Percebo que nos últimos anos, os jargões utilizados no sistema educacional como: desenvolver um aluno crítico, formar um verdadeiro cidadão, promover a autonomia do aluno, vem se perdendo gradativamente, pois recebo cada vez mais em sala de aula, alunos com “uma opinião formada”. Opinião essa que foi adquirida por diversos meios, televisão, internet (canais de youtube, noticiários, redes sociais), gerando no aluno apenas as idéias do sim/não, certo/errado, exatamente como uma moeda, ou é cara, ou é coroa.
A partir do momento que aluno opta por um lado (cara ou coroa) o outro lado se torna altamente desprezível, errado, nefasto, fazendo com que ele tenha apenas UMA opinião, e isso é de uma negatividade sem fim.
Venho então dizer que tenho como objetivo, não apenas mostrar ao aluno o outro lado da moeda, mas também que essa moeda pode estar em pé, ela pode estar girando, e que dentro de algum tema específico (política, religião, questões sociais, etc), podemos e devemos ter uma visão ampla, sem que ele perca a sua identidade.
E ai me pergunto, como devo proceder? E não vejo outra resposta, a não ser a plena humanização do aluno, que chega em sala de aula “endurecido”, preso em convicções que não são totalmente suas. E somente a verdadeira EDUCAÇÃO, pode “amolecer” esse aluno, digo verdadeira pois a educação deve ser tratada como um sentimento, como algo natural do ser humano. Não como algo adquirido pelo aluno, mas sim como um espírito renovador através da sua existência.
Finalizo aqui, declarando que abro mão completamente de uma educação imposta, uma educação baseada em números, em metas, uma educação demagoga, onde o objetivo dos responsáveis não demonstra preocupação nenhuma com a VIDA dos alunos.
-Licenciatura plena em História, pela Universidade do Grande ABC;
-Professor na rede pública do Estado de São Paulo;
-Professor de História, Sociologia e Filosofia nas Escolas Técnicas e
-Educador na faculdade F.A.M.A (Faculdade Aberta da Maturidade Ativa)
Nota do Editor:
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Muito pertinente e interessante o texto! De fato nosso contexto social desemboca no universo educativo de uma forma tão insalubre que educadores e educandos se acostumaram a espera de soluções prontas, cuja dicotomia maniqueísta gera estereótipos empobrecedores e patéticos, para dizer um mínimo. Nos transformamos em caricaturas de entes sociais, o cidadão esperado por políticas públicas anacrônicas e desligadas da realidade escolar mais imediata, fortalece esquemas burocráticos aos quais profissionais e usuários da educação se apegam quase cegamente. Reflexôes como esta nos ajudam a peceber o engodo de falas como as que apontam para a necessidade de formar alunos autônomos e críticos mas que não passam de grandes demagogias. Muito obrigado pelo belo texto! Abraço!
ResponderExcluirParabéns pela análise.
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