Ao se estudar história com uma certa lógica (é meio contrassenso usar lógica mas leia com calma) percebemos que há ciclos na humanidade.
Tudo começa, com uma inovação tecnológica, seja ela de qualquer natureza, contanto que de alguma forma ela traga um ganho em produção, seja de alimentos, seja de transporte, seja de facilitação de comércio, entre outras.
A novidade num primeiro momento é cara pois é produzida em pequena escala, mas a criatividade do ser humano faz com que sempre seja possível fazer algo de uma forma mais barata e assim popularizá-la.
Se brevemente formos perceber na História como isso acontece, percebemos que as Grandes Navegações revolucionaram o mundo conhecido na época, onde o comércio possibilitou a descoberta de novos materiais em "novos mundos". Exemplificando, as especiarias da Índia e o Pau Brasil (que deu o nome ao nosso país) revolucionaram a culinária, a moda e mobiliário em toda a Europa. A segunda e grande Revolução foi a Industrial, onde com a descoberta dos motores a vapor abriram o leque de possibilidades de melhorias e facilidades ao ser humano, além de mudar o modo de vida - do rural ao urbano - isso tornou-se irreversível com a mecanização cada vez mais crescente da agricultura. A mais recente Revolução foi a tecnológica, informatizando, automatizando muitos processos humanos.
Shumpeter demonstra: quando há uma curva descendente nesse ciclo econômico, só com inovação tecnológica que se consegue sair da crise. Parafraseando com nosso momento atual econômico político de nosso país, entramos, e pior, com uma velocidade além da que se pode frear, numa curva descendente.
Então munidos dessas premissas vamos pensar juntos? Até há 2 anos atrás o Brasil ainda tinha chances de concorrer com os países emergentes para conquistar seu lugar no mundo com respeito. Estávamos 5ª economia do mundo, com desigualdades, mas pujantes. Agora já perdemos pelo menos duas posições, e se não acharmos uma inovação urgente que nos faça dar um salto podemos retroceder mais casas ainda no jogo de tabuleiro da economia mundial.
Estou falando da necessidade de pensar nosso país pelo menos pra daqui a 20 anos. Se ficarmos só na palavras (fumaça) do Levy - analistas internacionais querem ver os números - e esses estão em significativa piora - mesmo com o esforço do Congresso e do Executivo em cortar gastos. Estaríamos numa época em que o Governo deveria gastar mais (política fiscal expansiva) para estimular a economia. Mas pasme: o corte foi justamente em áreas estratégicas, como por exemplo o FIES. Para quem se orgulhava do "nunca antes na história desse país" foi afogar os sonhos de milhares e milhares de jovens de classe média baixa, que mais uma vez concluir um curso universitário voltou a ser sonho, e para um país que precisa melhorar gritantemente a Educação, isso é um retrocesso irreparável, atrasando mais a capacitação no mercado de trabalho, atrasando produção, desenvolvimento (e por aí vai).
Enquanto isso a presidente Dilma tenta melhorar a imagem do Brasil já arranhada e desacreditada pela imprensa internacional (veja matéria). Qualquer brasileiro que ame a sua pátria sente vergonha alheia de como o Brasil é visto hoje, depois de tanta corrupção e economia em crise.
O que tem salvo o Brasil é nossa performance em AgroNegócio (veja aqui). Mas o problema é que produzimos e exportamos commoditties, exportamos, por exemplo, soja, minério de ferro e importamos produtos acabados de outros países, em nada agregando valor à nossa já tão surrada economia. Isso sem citar Custo Brasil e a baixa produtividade, um gargalo de nosso crescimento.
Esperamos que Levy consiga, mesmo com o prestígio já em baixa, ser um aglutinador de forças pois nunca na história desse país houve tanta aceitação e rejeição de um (des)governo (notícia). Aguardemos quem vai salvar a lavoura no presente e plantar as sementes para o futuro.
Por ANA PAULA STUCCHI
-Economista de formação, MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral
Atualmente na área pública.
Por ANA PAULA STUCCHI
-Economista de formação, MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral
Atualmente na área pública.
Twitter: @stucchiana
Excelente. Parabéns!
ResponderExcluirE que venham que possa salvar a lavoura do presente e plantar as sementes para o futuro de nossos descendentes!
Parabéns pela matéria!
ResponderExcluirCreio que essa credibilidade só se concretiza e o País volta a ser respeitado após a prisão de todos os envolvidos com a corrupção. Aí sim, as novas sementes plantadas gerarão um futuro promissor.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns a todos, mas o especial parabéns a "Ana Olhos Que Vêem Stucchi".
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