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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

O Parque, o Patrimônio e a Administração Pública

Autor: João Luiz Corbett (*)


No início do século XX a arte e a ciência despontavam como os grandes fatores de mudança na história, e dentre as múltiplas novidades a arquitetura iniciava seus primeiros passos no que seria conhecido como Modernismo. Na França o nome que despontava era o de Le Corbusier.

Entre seus alunos havia um russo de nome Gregori Warchavchik. No ano de 1923 Warchavchik vem para o Brasil que ainda efervescia com a semana modernista em São Paulo. Participante ativo das artes casa formando uma família ligada às artes e a literatura.

Numa chácara com aproximadamente 12 mil metros quadrados, na Vila Mariana, São Paulo, Warchavchik projeta em 1927 e constrói em 1928, a casa da família. Sendo considerada a primeira obra de arquitetura moderna no Brasil, com um jardim reunindo arvores de todo o Brasil.

Por que estou contando tudo isto? Porque a história deste parque se mistura com a valentia dos moradores do bairro que em 1983 lutaram pela preservação da área verde e das construções históricas, que iriam se transformar num condomínio com três torres. O movimento chamou a atenção dos políticos de então e o imóvel foi tombado pela prefeitura e anexado ao patrimônio público.

A partir daí podemos conhecer um pouco da vontade política de preservar o patrimônio público ou de escondê-lo de forma a não chamar a atenção. Considerando que já se passaram 41 anos desde o tombamento vemos hoje um parque e museu totalmente abandonados e se deteriorando dia a dia.

Sendo o parque originário de uma casa seu entorno é totalmente cercado por muros tendo apenas um portão de entrada, sendo muito comum, para alguns moradores da região e principalmente pelas pessoas que circulam pela rua não saberem o que há atrás dos muros.

Aqui entra a história do investimento público. No início dos anos 2000, após 17 anos do tombamento e da deterioração constante, foi realizado um concurso público sendo aprovado um projeto que em valores atualizados deve ser de aproximadamente R$ 25 milhões, a serem custeados pela prefeitura ou pela iniciativa privada. Até hoje, 2024, nenhum dos dois se interessou. Como e por que investir em algo que ninguém vê? Um local de história, arte e cultura fechado atrás de muros não atrai empresas e políticos.

Eventos artísticos dos mais variados teores foram levados a efeito não para angariar fundos ou patrocinadores, mas para prometer que esta `nova administração` faria a manutenção das construções históricas e da área verde, nada aconteceu. O patrimônio cultural se deteriora a olhos vistos. A única informação que dão é que sendo um patrimônio histórico e tendo um projeto aprovado nada pode ser feito a não ser que siga exatamente o projeto aprovado. Ou seja, é permitido deteriorar. Conservar sabe-se lá quando.

Aqui pode-se incluir o precário sistema de saúde: AMA – Assistência Médica Ambulatorial, UBS – Unidades Básica de Saúde e UPA – Unidade de Pronto Atendimento. Todos fazem parte do patrimônio público seja no imóvel ou nos equipamentos. Distribuídos em diversos bairros da capital normalmente têm instalações precárias e sempre sem manutenção assim como os equipamentos.

Todos nós sabemos que quando não há manutenção constante o custo de recuperação é muito maior, provocando demora no atendimento, atraso em resultado de exames e um sistema de atendimento jurássico. Aqui vai um pequeno detalhe; como não há investimento em informatização caso você seja atendido em destas unidades e tiver que ser encaminhado para outra unidade, você terá que levar o prontuário, os exames e tudo o mais. Não há comunicação entre as unidades!!!!

Investimento é coisa séria mais ainda quando se trata de investir em patrimônio público e cultural, ou seja, naquilo que pertence a todos nós e à nossa história. Este parque é o mais puro exemplo da nossa realidade de administração pública. Para aqueles que quiserem conhecer o Museu Casa e Parque Modernista fica na Rua Santa Cruz, 325, Vila Mariana, São Paulo. No Facebook: Amigos do Museu Casa e Parque Modernista.

* JOÃO LUIZ CORBETT






















-Economista com carreira construída em empresas dos segmentos de açúcar, álcool, biocombustíveis, frigorífico, exportação, energia elétrica e serviços, com plantas em diversas regiões do país;

-Atuação em planejamento estratégico empresarial, reorganização de empresas, aprimoramento de competências, elaboração de planos de negócios com definição de estratégias, estrutura societária e empresarial, com desenvolvimento e recuperação de negócios e

- Atuação em empresas de grande e médio porte nas áreas de planejamento estratégico, orçamento, planejamento e gestão financeira, tesouraria, controladoria, fiscal e tributária.


Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

A tão sonhada fama


 Autora: Adriana Batista da Rocha (*)

Já fiz algumas inimizades para expor minha opinião sobre o que significa ser escritor. Ao contrário do que muitos imaginam, não tem nada a ver com fama, glória, e ou glamour.

Nesses 15 anos de ofício, vi escritores talentosos surgirem cheios de sonhos que se tornaram enormes expectativas, e muitos, hoje, estão deprimidos por não conseguirem alcançá-las. E, pior ainda! muitos abandonaram a escrita pelo caminho.

A fama cega. Há quem a persiga a qualquer custo, sem considerar o preço emocional que ela pode cobrar:  distanciamento da família, agendas e viagens extenuantes, a privação dos momentos mais simples – como assistir a um filme no cinema, passear no parque ou curtir um espetáculo de teatro sem ser interrompido. É fácil esquecer que o reconhecimento público, tão desejado, pode trazer consigo uma solidão imposta.

Tem muita gente confundindo insatisfação profissional, falta de grana, ou ausência de alguém e até carência de amor próprio com depressão. Procurar um psicólogo ajuda, e acho que todo artista tem um pouco de loucura. Terapia pode fazer bem.

A fama parece ser uma consequência positiva do sucesso, mas o sucesso mesmo não tem nada a ver com fama ou glamour. Cumprir pequenas metas também é sucesso. "Um sucesso" também é ser inteligente o suficiente para criar metas realistas e alcançá-las.

Tenho observado há tempo algo no mundo dos famosos: o mesmo fã-clube que coloca um artista no topo é o primeiro a conspirar contra ele, jogando sua trajetória no lixo, sem preocupar-se com as consequências.

A fama talvez seja tudo, principalmente aos que não tem quase nada na cabeça.

*ADRIANA BATISTA DA ROCHA



 







Segundo suas próprias palavras:

Adriana Rocha, ou Drika Rocha é Drª H.C. em Literatura, escritora, autora de vários títulos; premiada nacional e internacionalmente,  é colunista cultural e empresária. 

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

O problema do Halloween


 Autor: Marcelo Duarte Palagano(*)

Em outra oportunidade foi apresentado uma reflexão sobre a crise cultural que permeia a nossa sociedade. No artigo "NATAL X NATAL", postado neste mesmo Blog em 01/12/2023, apresentamos as razões de como o evento natal de Nosso Senhor Jesus Cristo foi sequestrado pelos símbolos do natal do mercado capitalista. Lá apontei uma realidade que nos rodeia, qual seja, o fato de elementos natalinos não cristãos ganharem mais apreço e mais importância no comércio.

O fato disso acontecer nos revela que as pessoas estão cada vez mais valorizando as ideias e os valores que são "vendidos" pelos canais do mercado (Tv, rádio, internet etc.), ao passo que os valores que são herdados, ou conquistados no âmbito familiar vão ganhando cada vez menos importância.

E por conta disso, é inegável que há uma verdadeira crise cultural que resvala na crise social que temos em nossa sociedade, e que pode muito bem ser atestada pelos frequentes casos de divórcio, de agressão a membros da família (marido x mulher, pais x filhos), desvio de nossos jovens para o mundo das drogas e da alienação, desvalorização da vida, sobretudo da maternidade, e a hipervalorização do aborto etc.

Naquela oportunidade também mencionei sobre o evento do "Halloween", ou como é conhecido no Brasil, "Dia das Bruxas", onde expressamos:

"...Neste mesmo bloco de ideias a se discutir também é conveniente colocar o fenômeno do "Halloween" ocorrido no mês passado e que antecedeu o dia de todos os santos. Como se pôde observar pelas prateleiras de lojas e afins, o fenômeno que busca celebrar o "Dia das Bruxas" tem ganhado cada vez mais espaço ao passar dos anos, além de uma impressionante influência relevante ao ponto de já ser considerado por muitos como um aspecto tradicional e elemento essencial à cultura da sociedade."
E hoje esse evento ganha ainda mais importância, contudo, há um problema para nós brasileiros. O dia 31/10 é considerado como o dia do Saci, e essa data foi eleita propositalmente para combater a influência cultural que vem do exterior.

O Dia do Saci é uma celebração que ocorre no dia 31 de outubro e tem suas raízes na cultura afro-brasileira. O Saci Pererê, como é conhecido, é uma figura folclórica do folclore brasileiro, conhecido como um espírito travesso que é negro, tem apenas uma perna, com a qual se locomove pulando rapidamente, fuma um cachimbo, que é uma espécie de pito, e usa um gorro vermelho. Ele é frequentemente associado a lendas e histórias contadas por escravos africanos trazidos ao Brasil.

A celebração do Dia do Saci é uma forma de homenagear essa figura mítica e preservar as tradições culturais afro-brasileiras. É um dia de festa, com danças, músicas e rituais que celebram a cultura e a história do Saci Pererê.

O Dia do Saci foi criado em 2003, por meio do projeto de lei nº 2.762/2003 do então deputado Aldo Rebelo. Porém, o projeto acabou sendo arquivado.

Entretanto, dez anos após a primeira tentativa, em 2013, a Comissão de Educação e Cultura elaborou o projeto de lei nº 2.479/2013, que oficialmente consolidou o dia 31 de outubro como o Dia do Saci.

No trecho a seguir podemos ver a justificativa para a elaboração do projeto de lei:

"A sugestão para a criação do "Dia do Saci" parte de um grupo de entusiastas da cultura popular, preocupados com o resgate da mitologia e da cultura popular brasileira. O objetivo é chamar a atenção para o resgate de lendas do nosso folclore para que se torne uma comemoração nacional das tradições brasileiras. [...] A escolha do dia 31 de outubro, quando é comemorado o Halloween (Dia das Bruxas) nos Estados Unidos, festa que a cada ano atrai mais crianças brasileiras, é proposital. [...] A intenção desse projeto é ensinar às crianças que o país também tem seus mitos, difundindo a tradição oral, a cultura popular e infantil, os mitos e as lendas brasileiras". (grifei)
Entretanto, no estado de São Paulo, o Dia do Saci já havia sido oficializado, em 2004, pela lei estadual nº 11.669.

A ideia surgiu em São Luiz do Paraitinga, pequena cidade do Vale do Paraíba paulista, depois que um grupo de apaixonados por sacis se reuniu e criou a Sosaci (Sociedade dos Amigos do Saci).

Me recordo do tempo de escola em que éramos apresentados às fulguras folclóricas do Brasil, entre as quais podemos destacar o Saci Pererê, a mula sem cabeça, o boitatá, o Curupira, a Cuca, entre outros.

Muitos desses personagens estiveram presentes nas obras de grandes escritores brasileiros como Monteiro Lobato e Ziraldo. Além de que grandes nomes como os de Câmara Cascudo, Florestan Fernandes, Pedro Teixeira e Inezita Barroso também colaboraram para que o folclore brasileiro florescesse.

O folclore é essencial para a identidade cultural de um povo. Ele preserva tradições, lendas, mitos, danças, músicas, e costumes que são passados de geração em geração. Além de fortalecer a identidade cultural, o folclore também promove a inclusão social, ajudando as pessoas a se conectarem com suas raízes e a valorizar a diversidade cultural.

Enaltecer o "Halloween" em detrimento de nossas lendas, mitos e tradições é um erro tremendo, levando em consideração que o "Dia das Bruxas" não é uma celebração típica do Brasil.

Como também não é um evento bem-quisto para religiosos católicos que nestes tempos preferem supervalorizar a celebração do dia de todos os santos (01/11) e lançam mão de uma série de conteúdos nas redes sociais buscando dar "explicações" da origem pagã do "Halloween" na esperança de afastar os católicos das festas com monstros, bruxas e aboboras, ou da sua “origem católica”, uma vez que o nome HALLOWEEN vem da contração da expressão inglesa "All Hallows' Eve", que significa "véspera do Dia de Todos os Santos".

Nitidamente há dois problemas no Halloween: uma de ordem religiosa; e outra de ordem tipicamente cultural que contrasta com o valores da nação.

Mas não para por aí.

O próprio evento Halloween tem mudado de ano após ano. O que antes era uma celebração de "Dia das Bruxas" hoje vemos como um grande dia para celebrar a cultura do terror e do horror, notadamente as séries e filmes que abordam tais temáticas.

Personagens como Jason, Freddy Krueger, boneco Chucky, Ghostface (da série Pânico), Michael Myers (da franquia Halloween), Leatherface (da série Massacre da Serra Elétrica) e a menina do exorcista tem tomado lugar das velhas bruxas de modo que a data de 31/10 é, na verdade, uma data que se comemora a temática do terror e, ainda, se vende brinquedos, fantasias e enfeites de aboboras, o que no final das contas isso tudo só significa uma coisa: COMÉRCIO.

Sim, é o Mercado novamente mostrando suas garras e demonstrando o seu imenso poder e influência.

Fontes:






* MARCELO DUARTE PALAGANO























-Advogado, graduado em Direito pela Universidade de São Caetano do Sul (2015);

 -Pós-graduado em Processo Civil pela Academia Jurídica em 2020; e

Atua nas áreas do direito Civil, de Família, Sucessões, Consumidor e do Trabalho.

 

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Fantoches Transnacionais

Ubiratan Machado de Oliveira (*) 
 

O controle dos globalistas está desmoronando, e seus fantoches e marionetes não passa de peões oprimidos. O esforço implacável da elite global para esconder sua corrupção e decadência está desmoronando, e patriotas e soberanistas estão expondo tudo nas redes sociais. Percebe-se uma convocação de emergência das elites que utiliza suas marionetes para esta finalidade.


As grandes corporações financeiras têm consciência que a perda do poder executivo significa que toda a farsa das guerras desmorona.  As centenas de bilhões de dólares canalizados para os conflitos bélicos em andamento nunca visaram defender a liberdade, mas sobre lavagem de dinheiro e enriquecimento da  elite. Por isso mesmo é que marionetes foram instalados no poder para serem controlados, usando-se a guerra como disfarce para suas operações ilegais. Agora, os globalistas veem o retorno de seus adversários ao poder, o que os conduziu ao pânico total.


Enquanto isso, multibilionários promíscuos tem a audácia de aventurar até nas fronteiras das lutas sangrentas em um golpe de relações públicas glorificado.  Durante anos, eles negligenciaram e financiaram os conflitos e o tráfico de drogas, armas e seres humanos. Documentos confidenciais revelam que facções globalistas planejaram inundar a Europa e a América com milhões de imigrantes econômicos, usando-os como uma arma de controle social. 


Os líderes patriotas são os únicos que estão entre os povos ocidentais e uma tomada global completa.  O estamento burocrático está jogando sujo e usando tudo que tem contra a liberdade de expressão, difamações da mídia, eleições fraudadas, políticos fantoches e muito mais. Mas os conservadores já conhecem essa estratégia e não se quedarão inertes.


No contexto tupiniquim os ditadores avisaram há cinco anos que editariam o Brasil, agora já proclamam que um processo recivilizatório terá início. Ainda vemos vozes discordantes e uma boa quantidade de cidadãos não se intimidaram com toda a injustiça e repressão já implementadas no país.


Não se conta mais do que 200 congressistas sem cabresto em Brasília, mas a esperança de retorno da legalidade e da normalidade jurídica é um sonho que não pode morrer. Esta mesma situação é constatada em inúmeros países ocidentais. Manter a mente quieta e a espinha ereta é condição inicial para se vencer a disputa, pois o estar sem rumo definido é a qualidade de quem perderá a próxima partida, mais uma vez.


* UBIRATAN MACHADO DE OLIVEIRA















- Graduação  em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira;

Especialização em Administração de  Empresas  pela PUC-GO;

 - Graduando em Logística pela Faculdade Alfredo Nasser

- Atualmente é:

   -Gerente na transportadora Expresso Mineiro Ltda;

   - Professor de Inglês no Manhattan English Course e na Sociedade Educacional Pré-Médico Ltda; e

- Engenheiro Assistente  com acervo técnico de execução pela Construtora Mendes Júnior S/A, do Sistema Meia Ponte da SANEAGO;

-Orçamentista no IPPUA – Prefeitura de Aparecida de Goiânia;

- Analista de Correios nos Correios e

-Auditor de Controle Externo no TCM-GO.

 

Nota do Editor:


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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A Nostalgia e a Angústia do Presente


 Autora: Mônica Maria Ventura Santiago (*)

"Durante a nossa vida: Conhecemos pessoas que vêm e que ficam, Outras que vêm e passam. Existem aquelas que vêm, ficam e, depois de algum tempo, se vão. Mas existem aquelas que vêm e se vão com uma enorme vontade de ficar..."
 Charles Chaplin

Pessoas existem que apreciam viver as lembranças do passado rememorando situações, amigos, entes queridos, acontecimentos, experiências ou épocas nas quais e pelas quais foram muito felizes. Estes indivíduos também gostam de pensar com insistência nos sonhos almejados e não realizados, por isso mesmo, padecem profundo sofrimento e apego, com a dor das emoções incontidas que os amarram aos espinhos do passado dos quais não conseguem se libertar. 

De modo geral, pessoas que se atêm às experiências vivenciadas no passado, guardando-as apenas no campo mental sofrem mais porque não se dão conta que é preciso entender as experiências também com o coração. A mente por si só, como uma rajada de vento que circula em remoinho, tortura a criatura, colocando-a em mal-entendidos difíceis de superar. O melhor seria abrir as comportas da alma para entender as experiências com o coração, pois, somente os sentimentos gerados no âmago do ser e aureolados pelo fogo sublime do amor, podem queimar as injustiças, as mágoas, as tristezas e encontrar a aceitação do passado.

O presente angustioso que se vive na atualidade insiste em atormentar os ideais de plenitude para viver-se o aqui e o agora com a Alma, de cujas orientações deveriam encaminhar para a libertação das amarras do passado e das energias negativas que não permitem o avanço na direção positiva com a criação de belos e saudáveis laços para uma existência feliz. 

Houve um brasileiro, um entre tantos outros, nascido no Sul do Brasil no ano de 1948 que parece ter vivido intensamente entre embaraços e laços, saudades nostálgicas e angústias, contudo, esforçando-se bravamente para viver em plenitude. Foi consagrado jornalista, escritor e dramaturgo. Foi perseguido pelo Departamento de Ordem Política e Social e refugiou-se. Fugiu do regime militar nos anos 70 e exilou-se em Londres passando também por Estocolmo em experiências solitárias e difíceis. Depois de tudo, pode retornar à Pátria mãe gentil, quando retomou sua criação literária em 1974, publicando contos e romances que o consagraram, até que partiu nas asas da morte em 1996, após descobrir a enfermidade que lhe ceifaria a vida, não sem antes, retornar à casa paterna há tempos abandonada. 

Lembrei-me deste brasileiro, cujo nome não citarei em respeito pessoal, como também de tantos outros cujas experiências anímicas de suas consciências e individualidades, foram marcadas indelevelmente, como sói acontecer com qualquer criatura, pelas emissões energéticas de suas personalidades. 

Ao lado de todos os sentimentos conhecidos, pessoas há que emitem suas vibrações com frequência diversificada e assim, transparecem sua condição íntima. Neste contexto, o ser pacífico, não passivo, ou o ser beligerante, expõe o equilíbrio que o guia ou o desequilíbrio que o atormenta, respectivamente. Assim também, as vivências malsinadas ou desvirtuadas do passado, resultam nas drásticas consequências do agora. 

Quando refletimos na nostalgia, obviamente, um sentimento saudoso de carinho ou tristeza por algo ou alguém de nosso passado, indubitavelmente, encontraremos na Lei das Atrações Magnéticas, as respostas para os incontáveis episódios da existência humana, pois, independentemente da faixa etária, social ou cultural, todos carregam ao redor de si o campo que instiga as atrações vinculando criaturas que emanam energias similares para o bem como para o mal. 

Na angústia dos dias atuais, repensar a nostalgia dá-nos conta que os sentimentos necessitam serem educados no caminho do enobrecimento da Alma humana. Destarte, é imprescindível analisar como o Mestre de todos os mestres ensinou: "Vigiai e Orai para não cairdes em tentação"Mateus, 26:41. Isto porque tudo o que se espalha com a lábia enganadora, com os propósitos cruéis de perturbar, corromper, perseguir, caluniar e maldizer, envolvendo outrem para tirar proveito em seu próprio benefício em detrimento da dor alheia, causando sofrimento e feridas nos sentimentos dos outros, um dia, próximo ou remoto, retornará para aquele que se equivocou nas vielas torpes da intemperança, das iniquidades, dos gozos fáceis e dos domínios sobre os outros. E com lições muito duras, a Vida mestra reeducará o indivíduo nos caminhos outrora perdidos do equilíbrio dos pensamentos, das palavras, das atitudes, na reabilitação por meio do trabalho árduo, fazendo sofrer o imprevidente todos os padecimentos, assédios e ataques que impôs aos outros.

Nessas reflexões entre nostalgias e angústias, num belo momento de apreciação musical e linguística, ouço e recordo o inesquecível Duo britânico que foi enorme sucesso iniciado nos idos de 1980, prolongando pela década de 90, após o que, separaram-se permanecendo grandes amigos, embora seguindo rumos diferentes.  

Refiro-me ao Eurythmics cuja tradução "eurítmica" tem origem grega no termo "eurythmía" – substantivo feminino que tem o sentido de justa proporção ou que signifique regularidade entre as partes de um todo. Pospondo-se o sufixo "ico" – (De eurritmia + -ico) – teremos "errítmico" - adjetivo e substantivo masculino do qual se diz que produz "eurritmia" igual "eurythmía" – normalidade de ritmo, cujos antônimos são: arritmia – ausência de ritmo ou perturbação ou desvio do ritmo, como uma arritmia cardíaca. E, disritmia – distúrbio de ritmo como por exemplo o distúrbio do ritmo cardíaco ou do cerebral. 

A vocalista do Duo inglês cantava The Miracle of Love – O Milagre do Amor, na bela canção que diz:

"Quantas mágoas (tristezas, feridas) você tenta esconder num mundo de ilusão 

Isso está encobrindo (nublando) sua mente?

Eu vou te mostrar algo bom! Oh, eu vou te mostrar algo bom!

Quando você abrir sua mente você vai descobrir o sinal 

Que há algo que você está ansioso para encontrar 

O milagre do amor vai tirar sua dor

Quando o milagre do amor vier na sua direção (em seu caminho) novamente

Cruel é a noite que encobre seus medos 

Suave é aquela que enxuga suas lágrimas

Deve haver uma brisa amarga para fazer você doer tão cruelmente 

Eles dizem que o maior covarde é o que pode ferir (machucar) mais ferozmente 

Mas eu vou te mostrar algo bom! Oh, eu vou te mostrar algo bom! 

Se você abrir seu coração você pode fazer um começo (pode recomeçar)

Quando seu mundo em ruínas desmoronar

O milagre do amor vai tirar sua dor 

Quando o milagre do amor vem em seu caminho (direção) novamente".
Nesta tradução livre e literal imaginamos o ritmo que "Eurrítmica" traz com o sentido da regularidade entre as partes de um todo e "Eurrítmico" como normalidade de ritmo. Um é o substantivo feminino o outro, o substantivo masculino. O Yin e o Yang como no conceito Taoísta que mostra a dualidade de tudo o que existe. Forças opostas e complementares que se encontram em tudo o que vive.

Assim, nostalgia, melancolia e saudade como a angústia e a aflição, são sentimentos que convivem no íntimo das criaturas como a arritmia, aquela ausência de ritmo ou perturbação ou desvio do ritmo para que se aprenda a valorizar seus opostos tais, serenidade, leveza, júbilo, satisfação, sentimentos de contentamento e alegria. Vivamos o milagre do Amor, força motriz do equilíbrio de tudo e de todos! 

Referência: 

https://www.youtube.com/watch?v=mAilvA8OA7Y 

*MÔNICA MARIA VENTURA SANTIAGO

















- Advogada graduada pela FADIVALE/GV (1996); 

Latu Sensu em Linguística e Letras Neolatinas pela UFRJ (1992);

-Degree in English by Edwards Language School – London -  Accredited by the British Council, a member of English UK and a Centre for Cambridge Examinations (2000);. 

-Especialidades:  Direito de Família e Sucessões,  Direito Internacional Público e Direito Administrativo;  e

-Escreve artigos sobre Direito; Política; Sociologia e Cidadania.

Nota do Editor:

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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Face a face contrafactual

Autor: Jacinto Luigi de Morais Nogueira(*)


Iniciarei minha reflexão de possibilidades com algumas palavras do Apóstolo Paulo, Epístola aos Coríntios:

…mas não tivesse amor, eu nada seria… O amor não se alegra com a injustiça, mas sim com a verdade… e a maior delas é o amor.


Posso então existir, viver e ser nada, se não tiver amor?


Na existência de cada pessoa há um propósito de ser alguém, e alguém que tenha amor?


Se alguém se alegra com a injustiça não tem amor?


Quem se alegra com a verdade será o quê?


Quando a maior delas for o amor, viveremos um mundo de paz e bem?


Sigo imaginando espantos com a ligação, nexo ou harmonia entre dois fatos ou duas ideias, nas palavras de uma astuta doutora comum: 


…garanto-lhes que sou cristã e busco ser coerente no pensar e no agir… e decido minha vida e a dos que amo de maneira sensata… vivo satisfeita com minhas escolhas do dia a dia… se causo sofrimento às pessoas de minha comunidade, não sei…


Coerência é viver verdadeiramente? Ignorar as próprias ignorância e incoerência foi a realidade de muitos que viveram? A humanidade se repete absurdamente? Somos criadores dos problemas que sofremos e parte da solução?


Ao amar e respeitar o humano que sou, devo ao menos respeitar a vida de cada ser?


Se eu amar a minha vida, deveria respeito e gratidão aos meus pais e avós?


Quando eu passei a amar meus filhos, deveria gratidão e respeito à mãe deles e ascendentes?


Escolher de maneira leviana um Governador para cuidar da vida de uma comunidade e reclamar por ter sido assaltado na rua é coerente? E se causar a morte de um familiar? E se aquele que sofre for só mais um desconhecido, estarei condenando um pacto democrático que se propõe a defender os que respeitam a vida?

 

Saiu tranquilo para trabalhar depois de saber que o vizinho tinha sofrido um assalto e o tiro o deixara paraplégico. Aliviado por não ter sido ele. Mas ao se dar conta que na realidade paralela(ou nem tanto) seria o vizinho que estava indo trabalhar aliviado e ficou aterrorizado porque não podia mais voltar para mudar as consequências de suas escolhas?


E continuo com uma simples pergunta: se decidíssemos com mais seriedade as questões que impactam a nossa vida, a vida dos nossos familiares, vizinhos e cidadãos, teríamos uma existência mais humana e próspera?


Finalizo com um desafio: é 2024, ainda dá tempo de renascermos para a vida e a verdade; ainda dá tempo de amar e mudar as coisas! Escolhamos prefeitos e vereadores com a humana seriedade do amor e da coerência. Sejamos alguém para nossos irmãos, é preciso coragem, mas não é tão difícil assim.


*JACINTO LUIGI DE MORAIS NOGUEIRA















-Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (2023); 

-Anestesiologista especializado no SANE-RS / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / IC-FUC.; e

- Profissional liberal.

Nota do Editor:

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