É fato incontestável o de que a pandemia afetou
todas as áreas da sociedade, além da mais óbvia, ou seja, a própria preservação da vida humana. Em se
tratando da Educação, as consequências são gigantescas, destacando-se um
recorde negativo que aponta para uma verdadeira devastação no ensino, neste ano
de 2022, agora com todas as escolas abertas: A evasão escolar.
Com
aproximadamente 290 dias de portas fechadas no decorrer do ano de 2020, de acordo
com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep), nem todos os alunos voltaram quando da reabertura das escolas em
novembro de 2021.
De
acordo com relatórios da organização
Todos Pela Educação, houve um aumento de 171% de alunos fora da sala de aula desde
o mesmo período de 2019, sem contar a queda vertiginosa de matrículas a partir da
volta às aulas presenciais. São três os
motivos principais para o advento desta triste realidade, na opinião do diretor
executivo de Todos pela Educação: 1) A quebra de vínculo do aluno com a
educação; 2) As lacunas de aprendizagem acentuadas por conta da pandemia; 3) A
crise econômica.
-Mas,
o que fazer diante deste quadro? - Seria ele irreversível?
Sabe-se
que a educação vive o momento mais difícil dos últimos vinte anos, e a razão
não se deve somente à pandemia, como também à falta de apoio do governo federal,
que trava uma guerra de doutrinação e de eliminação do pensamento crítico dos
estudantes brasileiros.
Após
as demissões dos servidores do Inep, da renúncia de 114 pesquisadores do Capes
e do esvaziamento do Enem, dificultando o acesso ao ensino superior, Jair
Bolsonaro deverá usar o esgotamento do Banco Nacional de Itens (BNI) para impor
sua visão preconceituosa e excludente da sociedade e do mundo, numa tentativa
extrema de garantir o apoio dos mais conservadores para sua reeleição.
Em
suma, a questão da evasão dos alunos, que poderia ser resolvida, por exemplo, com
a implantação de cursos de artes, cultura e esporte, é bem provável que se
prolongue muito além do que se imagina. Até porque ainda depende do resultado
das eleições deste ano de 2022.
E
que vença aquele que tem os melhores e mais elevados projetos para a Educação,
priorizando-a , como sempre deveriam tê-lo feito.
*MARIA ELIZABETH CANDIO
-Graduada em Letras e Tradutor & Intérprete pela Faculdade Ibero -Americana (1982);
-Pós -graduada em Literatura Brasileira (1985);
-Mestre em Literatura Comparada pela USP, Universidade de São
Paulo ( 2007);
-Professora de ensino superior, médio e fundamental I durante
40 anos;
- Escritora e poeta, tendo publicado os livros Canção
Necessária (1986) e Ávida Vida (2020);
- Revisora da Editora Becalete;
- Membro da Academia Contemporânea de Letras, desde 2020, tendo
como patronesse a escritora Clarice Lispector.