A educação é alvo constante de pesquisas que objetivam mensurar a qualidade do ensino nas escolas públicas e privadas. Tais pesquisas analisam detalhadamente vários aspectos do cenário educacional e um dos quesitos avaliados é a influência do professor sobre o aluno. Dentro da sala de aula, o educador protagoniza o ambiente de ensino-aprendizagem no qual o estudante será inserido e envolvido nessa relação de intensas emoções que serão decisivas, mas não definitivas, para o sucesso ou fracasso escolar do indivíduo.
Longe de ser o único, a influência exercida pelo educador sobre o aluno pode ser um problema, mas também pode ser uma solução. Rubens Alves já dizia que há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Parafraseando-o, quero destacar que há professores que educam seus aprendizes como se esses fossem uma extensão de suas próprias convicções tornando-os dependentes e fiéis à “gaiola do dono”. Já outros, pautam sua conduta em encorajar seus “pássaros” a alçarem voos cada vez mais autônomos e confiantes, pois sabem que estarão respaldados por seus mentores.
Infelizmente, não foram poucas as vezes em que me deparei com educadores que não apenas engaiolaram seus alunos, mas cortaram suas asas impedindo-os de sonhar e impondo uma dose exagerada de realidade fazendo com que eles deixassem de acreditar em si mesmos.
Assim como Vinicius de Moraes desculpou-se de antemão ao proferir a seguinte opinião: “as muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”, eu o farei com meus colegas de profissão. Que os professores medianos que cumprem seu papel como se fosse um fardo pesadíssimo e interminável me desculpem, mas ser um professor brilhante e encantador é fundamental. E ser encantador é proporcionar ao aluno um estado de quem se deslumbra com algo que vê, ouve ou sente. O educador tem que ser apaixonado pela arte de ensinar e mestre na arte de seduzir para esse espetacular mundo do aprendizado.
Diante dessa situação, torna-se imprescindível que o professor esteja ciente desse seu poder e que utilize-o de maneira sábia e ética, haja vista que uma de suas missões é desenvolver a consciência crítica do estudante, futuro cidadão do mundo.
É fato que o professor tem suas convicções e precisa apresentar coerência entre aquilo que ensina e aquilo que pensa, mas terá que fazê-lo de maneira isenta e imparcial explicitando maturidade e equilíbrio para não influenciar seu aprendiz como se fosse detentor de verdades absolutas. O ideal é que ele apresente o seu ponto de vista e proporcione aos alunos o acesso a todos os lados de um assunto priorizando espaço para o contraditório e reservando-se o papel de mediador dessa construção da consciência cidadã. O educador deve ajudar seus pupilos a tornarem-se cidadãos propondo ações de caráter reflexivo e não proselitista.
O professor brilhante e encantador educa seus alunos para o mundo. Orienta-os em relação aos diversos caminhos, mas respeita a escolha particular de cada um. Coloca-se na posição de coadjuvante para que seus alunos protagonizem suas próprias histórias de vida. E por tudo isso, esse professor torna-se inesquecível.
POR CHRISTIANE PEREIRA
POR CHRISTIANE PEREIRA
-Formada
em Artes Plásticas, Pedagogia e Magistério com especialização em Educação
Infantil;
-Arte
Educadora e Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental; e
-Atuou
como Orientadora Pedagógica e Educacional.
Twitter: @Chris_PPereira
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