Nós
advogados, operadores do direito, em diversas ocasiões nos deparamos, no
judiciário, com situações absolutamente esdrúxulas e que são, muitas vezes,
inexplicáveis.
Se
são inexplicáveis para nós mesmos, quem diria explicá-las a nossos clientes
que, muitas e muitas vezes não acreditam que tais circunstâncias podem ocorrer
dentro do andamento de um órgão que se encontra dentro da tripartição dos
poderes supremos brasileiros.
Em
tempos idos, houve Juízes que se negavam a atender advogados ....
O
mesmo em relação a outros diversos que, desde logo, empossados e tão logo
assumem uma vara, passam a sofrer da síndrome da juizite.
Tive
amigos maravilhosos que, ao assumirem a magistratura ficaram intratáveis.
No
cotidiano dos Tribunais, ocorrem vários problemas com Juízes que não têm o
mínimo de sensibilidade no tratamento, não só com os advogados, mas sim com as
partes em meio às audiências.
O
que falar de um Juiz, em primeiro grau, em vara de família que negou a uma mãe
o direito de estar com seus filhos menores, uma vez que o pai, com uma grande
abundância financeira, "tinha melhores
condições, financeiras, econômicas e sociais de criar e educar seus filhos".
Graças
a Deus, temos um tribunal que em matéria de família é composto de juízes muito
mais humanos do que aqueles que compõem câmaras de falência, empresarial, etc.
Aliás,
deveria haver nas faculdades uma matéria que ensinasse aos bacharelandos como se deve tratar os juízes.
Advogados
à moda antiga, barriga no balcão dos cartórios, acostumados no tratamento de
pessoas que vão desde os mais simples estagiários dos cartórios, passando por
escreventes, oficiais de justiça e até os Juízes, são obrigados a conhecer as
meneirices de como enfrentar os dias
mais negros de cada um desse contingente de indivíduos com os quais,
obrigatoriamente, devem se relacionar.
Como
explicar a um cliente aflito, buscando desesperadamente uma manifestação do
magistrado que, em que pede ter demonstrado entendimento da emergência da
situação a ele exposta por embargos auriculares do profissional, tanto que exarou
um despacho “conclusos com urgência”,
que o processo demorou 15 dias para sair do cartório e ir para a mesa do Juiz?
E
quando foi à mesa do Juiz ele convocou o causídico para saber bem do que se
tratava por não se lembrar do que haviam conversado......... (pelo menos este
juiz foi um pouco mais normal ao reconhecer o seu esquecimento).
E
foi mais normal em razão de não querer ocultar a sua ignorância (coisa que não
só os Juízes fazem, mas muitas vezes, os advogados também).
Se
fizermos uma coleta de informações junto aos advogados, a respeito de coisas
esdrúxulas no Judiciário, teremos um “larousse”
de informações.
Certa
feita tive conhecimento de um advogado que, depois de quatro negativas de um
Oficial de Justiça em cumprir uma reintegração de posse sob as mais esdrúxulas
desculpas (o réu não estava, no imóvel só tinha a avó do réu, ele saiu, etc.),
requereu ao Juiz que, (ipsis verbis) PELO AMOR DE DEUS (assim
mesmo, grifado e em negrito) determinasse ao Oficial de Justiça que cumprisse
as determinações dele, Juiz, para que procedesse à reintegração da posse.
E
não é que o Juiz ficou bravo!!!!! Deu uma bronca no advogado dizendo que o
estado era laico e que direito não se misturava com Deus. . . . . . Mas acabou
por determinar o cumprimento do mandado sob pena de força policial até mesmo
contra o oficial (claro que não foi necessário).
Temos
também o caso de um advogado que entrou no gabinete de um Juiz Federal e ao ser
percebido por este último, veio a questão
Juiz
- "O que o senhor está fazendo aqui?"
Advogado
- "Eu gostaria de despachar com o senhor"
Juiz
– "Eu não falo com advogados "
Advogado
– "Então o que o senhor está fazendo aqui?"
O
juiz ficou indignado com a resposta e aí o pau comeu. Descomposturas para cá,
descomposturas para lá e, finalmente, com a presença do saudoso José de Castro
Bigi, que foi presidente da OABSP e advogado atuante, que, por acaso estava
próximo do gabinete do Juiz, foram os ânimos acalmando em razão dos panos
quentes jogados pelo velho e experiente Bigi.
Mas
o despacho foi dado. J.cls., mas foi dado.
Mas
nós, os advogados temos que entender que estes Juízes, assim como seus
assistentes em seus respectivos cartórios, são humanos e, como tal, sujeito a
falhas.
Assim
também como nós, advogados, estamos sujeitos aos humores da vida e, muitas
vezes, estes humores determinam as nossas ações, muitas vezes tornando-as muito
mais sérias e pesadas do que realmente elas são.
E
todos estes percalços que ocorrem entre o relacionamento entre juízes e
advogados, não devem se findar. Estão eles sob a égide das atitudes humanas e
como tal, extremamente sujeitas a falhas.
Imaginem
se os Juízes fossem comentar as singularidades dos relacionamentos que eles têm
com os advogados.
Seriam
dois “larrousses” . . . . . . . .
- Bacharel pela Faculdade de Direito da USP(1974);
-Foi membro ativo perante a Ordem dos Advogados de São Paulo, atuando por diversos anos nas comissões de estágio e exame de ordem e na de prerrogativas;
-Foi Diretor jurídico e de Recursos Humanos do Jockey Clube de São Paulo e
-Atua principalmente nas áreas de direito de família, cível, empresarial e imobiliário.
-Atua principalmente nas áreas de direito de família, cível, empresarial e imobiliário.
Nota do Editor:
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