Autor: Edson Domingues (*)
O
nosso comportamento atual, é o resultado de nossas experiências e escolhas que
fazemos, e em grande parte, somos o produto de como nossos pais nos educaram, e
se relacionaram conosco, no decorrer do nosso crescimento.
Nascido em meados do século passado, tive uma educação e relacionamento com a minha família, não abastada, contando com a presença constante de pai e mãe, e uma convivência satisfatória, e com meus irmãos, notadamente os mais próximos em idade.
A minha educação era mais para liberal, tanto, que cada um dos irmãos cresceu de certa forma autonomamente, e essa liberdade fez com que cada um procurasse seu caminho à sua maneira, e de acordo com o interesse e vocação de cada um, e nossas atividades e profissões foram bem diversificadas, pois o espaço que nos foi dado e que de maneira velada, existia uma certa vigilância, onde um simples olhar, nos dava autorização nos direcionava para aquilo que poderíamos ou deveríamos fazer.
Hoje, sou uma pessoa realizada, que cresci e vivi de maneira a dar direção aos meus talentos, e com bastante tempo de vida, vejo que tenho histórias para contar, e algumas realizações das quais me orgulho, e deixo um legado que fez alguma diferença.
Num final de semana, fui passar em um hotel, e notava algumas pessoas e famílias, que observava como se relacionavam, se divertiam e conversavam, e não pude deixar de notar duas lindas crianças, com menos de dois anos, com comportamentos bem diferentes.
Um garoto, que me pareceu de uma família bem-posta, possuía bastante apetrechos de diversão, roupas, digamos sofisticadas, e na piscina iam a família com uma enorme boia para o petiz, vários brinquedos de marca, era esse garoto cuidado pelo pai e pela mãe, de maneira que ambos o tempo todos o cercavam em todos os seus movimentos, tal qual uma sombra, controlando suas ações e dirigindo a diversão e brincadeiras, e cheguei a questionar quem realmente estava brincando. A família era uma ilha naquele universo de gente.
Uma outra criança, uma menina, que mal sabia andar, era cuidada ora pelo pai, ora pela mãe, mas que tinha bastante espaço para poder andar, não tinha brinquedos, e tudo era objeto de sua curiosidade, de forma a que a poltrona, o tapete, as pessoas, e qualquer objeto poderia fazer parte de sua brincadeira, como a descobrir o mundo que a cercava, inclusive se permitindo relacionar com as pessoas ao redor, que se encantavam com a sua espontaneidade.
O menino, devidamente escoltado o tempo todo, só se relacionava com os pais, e tinha dificuldades com estranhos, enquanto a menina, ia descobrindo o mundo que a cercava, cuidada devidamente, é claro, mas permitia ver e se referir às pessoas à sua volta, e a cada um cativava.
Isso me levou às lembranças de mais de sessenta anos atrás, que me permitiu a adquirir os apetrechos para descobrir e conquistar o mundo.
Claro que nada é determinante ou definitivo, mas as oportunidades podem aparecer precocemente na nossa vida, e torná-la mais bela e libertadora.
Pensem sobre!
* EDSON ALVES DOMINGUES
Avaliação perfeita de comportamentos diferentes e questionamento de valores. Afinal, o que é mais importante numa relação familiar.
ResponderExcluirO comportamento infantil está atrelado à maneira de como se comportam papais, dando ou não liberdade aos filhos e tentando valorizar o que é de fato necessário à vida.
ResponderExcluirA crônica demonstra que cada criança se comporta com o que recebe de seus pais, ou seja, atenção e carinho, além da liberdade, tendo ou não ferramentas materiais para tal.
ResponderExcluirLeitora: Deise Domingues Giannini