamentos, aprofundamentos a respeito de algum assunto. Os dois candidatos leem as suas cartilhas para aprender como conquistar eleitores. Cartilhas essas escritas por marqueteiros sem rédeas, ou por caciques de partidos, que têm a sanha de poder muito mais forte do que qualquer princípio ideológico.

Um detalhe que apimenta estas eleições é que os dois candidatos gostam muito de improvisar em seus discursos, debates e entrevistas. Os dois têm rompantes de temperamento e de verborragia. Improvisam por serem menos formais, e, principalmente, porque ambos têm pavio curto.

E assim vão conquistando confiança ou rejeição entre os eleitores.

Mas o que é femeapá?

Décadas atrás um autor de nome Sérgio Porto (conhecido também pelo nome de seu alter ego, Stanislaw Ponte Preta) batizou alguns livros que publicou como FEBEAPÁ. Esses livros eram coletâneas das crônicas que regularmente ele escrevia para o jornal Última Hora. As crônicas versavam sobre coisas derivadas da política a partir de março de 1964.

FEBEAPÁ é (era) o FEstival de BEsteiras que Assola o PAís. Já naquela época havia muitas besteiras. Elas não são privilégio dos dias atuais.

E FEMEAPÁ? Ah! Não é o que vocês estão pensando! Seria até uma boa ideia, pois é a pura verdade. Mas como não temos tanta intimidade, vou ser mais discreto.

Peguei inspiração, quase plagiei Sérgio Porto, e batizei o FEstival de MEntiras que Assola o País como FEMEAPÁ.

Quais mentiras?

Para começar, quem ainda é tão ingênuo, inocência em pessoa, a ponto de acreditar nos números vergonhosos da grande maioria dos institutos de pesquisa? "Técnicos de alto gabarito"! dessas instituições falam difícil, dizem asneiras enormes para justificar os graves erros dos resultados de suas pesquisas.

Os números talvez até estejam certos, mas a metodologia parece coisa de amadores. Parece, mas não é. São profissionais muito competentes que "sem querer querendo" elaboram questões com viés, estabelecem universo de amostras de forma errada. Essa última escorregada já foi confirmada por alguns institutos, ao assumirem que vão ajustar alguns métodos nas pesquisas para o segundo turno. Ajustar é um termo muito polido para suavizar o que, de fato, é corrigir erros inaceitáveis.

É uma lástima terrível que nossas eleições sejam norteadas por esse tipo de instituição.

Quem é o ingênuo que ainda acredita em alguma coisa que é dita nas propagandas eleitorais e nos discursos dos dois oponentes que concorrem ao cargo máximo da República? Palavras cuja autoria é de marqueteiros interessados em lucros enormes, que têm compromisso com o candidato, e não com os cidadãos. São pagos para maquiar coisas, fatos e pessoas.

Muitas coisas que os candidatos afirmam são frutos de improvisação deles próprios. Citam números a respeito de crescimento econômico setorial ou nacional, que eles inventam ao discursar, com o objetivo de impressionar os ouvintes. Quem nos lê já tentou alguma vez verificar a validade de alguns números que os dois candidatos citam? Algumas percentagens? Alguns índices?

"Chutes". Melhor dizendo, são produtos de geração espontânea nascida no calor dos discursos. Mas, infelizmente, cumprem sua maldita função de impressionar eleitores incautos.

A maior parte do tempo dos candidatos durante debates e entrevistas é usada para ambos se atacarem mutuamente, e nada de concreto é apresentado a respeito do norte de seus futuros governos.

Pensando bem, até que esse comportamento é interessante. Se falassem algo a respeito de seus respectivos programas de governo, simplesmente mentiriam, ou omitiriam, como já fizeram anteriormente.

Em sua campanha de 2018 Bolsonaro disse um monte de coisas a respeito do que faria se fosse Presidente. Mas não disse absolutamente nada sobre sua aversão a vacinas, sobre sua paixão pela cloroquina. Você, em sã consciência, votaria em alguém que não é médico, mas faz coisas que só competem a médicos?

Bolsonaro também não falou nenhuma palavra sobre a fritura de Moro que fez desde o início do mandato. Mas ganhou muitos votos por prometer que Moro seria o Ministro da Justiça. Ingratidão.

O Presidente, na verdade, não estava preocupado com o combate à corrupção, ele tinha outras prioridades. Mas nada disse sobre elas. Nem antes e nem depois de eleito.

Nas campanhas para se eleger e reeleger nas quais saiu vitorioso, Lula nunca disse que era um ser tão casto e ingênuo a ponto de não perceber nadica de nada a respeito do imenso roubo que depauperou a Petrobrás sob suas barbas. Não se pode votar em gente tão inocente, tão desprendida da realidade, principalmente para o cargo máximo da nação. Note que eu disse inocente no sentido de ingenuidade.

Os dois candidatos omitiram vergonhosamente o esforço que fariam para travar e impedir qualquer medida de controle à corrupção. Falaram, mas não acabaram – e nem se esforçaram para diminuir – com a corrupção.

Ambos também não disseram nenhuma palavra a respeito do tratamento diferenciado que eles próprios, seus descendentes e asseclas tiveram por parte de instituições públicas. Nada disseram sobre qual a razão pela qual privilegiaram vergonhosamente determinados setores da sociedade e da economia, em detrimento de ações destinadas a diminuir a injustiça social.

Os dois senhores em questão calaram-se vergonhosamente sobre a falência da educação em seus respectivos governos. Fecharam a boca sobre os milhões de desempregados e subempregados que as estatísticas não mostram.

A quantidade, a intensidade e a idiotice das mentiras que são ditas durante as campanhas eleitorais no Brasil, com a maior cara-de-pau, são imbatíveis.

Não são só mentiras. São absurdos: FEABAPÁ.

São idiotices sem tamanho: FEIDAPÁ.

São asneiras imperdoáveis: FEASAPÀ.

E assim por diante.

Mas, infelizmente, os eleitores delas se esquecem facilmente. São palavras, frases e discursos de causar vergonha à nossa nação.

Os eleitores estão sendo bombardeados com fake news, fake olds e fake futuras. Nem vou usar fontes em itálico. As fake news já se incorporaram ao vocabulário do português brasileiro e à metodologia política marqueteira. E, por extensão, vou supor que fake olds e fakes futuras também já fazem parte de nossos dicionários e das cartilhas de leitura obrigatória para muitos políticos.

Perdoem-me, Aurélio e Houaiss.

As fake news, como todos sabem, são obras de espertalhões que as espalham pela internet cobrando caro para realizar esse "trabalho". Assim fazem, pois há quem não tenha escrúpulos suficientes, e paga o preço que os espertalhões cobram.

São informações falsas criadas por mentes criminosas, e pagas por quem? Pelos cidadãos como nós, que pagam os impostos, parte dos quais é direcionada para bancar o todo dos fundos partidários, o Bolsa-Família dos partidos políticos.

Uma vergonha sem tamanho. Pagamos preço de ouro para alguém espalhar mentiras.

E as fake olds?

Ah! Essas são de chorar de rir, ou, melhor dizendo, são de rir para não chorar. Elas chegam sorrateiras, e assumem diversas formas e personalidades, para evitar serem desmascaradas.

Quer alguns exemplos?

As tardias medidas que sempre só são tomadas no último ano de governo, em tentativas escandalosas que cada candidato faz para se perpetuar no poder. Por que somente no último ano de seu mandato? Não é apenas vergonhoso. É odioso, tal o descaramento com que certos decretos são promulgados às vésperas das eleições.

O objetivo não é beneficiar os cidadãos. É se reeleger. Quem não percebe isso é ruim da cabeça ou doente do pé.

Da mesma forma como ocorre com a aproximação nitidamente falsa e encenada dos candidatos com os seguidores de tal ou qual religião. Os candidatos colocam a cenoura da "liberdade religiosa" e do "respeito às diferenças", como atrativo. Mas só se lembram desses eleitores nas vésperas das eleições.

Fake olds são também, as referências históricas totalmente inverídicas, deturpadas, distorcidas, inventadas pelos candidatos para tirar proveito eleitoreiro como lhes for mais conveniente.

Também são fake olds coisas que os candidatos dizem que fizeram por este país, e que consideram obras-primas, “fatos” totalmente fictícios, conquistas cuja autoria é apropriada pelos candidatos sem nenhuma razão, "obras minhas' que são, na verdade, obras de outrem.

Fake olds podem estar disfarçadas nos relatos de coisas que os candidatos dizem que fizeram, que são erradas e imorais, mas que são travestidas e apresentadas como benefícios à sociedade, ou bondades de alguém com coração.

O negacionismo transformado em método corajoso para não diminuir o desenvolvimento econômico.

A institucionalização de pagamentos duvidosos – na sua essência ou finalidade – que são referenciados como tática política e método vitorioso para dialogar com a dita "oposição".

Fake old é o brilho de miseráveis Bolsas para ofuscar os sombrios aumentos de impostos. É o falso brioche que tem a impossível função de substituir o pão que falta na mesa dos miseráveis. Esses mesmos miseráveis que os dois oponentes da disputa presidencial dizem que extinguiram do Brasil...

As fake olds são, principalmente, a omissão e a ocultação das coisas más que os oponentes fizeram. Ou então são frases pomposas de pessoas arrogantes, que se atribuem conquistas que não se devem a eles.

Fake olds são, inclusive, discursos de quem já se disse salvador dessa pátria, mas que quando esteve no poder, muito fez para salvar a si próprio, seus familiares e cupinchas.

E as referidas fakes futuras?

Essas constituem o ápice da desfaçatez dos candidatos ao fazer declarações e promessas para o caso de serem eleitos. Prometem o mundo, e entregam uma ilhotazinha. Prometem justiça social, mas privilegiam quem já tem privilégios. Prometem cumprir a Constituição, mas usam de todos os artifícios possíveis para contorná-la, muda-la e até desrespeitá-la. O futuro do qual eles apresentam as maquetes são obras irrealizáveis (por eles), pois suas prioridades e ações são em outras direções.

Prometem democracia e tentam tudo para censurar a imprensa. Exceto, é óbvio, os órgãos de imprensa que estão a seu favor. Em paralelo, e em contradição, declaram-se defensores da liberdade de expressão.

Fingem que brigam com os segmentos mais abastados da sociedade, mas fazem acordos indizíveis com eles, visto que ambos têm apoio desses grupos.

Sabe o que o Bolsonaro vai fazer se não ganhar a eleição?

Se ele for moderado – e há inúmeros indícios de que não o seja – Bolsonaro vai se recolher em algum entre as dezenas de imóveis que tem, e curtir a vida como pouquíssimos brasileiros podem. Comendo picanha nos fins de semana, da mesma forma como o Lula gosta de fazer.

Sob esse prisma, Bolsonaro pouco se importa se vai ser eleito ou não. Ele tem recursos para viver tranquilamente sua velhice. Não precisa se preocupar em contar as moedas que sua aposentadoria pode lhe proporcionar. Coisa que a maioria esmagadora dos brasileiros aposentados é obrigada a fazer todo santo dia.

Mesmo que Bolsonaro não tivesse recursos para isso, tudo indica que seus filhos, parentes e chegados têm recursos mais do que suficientes para dar tranquilidade financeira a seu benfeitor.

Uma última observação quanto a Bolsonaro. Ele insiste, com veemência, em dizer que respeitará o resultado do pleito. Mas sempre acrescenta a fatídica frase final a esse parágrafo: "SE as eleições forem limpas".

Esse finalzinho deixa uma ameaça velada a respeito do que ele fará se sua cabeça (a dele, não a sua, leitor/leitora) chegar à conclusão de que a eleição não é limpa.

E o que Lula vai fazer se não ganhar a eleição?

Da mesma forma que Bolsonaro, Lula provavelmente vai se recolher num imóvel. Só que provavelmente não é um imóvel dele próprio. É algum imóvel de algum amigo, entre os inúmeros amigos que ele tem, que o deixam usar quantos e quais imóveis ele queira durante a vida inteira.

Que amizade linda!

Já imaginou quantos usuários do Bolsa Família sonham em ter amigos desse calibre?

Lula também pouco se importa se vai ser eleito ou não.

Ele tem como obter recursos para ter a vida tranquila até o fim de seus dias. E mesmo que não os tivesse, da mesma forma que seu concorrente, tudo indica que os filhos, parentes e chegados de Lula têm recursos mais do que suficientes para dar tranquilidade financeira a seu benfeitor.

Déjà vu! Bingo!

Dois personagens, mas a história é exatamente a mesma! Apenas roteiros copiados um do outro, na base do "muda as palavras para não parecer que é cola".

Enfim, os eleitores precisam escolher entre esses dois figurões.

Qualquer que seja o resultado do segundo turno, uma coisa parece certa: vamos ter muitos problemas.

*ALBERTO ROMANO SCHIESARI























-Economista;
-Pós-graduado em Docência do Ensino Superior;
-Especialista em Tecnologia da Informação, Exploração Espacial e Educação STEM; 
-Professor universitário por mais de 30 anos;
-Consultor e Palestrante.

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

domingo, 9 de outubro de 2022

Quais os sentimentos que estou vivendo?


 Autora: Mariana Coelho Rodrigues (*)


Após a pandemia, a busca pelo bem-estar físico e mental tem ganhado cada vez mais espaço nas agendas de mulheres e homens.

Percebemos é sentimos como é importante olhar e aprofundar sobre as fases que estamos vivendo.

Como essas observações são possíveis clarear caminhos, desejos e desafios.

Como diz  a psicanalista Maria Homem:

"Para ter saúde mental e elaborar precisamos espalhar a palavra".

Precisamos conversar sobre nossos sentimentos. Quando as emoções estão bagunçadas, emboladas elas nós paralisam, nós desorganizam.

É necessário sentir, nomear, descrever o que estamos vivendo para poder ressiginificar. Em alguns momentos a procura de uma ajuda profissional nessa fase é muito importante.

Convido a todos a um pequeno exercício.

Pegue um papel e escreva o que está sentindo nesses momentos. Logo depois tente registrar quais seus objetivos para o dia de hoje, para daqui uma semana, um mês.

Guarde esse papel para ser relido depois de um tempo, e tente observar como você realizou essas metas. È uma tarefa simples mais intensa que permite aprofundar sobre nossos sentimentos e desafios.

*MARIANA COELHO RODRIGUES





-Psicóloga graduada pela Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008);
- Pós graduação em Psicopedagogia pelo Sedes(2010);
- Graduada em Pedagogia pela Faculdade Claretiano(2017);
- Atendimento Cínico de famílias, crianças, adolescentes e adulto;
- Para mais informações : macoelhorodrigues@gmail.com

Nota do Editor:

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