Autor: Rafael Moia Filho (*)
Os analfabetos do século XXI
não serão
aqueles que não sabem ler e
escrever,
mas aqueles que não sabem
aprender,
desaprender e reaprender. Alvin Toffer
Desde o final da década de 70, percebemos uma decadência nítida no nosso sistema educacional. Neste longo período de 43 anos, em raros momentos tivemos a impressão de que haveria uma mudança nesta condição. Se por um lado, governantes fazem apenas o que manda a lei, por outro, parcela considerável da sociedade abdica, por diversos fatores, de estudar.
Uma pesquisa conjunta do Sesi e Senai, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa e divulgada no dia 26 de maio de 2023, aponta que 85% dos brasileiros acima de 16 anos estão fora da escola. A necessidade de ajudar financeiramente a família foi apontada pela maioria (47%) como o maior motivo para a interrupção dos estudos. Outros 12% não estão matriculados para conseguir o próprio dinheiro ou ganhar autonomia.
O levantamento destaca que a região Sul concentra a maior parcela desta fatia da população fora da escola (89%). Em seguida, aparecem o Sudeste (86%), Norte/Centro-Oeste (83%) e Nordeste (82%). Entre os homens, 84% não estão matriculados em nenhuma unidade escolar e entre as mulheres o índice chega a 86%.
O estudo apontou que 11% dos entrevistados alegam não estar matriculados por não terem interesse em continuar estudando, outros 38% interromperam os estudos por terem alcançado a escolaridade que desejavam e 57% dizem não ter condições de prosseguir com os estudos.
A parcela de pessoas que abandonaram os estudos varia entre as regiões do país. No Sul, a fatia representa 89% da população acima de 16 anos. As demais regiões figuram na seguinte ordem: Sudeste (86%), Norte/Centro-Oeste (83%) e Nordeste (82%).
Entre homens, a parcela que afirma não estar matriculada em qualquer unidade de ensino representa 84%, enquanto entre as mulheres o grupo aglutina fatia de 86%.
O FSB entrevistou presencialmente mais de 2 mil brasileiros com idades a partir de 16 anos. Pesquisadores ouviram pessoas em todas as 27 unidades da Federação, em dezembro de 2022.
Diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi afirma que o cenário é preocupante e que pode ter sofrido influência da pandemia de Covid-19. "As razões são um tanto quanto perceptíveis, fazem parte de um sentimento geral da sociedade", pontua.
"A pesquisa traz para nós uma dura reflexão sobre a necessidade de melhorar a qualidade da educação, a atratividade da escola e, como um resultado geral, melhorar a produtividade das pessoas na sociedade", complementa.
Nos últimos dez anos, o Estado brasileiro por motivos diversos aprofundou ainda mais essa lacuna e agravou sensivelmente esse grave problema brasileiro. O tumultuado governo de Dilma Rousseff, seguido do inodoro Michel Temer e do inútil Bolsonaro jogaram dados e números da educação num limbo.
A população, embora devesse ter consciência da importância do estudo em suas vidas, carece de informação, incentivo, opções e uma educação de qualidade nas escolas públicas. Será tarefa muito complicada reverter este quadro danoso em poucos anos.
*RAFAEL MOIA FILHO
-Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
Nota do Editor:
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Realmente catastrófico!!
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