O processo histórico é caracterizado pela alternância de períodos de calmaria e turbulência. As crises são as parteiras da história. É quando a sociedade, a partir da experiência acumulada, pode enfrentar seus mitos, problemas, gargalos e desafios. A luta entre o velho e o novo é complexa. A crise pode ser enfrentada com ousadia e coragem ou com covardia e mediocridade. Decisões tomadas hoje podem viabilizar ou aniquilar o horizonte das novas gerações. O Brasil está em marcha lenta, gradual e segura para um futuro nada glorioso.
Vivemos a maior crise econômica pós-real. Investimentos públicos e privados em queda, consumo despencando, equilíbrio fiscal ameaçado, esgotamento do endividamento das famílias, comércio exterior afetado pelo fim do boom das commodities, recessão com crescimento negativo, inflação alta, setores como o energético e o petrolífero desorganizados pela intervenção equivocada do governo. E qual é a resposta do governo? Aumento de juros e impostos e cortes pouco criteriosos de gastos.
A calibragem da terapia é a chave do sucesso; pode matar o doente, já que toda medida tem sempre efeitos colaterais. O aumento de juros não só introduz incremento de despesa no financiamento da dívida pública, que anula boa parte do esforço de corte de gastos, como pode desvalorizar o dólar, desestimulando as exportações e agravar a queda da atividade econômica e da arrecadação tributária.
Para agravar o quadro, temos o maior escândalo da história brasileira contaminando nossa maior empresa estatal e levando de contrabando para o ralo outro forte setor da economia, o da construção pesada, essencial para o desenvolvimento da política de privatizações, concessões e parcerias com o setor privado.
Paralelo a isso, vivemos uma crise política. O governo Dilma perdeu o controle do Congresso, não tem maioria sólida para governar. O PMDB fez um realinhamento tático e patrocina um protagonismo inédito no Congresso. Assistimos a um bonapartismo sem rumo, uma nau perdida em meio à tempestade. Ninguém apoia Dilma. Nem a sociedade, como bem demonstrou a recente pesquisa Datafolha, em que 65% dos brasileiros rejeitam o governo, nem o PMDB com sua tática de morde e sopra, nem o próprio PT, acuado e esfacelado pela operação Lava Jato e pelo estelionato eleitoral cometido.
Dilma se tornou uma presidente ausente, sem liderança, sem apoio, sem condições de governar. E seu criador, o ex-presidente Lula, apimentou o quadro dizendo que ele e Dilma estavam no volume morto – último refúgio de soluções nas represas de água –, e o PT abaixo dele. E que o partido perdeu o sonho e a utopia e só pensa em cargos e eleições. Cinismo, hipocrisia ou um lapso de realismo?
Em conversa com um psiquiatra ele afirma que planejavam um quadro patológico para presidente se salvar de um possível impeachment. Ela vem fazendo declarações com muitos erros da Língua Pátria, dentre outras atitudes ridículas como a penúltima sobre a mandioca/bola e agora nos Estados Unidos dispara com erros de português, fala contra a delação assinada por ela, se faz de heroína. Enfim, é uma grande soma de discrepância. Enquanto isto o ex presidente desce a lenha na vaca que tossiu, na peste da vaca louca, mesmo não estando na Europa, dentre outras criatividades enganosas. Dilma tem quem escreve suas falas e dublê. Logo, fico com a opinião do psiquiatra de que ela é saudável e vem agindo assim, para sugerir uma possível doença, safar de um impeachment. E a oposição caminha como tartaruga, evitando assim, que a presidente seja mais uma, das favorecidas pela "Delação Premiada".
ResponderExcluir