A adolescência é umas das fases
mais encantadoras e tumultuadas da vida de uma pessoa. Ao mesmo tempo em que os
hormônios estão saltando aos olhos, em atitudes e reações diversas, a timidez,
o medo e a insegurança dominam esses seres tão cheios de curiosidades e
expectativas.
Nada fácil a tal da adolescência,
mas nem por isso a considero uma fase terrível, como muitos especialistas
dizem. É apenas uma fase conflituosa que exige paciência de todos. As risadas
que surgem a qualquer hora e de qualquer coisa dão lugar rapidinho ao mau humor
e à tristeza que ninguém sabe de onde vem. Os adolescentes são seres
“bipolares” por natureza... Rsrsrs.
E a escola? Como ficam os
resultados diante de tantas mudanças? Imaginem alguém vivendo tantas emoções e
ainda tendo que “dar conta do recado”? É muita coisa mesmo para esses adoráveis
seres em construção!
Como lidar com as emoções e as
notas?
Em anos de convívio com
adolescentes, fui desvendando, pouco a pouco, esse universo e descobri que
muitas vezes, quem sabe até na maioria das vezes, o fracasso escolar não é
oriundo de uma dificuldade pedagógica específica, ou do momento conturbado em
que vivem, o que acontece é que nossos
adolescentes apenas não sabem estudar....
O que fazer então para ensiná-los
a ESTUDAR?
Se na adolescência, a pessoa está
“perdida”, nada mais claro do que ajudá-los a se encontrarem. Ninguém consegue descobrir
algum objeto em meio a uma bagunça, certo? Se a cabeça e a vida do adolescente
estão em constante desordem, é lógico que a primeira coisa a se fazer é colocar
tudo em ordem.
Vamos lá!
O primeiro passo é montar uma
rotina com o jovem. Isso mesmo, uma boa rotina. Mas para ela ser seguida
fielmente, é preciso ser construída com o adolescente. Não adianta pais e especialistas
terem a intenção de montar uma rotina adequada e entregar para que o aluno
siga. Isso só pode resultar em mais um fracasso. A rotina tem que ser montada
por quem vai segui-la, ou seja, a pessoa que terá que cumprir com horários e
hábitos. Essa construção coletiva do aluno com o adulto deverá ser feita com
muita cautela para que não se coloque nada impossível de ser cumprido ou aquém
das necessidades do momento. Uma boa rotina leva em consideração inicial os
hábitos rotineiros do estudante, pois a adaptação deve ser fiel ao que ele
gosta de fazer e ao que se sente melhor.
Após a construção da rotina, há
de se pensar em administrá-la, isso mesmo, nada terá sucesso se não for
monitorado dia a dia. Isso é muito importante e fundamental para o sucesso do
trabalho.
Depois da rotina, vamos para a
pergunta que não quer se calar: como esse aluno estuda? Existe alguma
orientação? Alguma técnica específica? Será que esse adolescente tem melhor a
memória auditiva ou a visual?
Bem, é fundamental que se façam
essas perguntas e se comece a pensar algumas técnicas de estudo que melhor irão se adequar
a ele.
Temos atualmente diversas
possibilidades de estudo, não se deve ficar preso a apenas uma maneira. As
pessoas aprendem de modos diferentes umas das outras, é preciso estar atento ao
adolescente para perceber como ele aprende mais. Se é ouvindo e registrando, se
é assistindo a videoaula, se é registrando e copiando suas anotações, enfim,
cada um tem seu jeito de aprender. E descobrir esse "jeito" de cada um é a
chave para o sucesso nos estudos.
O fracasso escolar na
adolescência tem que ser visto como algo que exige seriedade de pais e escola,
pois nessa fase em que nossos alunos estão "à flor da pele", todo cuidado é
pouco. Se o fracasso escolar for responsável, e pode ser que seja, pela baixa
autoestima, o sinal vermelho deve ser acessado imediatamente!!
Ficar por perto, mesmo que o
adolescente não queira isso, mas se fazer presente na vida rotineira dele é
fundamental para que o equilíbrio entre os medos, as inseguranças e os rompantes
sejam bem superados por todos.
Educar filhos é uma tarefa que
exige cuidados constantes e, na adolescência, esses cuidados devem ser
redobrados, afinal é um momento da vida de nossos filhos que eles precisam
muito de um adulto ao lado dizendo: vai, vai com medo mesmo, mas vai!
E, se der errado, caia e levante,
entre o cair e levantar, chore também, se quiser....
Com afeto,
Até!!
POR JACQUELINE CAIXETA
-Especialista em Educação
jacquecaf@hotmail.com
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