O presente artigo possuí como objetivo relatar a participação efetiva dos pais na relação acadêmica dos filhos, visualizando a escola como um espaço democrático em que todos os presentes deste âmbito tem o direito de exercer a cidadania, ou seja, a formação dos alunos em prol dos interesses sociais para perceberem a importância em suas atividades.
As escolas básicas do ensino regular, sejam elas públicas ou privadas, acreditam no caminho da organização democrática, que possibilita a todos o espaço à voz no contexto do ensino-aprendizagem. Dessa forma salienta-se que uma escola democrática é uma escola que se baseia na linha participativa, iguais para estudantes, pais e funcionários. No ambiente acadêmico as vozes fazem parte do ensino e da liderança, em que todos participam das funções de acordo com o interesse de um bem comum. Assim, todos estão democraticamente comprometidos com as responsabilidades das relações com o outro.
E não menos importante, como consta no Artigo 205 da Constituição Federativa do Brasil: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”. Disponível em
http://www.direitoaeducacao.org.br/constituicao-federal/. Acessado em 13 de maio de 2017.
Seja estatal ou de controle privado, as instituições de ensino não podem ser vistas como filantropia, ou seja, meras prestadoras de serviço assistencial. Se a escola deseja transformar-se para um bem comum, faz-se necessário a participação do discurso dos pais e do coletivo. Neste ponto, os discursos revelam diferenças no que se refere à apresentação e à democracia escolar, vista em diferentes ângulos por muitos. Os pais e professores que se interagem de forma contínua, considerando sempre todas as dificuldades, encontrarão juntas as soluções que favoreçam a família, os educadores, a instituição escolar e, principalmente, os alunos. Essa é a razão de ser da parceria entre a escola e a família.
Os pais devem enxergar os professores como aliados e não como inimigos. Já os professores possuem a necessidade de ver os pais como potencializadores do rendimento escolar do filho, abrindo possibilidades de identificarem juntos as deficiências de aprendizagem e reprogramar o processo de ensino de maneira personalizada e eficiente. Não basta dizer a um responsável que o seu filho não está indo bem na escola por diversas razões, mas o pai precisa saber como pode intervir e como deve fazer para ajudar. Além disso, os direitos e deveres da família e da instituição devem estar claramente definidos sobre como auxiliar em ambos.
Porém as expectativas dos pais em relação à escola, ao professor e aos rendimentos do filho, em alguns casos são contraditórios como visto acima.
Baseado em observações, vê-se que menos da metade dos responsáveis presentes alegam que a escolarização é um passo para a prosperidade da criança e adolescente para a vida futura. Apenas 1/3 dos responsáveis legais participam frequentemente da democracia escolar. Muitos restantes destes 2/3 alegam falta de tempo por motivos variados, em especial jornada de trabalho, ou até mesmo vê-se o desinteresse pelo desempenho do filho visando a escola como a única responsável por tal.
Ainda assim, muitos pais destacam que a então prestadora de serviços (instituição escolar) possuí a única obrigação na educação, respondendo que a relação ensino/aprendizagem cabe somente ao órgão. Destaca-se aqui a necessidade de apontar o diálogo de uma herança cultural ainda viva atualmente, que a instituição deve cuidar apenas do intelecto do menor e não mais que isso.
Dados referem às expectativas dos pais em depositarem na escolarização dos filhos, não desenvolvendo estratégias em confrontar interesses em comum, mas apenas ensinar. Assim fica claro o desconhecimento dessa maioria sobre o papel que a escola desempenha.
Apesar de a escola defender, e com muita razão, a necessidade da participação na vida escolar, este tem sido muitas vezes, negligenciado. Poucos possuem a leitura da relação escola x pais inseridos no contexto pedagógico, não possuindo a consciência da importância na vida acadêmica.
A parceria família e escola trazem impactos positivos. Reuniões de conselho, apresentações de trabalhos abertas à família, deliberações coletivas e outros eventos com a participação dos pais resulta da união de forças entre a família e a instituição escolar tornando o espaço mais útil e dinâmico.
POR MARIA DE MARCO BOHOMOLETZ
-Professora de História do Ensino Fundamental e Médio;
-Graduada em História pela PUC Minas e Pós Graduanda em Gestão em Orientação Educacional pela UNA BH e
-Professora desde 2008 sendo 5 anos de EJA.
Apaixonada pela história da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, já foi foco de pesquisa por algum tempo.
Nota do Editor:
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Excelente artigo. Nos traz a reflexão sobre nossas funções na sociedade, família e como pessoa. Parabéns!!!
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