sábado, 29 de fevereiro de 2020

Comunicação e o Ensino da Língua Portuguesa



Autora: Cristiane Rosa(*)


A comunicação é algo muito presente na vida do ser humano. Ela evoluiu e passou por modificações ao longo dos tempos. Da comunicação por meio de gestos, desenhos, sinal de fumaça, pombo correio, pergaminhos, telex, chegamos a comunicação atual por meio de cliques.

Podemos considerar que a comunicação, já foi a garantia da sobrevivência entre os homens primitivos e, hoje, é a base dos relacionamentos. Ainda assim, com tanta evolução, temos diversas formas de comunicação e a escrita é uma importante forma de expressão de ideias e pensamentos.

Sou uma apaixonada pela comunicação e acredito que ela pode vender ideias e projetos, conquistar pessoas, evitar conflitos, estabelecer conexões entre pessoas e instituições, fazer conciliações e atingir os objetivos que se deseja.

Embora seja uma competência que todas as pessoas possuem e utilizam, nem todas investem em seu desenvolvimento. O que justifica o fato desse ser ainda ser o grande problema dentro das empresas e corporações: a falta da comunicação eficaz.

A história da comunicação humana passou por vários momentos até chegar ao formato que conhecemos hoje. A era da fala iniciou há cerca de 35 a 40 mil anos, o que possibilitou um avanço muito grande no desenvolvimento humano. Nessa época também foi marcada pelas primeiras pinturas. Em seguida tivemos a era da escrita. Nessa fase a sociedade criou uma forma particular de escrita, mas foram os sumérios que passaram a representar os sons.

O alfabeto foi desenvolvido pelos fenícios que deu origem a 22 sinais e recebeu as vogais pelos gregos. Dessa evolução surge o nosso alfabeto com origem greco-romana.

A forma de se transmitir mensagens também passou por grandes evoluções. Sinais de fumaça era uma maneira de se transmitir a distância. Isso acontecia por volta de 3000 aC. Em 1837, foi criado o telégrafo, logo em seguida, o rádio e, em 1994 foi liberada a circulação da world wide web.


Junto com a internet veio todo o desenvolvimento da tecnologia que permite hoje a digitalização de todas as formas de comunicação como voz, dados e imagens.


Nas organizações, a comunicação interna e externa tem um papel fundamental e estratégico e requer cada vez mais assertividade no conteúdo e na forma de se comunicar, e, para isso, profissionais melhor preparados nesse quesito, tem sido cada vez mais valorizados no mercado de trabalho. 

Para se ter uma ideia dessa velocidade, segundo a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), em um minuto, 156 milhões de e-mails são enviados, 16 milhões de mensagens são trocadas no Whatsapp, 3,5 milhões de buscas são realizadas no Google. Na prática do dia a dia o e-mail corresponde a 76% das interações dentro das organizações.

E aqui proponho a reflexão: - Estamos formando os nossos estudantes para essa realidade? Seres humanos capazes de ouvir, interpretar, se posicionar e contextualizar as mensagens de acordo com a necessidade de cada ambiente.

A Linguagem é um instrumento de comunicação e por esse motivo é de suma importância que esteja presente nos planos de ensino em todos os níveis de escolaridade. 

O ensino da língua e da literatura são conteúdo separados. Geraldi (2006, p.19) propõe uma reflexão se haveria outra maneira de ensinar língua e literatura de modo a dinamizar e relacionar organicamente esses dois conteúdos. Por outro lado, vemos o ensino da língua como conjunto de normas e regras gramaticais para que o estudante faça a produção e tenha autonomia para expressar seus pensamentos e ideias por meio de textos bem escritos. 

O domínio da língua é resultado de práticas efetivas, significativas e contextualizadas. Só escreve bem, quem lê. O hábito da leitura deveria ser estimulado na família para que, na escola, não fosse um pesar. A escola, por sua vez, “cobra” os clássicos da literatura, não que não seja adequado, mas a leitura de livros densos, que remetem a outra época, exige muito do estudante que não tem o hábito da leitura. Dessa forma, ele o faz, para garantir a sua nota.

E esse é o cenário que podemos identificar, de forma muito generalista. A produção de texto é ensinada com foco em garantir uma boa nota no ENEM, garantir a aprovação no vestibular ou em um concurso e não se valoriza a boa comunicação escrita como uma necessidade do profissional dos tempos atuais. 

É possível identificar que há autores que generalizam a realidade do ensino da Língua Portuguesa, e, na prática, essa realidade pode ser muito diferente se considerarmos uma escola pública e uma escola particular. 

Numa escola pública, percebemos que os professores agem muito mais por intuição que por formação, conhecimento, ou orientação da escola. Numa escola particular, a orientação para o professor é outra, por exemplo, se houver um sistema de ensino de ponta, por exemplo, o ensino tende a ser muito mais inovador, estimulante garantindo assim a formação do ser humano nessa competência tão importante que é a comunicação. 

O mundo atual exige que todos saibam ler e escrever e a linguagem mesmo considerando as inovações tecnológicas privilegiam a escrita. 

Palomares e Coelho (2016, p. 19) “As políticas públicas relativas ao ensino, os gestores das escolas parecem ainda não ter enxergado essa evidência que o exercício da escrita, da escrita de textos não é uma prioridade nas escolas”. Nesse contexto, as novas exigências da BNCC se mostra como um novo norteador do desenvolvimento dos estudantes e tende a minimizar essa deficiência na formação.

O tema não se esgota por aqui. Há muito que se explorar e entender sobre o Ensino da Língua Portuguesa. 

Fica muito claro que um país com tanta diversidade social e cultural há diferentes realidades. E, nesse sentido, acredito ser prudente não generalizar os conceitos, visto que em cada cenário é possível identificar uma forma diferente de se ensinar. Por mais que haja os currículos básicos, as escolas procuram se diferenciar na metodologia e abordagem. 

BIBLIOGRAFIA

ADEVANI ROTTER – Três tendências da comunicação interna – 2018 - http://www.aberje.com.br/colunas/tres-tendencias-de-comunicacao-interna/ acesso em 04 de fevereiro de 2019; 

COELHO, Fábio André; PALOMANES, Roza. Ensino de produção textual. SP, Contexto: 2016 e

GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. SP, Ática: 2006.

*CRISTIANE ROSA


-Pedagoga;
-Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas;
Licenciada em Letras - Português e Inglês;
Especialista Marketing e Comércio Exterior;e 
Especialista em Comunicação e Marketing de Serviços.
Atualmente é Gestora do Polo de EAD da Braz Cubas Educação e Embaixadora da Estante Mágica.

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

22 comentários:

  1. Parabéns amiga Cristiane!Esse tema foi muito bem posicionado para que todos os alunos,seja ela de escolas públicas ou particulares entenderem a importância da leitura para um futuro brilhante!

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  2. Cris
    Parabens pela producao deste excelente texto onde vc descortina a realidade do ensino de nossa lingua.
    Como selecionador de profissionais tenho encontrado um deficit significativo nesta competencia.
    Com perdao ao Marcelo da Like, tenho conversado com executivos versados na lingua inglesa, mas com vicios e erros de linguagem terriveis no Portugues.
    Eh isso aih. Vamos ajudar nosso povo a usar corretamente o idioma patrio e melhorar a comunicacao.
    Um bom FDS a todos.
    Carlos Roberto Carvalho
    New Company Empregos

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    1. Olá Carlos! Grata pelo seu tempo e considerações. Um abraço

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  3. Quero incluir nesse meu comentario duas frases - a primeira do saudoso Chacrinha que dizia - " Quem não se comunica, se estrumbica", e outra que ouvi de um comentarista da TV Cultura, outro dia - " Hoje quem não está confuso, é porque está mal informado". A comunicação é vital pra nossa sobrevivencia. Mas a comunicação escrita dos brasileiros estáo muito a desejar - vejam os absurdos que lemos nas redes sociais, muitos erros de escrita. Mas a velocidade da comunicação está altissimas, como vemos pelos numeros expostos acima. E pra não ficar confuso com tanta informação, verdadeiras ou falsas, sugiro ler a Biblia, todos os dias. Lá você encontrará discernimento do certo e do errado.

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  4. ...e parabens pela materia...

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  5. Parabéns pelo artigo!!! Sucesso sempre!
    Marjorie

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  6. Parabéns pelo artigo.
    Muito bom, Cris!

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  7. Parabéns Cris pelo belíssimo texto! Suas colocações foram claras e assertivas no que diz respeito a qualidade de ensino, principalmente, do fundamental. Felizmente as novas políticas educacionais, através BNCC, estão dando os primeiros passos em busca de qualidade, mas é algo que levará anos para conquistarmos. Mas enfim, é um começo!

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    1. Grata pelas palavras! Certamente são motivo de motivação! Um abraço

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  8. Cristiane, muito bom seu artigo, muito rico; nos conduz a rememorar a tragetoria do desenvolvimento da linguagem; com uma suave critica embutida, nos guia ao questionamento da imposiçao do uso formal da lingua versus o uso informal, toda diversidade linguistica e o efeito divisor social da falta do desenvolvimento dessa competencia. Parabens.

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  9. Parabéns Cris pela coerência e crítica apresentada em seu texto. A muito se deixou pra trás a real importância da comunicação, como podemos perceber hoje na dificuldade de leitura e interpretação de textos. Muito providencial e atual esse tema, que, apesar do avanço da tecnologia, tem como principal objetivo se fazer entender nas relações humanas.

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