Autora: Jacqueline Caixeta (*)
Infelizmente existem muitos pais que se acham no direito de "não concordar"com as ações da escola. Como assim, não concordar? Calma lá...
A confiança é a base de tudo. Se
uma família coloca o filho na escola, ela está assinando um contrato e nele
constam cláusulas específicas que apresentam às famílias a identidade da
instituição em que estão colocando os filhos. Contrato assinado, contrato
cumprido, certo? Errado, no caso de alguns pais, parece que esquecem que a
escola tem "vida própria" e querem impor seus desejos.
As escolas são regidas por leis,
pareceres e determinações e possuem seus regimentos baseados nesses documentos.
Ninguém "brinca de dar aulinha"não... Não é certo que as famílias se achem no
direito de interferirem em assuntos que não são de suas alçadas. Procurarem a
escola para discutir assuntos que discordam e propor uma discussão dialética, é
enriquecedor e bastante válido. As relações são construídas com respeito e
diálogo, no entanto, procurar a escola para impor seus desejos, bem isso é
outra coisa!
Educar é muito sério e exige anos
de estudo, nenhum professor cai de "paraquedas" em uma sala de aula não. Temos
nas escolas equipes com as devidas competências para estarem atuando. Os
diversos problemas são resolvidos levando em consideração a complexidade e
diversidade de cada aluno/situação, no entanto, baseados em regras estipuladas
pela escola..
A família quer que a escola
eduque, a escola educa, aí questionam suas ações. Se o ato de educar não passar
pelo "desejo" da família, esse não é aceito pela mesma. Um absurdo, numa falta
total de respeito, críticas surgem, algumas vezes em discursos bem elaborados,
outras, em palavras ditas de maneira grosseira e indelicada. Vivemos uma
situação difícil ao lidar com essas famílias imaturas em suas ações, que, se
achando donas da escola, se acham no direito de ditar as regras e dizer o que
deve ou não ser feito. E ainda dizem que isso é parceria.
Parceria não é isso, isso é falta
de respeito!
Parceria é família e escola terem um diálogo baseado no
respeito. Há de se respeitar a instituição educacional que tem seus valores
próprios e os deixa claro ao apresentarem-se aos pais. Uma escola, para ser regulamentada,
enfrenta vários processos de fiscalização para atenderem às leis vigentes, nada
é feito de qualquer jeito.
Em momentos de conflitos, que muitas vezes são
indispensáveis para o crescimento e amadurecimento do aluno, lá vem as famílias
querendo que a escola resolva a questão olhando apenas para "seu umbigo". O
fato de participar de uma mediação de conflitos
negando-se a perceber o outro em seus direitos, muito nos diz de pessoas
despreparadas para a vida. Aí nós, escola, nos debruçamos diante de adultos
mimados para tentar educá-los para que nos deixem educar seus filhos...Muitas
são as vezes que percebemos que é preciso educar primeiro a família.
Educar crianças e adolescentes, é
uma delícia! É desafiador e encantador, no entanto, educar adultos presos em
suas certezas absolutas, torna-se algo cada vez mais difícil. Levar os pais a
perceberem que a situação nem sempre vai ser resolvida atendendo aos seus
desejos, tem sido uma tarefa bem presente nas salas de reuniões. Poucas não são
as vezes que nos deparamos com resistências que dificultam o trabalho
educativo.
Estamos vivendo uma época de uma
fala constante dos pais: "MEU FILHO TEM O DIREITO DE..."Não se trata de
queremos negar direitos, quando esses existem de fato, devem ser preservados. O
problema consiste em definir com os pais o que são direitos. Fazer com que
percebam aquela velha lição de nossos pais, que seu direito termina onde começa
o direito do outro, é algo tão distante de compreensão para essa nova geração
de pais que parece que estamos falando de um absurdo muito grande.
Como lidar com isso? Como educar
com competência, eficiência e qualidade se precisamos estar, o tempo todo,
tentando explicar para os pais que a escola é um espaço de construção de
saberes e atitudes que se baseiam em relações claras e objetivas, todas muito
bem determinadas por uma equipe competente e que não pode, e nem deve, pautar
suas ações em desejos particulares de cada família. Não falamos tanto que a
escola é , depois do núcleo familiar, a primeira grande sociedade das crianças?
Assim sendo precisamos educá-las para toda essa diversidade, sabendo que
existem regras que devem ser cumpridas e ponto final.
Acho que estou sendo um pouco
"brava" com as famílias e já me adianto pedindo desculpas para as que sei que este artigo não representa.
Felizmente temos muitas famílias parceiras que muito agregam no dia a dia da
escola e à elas bato palmas e agradeço, mas quanto as que insistem em não nos
respeitar enquanto instituição séria e competente, à essas peço que reflitam
sempre antes de buscarem a escola para satisfazerem seus desejos e nos
respeitem, afinal, respeito é bom e todo mundo gosta.
Com afeto,
Até o próximo!!
*JACQUELINE CAIXETA
-Especialista em Educação
jacquecaf@hotmail.com
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