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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

A Relação entre o Aumento da Taxa Selic e os Juros da Casa Própria


 @ Paulo Roberto Silva Santos


Um sonho que pode se tornar um grande pesadelo para o mutuário da casa própria. Costumo dizer, no sentido figurado: "Minha Casa, Minha Vida: Um Sonho ou Pesadelo?"

Nos últimos anos, temos percebido no bolso a sensação de que nosso dinheiro não está valendo nada, ou seja, estamos vivenciando a perda do valor da moeda. Mas o que isso tem a ver com as taxas de juros da casa própria? Infelizmente, tem tudo a ver. Primeiro, vamos entender o que é inflação. 

Inflação é a perda do valor da moeda em termos simples. No conceito econômico, é definida como "o aumento generalizado e sustentado dos preços de bens e serviços, o que resulta na diminuição do poder de compra da moeda" (Google). 

Exemplo prático: 

Se hoje, com R$ 100,00, é possível comprar quatro pacotes de arroz a R$ 25,00 cada, no mês seguinte, os mesmos R$ 100,00 podem comprar apenas três pacotes. Ou seja, a mesma quantia de dinheiro compra menos produtos, refletindo uma inflação de 33,33%. O pacote de arroz que custava R$ 25,00 passa a custar R$ 33,33. 

Com o aumento da inflação, o Banco Central do Brasil tem a responsabilidade de elevar a Taxa Selic para conter os aumentos futuros. Esse mecanismo é chamado de Política Monetária, uma das ferramentas utilizadas para conter o aumento generalizado dos preços. A consequência direta disso é o aumento da Taxa Selic, que afeta tanto os empréstimos de curto prazo quanto os de longo prazo. Um exemplo de empréstimo de longo prazo é o financiamento da casa própria. 

O impacto da Taxa Selic no financiamento imobiliário 

Em março de 2022, um mutuário que decidiu comprar um imóvel financiado pela Caixa Econômica Federal contratou um financiamento pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). 

O SBPE é uma linha de crédito com recursos oriundos dos depósitos em poupança. Geralmente, suas taxas de juros são mais altas que as do financiamento via FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), conhecido como Pró-Quotista. Infelizmente, essa linha de crédito é de difícil acesso, pois os bancos raramente a oferecem devido à sua menor rentabilidade tanto para a instituição quanto para seus gerentes. 

Simulação do impacto do aumento da Taxa Selic 

Contrato SBPE: 

Data: 22/03/2022 
Valor financiado: R$ 300.000,00 
Taxa de juros: 8,37% a.a. 
Prazo do financiamento: 420 meses 
Valor da 1ª parcela: R$ 2.806,79 

Cenário da Taxa Selic

Março de 2022: 13,75% a.a. 
Março de 2025 (previsão): 14,25% a.a., podendo chegar a 16% a.a. 
Diferença: 0,50 ponto percentual 

Um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa média de financiamento representa um acréscimo de cerca de R$ 27.891,25 em juros em um financiamento de R$ 300.000,00 pelo prazo de 35 anos (tabela SAC). 

Agora, vejamos o impacto do aumento acumulado da taxa de juros do SBPE entre 2022 e 2025: 

• Março de 2022: 8,37% a.a. 
Atualmente: 10,74% a.a. 
Aumento: 2,37 pontos percentuais

Este acréscimo de 2,37 p.p. representa um impacto significativo no saldo devedor do mutuário. Com esse aumento, o valor total pago em juros durante o período de financiamento sobe em R$ 124.721,25. Esses valores referem-se somente aos 2,37pp, incluído os 8,37%aa. Pois, é! Um absurdo de juros a serem pagos. Ou seja, a bagatela de R$ 565.192,50 só de juros. 

 Conclusão 

O aumento das taxas de juros tem inibido a busca por financiamentos para a compra da casa própria. Nesse cenário, o aluguel pode ser a opção mais vantajosa no curto prazo. Com o financiamento caro e o aluguel relativamente mais barato, uma estratégia inteligente é economizar a diferença entre a prestação de um financiamento e o valor do aluguel. Dessa forma, no futuro, será possível dar uma entrada maior e reduzir significativamente os juros pagos ao banco na aquisição do imóvel. 

PAULO ROBERTO SILVA SANTOS

















-Graduado em Economia pela Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo (1989);

-Pós-graduado em Finanças pela FECAP (1994);

.-Coordenador dos Cursos de Administração - Comércio Exterior e Tecnólogo em Logística no UNIFIEO - Centro Universitário;

-Professor do MBA Internacional IPT/USP em Gestão de Tecnologia e Inovação, ministrando a disciplina "Gestión Emprendedora y de la Creatividad";

-Economista-Chefe da Um Ótimo Empreendedor Consultoria Empresarial;

-Perito Econômico-Financeiro e Economista habilitado para projetos de desenvolvimento junto à Nossa Caixa Desenvolvimento;

-Professor selecionado pela B3 e pela CVM Educacional para disseminar o livro TOP Planejamento Financeiro Pessoal. • Orientador do Telecurso 2000;

- Especialista em Elaboração de Planos de Negócios, com mais de 140 planos desenvolvidos, dos quais 35 a 40 resultar

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Os Avanços e Recuos da Taxa de Desemprego no Brasil

 

    




Autora:Gerusa Coutonho Ramos (*)

As políticas econômicas executadas pelo governo federal, tais como: política monetária e política tributária são fundamentais na política de emprego e na redução da taxa de desemprego, como também na compreensão da conjuntura econômica do período (mês, trimestre e ano), sendo decisiva para o resultado da taxa de desemprego.

A taxa de desemprego no Brasil é denominada de taxa de desocupação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), instituição responsável pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada desde o primeiro trimestre de 2012, tendo o respaldo da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Na metodologia da PNAD Contínua, pesquisa da taxa de desocupação pelo IBGE, a definição de desemprego é determinada por pessoas, com idade apta para o trabalho, acima de 14 anos, na condição de procura de emprego e sem trabalho. Porém, os estudantes, as donas de casa e os empreendedores não são componentes da taxa de desocupação.

A PNAD Contínua apresenta a taxa de desocupação, composta por pessoas sem trabalho na semana da pesquisa, e aquelas que procuram trabalho no período de trinta dias, dispostas a assumir um emprego. O desalento é medido por pessoas desistentes da busca por emprego nos últimos 12 meses, pois procuraram emprego e não conseguiram. Enquanto a taxa de sub ocupação é estabelecida por pessoas que trabalham com uma carga horária insuficiente a jornada de 40 horas semanais.

A economia brasileira sofreu um impacto negativo na execução das políticas macroeconômicas a partir de 2020, em função da pandemia da Covid-19. Portanto, um período atípico que precisa ser considerado no resultado da taxa de desemprego nos anos de 2020 e 2021.

Em 2019, a conjuntura econômica brasileira possui um quadro de crescimento econômico de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme Sistema das Contas Nacionais do IBGE, seja a produção de bens e serviços na economia no território nacional, com movimentação de recursos financeiros no total de 7,389 trilhões de reais. Houve um crescimento econômico do nível de investimento de 15,5% e um nível de elevação de 2,6% no consumo das famílias (IBGE, 2019).

Os períodos de crescimento econômico de 1,2% (2019), 1,8% (2018) e 1,3% (2017) foram insuficientes, diante da queda no PIB de 6,7%, de 2015 a 2016. A taxa média de desocupação medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em 2019, foi de 11,9%, uma redução, se comparada ao ano de 2018, de 12,3%.

Em 2020, a pandemia da Covid-19 afetou a economia mundial e a economia brasileira, devido à necessidade de cumprimento das medidas de restrições e isolamento social, seja de fechamento temporariamente de indústrias, de comércio e de serviços.

A taxa de juros Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é um instrumento da política monetária executada pelo Banco Central do Brasil. Em fevereiro de 2020, estava em 4,25% ao ano, caiu para 2,00% em agosto, e permaneceu até 17 de março de 2020, quando voltou a subir, atingindo o patamar de 9,25% (dez/2021). A pandemia da Covid-19 provocou uma retração na atividade econômica, uma queda no PIB de 3,3% em 2020 (IBGE, 2020).

A taxa de desocupação subiu para 13,5%, o maior índice da série histórica, desde 2012, quando a pesquisa foi iniciada. Em 2020, a taxa de desocupação caiu para 13,8%, após ter atingido 14,6% (3º trim.), com retração em cinco estados, e se manteve estável nos demais estados. A Bahia e Alagoas apresentaram taxas mais altas de 20%, e o Rio de Janeiro de 19,4%. As menores taxas de desocupação foram em Santa Catarina de 5,3%, Rio Grande do Sul, de 8,4%, e Mato Grosso do Sul, de 9,3%.

No quesito sexo, a taxa de desocupação, em 2020, foi de 11,9% para homens, e 16,4%, entre mulheres, fato que demonstra um desemprego maior para às mulheres. Na cor ou raça, às pessoas pretas possuem uma taxa de desemprego elevada, acima da taxa média de desocupação, com 17,2%, e às pessoas pardas, de 15,8%. Os jovens foram bastante afetados, com taxa de desocupação de 42,7%, para a faixa etária de 14 a 17 anos, e 29,8%, para a faixa etária de 18 a 24 anos. Enquanto a faixa etária de 25 a 39 anos, com uma taxa de 13,9%.

No aspecto da escolaridade, a taxa de desocupação destaca que as pessoas com ensino médio incompleto possuem uma taxa mais elevada, de 23,7%. As pessoas com curso superior incompleto tiveram a taxa de desocupação de 16,9%, um resultado maior que o dobro, com relação às pessoas, com nível superior, de 6,9%. É perceptível, em 2020, a taxa de desocupação foi maior para às mulheres, às pessoas pretas, os mais jovens, e às pessoas com menor nível de escolaridade.

Em 2021, a conjuntura econômica apresentava uma taxa Selic de 9,15%, bem mais elevada, com relação ao ano de 2020 (1,90%). A inflação medida pelo IPCA estava em 10,06%, mais alta, e a taxa de desocupação em 13,2%. Em 2021, a conjuntura econômica apresentou impactos negativos, provenientes da pandemia da COVID-19 (IBGE, 2021).

A taxa média de desocupação foi de 13,2%, em 2021, uma queda de 0,6%, com relação ao ano de 2020. Os setores da economia, com maior geração de empregos foram: construção civil, comércio, serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, administrativa e indústria geral. O setor de serviços obteve queda no nível de ocupação, principalmente serviços domésticos, alojamento e alimentação.

Os estados de Amapá, Bahia e Pernambuco apresentaram a maior taxa de desocupação no quarto trimestre de 2021. Os estados de Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul obtiveram às menores taxas.

A taxa de desocupação, por sexo, no quarto trimestre de 2021, foi de 9,0% para homens e 13,9% para mulheres. Por cor ou raça, os brancos tiveram uma taxa de desocupação bem inferior de 9,0%, se comparado a taxa dos pretos de 13,6%, e os pardos de 12,6%. Por idade, os jovens na faixa etária de 18 a 24 anos, tiveram a maior taxa de desocupação, de 22,8%. A faixa etária de 25 a 39 anos, com 10,1%. De 40 a 59 anos, de 7,2%. Já os 60 mais, uma taxa menor de 4,4%. No nível de escolaridade, a taxa de desocupação, em 2021, mostra um resultado elevado de 18,4%, para a população com ensino médio incompleto, a taxa cai para 11,8% no nível superior incompleto, e uma taxa ainda menor de 5,2% no superior completo.

Em 2022, a conjuntura econômica brasileira demonstra uma alta da taxa Selic para 13,65%, se comparado ao ano anterior. A inflação de 5,79%, com uma queda, pois em 2021 esteve em 10,06%. A taxa de desocupação foi de 9,3%, portanto houve uma queda (IBGE, 2022).

Os dados de 2022 representam que existe uma recuperação da economia, se comparada ao ano anterior que sofreu, com efeitos da pandemia da COVID-19. Trata-se do melhor resultado da série, desde 2014. Houve um aumento da população ocupada de 7,4%, com relação a 2021. A taxa de desocupação corresponde a 6,7 milhões de pessoas desempregadas. Os setores da economia que mais empregaram, em 2022, foi o comércio, reparação de veículos automotivos e motocicletas, além do setor de alojamento e alimentação. A taxa de desocupação do IBGE, calculada por sexo, identifica aqui 6,5% dos homens, como desempregados, e 9,8% das mulheres. Quanto por cor ou raça, houve uma redução da média nacional da taxa dos brancos para 6,2%, enquanto os pretos uma taxa bem mais elevada de 9,9%, e os pardos de 9,2%.

Na PNAD Contínua do quarto trimestre de 2022, a taxa desocupação por idade foi de 16,4% para a faixa etária de 18 a 24 anos, de 7,1%, de 25 a 39 anos, 5,3%, de 40 a 59 anos, e 3,9%, de 60 anos ou mais. Os dados por escolaridade demonstram que as pessoas, com ensino médio incompleto, possuem uma taxa de desemprego em dezembro de 2022 de 13,9%, e as pessoas com superior incompleto, uma taxa bem inferior de 8,4%, enquanto superior completo é menor ainda de 3,9%. Os estados com a taxa de desocupação maiores são: Bahia, Pernambuco, e Mato Grosso do Sul. Os demais estados mantiveram estabilidade.

A conjuntura econômica brasileira, em 2023, apresentou uma queda da taxa Selic, com relação ao ano anterior (2022), e passou ao patamar de 12,15%. A taxa de inflação (IPCA) foi menor, de 4,62%, porque o Banco Central do Brasil (BACEN) utilizou no ano anterior a alta da taxa de juros para conter a inflação (IBGE, 2023).

Em 2023, a taxa de desocupação foi de 7,8% na PNAD Contínua do IBGE, em média, considerada a menor taxa, desde 2014. Houve uma queda de 1,8%, se comparado ao ano de 2022, com taxa de 19,6%. Os dados demonstram uma recuperação do mercado de trabalho, com a população ocupada em um nível próximo do resultado da série histórica de 2012 (7,4%).

Verifica-se uma queda da população desocupada na média, de 2022 para 2023, de 17,6%, correspondendo a 8,5 milhões de pessoas, como também, um aumento da população, com carteira assinada. Os setores que mais empregaram foram: a indústria, a construção civil, o transporte, a armazenagem, o correio, e outros serviços. Já os setores que menos empregaram foram: a agricultura, a pecuária, produção florestal, a pesca e aquicultura, com a queda de 4,8%.

A taxa de desocupação por sexo, demonstra um resultado de 6,9% para homens, e 9,6% para mulheres, uma diferença de 53,3%. Portanto, as mulheres correspondem a um percentual mais elevado da taxa de desemprego do Brasil.

Com relação a cor e raça, no quarto trimestre de 2023, a taxa desocupação pela PNAD Contínua foi de 5,9% para os brancos, 8,9% pretos e 8,5% pardos, acima da média nacional de 7,4%.

No aspecto da idade, a faixa etária de 18 a 24 anos, apresentou uma taxa de desocupação mais alta, de 15,3%. Vale salientar que a taxa caiu, diante de 2022, de 16,4%. A taxa desocupação de escolaridade da população, com ensino médio incompleto foi de 10,3%, com o nível superior incompleto de 6,6%, ainda o dobro do nível superior completo.

A conjuntura econômica brasileira, em 2024, apresentou uma estabilidade na taxa de juros Selic, com 12,15%, uma leve alta da inflação, com resultado de 4,83%, e uma taxa de desocupação de 6,6%, o menor índice da série histórica da PNAD Contínua iniciada em 2012 (IBGE, 2024). Verifica-se uma queda de 1,2%, se comparada ao ano de 2023, que apresentou uma taxa de ocupação de 7,8%. O contingente de trabalhadores desocupados é de 7,4 milhões de pessoas, com uma queda de 1,1 milhão de pessoas é correspondendo a 3,22%.

Os setores da economia que mais empregaram foram: transporte, armazenagem e correio, comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas. Enquanto os setores da agricultura, a pecuária, produto florestal, pesca e aquicultura, tiveram as maiores quedas, como também, serviços domésticos. Na média do quarto trimestre de 2024, os estados com a maior taxa de desocupação são: a Bahia, o Distrito Federal e Pernambuco. Os estados com as menores taxas de desocupação são: Santa Catarina, Mato Grosso e Rondônia.

A taxa de desocupação por sexo, em 2024, foi de 7,6% de mulheres desempregadas, e 5,1% de homens. Já por cor ou raça no quarto trimestre de 2024, foi de 4,9% para os brancos, 7,5% pretos e 7,0% pardos. Embora tenha diminuído, a diferença entre brancos e pretos/pardos é alta. Por idade, a faixa etária de 18 a 24 anos, apresentou uma taxa de desocupação de 12,9%, muito acima da taxa total de 6,2%. De 25 a 39 anos, foi de 5,8%, de 40 a 59 anos, de 4,0%, e 60 anos ou mais de 3,0%. Com relação ao nível de escolaridade, um pior resultado para as pessoas com ensino médio incompleto, e para o nível superior incompleto, o dobro do superior completo.

No período de 2020 a 2024, verifica-se uma variação da taxa de desemprego que atingiu seu maior patamar, em 2021, como reflexo da pandemia da COVID-19. Houve uma queda da taxa de desocupação mais acentuada a partir de 2023, com perspectiva de uma política econômica de estímulo a retomada de um crescimento econômico mais elevado, proposta pelo governo Lula.

A taxa de desocupação foi a menor, em 2024, de 6,6%. É importante salientar, a qualidade do emprego no Brasil é muito baixa, jornadas de trabalho elevadas, precarização das condições de trabalho e salários baixos, além de uma informalidade representativa. Outra questão é a falta de qualificação profissional e de formação escolar de nível superior, faltam vagas para pessoas, com menor nível de escolaridade, como nível médio incompleto, enquanto sobram vagas, com salários elevados nas áreas de tecnologia, principalmente tecnologia da informação.

Existe uma predominância em todos os anos pesquisados, de 2020 a 2024, de uma taxa de desocupação maior entre as mulheres, resultado de um mercado de trabalho, com visão patriarcal e machista. As pessoas pretas e pardas sofrem racismo estrutural no mercado de trabalho, pois apresentam às maiores taxas de desocupação, um resultado de um processo histórico que o Brasil ainda não enfrentou de forma estrutural.

As pessoas jovens possuem a maior taxa de desocupação, na faixa etária de 18 a 24 anos, justo pelo fato de existir dificuldades de inserção no mercado de trabalho, por não abrir oportunidades para os jovens sem experiência profissional e a falta qualificação profissional. Já as pessoas com menor nível de escolaridade possuem o nível médio incompleto, seja maior dificuldade em função da falta de qualificação profissional e de um melhor nível de escolaridade.

A taxa de desocupação ou de desemprego é um indicador relevante na economia, por gerar renda, quanto maior ou menor o patamar, existe um impacto positivo ou negativo no consumo das famílias e na poupança, podendo resultar num nível de investimento maior ou menor, alimentando o círculo econômico virtuoso ou vicioso na economia. É uma das variáveis mais significativas de impacto sobre a população e o círculo virtuoso da economia. Se a taxa de desocupação cai e aumenta o número de pessoas com carteira assinada, ao mesmo tempo, diminui a informalidade. Dessa forma, mais renda circula na economia brasileira, com maior perspectiva de consumo e de poupança, e melhores condições de vida para a população, ou seja, aquelas de menor renda. Quanto melhores os salários e a qualidade do emprego, mais distributiva é a renda na economia.

É preciso a realização de políticas públicas em nível federal, estadual e municipal, na maior geração de empregos para mulheres, maior ofertas de cursos de qualificação, sistemas de cotas e bolsas em universidades, com a finalidade de reduzir a taxa de desocupação ou desemprego das mulheres, muitas vezes, sofrem com sobrecarga de trabalhos domésticos, filhos, muitas são mães chefes de famílias, mulheres que sofrem violência doméstica, ainda enfrentam o patriarcado e o machismo no mercado de trabalho. Políticas públicas de combate ao racismo estrutural são essenciais, como vagas de empregos de qualidade, qualificação profissional, aumento de cotas e vagas em universidades públicas para pessoas pretas, pardas e indígenas, para redução na taxa de desocupação, que demonstra um índice muito elevado de pessoas pretas e pardas, como resquícios de um processo histórico de exclusão social da população preta.

Existe a necessidade de políticas públicas de qualificação profissional, ampliação de vagas para cursos técnicos e superiores. Os jovens, com faixa etária de 18 a 24 anos, possuem a maior taxa de desocupação ou de desemprego, pelo fato do mercado de trabalho não oferecer oportunidades para jovens sem experiência profissional e também não realizar o trabalho de formação profissional, de uma forma geral.

REFERÊNCIAS

IBGE. Indicadores IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Divulgação Especial, 4º trimestre de 2021;

IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua- PNAD Contínua. Principais destaques da evolução do mercado de trabalho no Brasil (2012 a 2021), IBGE, 2021;

IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Indicadores, 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024;

LACERDA, Antônio Corrêa de. Economia Brasileira. 4ª edição. São Paulo: Saraiva, 2002;

MARQUES, Rosa Maria; REGO, José Márcio (Orgs). Economia Brasileira. 6ª edição. São Paulo: Saraiva, 2018.; e

PINHO, Diva B.; VASCONCELLOS, Marco A. S.; TONETO, Rudinei Jr. Manual de Economia. 7ª edição. São Paulo: Saraiva, 2017.


 *GERUSA COUTINHO RAMOS



















- Mestre e  Bacharelado em Ciências Econômicas, nas áreas de economia, terceiro setor, políticas públicas e meio ambiente pela Universidade Federal da Paraíba ;

-Pós  graduação latu sensu ;

-Consultora  em gestão de negócios, estudo de viabilidade econômica e projetos.e 

-Professora em universidades públicas e privadas e pesquisadora do GerarConhecimento & Ação e do NEPECCAS.

Nota do Editor:

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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Os desafios econômicos e sociais do envelhecimento em um país desigual


 

Autora: Raquel Carneiro(*)

A longevidade vem se tornando um assunto de grande relevância no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média de vida dos brasileiros aumentou de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023. Isso é reflexo das melhorias que ocorreram com os cuidados na saúde e nas condições de vida ao longo dos últimos anos. As mulheres vivem, em média, 7 anos a mais do que os homens.

O envelhecimento e a expectativa de vida podem variar muito de acordo com o ambiente em que a pessoa vive, o estilo de vida e os fatores genéticos. Portanto, o envelhecimento no Brasil não é homogêneo e isso dificulta ainda mais a implantação de políticas públicas e a oferta de bens e serviços pela iniciativa privada.

Estamos envelhecendo em um país ainda em desenvolvimento, com desigualdade social acentuada e muitos idosos possuem doenças crônicas e são dependentes da saúde e da previdência pública, pois não se prepararam durante o envelhecimento. A longevidade é uma preocupação social e a responsabilidade é de todos, pois envolve questões essenciais como a aposentadoria, a saúde pública, a habitação, o transporte, a alimentação e a organização das cidades.

Já passou da hora de olharmos para o lado com mais cautela e percebermos aquele idoso ali, fazendo parte do nosso cotidiano e precisando de amparo.

O Brasil está envelhecendo em ritmo acelerado e, diferente de países que já passaram por este processo, ainda não conseguiu vencer as dificuldades e atualmente não tem condições de ofertar uma vida digna para a maioria da população.

Conforme Censo 2022, realizado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Brasil possui 32,1 milhões de pessoas acima de 60 anos de idade, representando 15,8% do total da população brasileira.

Realizando uma separação por sexos, 8,8% são mulheres e 7% do sexo masculino, gerando uma diferença de mais de 3,6 milhões em favor do sexo feminino - equivalente a cerca de 2% da população brasileira.

A região Norte é a mais jovem e as regiões Sudeste e Sul possuem o maior número de idosos. Entre a população idosa, destaca-se que 37.814 são centenários e centenárias, necessitando de cuidados mais específicos, tendo em vista a idade mais avançada.
De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2050, 2 bilhões de pessoas terão mais de 60 anos de idade no mundo, representando um quinto da população. No Brasil, a população idosa deve dobrar, passando de 31 milhões de pessoas para 60 milhões em 2050. Isso significa que os idosos representarão quase 30% da população nacional e na projeção feita pelo IBGE, para 2060, uma pessoa no Brasil poderá viver em média 81 anos.

 













São vários os desafios a serem enfrentados pelo Brasil para receber e dar condições dignas de vida para toda essa população que cresce a cada dia.

Reduzir a desigualdade social, sem dúvida, deve ser a prioridade, pois ela é histórica e torna mais difícil a vida daqueles que estão envelhecendo.

Para mensurar a desigualdade social em um país ou para estabelecer um ranking entre os países, utiliza-se o Índice de Gini.

O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Na prática, o Índice de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos.

De acordo com relatórios da ONU, o Brasil está entre os países mais desiguais do mundo, ficando atrás apenas de países africanos. Levará algumas décadas para chegar a níveis de desigualdade encontrados em países europeus e isso compromete o envelhecimento seguro e saudável da população.

Em 2022, o índice de Gini do Brasil foi de 0,518, o menor valor desde 2012, quando a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua começou. A queda no índice foi atribuída ao aumento do valor do Auxílio Brasil e à melhora no mercado de trabalho. No primeiro trimestre de 2024, o índice de Gini do Brasil foi de 0,52.

O relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades 2024, tomando como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), mostra um balanço sobre a concentração da renda no país.

No ano de 2023, as rendas dos 1% mais ricos era 31,2 vezes maior do que a dos 50% mais pobres e as regiões que apresentam as maiores desigualdades são a norte e a nordeste.

Considerando que, em 2050, segundo projeções, cerca de 30% da população brasileira terá mais de 60 anos, se nada for feito, poderá ocorrer uma grande pressão nos serviços de saúde pública, previdência e assistência social.

Por isso se torna urgente iniciar algum tipo de planejamento.

O planejamento para a longevidade vai muito além de gerar recursos financeiros para a aposentadoria, é a conscientização da população de que, para um envelhecimento tranquilo, com autonomia e independência, é necessário cuidar de vários pilares. A mudança de alguns hábitos pode fazer toda a diferença durante o envelhecimento.

  • Um dos pilares é a saúde física. Atividades como caminhadas, exercícios de resistência e práticas de alongamento fortalecem o corpo e ajudam a evitar problemas musculares e articulares;
  • Outro pilar importante é a alimentação balanceada, com variedade de nutrientes, contendo carnes, cereais, legumes, verduras e frutas. Evitar excessos de açúcar e gorduras, além de manter o corpo hidratado, contribui para um metabolismo mais saudável e um sistema imunológico mais resistente;
  • Os cuidados com a saúde mental são essenciais. Ter hábitos com leituras, cursos e hobbies como yoga e meditação exercitam o cérebro, ajudam a preservar a memória e outras funções cognitivas, fazendo com que se mantenham ativos intelectualmente. Além disso, o convívio social é um ponto importante para a qualidade de vida, pois ajuda a enfrentar desafios emocionais, proporciona momentos de alegria e mantém a mente ativa e otimista;
  • Outro ponto fundamental é o planejamento financeiro. Com o aumento da expectativa de vida, preparar-se para um futuro mais longo é indispensável. Para que isso aconteça de forma saudável e leve, o segredo é educar-se financeiramente, diversificar investimentos e adaptar o estilo de vida a novas realidades;
  • Garantir uma reserva suficiente para manter o estilo de vida presente ou o desejado, requer organização desde cedo. Isso envolve não só a previdência social, mas também os investimentos, sejam eles de curto, médio ou longo prazo. Contar com o planejamento financeiro permite que, ao chegar na aposentadoria, você tenha tranquilidade para aproveitar a fase com liberdade e segurança.
A longevidade nada mais é do que um convite para reinventar a vida, se reorganizar, reciclar e descobrir novos interesses e até carreiras após a aposentadoria, aproveitando a maturidade, a resiliência e a experiência acumulada para viver de forma plena e feliz. Viver mais tempo é um objetivo bastante comum, porém é preciso ter em mente que é fundamental que os pilares essenciais estejam bem alinhados para que o processo de envelhecimento aconteça de forma tranquila e saudável.

Quanto antes você começar a planejar sua longevidade, mais fácil será alcançar seus objetivos de vida, principalmente porque vivemos em um país desigual e que ainda não possui políticas robustas direcionadas ao envelhecimento da população.

REFERÊNCIAS:







https://combateasdesigualdades.org/wp-content/uploads/2024/09/RELATORIO_2024_v3-1.pdf

*RAQUEL CARNEIRO
















-Graduação em Ciências Econômicas) pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE (2009);

-MBA em planejamento previdenciário pelo Centro Universitário Celso Lisboa (02/2024);

-MBA em andamento em planejamento financeiro pessoal e familiar pela Galícia Educação S.A.;

-MBA Auditoria e Perícia em Tributos Previdenciários, em andamento, pela Boa Sorte Sabedoria Prosperidade Treinamentos LTDA (BSSP);

Consultora e mentora de advogados previdenciários, tendo como missão levar a educação tributária previdenciária.;

-Possui inúmeros cursos de formação na área trabalhista, previdenciária, de planejamento e estudos sobre longevidade;

-Desde 2022 atua na área de planejamentos previdenciários para pessoas físicas e na recuperação de créditos previdenciários na receita federal.


Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Impactos Econômicos da Política Monetária do BACEN



Autor: Roberto Bassi Ribeiro Soares (*)

Introdução

O objetivo deste ensaio é tentar transmitir aos leitores, alguns dos impactos da política monetária praticada pelo Banco Central do Brasil (BACEN), sobretudo acerca de sua política anti-inflacionária, cujo principal instrumento é sua interferência nas taxas básicas de juros.

Então, faremos uma breve análise dos impactos das variações nas taxas de juros, não apenas sobre a inflação, mas também sobre os investimentos (financeiros e produtivos), e, por fim sobre os níveis de preços na economia e poder de compra da população.

1. O Banco Central do Brasil e sua Política de Juros

Dentre o ferramental econômico à disposição do BACEN, a taxa básica de juros, ou se preferirem, a tal da taxa Selic, é a ferramenta mais utilizada na tentativa de se controlar os níveis de inflação.

Mas, além de influenciar os níveis de inflação, quais são os outros efeitos econômicos dessa atuação sobre a taxa Selic? Vamos tentar responder a essa pergunta, analisando seus impactos sobre a produção, bem como sobre os preços das mercadorias e poder de compra da população.

1.1. O Sistema de Metas de Inflação

Desde 1999, o Brasil adota o chamado sistema de metas de inflação, consubstanciado na atuação do BACEN, com o intuito de controlar a inflação no país.

Controlar a inflação é importante porque com a inflação em patamares baixos, há mais estabilidade econômica, menor risco e melhores condições para o planejamento financeiro das famílias e das empresas.

Definidas as metas de inflação para um determinado período, o Banco Central adota medidas na busca pelo controle inflacionário, ou, em momentos de inflação controlada, destinadas a incentivar o crescimento econômico.

Em geral, no Brasil, o instrumento de política monetária colocada em prática no combate à inflação é a política relacionada à taxa Selic, determinada pelo Comitê de Política Monetária, o Copom, do Banco Central.

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, mas que influencia as demais taxas de juros, sobretudo aquelas relacionadas a empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. É ela, por exemplo, que determina a rentabilidade paga pelos títulos públicos, vendidos no mercado financeiro pelo governo, com o objetivo de custear suas políticas públicas.

1.2. Os Impactos das Variações da Selic na Economia

Alguns dos impactos mais significativos das variações da Selic podem ser observados sobre a inflação e sobre os investimentos, sejam eles produtivos ou especulativos, bem como sobre os preços das mercadorias.

Então, que tal refletirmos um pouco sobre esses efeitos?

1.2.1. Sobre a inflação

De fato, assim como pretende o Banco Central, com sua política monetária, as variações nas taxas de juros têm impacto direto sobre a inflação, sobretudo nos casos de inflação de demanda. Funciona mais ou menos assim: se o intuito for comprar algum bem a prazo, juros em alta tornam o crédito mais caro, encarecendo, também, a mercadoria desejada. Encarecendo o dinheiro, ou melhor, elevando-se os preços das mercadorias, se consegue reprimir o consumo, e, consequentemente, reduzir as pressões sobre a oferta. Dessa forma, busca-se equilibrar a relação entre a oferta e a demanda por mercadorias, trazendo, novamente, os preços a patamares adequados à realidade econômica.

Na via contrária, as quedas nos juros incentivam o consumo, pois o crédito se torna mais barato e acessível a um maior número de tomadores (incluindo, aí, tanto pessoas físicas, quanto jurídicas), que poderão, então, "ir às compras".

1.2.2. Sobre os Investimentos

Em mercados com elevada concorrência entre as empresas, a queda nos juros incentivará os empresários a investirem no aumento da produção, adquirindo mais insumos, matérias-primas, máquinas e equipamentos, e a contratarem um maior número de trabalhadores, gerando mais empregos e renda entre a população, e aquecendo a economia. Já os investimentos no chamado mercado financeiro, em momentos de queda nos juros, tendem a cair, sobretudo os investimentos, cuja rentabilidade está atrelada à Selic, como, por exemplo, títulos do governo.

Por outro lado, em momentos de alta na inflação, e, consequentemente, de elevação da Selic, crescem os investimentos no mercado financeiro em busca de maior rentabilidade sobre o capital investido, em detrimento dos investimentos na produção, pois estes dependem, em grande parte, de recursos provenientes de empréstimos e financiamentos, que com a alta nos juros, se tornaram mais caros.

Então, podemos dizer que as variações na Selic afetam diretamente os investimentos, sejam eles produtivos, ou especulativos, e que a política monetária posta em prática pelo Banco Central, nas últimas décadas, tem levado a economia nacional a registrar investimentos produtivos cada vez menores, privilegiando, em contrapartida, os investimentos especulativos.

O resultado disso estende-se a questões ainda mais amplas e de maior importância que meramente o controle da inflação, passando pela queda na oferta de bens e serviços, gerando, assim, a chamada inflação de demanda, pela busca por produtos estrangeiros para suprir a demanda interna, e, mais além, induzindo à desindustrialização do país. Mas esses são assuntos para um outro ensaio.

1.2.3. Sobre os Preços e o Poder de Compra

Já vimos que juros elevados reduzem a inflação, pois encarecem as compras à prazo, reduzindo, consequentemente, a demanda e as pressões sobre a oferta. Por outro lado, como os recursos provenientes de empréstimos e financiamentos ficam mais caros, também desestimulam os investimentos na produção, limitando a oferta de mercadorias. Nesse cenário, de oferta reduzida e alta nos custos de produção, adivinhem qual é o resultado mais esperado… Você acertou! A resposta é a alta nos preços das mercadorias!

Já os juros baixos, têm efeito contrário, incentivando o consumo e os investimentos na produção, pois com juros baixos, o crédito fica mais barato.

Podemos, então, dizer que assim como nos casos da inflação e dos investimentos, as variações nos juros também impactam os preços das mercadorias, e, consequentemente, o poder de compra da sociedade. Com juros altos, só quem ganha é o especulador, enquanto que o produtor e o consumidor, vêm seu poder de investimento e compra caírem.

O objetivo deste breve ensaio foi transmitir ao leitor, sobretudo ao leigo em assuntos econômicos, noções sobre os impactos das variações nas taxas de juros, mais especificamente, da taxa Selic, esta, resultante da política monetária colocada em prática pelo Banco Central do Brasil. Para maiores esclarecimentos, há vasta bibliografia acerca desse tema, entre outros meios de acesso à informação, que vale à pena ser consultada.

*ROBERTO BASSI RIBEIRO SOARES


















-Economista graduado pela Pontifícia Universidade Católica - PUC-SP (1994);
- Mestrado pela Pontifícia Universidade Católica - PUC-SP (2004);
-Atua há mais de 10 anos como Perito Econômico-Financeiro; 
-Tem ainda experiência na área comercial como Hunter e Farmer e, na organização da área financeira em micoempresas e MEI's;
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-Foi Professor Universitário por mais de 20 anos em disciplinas de Cursos em Ciências Econômicas e Administração.

Nota do Editor:

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