A economia do país é dinâmica, depende de planejamento de longo prazo,
interação com os diversos agentes produtivos, investimentos em infraestrutura,
tecnologia, serviços, saúde, educação e um sem fim de outros quesitos básicos,
o que não permite utilizar-se de palavras de ordem e frases de efeito como a: "a economia a gente vê depois".
Dois anos de pandemia e a economia de países desenvolvidos mostram o desgaste dos fatores de produção, o stress das finanças públicas e a total falta de perspectivas dos agentes produtivos.
A inflação no Brasil de 10,06% em 2021 é a maior desde 2015; nos Estados Unidos 7%, a maior em 39 anos; na zona do euro a inflação de 5% é a maior desde 1997, sem mencionar a crise no abastecimento de gás e combustíveis. Isto nos leva a pensar como países com economias estruturadas chegaram a este ponto e porque o Brasil sofreu menos economicamente?
Somos um país produtor e exportador de alimentos e minérios, a balança comercial registrou superávit recorde de US$60,6 bilhões em 2021. As contas públicas foram mantidas dentro ou até mesmo abaixo do orçamento. O déficit primário caiu de 10% do PIB em 2020 para 0,4% em 2021, o menor nível dos últimos 8 anos. A dívida pública que os futurologistas de plantão afirmaram que seria de no “mínimo” 100% do PIB está em 80%, um patamar perfeitamente administrável.
O conjunto das ações em 2021, com todo cenário econômico contrário, geraram 2,7 milhões de novos empregos, e o número (líquido) de novas empresas bateu recorde: foram 2,6 milhões principalmente micro e pequenas empresas. Vale apena destacar os investimentos governamentais basicamente em infraestrutura, o que gerou empregos e demanda de bens e serviços, e os leilões de portos, aeroportos, ferrovias e rodovias, que além de trazer caixa para o governo atraiu investidores do mundo inteiro.
O cenário de investimento estrangeiro hoje se apresenta surpreendente até mesmo para os analistas de mercado. No ano de 2021 a entrada líquida de capital foi de R$70 bilhões, em jan/22 tivemos R$24 bilhões, mesmo com a queda de 12% no índice Ibovespa em 2021. Um sinal que as privatizações, os leilões de portos, aeroportos e rodovias têm investimento garantido, mesmo em ano de eleições.
Em 2021 apesar dos negativistas de sempre, que projetavam crescimento negativo ou de 0,5%, o PIB cresceu em torno de 4,5%. Para 2022 o agronegócio, a retomada gradual das grandes indústrias e do turismo, o investimento em tecnologia (5G), programa Pró Trilhos, a privatização dos Correios, da Eletrobrás e de portos da região centro-sul, vão impulsionar a economia. Ou seja, o Brasil é um país que trabalhou para trazer o capital que busca investimento seguro, de longo prazo e com certeza do retorno.
Alguns elementos, mesmo que ainda estejamos no início do ano, e apesar desta guerra insana, insana como todas as guerras, despertam a atenção para o investimento na economia brasileira: os preços do petróleo e de algumas commodities retornaram aos patamares próximos a janeiro/22, a eliminação da corrupção e a política monetária tem se mostrado eficiente para manter os níveis baixos de inflação, junte-se a isto a redução dos custos Brasil, a redução da interferência e do custo governamental, mais uma boa safra e preços de commodities em alta. O programa do BNDES para pequenas e médias empresas de R$100 bilhões vai atingir o setor da economia que atualmente é o maior gerador de emprego e renda.
O ritmo de entrada líquida de capitais no Brasil tem sido de tal monta que o dólar caiu abaixo de R$4,80, forte indicador que mesmo em ano de eleição a confiança e as oportunidades de investimento trazem boas perspectivas.
*JOÃO LUIZ CORBETT
-Economista com carreira construída em empresas dos segmentos de açúcar, álcool, biocombustíveis, frigorífico, exportação, energia elétrica e serviços, com plantas em diversas regiões do país;
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