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sábado, 30 de junho de 2018

O Fracasso Escolar na Adolescência.



A adolescência é umas das fases mais encantadoras e tumultuadas da vida de uma pessoa. Ao mesmo tempo em que os hormônios estão saltando aos olhos, em atitudes e reações diversas, a timidez, o medo e a insegurança dominam esses seres tão cheios de curiosidades e expectativas.

Nada fácil a tal da adolescência, mas nem por isso a considero uma fase terrível, como muitos especialistas dizem. É apenas uma fase conflituosa que exige paciência de todos. As risadas que surgem a qualquer hora e de qualquer coisa dão lugar rapidinho ao mau humor e à tristeza que ninguém sabe de onde vem. Os adolescentes são seres “bipolares” por natureza... Rsrsrs.

E a escola? Como ficam os resultados diante de tantas mudanças? Imaginem alguém vivendo tantas emoções e ainda tendo que “dar conta do recado”? É muita coisa mesmo para esses adoráveis seres em construção!

Como lidar com as emoções e as notas?

Em anos de convívio com adolescentes, fui desvendando, pouco a pouco, esse universo e descobri que muitas vezes, quem sabe até na maioria das vezes, o fracasso escolar não é oriundo de uma dificuldade pedagógica específica, ou do momento conturbado em que vivem, o que acontece é que  nossos adolescentes apenas não sabem estudar....

O que fazer então para ensiná-los a ESTUDAR?

Se na adolescência, a pessoa está “perdida”, nada mais claro do que ajudá-los a se encontrarem. Ninguém consegue descobrir algum objeto em meio a uma bagunça, certo? Se a cabeça e a vida do adolescente estão em constante desordem, é lógico que a primeira coisa a se fazer é colocar tudo em ordem.

Vamos lá!

O primeiro passo é montar uma rotina com o jovem. Isso mesmo, uma boa rotina. Mas para ela ser seguida fielmente, é preciso ser construída com o adolescente. Não adianta pais e especialistas terem a intenção de montar uma rotina adequada e entregar para que o aluno siga. Isso só pode resultar em mais um fracasso. A rotina tem que ser montada por quem vai segui-la, ou seja, a pessoa que terá que cumprir com horários e hábitos. Essa construção coletiva do aluno com o adulto deverá ser feita com muita cautela para que não se coloque nada impossível de ser cumprido ou aquém das necessidades do momento. Uma boa rotina leva em consideração inicial os hábitos rotineiros do estudante, pois a adaptação deve ser fiel ao que ele gosta de fazer e ao que se sente melhor.

Após a construção da rotina, há de se pensar em administrá-la, isso mesmo, nada terá sucesso se não for monitorado dia a dia. Isso é muito importante e fundamental para o sucesso do trabalho.

Depois da rotina, vamos para a pergunta que não quer se calar: como esse aluno estuda? Existe alguma orientação? Alguma técnica específica? Será que esse adolescente tem melhor a memória auditiva ou a visual?

Bem, é fundamental que se façam essas perguntas e se comece a pensar algumas  técnicas de estudo que melhor irão se adequar a ele.

Temos atualmente diversas possibilidades de estudo, não se deve ficar preso a apenas uma maneira. As pessoas aprendem de modos diferentes umas das outras, é preciso estar atento ao adolescente para perceber como ele aprende mais. Se é ouvindo e registrando, se é assistindo a videoaula, se é registrando e copiando suas anotações, enfim, cada um tem seu jeito de aprender. E descobrir esse "jeito" de cada um é a chave para o sucesso nos estudos.

O fracasso escolar na adolescência tem que ser visto como algo que exige seriedade de pais e escola, pois nessa fase em que nossos alunos estão "à flor da pele", todo cuidado é pouco. Se o fracasso escolar for responsável, e pode ser que seja, pela baixa autoestima, o sinal vermelho deve ser acessado imediatamente!!

Ficar por perto, mesmo que o adolescente não queira isso, mas se fazer presente na vida rotineira dele é fundamental para que o equilíbrio entre os medos, as inseguranças e os rompantes sejam bem superados por todos.

Educar filhos é uma tarefa que exige cuidados constantes e, na adolescência, esses cuidados devem ser redobrados, afinal é um momento da vida de nossos filhos que eles precisam muito de um adulto ao lado dizendo: vai, vai com medo mesmo, mas vai!

E, se der errado, caia e levante, entre o cair e levantar, chore também, se quiser....

Com afeto,

Até!!

POR JACQUELINE CAIXETA













-Especialista em Educação 

jacquecaf@hotmail.com

Nota do Editor:
Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Brasil é o País das Togas Vermelhas?



Lewandowiski dribla Celso de Mello, passa para Toffoli, que com o apoio de Gilmar anula Fachin e soltam o número dois da maior organização criminosa do mundo.

As perguntas:

Até quando o nosso STF ficará às voltas com pedidos de Habeas Corpus em favor de Lula? Podemos observar as manobras mais estranhas buscando um meio para que no final toda a organização criminosa seja favorecida. A lei não deve ser efetiva na medida de sua aplicação?

Hermenêutica:


Podemos de forma leiga traduzir esta palavra grega, usada pela primeira vez de forma técnica por Platão como "a interpretação das normas jurídicas inseridas no contexto de nossa constituição". Sua aplicabilidade pode fugir da rigidez textual do legislador. 


Convém que nos lembremos que quem elabora as nossas leis no plano nacional são os deputados federais e senadores que buscam dessa forma a mais perfeita tradução da legitimidade perante as necessidades sociais.

Como existe uma máxima popular segundo a qual “De cabeça de juiz e bunda de neném, ninguém sabe o que vem”, ficamos à mercê de interpretações que a nossos olhos não observam o encontro de nossas necessidades, uma vez que clamamos por justiça.

Jurisprudência:

É a ciência do Direito, o estudo das leis, o precedente. Seria o algo parecido, como por exemplo: se uma pessoa em um crime tivesse um veredicto "X", um crime semelhante acompanharia esse mesmo veredicto; assim, porcamente falando. 

Vivemos em tempos de engenharias sociais administradas por foros, imprensa e mídias televisivas que alinhadas ao reforço do corpo docente brasileiro cooptado por sindicatos e partidos políticos.

Observamos claramente que na engenharia do Direito executado por estas bancas de advogados pagos a malas de ouro buscam a interpretação das leis nesta corte de acovardados, segundo o ex presidente Lula assim os definiu. Nessa engenharia a hermenêutica e a jurisprudência caminham lado a lado com a ideologia.

Portanto, podemos esperar que mais e mais Habeas Corpus e indultos sejam pedidos a favor deste cidadão que teve tudo alinhado para nos alçar ao primeiro mundo, mas que com sua índole e sua incompetência nos lançou no mar de lama da corrupção.

Embora a corrupção exista no Brasil desde 1500, Lula só a fez aumentar. Lula que foi eleito sobre a premissa de honestidade e ética e que disse em campanha que evitaria o toma-lá-dá-cá dos partidos políticos(atualmente eles somam 35) e não o fez . Os irmãos açougueiros, José Dirceu e uma gama muito grande de políticos e empresários soltos, são apenas o começo do nosso fim.

Como Lula, além da condenação a 12 anos e um mês pelo caso chamado triplex com recursos a outras instâncias, tem outros sete inquéritos, devemos ficar atentos à hermenêutica e às jurisprudências que parece que estão tentando criar visando de acordo com os processos de outros réus a sua aplicabilidade em seu benefício.

Assim repito a pergunta que é o título deste artigo: 

Brasil é o País das Togas Vermelhas?


POR ÁLVARO SANTOS












-Microempresário na área de prestação de serviços
-Autodidata formado pela Faculdade da Vida

NOTA DO EDITOR :

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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Constelações Sistêmicas Familiares:O Que É?





Constelação Familiar é um método terapêutico desenvolvido pelo teólogo e terapeuta alemão Bert Hellinger, a partir da descoberta do que ele chamou de Ordens do Amor, ou seja, todo sistema segue ordens para que a vida flua  e isso independe da nossa vontade. Hellinger desenvolveu seu método a partir de observações empíricas, fundamentadas em diversas formas de psicoterapia familiar, dos padrões de comportamento que se repetem nas famílias e grupos familiares ao longo de gerações.

Esse filósofo deparou-se com um fenômeno descortinado pela psicoterapeuta americana Virginia Satir nos anos 70, quando trabalhava com o seu método das "esculturas familiares": que uma pessoa estranha, convocada a representar um membro da família, passa a sentir exatamente como a pessoa a qual representa, às vezes reproduzindo, de forma exata, sintomas físicos da pessoal a qual representa, mesmo sem saber nada a respeito dela.

Esses fenômeno, ainda muito pouco compreendido e explicado, já havia sido descrito anteriormente por Levy Moreno, criador do psicodrama. Algumas hipóteses têm sido levantadas também utilizando-se da teoria de evolução dos “campos morfogenéticos”, formulada pelo biólogo britânico Rupert Sheldrake e apoiando-se em conceitos da Física Quântica como por exemplo, a não localidade.

De posse de detalhadas observações sobre tal fenômeno, Hellinger adquiriu experiência e, baseado ainda na técnica descrita por Eric Berne, descobriu que muitos problemas, dificuldades e mesmo doenças de seus clientes estavam ligadas a destinos de membros anteriores de seu grupo familiar.

Hellinger descobriu alguns pontos esclarecedores sobre a dinâmica da sensação de “consciência leve” e “consciência pesada”, e propôs uma consciência de clã” (por ele também chamada de “alma” – no sentido de algo que dá movimento, que “anima”), que se norteia por “ordens” arcaicas simples, que ele denominou de “ordens do amor”, e demonstrou a forma como essa consciência nos enreda inconscientemente na repetição do destino de outros membros do grupo familiar. Essas ordens do amor referem-se a três princípios norteadores:

1 – a necessidade de pertencer ao grupo ou clã;

2 – a necessidade de equilíbrio entre o dar e receber nos relacionamentos;

3 – a necessidade de hierarquia dentro do grupo ou clã.

As ordens do amor são forças dinâmicas e articuladas que atuam em nossas famílias ou relacionamentos íntimos. Percebemos a desordem dessas forças sob a forma de sofrimento e doença. Em contrapartida, percebemos seu fluxo harmonioso como uma sensação de estar bem no mundo. 

Digo que as constelações familiares chegaram para ressignificar padrões e processos dolorosos, liberando-os para que cada indivíduo possa ir de encontro com a sua verdadeira vontade. Concluídos somos liberados e livres para as nossas escolhas!

POR BEATRIZ MACIEL




















-Terapeuta holística há21 anos com técnicas de abordagem corporais tais como:
 - Massagem Shiatsu;
 -Hidroterapia;
 -Aromaterapia;
 -Reflexologia; e
 -Análise de biótipo constitucional(comring teste-testebionergetico;
- Atualmente com conhecimentos ampliados utiliza:
   - Massagem Biontegrativa;
   - Renascimento;
   - Integração Craniossacral; e
   - Meditação Ativa e Bionegertica;
 - É:
    - Reiki Master Sistema Usui;
 - Focalizadora de Vivências de Resgate e Valorização do ser;
-Desenvolveu um Programa  de Qualidade de Vida para Empresas;
- Atua como Consteladora Sistêmica e
- Trabalha em Mococa e em Franca no Espaço Xamanico Rama e com o Ipê Amarelo.
Nota do Editor:
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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Os Dez Mandamentos do Consumidor




Tenho recebido com muita frequência demanda de consumidores com perguntas sobre posturas rotineiras adotadas pelos fornecedores de serviços, muitas das vezes questionáveis.

Como consumir é uma necessidade básica de todos, algumas posturas adotadas por empresas colocam o consumidor em situações de vulnerabilidade , por vezes imputando-lhes cobranças e obrigações vedadas pelo Código de Defesa do Consumidor.

Os consumidores não sabem ao certo até onde vai seu direito.

Desta forma, elaborei uma lista de posturas corriqueiras adotadas por fornecedores e o limite das cobranças, lista essa que todos os consumidores devem conhecer:

1 - Não haverá consumação mínima

O Código de Defesa do Consumidor considera prática abusiva a estipulação de uma consumação mínima, pois aos olhos da lei consumerista tal atitude é tida como venda casada, prática proibida pelo CDC.

2 - Não há obrigação de pagamento de 10% ao garçom

Os estabelecimentos comerciais costumam acrescer em 10% o valor final da conta, isso a título de gorjeta aos garçom. Essa taxa é obrigatória e o consumidor paga se quiser. 

3 - Não há multa pela perda da comanda

Outra atitude costumeira é a cobrança de valores elevados em caso de perda da comanda de consumo. Outra prática abusiva.

4 – O consumidor tem 7 dias para arrepender-se da compra virtual

Se você comprou um produto em um loja virtual ou por telefone é seu direito arrepender-se do negócio. O artigo 49 do CDC diz que você tem 7 dias, a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, para exercitar seu direito de arrependimento. Este direito decorre justamente do fato de a compra ser feita a distância, sem que o consumidor veja o produto ao vivo.

5 - Garantia do estacionamento contra furto, roubo e danos

As famosas placa de "Não responsabilizamos por .objetos esquecidos no veículo.." não tem validade.  A Súmula 130 do STJ deixa claro que a empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento. E vale lembrar que essa regra vale para estacionamento oneroso ou gratuito.

6 - Proteção contra publicidade enganosa ou abusiva

As propagandas são feitas para encantar e captar clientes/consumidores. Contudo, em algumas vezes, ao chegar no estabelecimento comercial ou ao adquirir o produto, você percebe que a publicidade não tem nada a ver com aquilo que está diante seus olhos. Nesses casos, você tem o direito de exigir o cumprimento do anúncio ou cancelar o contrato e receber o dinheiro de volta.

7.Direito a cobranças não vexatórias

Ainda que o consumidor esteja em débito, a  cobrança não pode ser ostensiva e nem vexatória, bem como, deve ser respeitado o horário comercial e o local de trabalho do consumidor. Ligações e mensagens a todo o momento, em horários inapropriados, aos finais de semana e para o trabalho do consumidor são consideradas abusivas.

8. Direito a devolução em dobro quando há cobrança indevida

Se você foi cobrado indevidamente, é direito seu receber em dobro o valor que pagou em excesso.

9. Se houver dois preços em um produto, o consumidor pagará pelo de menor valor

Existem casos em que você chega na loja, olha o produto, mas na hora de pagar no caixa o valor é diferente.

Assim, quando houver dois ou mais preços no mesmo produto, o que prevalece é o de menor valor. Obviamente, que se houve falha grosseira na exposição do valor e não má fé da loja, esta regra não vale.

10. Não receberá produtos ou serviços sem prévia solicitação

Você chega em casa, abre o portão e depara-se com correspondências. Ao abri-las vê que tem uma revista ou um cartão de crédito que não pediu. Isso é prática abusiva e está sujeita a indenização. Além disso, o produto enviado sem a solicitação do consumidor é considerado amostra grátis e não poderá haver cobrança por ele.

POR ANA LUIZA GONÇALVES DE SOUZA





















- Sócia fundadora do Escritório Gonçalves de Advocacia e Consultoria;
- Especialista em Direito de Família e Direito do Consumidor.

Nota do Editor:
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terça-feira, 26 de junho de 2018

Juízes e Advogados



Nós advogados, operadores do direito, em diversas ocasiões nos deparamos, no judiciário, com situações absolutamente esdrúxulas e que são, muitas vezes, inexplicáveis.

Se são inexplicáveis para nós mesmos, quem diria explicá-las a nossos clientes que, muitas e muitas vezes não acreditam que tais circunstâncias podem ocorrer dentro do andamento de um órgão que se encontra dentro da tripartição dos poderes supremos brasileiros.

Em tempos idos, houve Juízes que se negavam a atender advogados ....

O mesmo em relação a outros diversos que, desde logo, empossados e tão logo assumem uma vara, passam a sofrer da síndrome da juizite.

Tive amigos maravilhosos que, ao assumirem a magistratura ficaram intratáveis.

No cotidiano dos Tribunais, ocorrem vários problemas com Juízes que não têm o mínimo de sensibilidade no tratamento, não só com os advogados, mas sim com as partes em meio às audiências.

O que falar de um Juiz, em primeiro grau, em vara de família que negou a uma mãe o direito de estar com seus filhos menores, uma vez que o pai, com uma grande abundância financeira, "tinha melhores condições, financeiras, econômicas e sociais de criar e educar seus filhos".

Graças a Deus, temos um tribunal que em matéria de família é composto de juízes muito mais humanos do que aqueles que compõem câmaras de falência, empresarial, etc.

Aliás, deveria haver nas faculdades uma matéria que ensinasse aos bacharelandos como se deve tratar os juízes.

Advogados à moda antiga, barriga no balcão dos cartórios, acostumados no tratamento de pessoas que vão desde os mais simples estagiários dos cartórios, passando por escreventes, oficiais de justiça e até os Juízes, são obrigados a conhecer as meneirices de  como enfrentar os dias mais negros de cada um desse contingente de indivíduos com os quais, obrigatoriamente, devem se relacionar.  

Como explicar a um cliente aflito, buscando desesperadamente uma manifestação do magistrado que, em que pede ter demonstrado entendimento da emergência da situação a ele exposta por embargos auriculares do profissional, tanto que exarou um despacho “conclusos com urgência”, que o processo demorou 15 dias para sair do cartório e ir para a mesa do Juiz?

E quando foi à mesa do Juiz ele convocou o causídico para saber bem do que se tratava por não se lembrar do que haviam conversado......... (pelo menos este juiz foi um pouco mais normal ao reconhecer o seu esquecimento).

E foi mais normal em razão de não querer ocultar a sua ignorância (coisa que não só os Juízes fazem, mas muitas vezes, os advogados também).

Se fizermos uma coleta de informações junto aos advogados, a respeito de coisas esdrúxulas no Judiciário, teremos um “larousse” de informações.

Certa feita tive conhecimento de um advogado que, depois de quatro negativas de um Oficial de Justiça em cumprir uma reintegração de posse sob as mais esdrúxulas desculpas (o réu não estava, no imóvel só tinha a avó do réu, ele saiu, etc.), requereu ao Juiz que, (ipsis verbis) PELO AMOR DE DEUS (assim mesmo, grifado e em negrito) determinasse ao Oficial de Justiça que cumprisse as determinações dele, Juiz, para que procedesse à reintegração da posse.

E não é que o Juiz ficou bravo!!!!! Deu uma bronca no advogado dizendo que o estado era laico e que direito não se misturava com Deus. . . . . . Mas acabou por determinar o cumprimento do mandado sob pena de força policial até mesmo contra o oficial (claro que não foi necessário). 

Temos também o caso de um advogado que entrou no gabinete de um Juiz Federal e ao ser percebido por este último, veio a questão
Juiz - "O que o senhor está fazendo aqui?"
Advogado - "Eu gostaria de despachar com o senhor"
Juiz – "Eu não falo com advogados "
Advogado – "Então o que o senhor está fazendo aqui?"

O juiz ficou indignado com a resposta e aí o pau comeu. Descomposturas para cá, descomposturas para lá e, finalmente, com a presença do saudoso José de Castro Bigi, que foi presidente da OABSP e advogado atuante, que, por acaso estava próximo do gabinete do Juiz, foram os ânimos acalmando em razão dos panos quentes jogados pelo velho e experiente Bigi.

Mas o despacho foi dado. J.cls., mas foi dado.

Mas nós, os advogados temos que entender que estes Juízes, assim como seus assistentes em seus respectivos cartórios, são humanos e, como tal, sujeito a falhas.

Assim também como nós, advogados, estamos sujeitos aos humores da vida e, muitas vezes, estes humores determinam as nossas ações, muitas vezes tornando-as muito mais sérias e pesadas do que realmente elas são.

E todos estes percalços que ocorrem entre o relacionamento entre juízes e advogados, não devem se findar. Estão eles sob a égide das atitudes humanas e como tal, extremamente sujeitas a falhas.

Imaginem se os Juízes fossem comentar as singularidades dos relacionamentos que eles têm com os advogados.

Seriam dois “larrousses” . . . . . . . .

POR JOSÉ LUIZ TALIBERTI












- Bacharel pela Faculdade de Direito da USP(1974);
-Foi membro ativo perante a Ordem dos Advogados de São Paulo, atuando por diversos anos nas comissões de estágio e exame de ordem e na de prerrogativas; 
-Foi Diretor jurídico e de Recursos Humanos do Jockey Clube de São Paulo e
-Atua principalmente nas áreas de direito de família, cível, empresarial e imobiliário.

Nota do Editor:
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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Um Sonho em Tempos de Copa



Acabrunhado, sentou-se no meio-fio e começou a pensar. Pensava em tudo o que havia passado até ali, desde que saíra, quando ainda era jovem, até aquele ponto. Lembrou-se dos amigos que ficaram no interior; da namoradinha que deixara encostada no muro da rodoviária, chorando, dando, ainda que sem querer, o seu último adeus; da mãe, que o abençoara com os olhos lacrimejantes, enquanto o pai fingia carpir a horta nos fundos da casa.


As lembranças lhe doíam forte no peito. Mas ele não se arrependia. Sempre tivera sonhos e, tinha a certeza, haveria de, um dia, cumpri-los. De fato, nunca pensara que seria fácil, mas, também não cria que fosse tão difícil como estava sendo. Embora fosse realista, nunca imaginaria que seriam tantos "nãos", tantas portas na cara, incontáveis "depois te procuramos". 

Algumas vezes pensara em voltar. Mas, não podia. Não desta forma. Voltaria um dia, dono de si, homem feito, com dinheiro, posses. Voltaria da forma como dissera à sua mãe, quando ela lhe abençoara pela última vez. E, quando voltasse, reveria os amigos e encontraria novamente a sua amada. Talvez ela já o tivesse esquecido e se casado; talvez já tivesse filhos e nem mesmo morasse mais naquela ruazinha, onde, todas as noites, faziam juras de amor eterno. Não a culparia; ele foi quem deixara tudo para trás.

Fazia tempos que matutava uma história na sua cabeça. Escreveria um Romance que seria lido por todos, uma história real, que emocionasse a todos os leitores, que fizesse todo mundo comprar o seu livro, que lhe rendesse muito dinheiro. Mas a história não fluía. O personagem sempre empacava em um capítulo e teimava em ficar ali, até que ele desistisse, rasgasse o papel e saísse a perambular pelas ruas.

Por enquanto, vivia de bicos; escrevia cartas, fazia Monografias, dava aulas particulares a crianças que nada aprendiam. Escrevia, de graça, para um jornalzinho do bairro e dormia todos os dias sem jantar, para pagar a pensão de dona Dolores. E, assim, os seus sonhos iam ficando cada dia mais longe, assim como as lembranças de sua infância, dos amigos, da sua namoradinha. 

De repente, um estalo: e se escrevesse a sua história?! Não uma autobiografia. Um Romance cheio de idas e vindas. A história de um sonhador, que enfrenta todas as agruras da vida na cidade grande, longe dos pais, dos amigos, da amada. A história de um menino que vira um grande escritor e, realizado, volta para junto dos seus. Seria o seu grande sucesso, afinal, essa é a história que todos querem ler, torcendo para o mocinho, sofrendo e sonhando com ele. Sofrendo e vencendo no final!

Levantou-se de súbito, abraçou o primeiro que passava e afirmou, com veemência, assim como dissera à sua mãe, que, em breve, seria um homem feito. A história se construía em sua mente, cheia de ideias, idas e vindas, lutas, derrotas e vitórias. Iria logo para casa. Escreveria rapidamente o seu Romance. Voltaria para a casa dos pais. Mas, antes, assistiria, na padaria da esquina, o jogo do Brasil, pois é tempo de Copa do Mundo. 

POR ELISMAR SANTOS





















-Professor de Língua Portuguesa;Poeta, Escritor e Locutor;
-Mora em São João da Lagoa, Norte de Minas Gerais; e
-Possui quatro livros publicados: Sanharó (Romance), Mutação (Poesia), A Pá Lavra (Poesia e O Poeta e Suas Lavras (Poesia). Seus textos podem ser lidos também em www.elismarsantoss.blogspot.com

Nota do Editor:

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domingo, 24 de junho de 2018

Autismo Infantil – A Importância do Diagnóstico Precoce





O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é compreendido como uma condição neuropsiquiátrica que se manifesta na infância precoce com uma multiplicidade de atrasos e desvios comportamentais associadas a deficiências persistentes na comunicação e na interação social e repertórios de comportamentos, interesses ou atividades repetitivos e estereotipados.


A prevalência aponta que 1 em cada 68 crianças são diagnósticas com Autismo. É importante saber que o diagnóstico de TEA no Brasil é considerado tardio quando comparado aos Estados Unidos e, com isso, intervenções são cada vez mais tardias. Como melhorar isso?

É de suma importância que todos os profissionais estejam atentos aos sinais e sintomas, que possam reconhecer critérios para, ao menos, sugerir avaliações mais específicas.

Nem sempre os pais terão esta atenção, pois isto é desconhecido aos seus olhos, principalmente aqueles pais que tem o primeiro filho. Muitos não vão acompanhar o desenvolvimento do filho sob os critérios do DSM e, então, cabe aos profissionais de saúde observar isso. Digo os profissionais, pediatras, otorrinolaringologista, dentistas, etc, aqueles que recebem crianças desde a tenra idade para avaliação e seguimento.


Esta reflexão é muito importante, pois se percebe na clínica e em ambulatórios infantis que a maioria das crianças com suspeita de TEA foi encaminhada para avaliação através da escola, ou seja, os professores notaram algumas dificuldades, e isto é muito bom, porém, exceto às crianças que vão à creche desde bebês, existem aquelas que vão com maior idade para a escola e estas podem não serem encaminhadas precocemente.


No entanto, claro que crianças com sinais graves e comportamentos alterados são mais facilmente reconhecidos não somente por escolas, profissionais, mas também pelos seus pais. A dificuldade maior permeia às crianças com sintomas mais leves e específicos.


É importante citar que não há marcador biológico no Autismo, como por exemplo, a Síndrome do X- frágil, que é uma doença genética, cujo marcador citogenético está cromossomo X e alterações no gene FMR1. O Autismo é multifatorial e seu diagnóstico é clínico. Escalas de triagem e diagnósticas podem ajudar o profissional a encaminhar a criança para avaliações com especialistas.



Nota-se que a maioria dos instrumentos que temos no Brasil demanda tempo de aplicação, treinamento e muitas vezes, um alto custo. A fim de preencher esta lacuna foi publicada recentemente no Journal of Autism and Developmental Disorders a escala Exame do Estado Mental – AMSE cujo objetivo é ser uma ferramenta de fácil aplicação, rápida e de baixo custo utilizada durante a primeira avaliação clínica.

O importante é observar sempre! E qualquer dúvida ou suspeita, se informar com um especialista. A típica frase “vamos esperar crescer um pouquinho para ver o que acontece” ou “é normal da idade” deve ser extinta.

Há muitas evidencias que crianças que recebem intervenções precoces têm maiores resultados do que aqueles com intervenções mais tardias. Considera-se precoce, antes dos três anos de idade e, ainda, existem estudos empíricos em crianças menores de dois anos de idade. Considera-se diagnóstico tardio após os três anos de idade. Alguns estudos apontam que crianças com sinais leves de Autismo, por exemplo, são, normalmente, diagnosticadas após os seis anos de idade.

Cada vez mais pesquisas são desenvolvidas, técnicas aperfeiçoadas e espera-se que cada vez mais diagnósticos possam ser feitos precocemente e que avanços podem ser notados tanto na medicina quanto nas intervenções terapêuticas. Quem trabalha no ramo da saúde e no campo da educação deve estudar e se aperfeiçoar sempre, pois só assim teremos diagnósticos corretos e tratamentos eficazes.

Referências
Escala AMSE pode ser adquirida no e-mail: contato.mgpsicologia@gmail.com

Manual de Treinamento on line do AMSE: www.autismmentalstatusexam.com


POR MARLENE GALDINO 



















-Psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas- PUCC(2010);
-Aprimoramento em Avaliação Psicológica- UNICAMP 2013;
-Aprimoramento Avançado em Avaliação Psicológica- UNICAMP 2015;
-Mestre em Ciências Médicas Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP 2016;
-Doutoranda em Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP 2017; e
-Especialização em Neuropsicologia e Reabilitação Cognitiva Instituto de Psiquiatria - IPq HCFM USP 2017.

Nota do Editor:

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