Autora: Cristiane Rosa(*)
A comunicação é algo muito presente na vida do ser humano. Ela evoluiu e passou por modificações ao longo dos tempos. Da comunicação por meio de gestos, desenhos, sinal de fumaça, pombo correio, pergaminhos, telex, chegamos a comunicação atual por meio de cliques.
Podemos considerar que a comunicação, já foi a garantia da sobrevivência entre os homens primitivos e, hoje, é a base dos relacionamentos. Ainda assim, com tanta evolução, temos diversas formas de comunicação e a escrita é uma importante forma de expressão de ideias e pensamentos.
Sou uma apaixonada pela comunicação e acredito que ela pode vender ideias e projetos, conquistar pessoas, evitar conflitos, estabelecer conexões entre pessoas e instituições, fazer conciliações e atingir os objetivos que se deseja.
Embora seja uma competência que todas as pessoas possuem e utilizam, nem todas investem em seu desenvolvimento. O que justifica o fato desse ser ainda ser o grande problema dentro das empresas e corporações: a falta da comunicação eficaz.
A história da comunicação humana passou por vários momentos até chegar ao formato que conhecemos hoje. A era da fala iniciou há cerca de 35 a 40 mil anos, o que possibilitou um avanço muito grande no desenvolvimento humano. Nessa época também foi marcada pelas primeiras pinturas. Em seguida tivemos a era da escrita. Nessa fase a sociedade criou uma forma particular de escrita, mas foram os sumérios que passaram a representar os sons.
O alfabeto foi desenvolvido pelos fenícios que deu origem a 22 sinais e recebeu as vogais pelos gregos. Dessa evolução surge o nosso alfabeto com origem greco-romana.
A forma de se transmitir mensagens também passou por grandes evoluções. Sinais de fumaça era uma maneira de se transmitir a distância. Isso acontecia por volta de 3000 aC. Em 1837, foi criado o telégrafo, logo em seguida, o rádio e, em 1994 foi liberada a circulação da world wide web.
Junto com a internet veio todo o desenvolvimento da tecnologia que permite hoje a digitalização de todas as formas de comunicação como voz, dados e imagens.
Nas organizações, a comunicação interna e externa tem um papel fundamental e estratégico e requer cada vez mais assertividade no conteúdo e na forma de se comunicar, e, para isso, profissionais melhor preparados nesse quesito, tem sido cada vez mais valorizados no mercado de trabalho.
Para se ter uma ideia dessa velocidade, segundo a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), em um minuto, 156 milhões de e-mails são enviados, 16 milhões de mensagens são trocadas no Whatsapp, 3,5 milhões de buscas são realizadas no Google. Na prática do dia a dia o e-mail corresponde a 76% das interações dentro das organizações.
E aqui proponho a reflexão: - Estamos formando os nossos estudantes para essa realidade? Seres humanos capazes de ouvir, interpretar, se posicionar e contextualizar as mensagens de acordo com a necessidade de cada ambiente.
A Linguagem é um instrumento de comunicação e por esse motivo é de suma importância que esteja presente nos planos de ensino em todos os níveis de escolaridade.
O ensino da língua e da literatura são conteúdo separados. Geraldi (2006, p.19) propõe uma reflexão se haveria outra maneira de ensinar língua e literatura de modo a dinamizar e relacionar organicamente esses dois conteúdos. Por outro lado, vemos o ensino da língua como conjunto de normas e regras gramaticais para que o estudante faça a produção e tenha autonomia para expressar seus pensamentos e ideias por meio de textos bem escritos.
O domínio da língua é resultado de práticas efetivas, significativas e contextualizadas. Só escreve bem, quem lê. O hábito da leitura deveria ser estimulado na família para que, na escola, não fosse um pesar. A escola, por sua vez, “cobra” os clássicos da literatura, não que não seja adequado, mas a leitura de livros densos, que remetem a outra época, exige muito do estudante que não tem o hábito da leitura. Dessa forma, ele o faz, para garantir a sua nota.
E esse é o cenário que podemos identificar, de forma muito generalista. A produção de texto é ensinada com foco em garantir uma boa nota no ENEM, garantir a aprovação no vestibular ou em um concurso e não se valoriza a boa comunicação escrita como uma necessidade do profissional dos tempos atuais.
É possível identificar que há autores que generalizam a realidade do ensino da Língua Portuguesa, e, na prática, essa realidade pode ser muito diferente se considerarmos uma escola pública e uma escola particular.
Numa escola pública, percebemos que os professores agem muito mais por intuição que por formação, conhecimento, ou orientação da escola. Numa escola particular, a orientação para o professor é outra, por exemplo, se houver um sistema de ensino de ponta, por exemplo, o ensino tende a ser muito mais inovador, estimulante garantindo assim a formação do ser humano nessa competência tão importante que é a comunicação.
O mundo atual exige que todos saibam ler e escrever e a linguagem mesmo considerando as inovações tecnológicas privilegiam a escrita.
Palomares e Coelho (2016, p. 19) “As políticas públicas relativas ao ensino, os gestores das escolas parecem ainda não ter enxergado essa evidência que o exercício da escrita, da escrita de textos não é uma prioridade nas escolas”. Nesse contexto, as novas exigências da BNCC se mostra como um novo norteador do desenvolvimento dos estudantes e tende a minimizar essa deficiência na formação.
O tema não se esgota por aqui. Há muito que se explorar e entender sobre o Ensino da Língua Portuguesa.
Fica muito claro que um país com tanta diversidade social e cultural há diferentes realidades. E, nesse sentido, acredito ser prudente não generalizar os conceitos, visto que em cada cenário é possível identificar uma forma diferente de se ensinar. Por mais que haja os currículos básicos, as escolas procuram se diferenciar na metodologia e abordagem.
BIBLIOGRAFIA
ADEVANI ROTTER – Três tendências da comunicação interna – 2018 - http://www.aberje.com.br/colunas/tres-tendencias-de-comunicacao-interna/ acesso em 04 de fevereiro de 2019;
COELHO, Fábio André; PALOMANES, Roza. Ensino de produção textual. SP, Contexto: 2016 e
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. SP, Ática: 2006.
*CRISTIANE ROSA
-Pedagoga;
-Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas;
-Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas;
Licenciada em Letras - Português e Inglês;
Especialista Marketing e Comércio Exterior;e
Especialista em Comunicação e Marketing de Serviços.
Atualmente é Gestora do Polo de EAD da Braz Cubas Educação e Embaixadora da Estante Mágica.
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