Autora: Cintia Vasconcelos(*)
Quem trabalha em escola, independente de ser dentro ou fora da sala de aula, já notou que vem aumentando assustadoramente o número de alunos (e também alguns professores) com transtornos mentais, e infelizmente em muitos casos o quadro acaba se tornando depressão quando não se faz um tratamento adequado. E isso envolve vários fatores: a identificação do transtorno através da observação da mudança repentina de comportamento, apatia, baixa no rendimento tanto do aluno quanto do professor, falta de atenção da família, descaso da direção e da coordenação da escola, entre outros...
Os alunos muitas vezes chegam a aceitar auxílio dos professores e coordenadores, mas contam com o descaso dos pais, a falta da devida atenção ao problema, a falta de procura de ajuda de profissionais especializados e tratamento adequado. E com alguns professores, os problemas são os mesmos, mas por medo de perderem seu emprego por causa do preconceito que infelizmente ainda existe mesmo no meio onde estamos lidando com formação de pessoas e criação e aplicação de valores morais e sociais. E por conta desse preconceito e falta de compreensão, acontece justamente o pior acerca da vida profissional: afastamento por depressão, transtornos de ansiedade... e não são poucos os casos que têm ocorrido no Brasil.
Em ambos os lados, precisamos entender de uma vez por todas que, além de ensinar matemática, português, história, geografia e ciências, precisamos ajudar nossos alunos a lidar com suas emoções, medos, traumas, problemas familiares. Fazer reuniões motivacionais com os professores, preparando-os para lidar com as questões emocionais dos alunos e também conhecendo o estado emocional de cada um deles. E fazer um trabalho pelo menos trimestral junto aos alunos, ensinando-os a lidar com suas emoções, medos, frustrações.
Como escola, sabemos que essa não é a nossa obrigação. Porém, não podemos fechar os olhos para quem sofre com grandes problemas de desestrutura familiar, falta de carinho, amor e atenção sofrida por parte dos alunos. E também não podemos fechar os olhos para a sobrecarga emocional dos professores.
Precisamos praticar a empatia, o amor ao próximo, o respeito às diferenças e dificuldades que cada de um de nós temos ao lidar com nossos sentimentos e reações às situações delicadas que estamos sujeitos a viver. Não estamos livres de coisa alguma. E nossa atitude afetiva, por mais simples que seja, pode ajudar alguém a lutar pela vida, sair da depressão, se reerguer, superar seus obstáculos e se tornar um vencedor!
*CINTIA VASCONCELOS
-Pedagoga;
-Graduada pela Universidade Anhanguera(2011);
Atua na coordenação pedagógica em escolas de níveis médio e superior.
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